Faz hoje 100 anos que a Escritora Cláudia de Campos faleceu
Cláudia de Campos, Escritora, Jornalista e Feminista, merece ser lembrada no centenário da sua morte.
Cláudia de Campos, Escritora, nasceu em Sines, a 28-01-1859, e faleceu em Lisboa, a 30-12-1916. Filha de Francisco António de Campos, Industrial, que a mandou educar no estrangeiro (Inglaterra), e Maria Augusta da Palma de Campos. Pertencendo a uma rica família alentejana, foi educada em Inglaterra, facto que muito marcou todos os seus gostos e preferências literárias e que constituiu também, segundo o seu ponto de vista, uma espécie de defeito. Integrou os movimentos pacifistas e feministas da 1ª década do Século XX, tendo feito parte, em 1906, da direcção da Secção Feminista da Liga Portuguesa da Paz e, em finais desse mesmo ano, foi eleita Vogal do Comité Português da agremiação francesa La Paix et le Désarmement par les Femmes.
Escritora Siniense, figura famosa da cultura de Sines, na sua época teve uma projecção considerável na sociedade lisboeta, privou com figuras ilustres e aristocratas das mais conceituadas famílias, como o Duque de Albuquerque, seu grande admirador, tinha relações de amizade com nomes sonantes da Academia das Ciências de Lisboa e dos Salões Literários do Casino.
Colaborou no Almanaque das Senhoras (1892, 1893, 1896 e 1898); na revista A Sociedade de Futuro (1902-1904), onde foi biografada por Olga de Morais Sarmento da Silveira; no Jornal da Mulher, com um capítulo do estudo sobrfe Shelly; e no Jornal das Senhoras (1904-1905). Usou os pesudónimos de Carmen Silva e de Colette.
Foi intelectual inovadora e ensaísta, tendo-se estreado com o volume de pequenos contos »Rindo«, (contos, 1892); a que se seguiram, »O Último Amor«, (romance, 1892); »Mulheres«, »A Esfinge« , »A Baronesa de Stael, »O Duque de Palmela«, e o polémico »Elle«, livro cujos personagens, citando o Doutor Arnaldo Soledade, analisados por doutos conhecedores da época, não passavam de figuras de Sines. Mulher de vasta erudição, interessou-se sobretudo pelos estudos ingleses, tendo deixado um manuscrito intitulado »Shelley«, poeta amigo do grande Lord Byron, nome maior das letras inglesas.
Faleceu em Lisboa, a 30 de Dezembro de 1916, como se tratasse duma desconhecida, devido a ter deixado de publicar e ao isolamento a que se impôs. A Semeadora, órgão da Associação de Propaganda Feminist<a, assinalou o facto, sublinhando que «as letras portuguesas acabam de perder uma grande Escritora e talvez por ser uma em vez de um, os jornais deram a notícia da sua morte em meia dúzia de palavras de chapa, junto aos anúncios das mortes de todos os anónimos» (A Semeadora, nº 20, p. 3, col. 3).
O nome de Cláudia de Campos faz parte da Toponímia de: Sines.
Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. III, Publicações Europa América)
Fonte: “Dicionário de Mulheres Célebres”, (de Américo Lopes de Oliveira, Lello & Irmão Editores, Edição de 1981, Pág. 193)
Fonte: “Dicionário no Feminino, Séculos XIX-XX”, (Direcção de Zília Osório de Castro e João Esteves; Coordenação de António Ferreira de Sousa, Ilda Soares de Abreu e Maria Emília Stone, Editado por Livros Horizonte, Edição de Março de 2005, Pág. 220 e 221)
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