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Recordamos hoje o Médico e Professor, Sobrinho Simões, no dia em que faria 100 anos de vida.

 

 

Manuel SOBRINHO Rodrigues SIMÕES, Médico e Professor, nasceu em Arouca, a 31-03-1918, e faleceu no Porto, a 22-08-1989. Neto, filho (e pai) de Médicos. Era filho do Médico Manuel Rodrigues Simões Júnior, e de Maruia Luísa de Figueiredo Simões. Casou, com Maria Alexandrina Martins Coimbra, em 1964 e teve 4 filhos. Um deles é o Professor Manuel Sobrinho Simões.

Licenciou-se em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade do Oporto em 1940, temdo obtido a classificação final de 18 valores. Doutorou-se em Medicina enm 1951, com a mesma classificação final de 18 valores. A dissertação que apresentou tinha o título “Da Mobilização Lipída na Diabetes Aloxânica”. O pós-doutoramento teve lugar no Departamento de Bioquímica da Universidade de Oxford, onde foi orientado pelo Biólogo, Médico e Químico Hans Krebs (1900-1981), Prémio Nobel da Medicina em 1953.

Durante a sua carreira como Professor da Faculdade de Medicina da Univerrsidade do Porto, Manuel Sobrinho Rodrigues Simões foi 2º Assistrente, entre 1943 e 1949; 1º Assistente alé do quadro, entre 1952 e 1956; 1º Assitente, entre 1956 e 1958; Professor Extraordinário, entre 1958 e 1967; e Professor Catedrático de Química Fisiológica, entre 1967 e 1982.

Equipou e chefiou o Serviço de Bioquímica do Hospital de São João desde a fundação deste estabelecimento e, mais tarde, dirigiu o seu Laboratório Central de Análises.

No âmbito da sua investigação centrou-se no estudo das perturbações do metabolismo glucídico e lipído em várias situações patológicas. O seu trabalho “A Sensitive Method for the Measurement of Serum Uric Using Hydrozylamine”, publicado em 1955 no Journal of Laboratory and Clinical Medicine é um dos artigos mais citados da Medicina Portughuesa.

Na juventude, foi Campeão Regional de Hóquei em Campo, pelo Vigorosa.

Fonte: ”Universidade do Porto – Antigos Estudantes Ilustres da Universidade do Porto”

Recordamos hoje, dia em que faria 74 anos de idade, Madalena Figueiredo, uma das primeiras Designers Portuguesas e pioneira na divulgação do Design Português nos mercados internacionais.

 

Madalena FigueiredoMaria MADALENA Álvares Cabral de FIGUEIREDO, Designer, natural de Lisboa, nasceu a 30-03-1944 e faleceu a 23-11-2012. Madalena Figueiredo, faleceu no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, vítima de doença prolongada. Madalanea Figueiredo foi uma das primeiras Designers em Portugal e também pioneira na divulgação do Design Português nos mercados internacionais.

Frequentou o Curso de Formação Artística da Sociedade Nacional de Belas Artes de Lisboa, onde foi aluna de Sá Nogueira, Fernando Conduto, Manuel Tainha, Daciano da Costa, Sena da Silva e José Augusto França.

Foi Diplomada em Design pela Scuola Politecnica di Design Novara, Itália, com Bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian.

Foi sócia fundadora da Associação Portuguesa de Designers em 1976, com o nº 9, onde sempre pertenceu aos Corpos Geresntes durante quase 34 anos. Foi também uma das responsáveis pelo “Concurso Jovem Designer” que desenvolveu e coordenou através do ICEP, entre 1986 e 2000. Várias edições tiveram lugar no Cencal. Este Concurso tinha como grande objectivo  promover o Design e os jovens estudantes das Escolas Superiores de Design.

De volta a Portugal, fez estágio com Daciano Costa na fábrica de calçado Hélio e trabalhou em Design de equipamento com o Arquitecto Manuel Tainha e o Arquitecto Sena da Silva.

Foi sócia da Praxis, onde para além de ter participado em vários cargos estatutários e de gestão, foi a responsável pelo departamento de Projetos Tridimensionais com Sena da Silva, tendo participado em projetos de exposições como: O homem e o trabalho, 2ª Exposição de Design Português, Design & Circunstância, Aeronáutica Civil, entre outros e projetos de standes para Feiras nacionais e internacionais. Na Praxis conheceu o Designer Robin Fior de quem foi mulher e companheira até à sua morte em Outubro de 2012 e de quem teve uma filha, Rita.

Pertenceu à Direcção-Geral do Turismo onde trabalhou em design Gráfico. Colaborou no ICEP – Portugal (Investimento, Comércio e Turismo Português), deixando em 2008 o atual AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal.

Foi uma das principais divulgadoras do design português nos mercados internacionais, além de ter sido uma importante impulsionadora da disciplina no País.

Foi uma das fundadoras da Associação Portuguesa de Designers (APD), em 1976 e esteve sempre em cargos dirigentes naquela entidade, ao longo de 34 anos.

Foi também uma das responsáveis pelo Concurso Jovem Designer que desenvolveu e coordenou através do ICEP, entre 1986 e 2000. Várias destas edições tiveram lugar no Cencal.

Madalena Figueiredo foi Curadora das exposições de Design nacionais e internacionaism onde se podem destacar, entre outras, as seguintes: (1991) Bruxelas (por ocasião da Europália); (1992) Paris, Amsterdão, Londres, Copenhaga (exposição itinerante); (1993) Washington; (1995) Barcelona, “El Disseny Português en Moviment”; (1997) “Design aus Portugal eine Anthologie no Museum für Kunsthandwerk em Frankfurt”, Coordenadora e Comissária com Volker Fischer; (1997 – 1999) Primavera do Design em Barcelona: “Objetos convenientes – diseño portuguès actual”, Coordenadora e Comissária e “Experimentables o experimentales?”, Coordenadora e Comissária; (2001) Alemanha – “Sinne+5 design aus Portugal” (Coordenadora).

