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Passam hoje (31-01-2017) 28 anos sobre a morte de Fernando Namora, Escritor, Médico e Pintor)

 

fernando-namoraFERNANDO Gonçalves NAMORA, Escritor, Médico e Pintor, nasceu em Condeixa-a-Nova, a 15-04-1919, e faleceu em Lisboa, a 31-01-1989. Era filho de António Mendes Namora e de Albertina Augusta Gonçalves. Concluía  a  Instrução Primária na Escola local, inicia os Estudos Liceais no Colégio Camões, em Coimbra; transita para o Liceu Camões, em Lisboa, onde permanece durante dois anos, sendo aí discípulo de Jorge de Sena. Redige e ilustra um jornal do Liceu, manuscrito. Acentua-se a sua vocação para as Artes Plásticas, manifestada desde a infância. Em 1935, de novo estudante em Coimbra, agora no Liceu José Falcão, surge como director do jornal académico Alvorada. Durante esse período escreve o seu primeiro livro Almas sem Rumo, colectânea de novelas, que fica inédito. Licenciado em Medicina pela Universidade de Coimbra, em 1942. Abre consultório em Condeixa, onde exerce clínica, em 1943, passa a exercer em Tinalhas (Castelo Branco), em 1944, muda-se para Monsanto da Beira, como Médico Municipal substituto, em 1945, vai para Monsanto, e em em Outubro de 1946, vai ocupar o cargo de Médico Municipal em Pavia. Em Dezembro de 1950, abandona Pavia e é admitido como Assistente do Instituto Português de Oncologia, em Lisboa. Como escritor adquiriu nome internacional pelos seus romances, poemas e novelas. Também se dedicou às Artes Plásticas. As suas obras reeditadas várias vezes, encontram-se traduzidas em várias línguas e tem sido galardoadas com vários prémios: Prémio Almeida Garrett, pelo livro “As Sete Partidas do Mundo”, Prémio Vértice, pela obra “Retalhos da Vida de Um Médico”, Prémios Lins do Rego, Ricardo Malheiros, António Nobre, Mestre António Augusto Gonçalves e Grande Prémio da Sociedade de Escritores Médicos. Em 1988 comemoraram-se os 50 anos da sua vida literária. Pertenceu ao Instituto de Coimbra, à Academia das Ciências de Lisboa e à Instituição de Fernando o Católico, de Saragoça (Espanha). Deixou colaboração dispersa pelas revistas Sol Nascente, Diabo, Seara Nova, Mundo Lietrário, Ver e Crer, Presença, Altitude, Revista de Portugal, Eva, Vida Mundial Ilustrada, Vértice e outras. Pertenceu ao Instituto de Coimbra, à Instituição de Fernando, o Católico, de Saragoça, à Academia das Ciências de Lisboa, à Academia Brasileira de Letras, à Associação Brasileira de Escritores Médicos, e foi sócio do Instituto de História da Medicina, membro honorário da Universidade do Alasca, do Instituto Médico de Sófia e da Hispanic Society of America, de Nova Iorque. Em 1986, foi eleito membro da Academia Europeia das Ciências, Artes e Letras. Foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante Dom Henrique.

Obras principais: Ficção: As Sete Partidas do Mundo, (1938, Prémio Almeida Garrett); Fogo na Noite Escura, (1943); Casa da Malta, (1945); Minas de São Francisco, (1946); Retalhos da Vida de um Médico, (1949); A Noite e a Madrugada, (1950); O Trigo e o Joio, (1954); O Homem Disfarçado, (1957); Cidade Solitária, (1959); Domingo à Tarde, (Prémio José Lins do Rego, 1961); Estamos ao Vento, (1971); Os Clandestinos, (1972); Cavalgada Cinzenta, (1977); Resposta a Matilde, (1980); O Rio Triste, (Prémio Fialho de Almeida, 1982). Poesia: Relevos, (1938); Mar de Sargaços, (Prémio António Nobre, 1940); Terra, (1941); As Frias Madtugadas, (1959); Marketing, (1969); Nome para uma Casa, (1984). Crónica: Diálogo em Setembro, (1966); Cadernos de um Escritor (Um Sino na Montanha, 1968); Os Adoradores do Sol, (1971); A Nave de Pedra, (1975); Sentados na Relva, (1986). Biografia romanceada: Deus e Demónios da Medicina, (1952).

