Domingos Carrilho Demétrio, se fosse vivo, faria hoje 95 anos de idade, com este nome poucos serão os portugueses que sabem quem foi este senhor, mas se em em de Domingos Demétrio lhe chamar simplesmente “Patalino”, os coleccionadores dos “cromos da bola” saberão quem foi.

 

PatalinoDOMINGOS Carrilho DEMÉTRIO, conhecido por “PATALINO”, natural de Elvas, nasceu a 29-06-1922 e faleceu a 28-07-1989. Para toda a gente era o “Patalino”, alcunha porque ficou conhecido nos meios futebolísticos. Dizia-se que se devia ao seu pai, que fora um grande campeão do “Jogo da Pata” (os seus, e meus, conterrâneos ainda vivos decerto recordarão o que era este jogo). Filho do campeão do “Jogo da Pata”, o Domingos ficaria “Pata… lino” e assim continuaria afamado no futebol.

De origem humilde, era alvenéu (para quem não se recorde deste mister, significa pedreiro, o que trabalha com pedra e cal), e aos 18 anos iniciou a sua carreira futebolística no Clube de Futebol “Os Elvenses”. Dotado de alguma técnica e de grande capacidade de finalização, marcava bastantes golos na liga regional que este clube então disputava e logo captou as atenções do Sport Lisboa e Elvas (equipa mais dotada na altura) que assim o contratou em 1941. Mas seria emprestado em 1943 ao “Lanifícios de Portalegre” (?!), onde só esteve uma época, pois a filial elvense do Benfica achou que dele necessitava e fê-lo regressar no ano seguinte. Por Elvas ficou, primeiro integrando o Sport Lisboa e Elvas, de 1943 a 1947, e depois o Elvas Clube Alentejano de Desportos, a quando da criação deste novo clube na cidade e até 1952.

Nos anos em que o clube, com as duas designações, participou na 1ª divisão nacional, de 1945 a 1950, Patalino deu nas vistas a nível nacional. O seu nome ecoava por todo o país como atleta de eleição que era, notabilizando-se pela quantidade de golos que marcava. Era um futebolista com uma capacidade física impressionante, rápido e eficaz em frente às redes adversárias, com um grande poder de elevação, que lhe permitia marcar muitos golos de cabeça. Naturalmente que estas qualidades que o atleta demonstrava em campo deram nas vistas nos meios desportivos da época; e assim não demorou a ser devidamente assinalado pelos responsáveis pelo seleccionado português, e chamado a integrar a “equipa de todos nós” em vários jogos internacionais

Começou com uma chamada à selecção portuguesa que disputou em Março de 1946, num encontro com uma selecção inglesa da “Home Fleet”. Patalino alinhou no centro do ataque, tendo como companheiros Jesus Correia, Araújo, Salvador e Rogério (se bem estamos lembrados, todos nomes grandes da altura). Na crónica respeitante a este encontro, afirmava a imprensa desportiva da época: «Para Patalino, também vão os melhores elogios.

Depois foi a chamada à selecção principal em que disputaria um encontro com a Irlanda a 16 de Junho de 1946. Figurava entre os avançados famosos de então, como o Araújo, o Peyroteo, o Caiado, o Rogério, o Bentes.

Em 15 de Maio desse mesmo ano, Patalino seria titular no jogo que Portugal fez com o País de Gales. Portugal venceu o encontro por 3-2 e Patalino marcou o 1º golo português. Mais tarde, já em 1951, com “O Elvas” na segunda divisão, Patalino voltaria a ser convocado para um PortugalItália. Marcaria 2 golos num treino da selecção, mas não chegou a integrar a constituição inicial da equipa das quinas nesse encontro. Por razões várias, o clube já não tinha condições para voltar à divisão maior do nosso futebol e era “pequeno” talvez para o internacional Patalino. Assim, foi contratado em 1952 pelo Lusitano Ginásio Clube de Évora, que entretanto havia ingressado na primeira divisão. Por ali se manteve por 4 épocas, seguindo depois para Serpa, mais tarde para o Luso do Barreiro, para terminar a sua carreira no A. C. Arrentela. Como muitos outros “craques” (lembre-se Eusébio) foi terminar a carreira num clube modesto. Mas Patalino não jogava sozinho. Em desportos colectivos, como o futebol

O seu nome faz parte da Toponímia de: Elvas.

Fonte “Almanaque Alentejano, (Ano 9, 2ª Série, 2013)

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