Foi indigitada, em 1989, pela APD e IPQ para representar aquelas entidades na Exposição Mundial de Design de Nagoya. Foi ainda responsável pela organização de vários seminários, entre eles, em 1988, o 1º realizado em Portugal sobre Design Management com Peter Gorb. Foi também consultora do Programa Contacto para a área do Design 2000-2002.

Era viúva do designer britânico Robin Fior, que faleceu no final de Setembro deste ano, aos 77 anos, deixando uma obra que se destacou em Portugal por ter sido o autor de cartazes políticos da Revolução do 25 de Abril e do símbolo do Movimento de Esquerda Socialista.

Fonte: “Jornal Gazeta das Caldas, Edição de 07 de Dezembro de 2012”

Fonte: “APD – Associação Portuguesa de Designers”

Recordamos hoje, dia em que faria 100 anos de vida, o Jornalista Fernando Laidley, que ficou conhecido por ter sido o primeiro português a dar a volta a África de automóvel.

 

Fernando LaidleyFERNANDO LAIDLEY, Jornalista e Escritor, nasceu em Luanda (Angola), a 30-03-1918, e faleceu em Lisboa, a 21-04-2010. Com apenas um ano de idade, a família mudou-se para Lisboa. Jornalista e Repórter, ficou conhecido por ter sido o primeiro português a dar a volta a África de automóvel. Aos 36 anos de idade, conseguiu com sucesso fazer uma expedição que nunca ninguém tinha conseguido: percorrer o Continente Africano de automóvel.

Acompanhado por José Guerra e Carlos Alberto, respectivamente o Mecânico e o Fotógrafo da Expedição Portuguesa, os três seguiram do Marquês de Pombal a 25 de Abril de 1955, num Volkswagen “carocha”, em segunda mão, rumo à aventura africana.

A volta ao Continente Aafricano, apenas realizada por Laidley e Guerra, (o terceiro elemento ficou retido na fronteira luso-espanhola, no início do percurso, devido a complicações com o visto) durou cerca de dez meses e sete dias.

Fernando Laidley, que protagonizou várias outras viagens únicas pelo Continente Africano e Asiático (ligação Goa, Damão e Diu), foi também Repórter de Guerra no Norte de Angola para as revistas Século Ilustrado e La Semana, de Espanha.

É autor de obras como: A Guerra da Guiné; A Guerra e Independência de Angola; e Missão em África, publicou, em 1964, o livro Guerra e Paz.

Fonte: “Jornal Expresso”

Fonte: “RTP Notícias”

“Eis como um Abade virou um doce”

 

PudimABADE DE PRISCOS, Manuel Joaquim Machado Rebelode seu nome completo, Padre e Gastrónomo, nasceu na Freguesia de Turiz (Vila Verde), a 29-03-1834, e faleceu em Vila Verde, a 24-09-1930. Teve uma vida dedicada à divulgação da fé cristã e à valorização da gastronomia. O Abade de Priscos, era um homem da arte, bordava a ouro, executava perfeitos arranjos florais, tinha interesse na química e na fotografia.

Filho de proprietários rurais. Concluídos os estudos teológicos no seminário de Braga e dita a primeira missa em 1861, pastoreou sucessivamente as freguesias de São Miguel de Cunha, Bastuço e Ruilhe, até se fixar definitivamente em Priscos, também no concelho de Braga, onde exerceu o seu múnus durante quarenta e sete anos.

Os dias 11 de Julho de 1883, 28 de Maio de 1888 e 27 de Julho de 1891 ficaram gravados a oiro nos anais de Priscos e devem ter constituído as datas mais significativas na história da culinária nacional. Nesses dias gloriosos o Abade de Priscos e João da Mata fecharam-se na cozinha e deram asas à sua arte e fantasia. É triste mas há só uma. Uma única receita do Machado Rebelo, anda registada pelos livros. É o seu famoso pudim de toucinho ou pudim do Abade de Priscos. Será essa a melhor homenagem que se poderá prestar à memória do santo Abade de Priscos, glória imorredoira da gastronomia portuguesa.

No dia 03 de Outubro de 1887. El-Rei D. Lís I, no Norte do País com a Família Real, foi de visita à Póvoa de Varzim. As autoridades locais convidaram o Abade de Priscos para dirigir a cozinha e Preparar o régio banquete. Desempenhou-se o Abade da tarefa com tão alto nível que o monarca mandou chamá-lo à sua presença, para o conhecer pessoalmente. Dom Luís, nitidamente tido como prático de cozinha, quis saber qual era a composição de certo prado servido, complicado e de sabor delicioso.

O Abade sorridente, informou: – Era palha, Real Senhor!

– Palha!? – disse o Rei espantado – Então dá palha ao seu Rei!?

O Abade baixou a cabeça a fingir-se de envergonhado e, com sorriso manhoso, esclareceu: – Real Senhor! Todos comem palha, a questão é sabê-la dar.

O Padre Machado Rebelo foi agraciado pelo Rei D. Luís I, com o título de Capelão Honorário da Casa Real, logo em 1874.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Vila Verde (Avenida Abade de Priscos); Vila Verde (Freguesia de Priscos, Avenida Padre Manuel Joaquim Rebelo).

Fonte: “Junta de Freguesia de Priscos”

Lembramos hoje, o Engenheiro Cunha e Serra, no dia em que passam 100 anos sobre o seu nascimento. O Engenheiro Cunha e Serra, a quem os C.T.T. (quando esta empresa englobava correio e telecomunicações), muito devem, foi o primeiro Presidente do Conselho de Gerência dos C.T.T.,a seguir ao 25 de Abril de 1974.