O seu nome faz parte da Toponímia dos Concelhos de: Abrantes, Almada (Freguesias de Caparica e Charneca de Caparica), Amadora, Beja, Barrerio (Freguesias do Barreiro e Santo António da Charneca), Borba, Braga, Bragança, Cascais (Freguesias de Alcabideche, Estoril e São Domingos de Rana), Castelo Branco, Coimbra, Condeixa-a-Nova, Évora, Fafe (Freguesias de Fafe e Regadas), Ferreira do Alentejo (Freguesias de Canhestros e Figueira dos Cavaleiros), Gondomar (Freguesias de Gondomar e Rio Tinto), Idanha-a-Nova (Freguesia de Monsanto), Lisboa, Loulé, Loures (Freguesias de Bobadela, Camarate, Loures, Prior Velho, Santa Iria da Azóia, São João da Talha e São Julião do Toja), Lousã, Maia, Mangualde (Freguesia de Mesquitela), Moita (Freguesias de Alhos Vedros, Baixa da Banheira e Moita), Montemor-o-Novo, Mora (Freguesia de Pavia), Odivelas (Freguesias de Famões, Odivelas, Póvoa de Santo Afrião e Ramada), Oeiras, Ovar, Palmela, Sabugal, Salvaterra de Magos, Santa Maria da Feira (Freguesias de Arrifana e Fiães), Seixal (Freguesias de Amora, Corroios e Seixal), Sesimbra (Freguesias de Quinta do Conde e Sesimbra), Setúbal, Sintra (Freguesia de Massamá), Torres Vedras (Freguesia da Silveira),Trofa (Freguesia de São Mamede Coronado), Valongo (Freguesia do Campo), Vila Franca de Xira (Freguesias de Alverca, Póvoa de Santa Iria e Vila Franca de Xira), Vila Nova de Famalicão, e Vila Nova de Gaia (Freguesias de Arcozelo e Vila Nova de Gaia).

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. IV, Organizado pelo Instituto Português do Livro e das Bibliotecas, Publicações Europa América, 1998, Pág. 723, 724 e 725)

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 380).

“Os Centenários”

 

Manuel da Luz Afonso, se fosse vivo, faria hoje 100 anos de idade. Manuel da Luz Afonso, para quem não sabe, ou já não se lembra, foi o responsável pelo êxito da Selecção Nacional de Futebol, que ficou conhecida pelos “Magriços”.

 

manuel-da-luz-afonsoMANUEL DA LUZ AFONSO, Militar e Dirigente Desportivo, nasceu em Loulé, a 31-01-1917, e faleceu em Lisboa, a 15-10-2000. Dirigente desportivo com larga experiência, enquanto Seleccionador Nacional, Manuel da Luz Afonso, alcançou em 1966 com a equipa dos “Magriços” um brilhantíssimo terceiro lugar no Campeonato do Mundo de Futebol.

Chefe do Departamento de Futebol do Benfica, que foi Campeão Europeu, até 1964, Manuel da Luz Afonso abandonaria o cargo para aceitar, pouco tempo depois, o desafio de levar Portugal à fase final do Mundial de Inglaterra.

Escolheu para Treinador o brasileiro Otto Glória, que fora um dos grandes responsáveis pelo advento do profissionalismo no Benfica, e com um grupo de jogadores do mais completo que Portugal alguma vez produziu, e entre os quais se destacavam Eusébio e Coluna, tornou a fase de apuramento num autêntico «passeio», a despeito de ter como adversário nada menos do que o Vice-Campeão do Mundo, a Checoslováquia.

Manuel da Luz Afonso era um homem rigoroso e metódico. Essas suas características foram fundamentais para o êxito de Portugal no Mundial de 1966. Em 20 jogos à frente da Selecção Nacional conheceu apenas três derrotas: frente à Roménia (0-2), no último jogo da fase de apuramento, que já não tinha importância pontual; na meia-final de Wembley, frente à Inglaterra (1-2); e no primeiro jogo de apuramento para o Euro 68, frente à Suécia (1-2). Nesse momento, e descontente com o rumo que as coisas pareciam tomar na Selecção Nacional, disse adeus.

Foi substituído por José Gomes da Silva e não voltou ao futebol, dedicando-se à sua carreira de Gestor.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Loulé.

Fonte: “Câmara Municipal de Loulé”

Sabe quem foi Francisco Manuel Álvares Botelho? Álvares Botelho, foi um dos precursores e ideólogoo Montepio Geral, uma Associação Mutualista, que é a base da Segurança Social.

 

Álvares Botelho, um dos fundadores do Montepio Geral, nasceu faz hoje 214 anos.

amadora-0002Francisco Manuel ÁLVARES BOTELHO, Mutualista, nasceu em Tavira, a 30-01-1803, e faleceu em Lisboa, em 1875. Era filho de um ilustre Professor de Latim e que em 1835 foi Presidente da Câmara Municipal de Tavira.

Álvares Botelho, veio muito cedo para Lisboa, foi Professor do Colégio dos Nobres, onde leccionou a Cadeira de Primeiras Letras e Gramática Portuguesa.