 

Cunha e SerraJoão Avelino da Rocha CUNHA E SERRA, Engenheiro e Político, nasceu em Vila Real, a 29-03-1918, e faleceu em Lisboa, a 20-01-2005. Era filho de Pedro Maria da Cunha Serra e de Maria Luísa da Rocha Cunha Serra.

Aluno brilhante desde o Liceu até ao Instituto Superior Técnico, da Universidade Técnica de Lisboa, terminando o curso em 1942. Foi distinguido com o Prémio Saraiva de Carvalho, na especialidade de Electrotecnia.

Foi Assistente da cadeira de Matemáticas Gerais, a convite do Engenheiro Ferreira de Macedo, no período de 1942-1943.

Na sua carreira nos CTT, ascendeu, por sucessivos concursos, sempre com notas elevadas, desempenhando diversos e altos cargos na empresa, tais como as chefias do Grupo de Comutação Telefónica (l.a Repartição da Direcção dos Serviços Técnicos), e depois, da sua Repartição (durante 37 anos). Desde o seu início trabalhou em planeamento, estudo, aquisição, montagem e conservação de equipamento de postos e comutação telefónica (é de transmissão e medida, ultimamente), de um ponto de vista de orientação e abrangendo o Continente e as Ilhas (Açores e Madeira).

Foi orientador, ao seu nível, da formação geral dos Electricistas e também de algumas das suas especialidades e promoções; introdutor da chamada investigação operacional nos Serviços, como actividade regular, a que dá cooperação activa (tráfego, método (PERT) e seus derivados, usos de computadores, etc.).

Pelo seu conhecimento de línguas (inglês, francês, espanhol) para se expressar na sua técnica, desempenhou diversas missões, no estrangeiro: General Post Office Standard Telephone and Cable Automatic Telephone and Electric e Bristish Research, na Grã Bretanha (1975), Comité Consultivo Internacional Telefónico, na Bélgica (1958), Conferência de Conservação da LMEricsson, na Suécia e Dinamarca (1961), Comité Consultivo Internacional Telefónico e Telegráfico, na Suíça (1964), Conferência de Conservação de LMEricsson, na Suécia e na Finlândia (1966), General Post Office (organização da conservação), na Inglaterra (1972), de cooperação em Cabo Verde, Guiné e Angola, respectivamente (1978, 1979, 1978).

Presidiu, após o 25 de Abril, ao Conselho de Gerência (Administração) dos CTT e TEP (13.5.1975), exerceu o cargo de Chefe de lª Repartição da DST, de Inspector Geral de Correios e Telecomunicações (13.5.1977), e na Assessoria aos CTT (até 31.7.1989), porém, já aposentado. Preside (1992) à Assembleia Geral do CDCR dos CTT, de Lisboa). Entre 1974 e 1976 foi chamado a dirigir como Bastonário da Ordem dos Engenheiros, comulativamente, com o cargo dos CTT.

Em (1988) foi lhe conferida a Medalha de Ouro de Mérito dos CTT (como da sua afirmação ao “Jornal CTT e TLP4, de Abril de 1988): “Esta Medalha de Mérito foi o único louvor que recebi em toda a carreira. Os louvores foram dirigidos a coisas concretas, projectos especiais, por exemplo, pela montagem de uma Estação, onde o louvor era dado ao Chefe da Equipa e a toda a equipa. Mas nunca me deixaram dirigir um projecto desse tipo, eu até teria gostado, mas diziam sempre que precisavam de mim nos serviços centrais, que fazia falta no trabalho de fundo, no grande projecto da automatização onde entravam todos esses projectos pontuais que davam direito a louvores”.

Para lá de tudo isto, praticou desporto, ginástica, futebol, xadrez e tiro reduzido, e é dirigente do Clube Atlético de Alvalade (bairro onde residiu) e ainda presidiu à Associação de Amizade Portugal Moçambique, membro do Conselho Português para a Paz e Cooperação e do Conselho Mundial da Paz. Desenvolveu, no campo agrícola, na Régua, algo que lhe deu jus a que dirigisse a Casa do Douro, em três mandatos consecutivos. Nas primeiras eleições após o “25 de Abril” foi Vereador do Município de Lisboa.

Na Câmara Corporativa assumiu em 04-04-1974, por inerência, funções em todas as Subsecções das III e V Secções (Lavoura e Indústria, respectivamente), assim como na 4ª Subsecção (Obras Públicas e Comunicações) da XII Secção (Interesses de Ordem Administrativa).

O Engenheiro Cunha Serra foi Bastonário da Ordem dos Engenheiros e Presidente do Conselho de Gerência dos CTT.

Homem de valores e princípios, profissional competente, a sua vida constitui um exemplo de coerência, verticalidade e coragem pela forma como lutou contra a ditadura de Salazar e Caetano na defesa da liberdade e, após o 25 de Abril, na consolidação e aprofundamento da democracia. Participou dese a primeira hora, na Comissão Organizadora das Manifestações Populares do 25 de Abril, foi dirigente do MDP/CDE, da Intervenção Democrática e Vereador da Câmara Municipal de Lisboa, e membro da Assembleia Municipal, eleito na lista da APU.

Foi presidente do Conselho Português para a Paz e Cooperação, onde desenvolveu intensa actividade cívica, em prol da solidariedade e da paz no Mundo. O seu corpo seguiu para Vila Real, sua terra natal.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Lisboa (Freguesia de Santa Maria dos Olivais, Edital de 02-10-2009).

Fonte: “Dicionário Biográfico Parlamentar, 1935-1974, (Volume II de M-Z), Direcção de Manuel Braga da Cruz e António Costa Pinto, Colecção Parlamento, Pág. 552 e 553).

Fonte: “Dicionário dos Mais Ilustres Transmontanos e Alti Durienses”, (I Volume, Coordenado por Barroso da Fonte, Editado pela Editora Cidade Berço)

Recordamos hoje Bernardino Machado, que foi Presidente da República, por duas vezes, e que, por força das armas, não cumpriu os mandatos; da 1ª vez, foi deposto pelo golpe “Sidonista”, e da 2ª vez, recusou-se a entregar o poder ao Movimento de 28 de Maio de 1926, também imposto pela força das armas.

 

 

Bernardino MachadoBERNARDINO Luís MACHADO Guimarães, Político, Professor e Escritor, nasceu no Rio de Janeiro (Brasil), a 28-03-1851, e faleceu no Porto, a 29-04-1944. Era filho de António Luís Machado Guimarães, futuro Barão de Joane, e de Praxedes de Sousa Guimarães, que era, por sua vez, filha de Bernardino de Sousa Guimarães, abastado proprietário e capitalista minhoto.

Bernardino Machado foi por duas vezes Presidente da República, sem nunca terminar o seu mandato, da primeira vez interrompido pelo golpe sidonista, em 1917 e da outra pelo 28 de Maio de 1926.

Fez no Porto os Estudos Preparatórios, que lhe deram ingresso na Universidade de Coimbra, em Outubro de 1866. Cursou Matemática durante três anos, mas foi na Faculdade de Filosofia que se formou Bacharel e apresentou dissertação de licenciatura, publicada na revista O Instituto, em 1875. Doutorou-se em Junho de 1876, com uma tese também no âmbito da Física.

Concorreu a Lente da Faculdade de Filosofia, que era, na realidade, uma Faculdade de Ciências e, em Março de 1877, iniciou a sua carreira universitária.

Em Abril de 1879, subiu a Lente Catedrático da referida Faculdade, situação que manteve até 1907; fundou aí a cadeira de Antropologia, da qual foi o primeiro Professor.

Durante alguns anos dedicou-se ao ensino e ao estudo, escrevendo também para os jornais. Mas, tentado pela política, aderiu ao Partido Regenerador e foi eleito Deputado, em Novembro de 1882, pelo círculo de Lamego, em eleições suplementares. Fez a sua estreia parlamentar, com muito brilho, a 19 de Janeiro de 1883, onze dias após ter prestado juramento, e tomado posse. Neste seu primeiro discurso, tal como na grande maioria dos que se lhe seguiram, versou temas de instrução pública. Nessa Legislatura pertenceu às seguintes Comissões Parlamentares: Instrução Superior, Agricultura, Comércio e Artes, Redacção do Diário da Câmara e Reforma Constitucional.

Foi novamente eleito Deputado nas eleições gerais de Junho de 1884, dessa vez pelo círculo plurinominal de Coimbra, eleito, tal como o primeiro, pela maioria regeneradora.

A sua dedicação à causa da instrução e da educação e a sua grande competência nesse campo valeram-lhe ser nomeado Vogal do Conselho Superior de Instrução Pública, cargo que já desempenhava em Março de 1891; nesse ano colaborou na reforma dos Institutos Industriais e Comerciais. As suas ideias acerca da temática da instrução pública estão bem expressas nos discursos que proferiu na Câmara dos Pares a 16 de Julho de 1890, discurso longo e muito eloquente, 05 de Fevereiro de 1892 e 01 de Fevereiro de 1893.

Neste último, criticou vivamente o Presidente do Conselho de Ministros e Ministro do Reino, José Dias Ferreira, a quem acusou de maltratar o ensino português e que condenou também pela extinção do Ministério da Instrução Pública e Belas Artes (criado em Abril de 1890 e extinto em Março de 1892).

As suas críticas ao Governo contribuíram para a queda deste, em Fevereiro de 1893, foi substituído por outro, do Partido Regenerador, no qual Bernardino Machado ocupou a pasta das Obras Públicas, Comércio e Indústria (embora apenas durante dez meses). Essa nomeação resultou, por um lado, do destaque político-partidário que alcançara e, por outro, dos seus discursos parlamentares de Fevereiro de 1892, acerca da reforma dos Institutos Industriais e Comerciais, o Ensino Técnico-Profissional, nos seus três ramos, dependia do Ministério das Obras Públicas, Comércio e Indústria.

Em Junho e Julho, como Ministro, discursou várias vezes, tanto na Câmara dos Deputados como na Câmara dos Pares, no âmbito da discurssão do Orçamento Geral do estado para o ano fiscal de 1893-1894.

Como Professor Universitário, Pedagogo e Intelectual, destacou-se em múltiplas actividades: fo Presidente do Instituto de Coimbra, que muito desenvolveu; presidiu à Academia de Estudos Livres, em 1890, bem como ao Congresso Pedagógico, organizado pelo Professorado Primário, em 1897. Membro da Maçonaria desde a juventude, foi iniciado nela em 1874, veio a ser Grão-Mestre, entre 1895 e 1899, e o principal responsável pela «revolução» positivista nessa sociedade secreta.

Desiludindo-se com as instituições monárquicas, aderiu ao Partido Republicano, em 1903; em breve foi eleito membro do Directório partidário e, pouco depois, seu Presidente. Defendia que o Partido Republicano devia ser «profundamente socialista». Em Outubro de 1904, coube-lhe proferiur a «Oração de Sapiência» na Universidade de Coimbra: traçou um paralelo, entre o descrédito da Universidade, cuja reforma de 1901 muito criticara, e o descrédito da Monarquia Constitucional; defendeu que a Escola devia regenerar, social e politicamente, a Nação e que, nesse processo, cabia à Universidade desempenhar um papel de liderança.

Em 1907, tomou parte activa na greve académica, contra a intervenção autoritária e repressiva do governo de João Franco, o que o levou à renúncia da sua cátedra de Antropologia e da sua condição de Professor Universitário.

Veio viver para Lisboa e continuou a sua militância política republicana, contra a ditadura franquista e contra a «Monarquia Nova» de D. Manuel II.