Inseguro quanto ao futuro, pois vivia apenas dos rendimentos do trabalho, debruçou-se sobre um projecto que tinha por objecto proteger contra certos riscos, inerentes à vida, o grupo social a que pertencia. Este projecto mereceu o apoio régio de D. Maria II, e Álvares Botelho, que dedicou todas as horas da sua vida a uma luta de raiz social e económica, ajudou a implantar no País a primeira Caixa Económica. Concebeu o Pelicano como símbolo do projecto, pela seu significado mitológico de expoente máximo de altruísmo, retirando de si para dar às crias.

Empregado do Tesouro, e outros seus colegas, convocaram uma reunião de Funcionários Públicos que contou com a participação de 270 pessoas, onde foi exposto o plano de constituição de um Montepio. A 24 de Agosto de 1840 foi concedido por Carta Régia o alvará que permitiu o início do seu funcionamento.

Francisco Manuel Álvares Botelho, foi o fundador da Associação Mutualista. Ele foi um precursor e ideólgo de um sistema de Segurança Social.

Mas como Montepios anteriores tinham gerado uma certa descrença popular, porque não tinham apresentado viabilidade, os fundadores do Montepio Geral previram, desde logo, a criação de uma instituição de crédito anexa com a finalidade dupla de estimular hábitos de poupança e previdência, assegurando, simultaneamente, o êxito do projecto, uma vez que as operações financeiras efectuadas poderiam melhorar as pensões destinadas àqueles que se vissem privados da protecção dos seus familiares.

Quatro anos depois da fundação do Montepio Geral surge a Caixa Económica que, desde logo, garantiu a continuação dos pagamentos de pensões às viúvas e órfãos dos seus associados falecidos.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Amadora (Freguesia de Alfragide); Tavira.

Fonte: “Jornal Notícias da Amadora, Edição de 29-04-1999”

O Escritor António Alçada Baptista, se fosse vivo, faria hoje 90 anos de idade

alcada-baptistaANTÓNIO Alfredo Fonseca ALÇADA BAPTISTA, Escritor e Advogado, nasceu na Covilhã, a 29-01-1927, e faleceu em Lisboa, a 07-12-2008. Fez a Instrução Primária e os Estudos Secundários no Colégio de Jesuítas de Santo Tirso, antes de se licenciar em Direito. Praticou a Advocacia durante alguns anos.

Foi responsável pela Livraria Moraes Editora e, em 1963, fundador da revista “O Tempo e o Modo”, que congregou nomes de outras personalidades portuguesas como Mário Soares e José Cardoso Pires. Entre 1971 e 1974, foi Assessor para a Cultura do Ministro Veiga Simão.

Dirigiu os jornais “O Dia” e “Edição Especial”, colaborou nas publicações “A Capital”, “A Tarde”, “Semanário”, “Jornal do Brasil”, “Homem”, “Máxima” e trabalhou, ainda, na rádio. Ligado ao movimento personalista francês e ao espiritualismo de raiz cristã, que introduziu em Portugal, a sua obra reflete preocupações centradas na relação do Homem com o mundo, na necessidade de transformação deste e ainda nas ligações entre o sagrado e o profano. Tem-se destacado na cooperação cultural com os países de língua portuguesa, dendo membro da Academia Internacional da Cultura Portuguesa e ex-administrador da Fundação Oriente, entre outros cargos ligados a instituições nacionais e internacionais.

Foi condecorado com a Ordem Militar de Cristo pelo Presidente da República Ramalho Eanes, em 1983.

É autor de ensaios, memórias e crónicas, tais como “Documentos Políticos”, de 1970, “Peregrinação Interior I- Reflexões sobre Deus”, de 1971, “O Tempo nas Palavras”, de 1973, “Conversas com Marcelo Caetano”, de 1973, “Peregrinação Interior II- O Anjo da Esperança”, “A Pesca à Linha- Algumas Memórias”, de 1998 e também de ficção, “Os Nós e os Laços”, de 1985, “Catarina ou o Sabor da Maçã”, de 1998, “Tia Suzana, Meu Amor”, de 1989, “O Riso de Deus”, de 1994, e “O Tecido do Outono”, de 1999; A Coro dos Dias (2003).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Almada (Freguesia da Charneca de Caparica); Lisboa (Freguesia de São Domingos de Benfica, Edital 33/2014, de 30 de Abril de 2014, arruamento A+C à Rua José Maria Nicolau).

Fonte: “Dicionário do 25 de Abril”; (Verde Fauna, Rubra Flor, de John Andrade, Editora Nova Arrancada, Sociedade Editora, S.A.. 1ª Edição, Setembro de 2002, Pág. 15).

Fonte: “Candidatos da Oposição à Assembleia Nacional do Estado Novo (1945-1973), Um Dicionário” (Mário Matos e Lemos, Coordenação de Luís Reis Torgal, Pág. 114 e 115, Colecção Parlamento, Edição de 2009).

Fonte: “Quem É Quem”, (Portugueses Célebres, Círculo de Leitores, Edição de 2008, Pág. 72).

Os CTT, com este ou com outros nomes que foram tendo ao longo dos anos, tiveram, para o seu prestígio e engrandecimento, a contribuição de muitas pessoas. São essas pessoas que, dentro da medida do possível, pretendo dar a conhecer.

cavalo-dos-ctt-antigoANTÓNIO XAVIER DE QUADROS Zuzarte de Quadros, nasceu na Freguesia de Fontelas (Peso da Régua), em 1784, e faleceu en Coimbra, a 30-09-1813. Foi o 12º, e último, Assistente do Correio-Mor do Reino, em Coimbra e exerceu o cargo de 1784 a 1813. Era filho de Francisco Zuzarte de Quadros e de D. Ana Clementina Cabral.

Era, pois, filho póstumo, e assim, durante a sua menoridade, foi a mãe encarregada, por alvará régio, de Administrar o Correio de Coimbra. Não foram, porém, muito amistosas as relações entre mãe e filho, depois que este entrou na adolescência, como se infere de um processo que correu pelo Desembargo do Paço da Beira, em que há mútuas recriminações. Ele diz «que a mãe tenciona casar em segundas núpcias»; e ela declara «desejar libertar-se da tutela e acusa o filho de gastador pródigo, inquietando-a diàriamente, e não há dinheiro que lhe chegue» (Torre do Tombo — Desembargo do Paço da Beira —360/27353).

António Xavier Zuzarte de Quadros, foi fidalgo-cavaleiro da Casa Real, ingressou na vida militar com quatorze anos incompletos, como Cadete do Regimento de Cavalaria 12, unidade em que, mais tarde, veio a exercer o posto de Tenente-Coronel.

Em 1808, alegando serviços prestados por ocasião dasinvasões francesas, pediu o governo das Armas de Aveiro, o que parece lhe não concederam, embora no ano seguinte se encontrasse na região a comandar as milícias de Coimbra encorporadas na Divisão de Entre-Douro e Minho que se opunha à passagem das tropas francesas do comando do Marechal Soult pelo rio Vouga («Arquivo do Distrito de Aveiro» — n.º 93, de 1958, pág. 51).

Era Tenente-Coronel agregado ao Regimento de Milícias da Comarca de Aveiro, quando se reformou, em 06 de Julho de 1812, parece que por falta de saúde. No que respeita à carreira de Funcionário Postal, saliente-se como facto mais notável ocorrido no período da sua administração, embora para isso nada tenha contribuído, o estabelecimento da MALA-POSTA ENTRE LISBOA E COIMBRA

Solteiro e sem filhos, com a sua morte quebrava-se, automàticamente, a dinastia dos «Zuzartes correios-mores de Coimbra». Três membros da família que pretenderam a sucessão não foram atendidos, porque os tempos haviam mudado, e o uso consuetudinário da passagem dos cargos públicos de pais para filhos era sistema julgado intolerável, naquele princípio do século XIX.

Além dos três membros da família acima referidos, a mãe do extinto, D. Ana Clementina Cabral; uma prima, D. Antónia Madalena de Quadros e Sousa, sucessora legítima do morgado; e o filho desta, o Barão de Tavarede, João de Almada Quadros de Sousa Lencastre; muitos mais pretendentes apareceram a solicitar o chorudo cargo: João Torcato, oficial do Ministério da Marinha; José Maria de Almeida, e Sousa e seu pai Manuel de Almeida e Sousa; José Maria Osório Cabral, fidalgo da Casa Real; Luís Porfírio da Mota e Silva, fidalgo da Casa Real; Francisco Alves Agrão Martins; João dos Santos Correia, fiel do Real Museu da Universidade; e Joaquim José Mendes Fevereiro, «Assistente» do Correio de Castelo Branco e grande proprietário no mesmo Distrito. Como se vê, os concorrentes não faltaram; mas o Ministro dos Negócios Estrangeiros, a quem então estava subordinada a Sub-Inspecção Geral dos Correios e Postas do Reino, a nenhum atendeu, porque resolvera explorar aqueles serviços directamente pelo Estado como já fizera com o Porto, anos atrás.

À data do falecimento de António Xavier a receita bruta do Correio de Coimbra era de sete contos anuais, dos quais ele pagava, como rendeiro que era da Sub-Inspecção, três contos de réis de pensão anual; e para garantir a sua responsabilidade na remessa de dinheiros e correspondências registadas, tinha uma caução de dez contos. Além destas importâncias dava anualmente ao Correio-Mor do Reino e, quando este acabou, à Sub-Inspecção, uma «pitança» constituída por uma «caixa de frutas e pêssegos», e «pela quaresma barris de lampreia». As «pitanças», muito variadas, em qualidade e quantidade, que pagavam bastantes dos «Assistentes» pelo País fora, eram inicialmente simples galanteria e amabilidade para com seu Chefe; mas, com o decorrer dos tempos, quase veio a constituir obrigação, uma espécie de foro.