Foi eleito Deputado, bem como os outros membros dessa e da outra lista republicana, pelos dois círculos de Lisboa.No entanto, essas eleições viriam a ser anuladas, na sequência da revolução republicana de 04 e 05 de Outubro.

Com a mudança da forma de Estado, a entrada em funções do Governo Provisório fez de Bernardino Machado Ministro dos Negócios Estrangeiros. E ao longo da I República, desempenhou as funções de Deputado, Senador, Ministro, Embaixador (no Brasil), Presidente do Conselho de Ministros e Presidente da República.

Neste cargo o encontrou o Movimento do 28 de Maio de 1926, que lhe exigiu a renúncia à presidência. Partiu para o exílio, em Espanha e França, do qual só foi autorizado a regressar em 1940. Foi viver para o Porto, onde faleceu.

Com uma vasta obra literária destacam-se as obras que se debruçam sobre a sua experiência pedagógica “A Introdução á Pedagogia” (1892), “O Ensino” (1898), “O Ensino Profissional” (1900) e as que refletem o seu pensamento político “Pela Liberdade” (1900), “Conferências Políticas” (1904), “Pela República” (1908), “No Exílio” (1920). Obras principais: Teoria Mecânica na Reflexão e na Refracção da Luz, (1875); Dedução das Leis dos Pequenos Movimentos Periódicos da Força Elástica, (1876); Teoria Matemática das Interferências, (1879); Introdução à Pedagogia, (1892); Afirmações Políticas, (1893); Notas de Um Pai, (1897); O Ensino, (1898); A Indústria, (1898); O Ensino Profisisonal, (1900); No Exílio, (1900); Os Meios de Comunicação e o Comércio, (1903); Da Monarquia para a República, (1903); Conferências Políticas, (1904); A Universidade de Coimbra, (1905); Maria, (1920); A Irresponsabilidade Governativa e as Duas Reacções Monárquicas e Republicana, (1924); As Maquinações Internas e Externas, (1925); A Política e o Poder Militar, (1926); O Militarismo, (1927); A Pastoral Financeira do Patriarca, (1928); A Ditadura Clerical Militarista em Portugal, (1929); O Acto Colonial e a Ditarura, (1930); O Perigo Colonial, (1932); A Ditadura e o Comunismo, (1934); Pela Independência e pela Integridade de Portugal, (1937); 1 de Janeiro de 1938, Saudação à Democracia Portuguesa, (1938); Manifestos Políticos, 1927-1940, (1978).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Abrantes; Alenquer; Almada (Freguesia da Sobreda da Caparica); Alpiarça; Amadora; Aveiro; Braga; Caldas da Rainha; Cascais (Freguesia de São Domingos de Rana); Coimbra; Guimarães (Freguesia de Ronfe); Lisboa (Freguesia do Lumiar, Edital de 21-10-1985, era a Praça J da Urbanização da Tobis Portuguesa); Loures (Freguesias de Sacavém e Santa Iria da Azóia); Maia; Matosinhos (Freguesia da Senhora da Hora); Mira; Mirandela; Moita (Freguesia da Baixa da Banheira); Montemor-o-Novo (Freguesia de Santiago do Escoural); Odivelas (Freguesias de Famões e Ramada); Oeiras (Freguesias de Carnaxide e Porto Salvo); Paredes de Coura; Porto; Santo Tirso (Freguesia de Roriz); Seixal (Freguesias da Amora e Corroios); Sesimbra (Freguesia da Quinta do Conde); Sintra (Freguesias de Belas e Massamá); Torres Vedras; Vendas Novas; Valongo (Freguesia de Alfena); Viana do Castelo; Vila do Conde; Vila Nova de Famalicão (Freguesias de Castelões, Joane, Oliveira (São Mateus), Riba de Ave e Vila Nova de Famalicão); Vila Nova de Gaia (Freguesias de Pedroso e Vilar do Paraíso).

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. II, Publicações Europa América, Organizado pelo Instituto Português do Livro e da Leitura, Coordenado por Eugénio Lisboa, 1990, Pág. 342, 343 e 344)

Fonte: “Dicionário Biográfico Parlamentar, 1834-1910”, (Vol II, de D-M), Coordenação de Maria Filomena Mónica, Colecção Parlamento, Pág. 388, 389, 390, 391 e 392”

Fonte: “Parlamentares e Ministros da 1ª Republica, (1910-1926”, (Coordenação de A. H. Oliveira Marques, Edições Afrontamento, Colecção Parlamento, Pág. 276, 277 e 278).

Fonte: “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 15, Pág. 755 e 756)

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 32e e 323)

“Pai e Filha na Toponímia”

 

 

António MedinaANTÓNIO MEDINA JÚNIOR, Jornalista e Violinista, nasceu em Tavarede (Figueira da Foz), a 21-04-1898, e faleceu em Sintra, a 22-10-1993. Era filho de António Medina e de Otília Nunes do Espírito Santo. Fez a Instrução Primária com a Professora Maria Amália de Carvalho e continuou os estudos na Escola Industrial e Comercial da Figueira da Foz, frequentando o curso nocturno, empregando-se, como aprendiz de Tipógrafo, na Tipografia Lusitana, na Figueira da Foz

Fundou o semanário “Praia Elegante”, em 1915, de companhia com António Amargo e Mário Reis, seus companheiros de trabalho naquela Tipografia. No ano de 1921, fundou em sociedade com João Fernandes Nascimento, a Tipografia “Nascimento & Medina”, com instalações na Rua das Flores, mas que teve curta duração.

Executante musical de elevado nível, fez parte da Tuna e de um conjunto musical de que era o Violinista, com António Cordeiro, tocando em bailes de gala e em celebrações religiosas, acompanhando, por vezes, um coral expressamente formado para estes actos solenes.