As cifras apontadas deixam-nos ver quão rendoso era o ofício de «Assistente» de Coimbra; e, por isso, não admira que o Estado aproveitasse a morte do último funcionário daquela categoria na Cidade do Mondego, para instituir ali uma Administração por sua conta, e assim canalizar para o Tesouro Nacional os rendimentos daquele Serviço Público. Aliás essa resolução estava prevista para outras localidades, à medida que o plano fosse exequível.

Fonte: “Assistentes do Correio-Mor do Reino em Coimbra”, (De Godofredo Ferreira

Os CTT, com este ou com outros nomes que foram tendo ao longo dos anos, tiveram, para o seu prestígio e engrandecimento, a contribuição de muitas pessoas. São essas pessoas que, dentro da medida do possível, pretendo dar a conhecer.

cavalo-dos-ctt-antigoFRANCISCO ZUZARTE DE QUADROS, natural de Coimbra, nasceu a 21-10-1742 e faleceu a 10-10-1783. Foi o 11º Assistente do Correio-Mor do Reino, em Coimbra, exerceu o cargo de 1777 a 1783. Era filho de António Xavier Zuzarte Cardoso Maldonado e de D. Brites Madalena Henriques de Meneses Quadros. Foi apadrinhado, pelo Correio-Mor do Reino José António de Sousa Coutinho da Mata.

Casou poucos meses antes, em Sidacelhe (Douro), com D. Ana Clementina Cabral, que lhe trouxe um dote de 42.000 cruzados. Houve um filho póstumo, António Xavier Zuzarte Quadros.

Formado em Leis pela Universidade de Coimbra em 1767, foi Senhor dos morgados e prazos dos seus antecessores, e igualmente teve, como eles, os ofícios de Correio Assistente de Coimbra, e Escrivão da receita e despesa do Hospital da mesma Cidade.

Fonte: “Assistentes do Correio-Mor do Reino em Coimbra”, (De Godofredo Ferreira

Os CTT, com este ou com outros nomes que foram tendo ao longo dos anos, tiveram, para o seu prestígio e engrandecimento, a contribuição de muitas pessoas. São essas pessoas que, dentro da medida do possível, pretendo dar a conhecer.

cavalo-dos-ctt-antigoANTÓNIO XAVIER ZUZARTE Cardoso Maldonado, natural de Coimbra, NASCEU A 15-01-1707 e faleceu em 1777. Foi o 10º Assistente do Correio-Mor do Reino, em Coimbra, cargo que exerceu de 1728 a 1777. Era filho de Francisco Zuzarte Maldonado e de D. Mariana Machado de Paços. Foi casado com D. Brites Madalena Henriques de Meneses Quadros, filha de Pedro Lopes de Quadros, de quem houve: D. Magdalena Zuzarte de Meneses; Francisco Zuzarte Maldonado de Quadros.

Foi fidalgo da Casa real, Cavaleiro da Ordem de Cristo, Familiar do Santo Ofício, Senhor do morgado dos Zuzartes, dos prasos de Vilarinho e do casal das Eiras e administrador do morgado e Capela de S. Francisco no Convento de Leça.

Frequentou a Universidade de Coimbra e, por herança de seu pai, teve os ofícios de Assistente do Correio-mor do Reino em Coimbra, e de Escrivão da receita e despesa do Hospital real da mesma Cidade.

Fonte: “Assistentes do Correio-Mor do Reino em Coimbra”, (De Godofredo Ferreira)

Faleceu ontem, Mário Ruivo, Professor, Cientista, Político, mas, acima de tudo isto, foi um grande Cidadão.

mario-ruivoMÁRIO João de Oliveira RUIVO, Professor, Cientista e Político, nasceu na Freguesia de Nossa Senhora da Expectação (Campo Maior), a 03-03-1927 e faleceu em Lisboa, a 25-01-2017. Era irmão da Bióloga Beatriz Ruivo e do Artista Plástico Henrique Ruivo. Teve um destacado papel como combatente antifascista, sempre ligado aos movimentos da Resistência, desde a sua juventude até Abril de 1974.

Cientista e cidadão profundamente empenhado nas questões da cidadania, pioneiro na defesa dos oceanos e no lançamento das temáticas ambientais em Portugal, a sua extraordinária competência profissional levou-o a dignificar o nome de Portugal por todos os locais do mundo onde teve oportunidade de participar em projectos e missões para o desenvolvimento da ciência no domínio da biologia marítima e dos recursos oceânicos.

Num momento tão importante como o que se seguiu ao 25 de Abril, que tornou possível a construção de um país livre e de uma sociedade democrática, esteve na primeira linha daqueles que se disponibilizaram para servir Portugal e colaborar na construção de um futuro melhor para o povo português.

Ocupou cargos importantes a nível nacional e internacional, entre os quais se destacam ter sido Secretário de Estado das Pescas e Ministro dos Negócios Estrangeiros, assim como Presidente do Comité Português para a Comissão Oceanográfica Intergovernamental da UNESCO.