Amador dramático muito versátil, formou, com sua irmã Violinda, o par de principais protagonistas nas peças levadas à cena pelo grupo dramático do Grupo Musical, no período de 1920 a 1927. Também foi ensaiador do mesmo grupo (ensaiou, entre outras peças, a opereta Amores no Campo) e dirigente, na Direcção e na Assembleia Geral. Também exerceu o cargo de cobrador da Companhia do Gás e das Águas.

Foi um dos fundadores do Grupo Musical de Instrução Tavaredense de que foi executante como violinista. Começou, muito novo, a dedicar-se ao jornalismo. Além de fundar o jornal já referido, foi correspondente local do jornal “O Figueirense”, em cuja tipografia se empregou em 1923, chegando a travar acesas polémicas com correspondentes rivais a propósito de problemas da terra.

No ano de 1927, correspondendo a um convite que lhe foi dirigido, foi para Sintra trabalhar e dirigir uma Tipografia onde era composto e impresso o jornal “Sintra Regional”. Com a morte do seu proprietário, adquiriu a Tipografia para si e, no dia 7 de Janeiro de 1934, lançou o “Jornal de Sintra”, de que foi Proprietário e Director até à sua morte, no ano de 1983.

Bairrista acérrimo, foi sempre o “embaixador da Figueira em terras saloias”, como ele próprio se intitulava com certo orgulho e satisfação. Organizou algumas excursões de Sintra à Figueira e a Tavarede, a última das quais, em 1958, com a vinda da conceituada banda de Pêro Pinheiro. Igualmente deu vida a deslocações de tavaredenses e figueirenses a Sintra, nomeadamente do grupo cénico da Sociedade de Instrução, que ali se apresentou, primeiro em 1945 em Colares, com as peças A Nossa Casa e Horizonte, e depois em 1957, com as peças Frei Luís de Sousa e Peraltas e Sécias, representadas no Teatro-Cine local.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Figueira da Foz; Sintra.

Fonte: “Câmara Municipal de Sintra”

 

 

Maria Almira MedinaMARIA ALMIRA Pedrosa MEDINA, Professora, Escritora e Jornalista, nasceu em Tavarede (Figueira da Foz), a 29-08-1920, e faleceu em Sintra, a 18-01-2016. Era filha do Jornalista e Violinista, António Medina Júnior. Radicada em Sintra desde os seis anos de idade, licenciou-se em Filologia Românica na Faculdade de Letras de Lisboa, com uma tese sobre o universo poético de Mário de Sá-Carneiro. Ligada aos movimentos culturais e artísticos que despontaram nos anos quarenta e cinquenta, a sua obra reparte-se por diferentes caminhos de afirmação (artes plásticas, ensino artístico, jornalismo, poesia, etc.), e por aí se revela como espírito multifacetado que de algum modo se não fixou, em permanência, em nenhum deles. A par de colaboração em revistas e jornais, a sua docência na Escola de Artes Decorativas António Arroio, em Lisboa, acabou por vincular a sua actividade mais no domínio da expressão artística, participando em diversas exposições colectivas e individuais desde 1945, sobretudo no campo do Desenho, Cerâmica, Esmalte sobre Cobre, Pintura com trapos, etc. Entre 1983 e 1991, foi Directora do Jornal de Sintra, fundado e dirigido durante muitos anos por seu pai, António Medina Júnior. A sua poesia demarca-se por um claro sentido de intervenção e mesmo por um subtil sarcasmo ou evidente ironia, plasmada numa moderna imagética, mas cuja palavra, na afirmação crítica de Ramos de Almeida sobre o seu segundo livro, «é a mulher que compreende e colabora no momento histórico em que vivemos».

Obras principais: Distância, (1944); Madrugada, (1955); Sem Moldura, (1996).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Sintra (Rua Doutora Maria Almira Medina).

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. V, Organizado pelo Instituto Português do Livro e das Bibliotecas, Coordenação de Ilídio Rocha, Publicado por Publicações Europa América, Edição de Julho de 2000, Pág. 92 e 93)

Fonte: “Dicionário de Mulheres Célebres”, (de Américo Lopes de Oliveira, Lello & Irmão Editores, Edição de 1981, Pág. 879).

Recordamos hoje, Alberto Sanches de Castro, Pioneiro da Aviação Civil, em Portugal, no dia em que passa mais um aniversário sobre o seu nascimento.

 

 

Alberto Sanches de CastroALBERTO Caetano da Silva SANCHES DE CASTRO, Professor, natural de Lisboa, nasceu a 27-03-1888 e faleceu a 27-04-1934. Nasceu no seio de uma Família Monárquica natural do Minho, mais precisamente de Vila Nova de Cerveira, e era neto do Conselheiro Caetano Pereira Sanches de Castro, General, diplomado em Engenharia e Infantaria militar, que na arma de Engenharia desempenhou as mais honrosas comissões: membro da Comissão da Defesa de Lisboa e dos seus Fortes, algumas das famosas Linhas de Torres– tendo sido nomeado o seu Chefe em 1870. O General Caetano Sanches de Castro, em 1871 foi nomeado membro da Comissão incumbida de apresentar o Plano Geral das Obras de Melhoramento da Capital, sendo-lhe confiada pessoalmente a apresentação do Plano Geral das Obras de Defesa do Porto de Lisboa. Em 1873 foi nomeado Director-Geral das Fortificações e assumiu a Presidência da Comissão de Defesa. Elaborou, então, os Projectos, considerados excepcionais, das Baterias do Bom Sucesso, do Forte de São Julião da Barra e dos Redutos de Sacavém e Alto do Duque.

Aos 10 anos de idade entrou para o Colégio Militar com um “monóculo” que nunca mais largou. Completado o Curso colegial, regressou a Viana do Castelo, terra dos seus familiares, aí passando a dar nas vistas, não só, por ser neto do General Caetano Pereira Sanches de Castro, que fora Ministro da Guerra, mas também pelo seu “monóculo”.