Formado em Biologia pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa no ano de 1950, especializou-se em Oceanografia Biológica e Gestão de Recursos Vivos, tendo desenvolvido uma investigação em Portugal e em diversos países europeus.

Foi Director da Divisão de Recursos Aquáticos e do Ambiente do Departamento de Pescas da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), sedeado em Roma, coordenador da Comissão Mundial Independente para os Oceanos e membro da Comissão Estratégica dos Oceanos.

Foi Ministro dos Negócios Estrangeiros no V Governo Provisório, Presidente da Comissão Oceanográfica Intersectorial do Ministério da Educação e Ciência e presidente do Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável e do Fórum Permanente para os Assuntos do Mar.

A 4 de Setembro de 2015, recebeu o Prémio Cidadão Europeu 2015, uma distinção que reconhece pessoas ou organizações que promovem o entendimento e a integração dos cidadãos na União Europeia e a cooperação entre países.

Militou na clandestinidade, colaborando com o Partido Comunista Português, quando jovem e desde o Liceu, em Évora.

Esteve envolvido na estruturação do MUD Juvenil, que no contexto repressivo da época procurava dar voz à juventude, e que segundo Mário Ruivo tinha a preocupação de ser uma voz “ pluralista genuína, no sentido em que eram estudantes, gente que vinha das universidades, mas também camponeses, trabalhadores, de certo modo uma máquina que permitisse estar atenta e ser sensível aos problemas fundamentais, com vista a criar um futuro para Portugal, ultrapassando o regime fascista em que estávamos envolvidos e a repressão…”. Mário Ruivo foi um dos dirigentes deste Movimento do pós guerra, que teve enorme capacidade de mobilização, nomeadamente para as manifestações que, imediatamente, tiveram lugar no dia da rendição da Alemanha. A juventude teve então um papel importante, e por essa altura, foi possível fazer um grande encontro dos trabalhadores, sobretudo os que vinham do Porto, com os estudantes que saíram da universidade ( Mário Ruivo encontrava-se na Faculdade de Ciências de Lisboa e fazia parte da direcção académica do MUD Juvenil em Lisboa), com todos os manifestantes passando em frente das embaixadas dos países democráticos e livres, para dizerem “chegou a nossa altura”. O MUD Juvenil tinha-se implantado à escala nacional, a repressão não demorou a abater-se ferozmente sobre ele, fazendo dezenas de prisões.Em 1947 esteve preso por integrar a Direcção Universitária de Lisboa do MUD Juvenil.

Terminada a licenciatura na Faculdade de Ciências de Lisboa, Mário Ruivo partiu para França, onde esteve entre 1951 e 1954, na Sorbonne, a preparar uma tese (sobre a sardinha), sempre com a preocupação de regressar a Portugal, o que na sua área de conhecimento só seria possível com o derrube do fascismo. Contudo, em 1954, decidiu voltar. Em finais da década de 50, integrou o Conselho Editorial da Revista Seara Nova.

Tinha trabalhado com o Professor Flávio Resende na Faculdade de Ciências de Lisboa e, embora não pudesse ser Assistente nas Universidades e estivesse impedido de continuar a trabalhar no Instituto de Biologia Marítima como Investigador Auxiliar ou Adjunto, voltou a Portugal e não deixou de investigar na área das pescas. Foi assim que, em 1954, passou a ir todos os anos com os bacalhoeiros até à Terra Nova e, depois, a bordo do Gil Eanes até á Gronelândia e, também, nos bacalhoeiros, até ao Círculo Polar Ártico.

Em paralelo, manteve actividade política clandestina na luta pela liberdade e pela democracia. Quando foi informado (pelo Director do Instituto de Biologia Marítima) de que havia um sério risco de ser preso, Mário Ruivo acaba por ir para Itália, onde ficou 13 anos, até à Revolução.

Nesse país, abria-se a possibilidade de ingressar na FAO, o que aconteceu, sendo então convidado a trabalhar no departamento de pescas (a sua área), que tinha a sede em Roma. Ali se desenvolveu a sua carreira profissional, sem deixar de desenvolver actividade política em ligação com os exilados: de responsável do departamento, vai ascendendo até ser Director da Divisão de Recursos e Ambiente Aquático, onde mantinha ligação com todo o mundo, até voltar a Portugal, na Revolução, e ser Secretário de Estado das Pescas nos 2º, 3º e 4º Governos Provisórios e Ministro dos Negócios Estrangeiros no 5º Governo Provisório.

Especializou-se em Oceanografia Biológica e Recursos Marinhos na Universidade de Sorbonne. Membro e coordenador da Comissão Mundial Independente para os Oceanos, Presidente do Comité Português para a Comissão Oceanográfica Intergovernamental da UNESCO, representante de Portugal no Conselho Executivo da COI.

No período de 1980 a 1988, foi Secretário da COI em Paris. Outro organismo internacional em que actuou é a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura – FAO, tendo sido por mais de 10 anos director da divisão de Recursos Aquáticos e Ambiente do departamento de Pescas. Preside a comissão oceanográfica intersectorial do Ministério da Ciência e Tecnologia de Portugal, a Federação Portuguesa das Associações e Sociedades Científicas e o Conselho Nacional do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Actuou como conselheiro científico da Expo 98, cujo tema foi “Os Oceanos – um Património para o Futuro”. Foi membro do “Board of Trustees do International Ocean Institute” e vice-presidente da Associação Europeia da Ciência e Tecnologia do Mar.

Exerceu inúmeros cargos e funções relevantes no Governo Português, tendo sido Secretário de Estado das Pescas e Ministro dos Negócios Estrangeiros no período 1974/1975. Chefe da Delegação Portuguesa à Conferência das Nações Unidas sobre o Direito do Mar no período 1974/1978. Presidente da Comissão Nacional da FAO de 1974 a 1980. Director-Geral da Investigação e da Protecção dos Recursos do Meio Aquático (Ministério da Agricultura e Pescas no período 1974/1979). Secretário da Comissão Oceanográfica Intergovernamental – COI, da UNESCO no período 1980/1988. Membro do Conselho Coordenador da Comissão nacional da UNESCO de 1989 a 1995. Membro do Conselho Consultivo da Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica – SFCT no período 1986/1995. No âmbito do MCT, coordenou de 1996 a 1997: i) a Avaliação das Unidades de Investigação em Ciências do Mar; ii) o Painel de Ciências do Mar (Praxis XXI); iii) a Comissão de Acompanhamento dos Laboratórios do Estado (IPIMAR e IH). Presidente da Comissão de Avaliação e Controle Independente – Projecto COMBO, MEPAT de 1996 a 1997. Coordenador da Equipe de Missão para o Programa Dinamizador em Ciências e Tecnologia do Mar – PDCTM no período 1998/2000 assim como do respectivo Painel de Avaliação de 1999 a 2000. Conselheiro Consultivo da EXPO’98 “Os Oceanos – Um Património para o Futuro”. Membro e Coordenador da Comissão Mundial Independente para os Oceanos, de 1995 a 1998. Além de numerosas publicações científicas no campo da oceanografia biológica e gestão de pesca, é autor de estudos, ensaios e artigos sobre política e gestão dos oceanos, ciência, sociedade e ética, aspectos institucionais da cooperação internacional em assuntos do mar e ambiente.

Ao longo da sua vida profisisonal recebue vários Prémios: foi distinguido com o Açor de Cristal, atribuído pela Mostra Atlântica de Televisão; com a Medalha de Ouro, da Foundation for International Studes (1996); Prémio  Bordalo de Honra, da Casa da Omprensa (2000).

Mário Ruivo era condecorado, pelo Governo Português, com a Ordem do Infante D. Henrique; Grande Oficial da Ordem Militar de Santiago da Espada; Grã-Cruz da Ordem do Mérito; Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito, pelo Presidente da República do Brasil (Outubro de 1998); Cavaleiro da Legião de Honra, pelo Governo Francês.

Fonte: “Antifascistas da Resistência”, (por Helena Pato)

Fonte: “Diário de Notícias”

Fonte: “Bioterra”

A pobre cultura está ainda mais pobre, faleceu no passado dia 24, a Escritora Maria Isabel Mendonça Soares

maria-isabelMARIA ISABEL Garção de MENDONÇA SOARES, Escritora e Professora, nasceu em Lisboa, a 24-02-1922,  e faleceu na Parede (Cascais), a 24-01-2017. Em 1950 concluiu o Curso de Filologia Românica na Faculdade de Letras de Lisboa. Autora e Tradutora de literatura para a infância e juventude

Tem-se dedicado ao Magistério no Ensino Técnico e na Escola de Educadores de Infância. Maria Isabel de Mendonça Soares colaborou ainda com várias publicações para a infância, algumas das quais ligadas à Mocidade Portuguesa, como Lusitas, Fagulha, Girassol, Camarada, Pisca-Pisca e Farol..

Especialista em literatura infantil, cultivou o conto e o teatro, difundido pela rádio e pela televisão. Foi Directora-Adjunta do jornal infantil Fagulha.