Inteligente e dotado de muita habilidade de mãos, Alberto Sanches de Castro seguiu de comboio, para Paris, para a Escola de Aviação Voison, onde desde logo se distinguiu.

Regressado a Portugal, trouxe consigo, devidamente desmontado, um Voison Antoinette 40 cv que, uma vez em Lisboa, veio a ser encaminhado para o Mouchão da Póvoa de Santa Iria. Ali improvisou a sua “Base Aérea”, tendo sido ele próprio, com a sua vocação para a mecânica, a montar e a experimentar o aeroplano.

No dia 10 de Setembro de 1912, fez quatro voos de pequena duração, “sendo assim, por consequência, o primeiro aviador civil a sulcar o nosso espaço aéreo”.

Desta aventura foi lavrada a seguinte acta: “Nós abaixo assinados, testemunhamos ter visto no dia dez de mil novecentos e doze, O Sr. Alberto Sanches de Castro, voando em aeroplano à altura aproximada de cinco metros, atravessando parte do Mouchão da Póvoa; e para que fique registado de que o primeiro voo realizado por um português em terras de Portugal em aeroplano com motor, assinamos: “Norberto Gonçalves, António Canelas, Eugénio Ferreira, António Pinto, António Pioa e Francisco Gonçalves”.

Não se alistou na incipiente Aviação Militar, mas deu largas à sua habilidade e ao seu espírito de aventura, dedicando-se à pintura, caricatura, feitura de cartazes publicitários (ainda hoje perdura aquele logótipo do vinho do Porto “Sandeman” com uma silhueta de chapéu de aba larga), e ao seu ensino e divulgação dos seus conhecimentos de mecânica de automóveis, quer como Professor, que foi, da Escola Marquês de Pombal, quer como autor de um livro destinado aos que trabalhavam nas oficinas de reparação de automóveis, dando-lhes conselhos de ordem prática.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Vila Franca de Xira (Freguesias da Póvoa de Santa Iria e de Vila Franca de Xira).

Fonte: “Real Associação da Beira Litoral”

Recordamos hoje António Manuel Baptista, Professor, Cientista, Comunicador e divulgador de Ciência, no dia em que, se fosse vivo, faria 94 anos de idade.

 

António Manuel BaptistaANTÓNIO MANUEL BAPTISTA, Professor e Cientista, nasceu em Almeirim, a 26-03-1924,  e faleceu em Lisboa, a 07-06-2015. António Manuel Baptista, Professor e Cientística, foi um comunicador nato sobre assuntos de ciência. A RTP e a TSF, foram alguns dos órgãos de comunicação social, onde colaborou. A conversa raramente sai do seu campo preferido mas é evidente a tentativa de desmistificar os preconceitos que a opinião pública nutre sobre a energia nuclear.

No Liceu foi um aluno médio, mas já interessado pela Química, muito por influência de uma personagem de Júlio Verne, mas só na Faculdade de Ciência de Lisboa começou a destacar-se e a confirmar que o seu caminho passava pela Física Nuclear.

Licenciou-se em Ciências Físico-Químicas na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, onde ensinou. Foi Professor Catedrático de Física da Academia Militar e Professor convidado do Instituto Português de Oncologia (IPO). Fundador e primeiro Presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Nuclear.

Graduado da International School of Nuclear Science and Engineering (Argonne National Laboratory), foi Professor visitante da Michigan State University, nos Estados Unidos.

Foi o criador do serviço telegamaterapia (cobaltoterapia) do IPO. Fundador e primeiro presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Nuclear. Membro de comissões editoriais de diversas revistas científicas internacionais de Medicina Nuclear e Física Médica.

A sua actividade científica principal tem-se distribuído por diversos campos: eletroquímica, radioactividade, física de reactores nuclearaes, telegamaterapia, física médica e medicina nuclear, tendo recebido mais de uma dezena de prémios científicos.

Professor convidado no Instituto Português de Oncologia e foi Professor Catedrático de Física na Academia Militar.Na sua trajectória científica foi Director do Laboratório de Isótopos do IPO, do Centro de Estudos de Medicina Nuclear do Instituto de Alta Cultura e do Centro de Medicina Nuclear do Instituto Nacional de Investigação Científica.

Foi ainda Secretário do Centro de Investigação Oncológica deste último organismo.Trabalhou em Londres no Medical Research Council, no Hammersmith Hospital, no Royal Cancer Hospital e ainda no Argonne National Laboratory (Estados Unidos).

Fez parte da comissão de redacção de várias revistas científicas e foi conferencista convidado em vários congressos internacionais de medicina nuclear e biofísica.

Teve programas na RTP e na TSF ligados à divulgação científica e conquistou o Prémio Imprensa em 1969 e Prémio Vídeo da Televisão em 1981. Como prémios científicos realçam-se o 1º e o 2º prémio Pfizer, dois primeiros prémios da Sociedade de Ciências Médicas dos Hospitais Civis de Lisboa; um Prémio Fernando da Fonseca de Oncologia; dois prémios Cancela de Abreu dos Hospitais Civis de Lisboa.Possui trabalhos de investigação publicados em várias revistas internacionais bem como algumas lições e livros didácticos e de divulgação científica de sua autoria.

Publicou estudos e artigos em várias revistas científicas internacionais e desde 1961 desenvolvia programas de divulgação científica na rádio, na televisão e na imprensa, que lhe mereceram os prémios de Imprensa (1969) e de Televisão (1981).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Almeirim.

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 72 e 73.