Obras principais: O Cordeirinho do Menino Jesus, (1952); O Marujinho Que Perdeu o Norte, (1958); A Vida Fascinante de Luísa Todi, (1962); Primeira Aventura no Mindo das Cores e dos Sons, (1969); Primeira Aventura no Mundo das Palavras, (1969); Primeira Aventura no Muindo do Raciocínio, (1969); Naquele Tempo Havia Um Pescador, (1971); e Os Tamanquinhos de Pau, (1973). O Marujinho Que Perdeu o Norte, (2ª Edição, 1976); Sete Cabeças a Pensar, (1979); O Grande Livro dos Animais, (1986); Quadrilha do Gato Maltês, (1990); De Inverno Também Faz Sol, (1990); As Amêndoas do Padrinho Pascoal, (1990); As Vancaças da Josette, (1990); A Bíblia Sagrada, (tradução, 1997); Bíblia das Crianças, (1997); O mar na Cultura Popular Portuguesa, (1998); Histórias de Encantar, (1998); Logo se Vê, (1999); A Panela Mágica, (1999); O s Três Porquinhos, (1999); Verde é a Esperança, (2000); O Nabo Gigante, (2001); Era Uma Vez e Talvez Seja Ainda, (2001); O Castelo de Queijo, (2002); Os Bons Piratas, (2004); A Dança dos Anjos, (2005); Beck e a Guerra das Amoras, (2006); Histórias Para Ler e Contar, (2009); O Flautista de Hamelin, (2010); O Gato das Botas, (2010).

Fonte: “VELBC – Verbo Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura”, (Volume 17, Pág. 359 e 360).

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Volume V, Organizado pelo Instituto Português do Livro e das Bibliotecas; Publicações Europa América, Coordenação de Ilídio Rocha, Julho de 2000, Pág. 244 e 245)

 

 

 

Os CTT, com este ou com outros nomes que foram tendo ao longo dos anos, tiveram, para o seu prestígio e engrandecimento, a contribuição de muitas pessoas. São essas pessoas que, dentro da medida do possível, pretendo dar a conhecer.

cavalo-dos-ctt-antigoFRANCISCO ZUZARTE Maldonado, natural de Coimbra. 9º Assistente do Correio-Mor do Reino, em Coimbra, cargo que exerceu de 1701 a 1728, ano da sua morte, faleceu a 15-12-1728. Era filho de Agostinho Zuzarte Maldonado e de D. Ana Teresa da Silva. Sucedeu a seu pai no lugar de Correio. Foi casado com D. Mariana Machado de Paços, filha herdeira de António Machado de Paços, e dela houve: António Xavier Zuzarte Maldonado, D. Joana Eusébia da Silva, Freira em Santa Clara de Coimbra; D. Luísa Isabel da Purificação, Freira em Santana; D. Francisca Xavier Zuzarte Cardoso, que casou com Bernardo da Silva Castelo Branco; e D. Maria Vitória Maldonado Cardoso.

Formou-se em Leis, na Universidade de Coimbra, em 1694, foi familiar do Santo Ofício; fidalgo-cavaleiro por mercê do Rei D. João V; e teve carta de brasão de armas dos apelidos «Zuzarte, Cardosos Ribeiros e Maldonados», em 1723.

Instituiu o moargado dos «Zuzartes” e teve, além disso, os senhorios da Capela dos Silvas Tojeiros, de Matosinhos, por herança, e do prazo de Vilarinho Casais das Eiras, que comprou.

Erigiu uma Ermida perto do Arco da Copeira, cuja invocação era a de um «Crucifixo Milagroso», de grande devoção popular.

A excelente casa solarenga que os «Zuzartes» possuíam na velha rua das Fangas (hoje Rua Fernandes Tomás) estava implantada no sítio onde outrora foi o «mercado das farinhas». É bem provável que esta casa fosse adaptação, ou até mesmo reconstrução, de outra ali existente à data em que os Zuzartes nela se fixaram, o primeiro dos quais terá sido Francisco Zuzarte Maldonado. O brasão colocado sobre a porta principal do imóvel é justamente o que em 1723 foi concedido a este Assistente do Correio-Mor do Reino, e o aspecto arquitectónico da casa não vai fora dessa mesma época, apesar das alterações com que terá chegado aos nossos dias. As traseiras do edifício davam para a antiga rua de S. Cristóvão, que veio a chamar-se «rua do Correio», depois que nesta parte do mesmo edifício se alojou aquele serviço público, e lá se conservou por mais de um século. E por tal forma o nome se colou à rua, que, muitos anos depois dali ter saído o Correio, e de a mesma artéria ser crismada de Joaquim António de Aguiar, ainda o vulgo a designava pelo antigo nome.

A velha casa teve vários inquilinos depois que de lá saíram os «Zuzartes», em 1813, e o Correio depois. Ali tiveram assento, alternadamente, duas associações secretas, em 1848; e para que as entradas e saídas dos «encobertos» associados se não tornassem notadas, improvisou-se uma sala de diversões, com bilhar, que mascarava a verdadeira finalidade das reuniões. Em 1854, 1856 e 1863 ali esteve a Tipografia «Comercial»; e…nada mais sabemos do decaído solar, de que reproduzimos três fotografias”.

Fonte: “Assistentes do Correio-Mor do Reino em Coimbra”, (De Godofredo Ferreira)