Fonte: “Jornal Público”

Fonte: “Jornal O Mirante – Semanário Regional”

“Pais e Filhos na Toponímia”

 

 

Narciso FerreiraNARCISO FERREIRA, Industrial, natural da Freguesia de Riba de Ave (Vila Nova de Famalicão), nasceu a 07-07-1862 e faleceu a 23-03-1933. Começou a trabalhar, muito novo, vendendo fazendas pelas localidades circunvizinhas da sua terra natal.

Um dia resolveu montar uma pequena fábrica manual de tecidos de algodão. Meia dúzia da teares de madeira, únicos que então havia, foram o início da sua carreira industrial.

O seus conhecimentos técnicos levaram-no a montar na margem do Ave a sua primeira fábrica mecânica, que pela grande prosperidade atingida foi suecessivamente dotada de novas oficinas.

O modesto comerciante ambulante tornou-se então no maior industrial português no ramo têxtil. À sua actividade se ficou devendo a fundação da Empresa Hidro-Eléctrica de Varosa.

Foi notável a sua acção beneficiente, construindo o Hospital de Riba de Ave, construiu também cinco grandes bairros operários, uma creche e um quartel para a Guarda Nacional Republicana, na sua terra natal. Fundou escolas em várias localidades.

Era sócio das firmas industriais Sampaio Teixeira & Ciª, Ldª; Oliveira Ferreira & Ciª, de Caniços; Fábrica do Barro; Empresa Têxtil Eléctrica, Ldª, e de outras mais.

Fundou, além da Empresa Hidro-Elécttrica de Varosa, a Empresa Florestal Portuense, e foi Presidente da Associação Comercial e Industrial de Leixões.

O Governo, reconhecendo os altos serviços prestados, galardoou-o com a Grã-Cruz da Ordem de Mérito Industrial e com a Grã-Cruz da Benemerência.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Esposende; Vial do Conde; Vila Nova de Famalicão (Freguesias de Oliveira, Riba de Ave e Vila Nova de Famalicão).

Fonte: “HistóriGeo – Vila Nova de Famalicão”

Fonte. “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 11, Pág. 177)

 

 

ALFREDO FERREIRA, Industrial, natural da Freguesia de Riba de Ave (Vila Nova de Famalicão), nasceu a 19-10-1890 e faleceu a 20-12-1959. Era filho de Narciso Ferreira, e de Eva Rosa de Oliveira Ferreira, irmão de Delfim Ferreira, José Ferreira, Raul Ferreira e de Joaquim Ferreira. Em 1912, casou com Maria Amélia Costa, tendo resultado deste casamento um filho, José Carlos.

Para além de sócio das empresas de Tiba de Ave, Bairro e Varosa, ocupou o cargo de Vereador da Câmara Municipal de Famalicão.

Pelos seus feitos de benemerência, recebeu a Comenda da Ordem Militar de Cristo e o Grau de Cavaleiro da Ordem de Benemerência.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Vila Nova de Famalicão (Freguesia de Oliveira – Rua Alfredo Ferreira).

Fonte: “Fundação Narciso Ferreira”

 

JOAQUIM FERREIRA, Industrial, natural da Freguesia de Riba de Ave (Vila Nova de Famalicão), nasceu a 03-02-1893 e faleceu a 13-07-1948. Era filho de Narciso Ferreira, e de Eva Rosa de Oliveira Ferreira, irmão de Delfim Ferreira, Alfredo Ferreira, José Ferreira, Raul Ferreira. Em 1913, casou com Maria Ermelinda Costa e, depois, com Laura de Jesus Pinheiro e Eva.

Recebeu preparação escolar no Colégio de Santa Maria, no Poto. Foisócio principal das empresas de Riba de Ave e grande dinamizador da Companhia Hidroeléctrica do Varosa.

Foi grande benfeitor de Riba de Ave, tendo sido distinguido com a Comenda de Mérito Industrial e Agrícola.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Vila Nova de Famalicão (Freguesia de Riba de Ave – Rua Joaquim Ferreira).

Fonte: “Fundação Narciso Ferreira”

 

 

RAUL FERREIRA, Industrial, natural da Freguesia de Riba de Ave (Vila Nova de Famalicão), nasceu a 14-03-1895 e faleceu a 09-04-1974. Era filho de Narciso Ferreira, e de Eva Rosa de Oliveira Ferreira, irmão de Delfim Ferreira, Alfredo Ferreira, José Ferreira, de Joaquim Ferreira. Em 1915, casou com Maria da Glória Gomes Ribeiro, que em 1947, recebeu o título de Condessa de Riba de Ave, tendo resultado deste casamento um filho, Raul.

Recebeu a preparação escolar no Colégio de Santa Maria, no Porto. Sócio das empresas da família, foi fundador de outras, como a Raul Ferreira Ldª, e a Fábrica de Fiação e Tecidos de Braga, Ldª.

Revelou-se como grande benemérito de Riba de Ave, tendo estado na Fundação do Hospital de Riba de Ave com seu pai e, depois, na construção da Igreja Paroquial e moutras obras dirigidas pela Fundação Naciso Ferreira, conjuntamente com seus irmãos.

Fez a doação de duas quintas em Oliveira de São Mateus, para aí ser edificado o Bairro Social – Centro Residencial do Quinteiro, inaugurado em 23 de Junho de 1969.

A 15 de Agosto de 1947, o Papa Pio XII, concedeu-lhe o título de Conde de Riba de Ave, oficialmente autorizado pelo Governo de Portugal. Em 30 de Junho de 1950, o Governo conferiu-lhe o Grande Oficialato da Ordem de Benemerência. Em 18 de Janeirto de 1952, foi-lhe concedida a Comenda Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém e, em 12 de Maio de 1956, a Grã-Cruz da mesma Ordem.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Vila Nova de Famalicão (Freguesias de Oliveira e Riba de Ave – Rua Raul M. Ferreira e Calçada, Rua e Travessa Conde de Riba de Ave).

Fonte: “Fundação Narciso Ferreira”