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“O Centenário de José Tarroso Gomes”

JOSÉ Jorge TARROSO GOMES, Advogado, nasceu em Arcos de Valdevez, a 31-05-1922, e faleceu em Braga, em 40-04-2004, onde vivia há muitos anos. Era descendente de uma família muito estimada em Arcos de Valdevez. Seu avô José Cândido Gomes escreveu e foi publicada no Jornal Notícias dos Arcos uma das mais completas monografias do concelho. Em 1947 casou com D. Luísa Igrejas Tarroso Gomes e deste casamento nasceu o filho José Manuel Tarroso Gomes que actualmente exerce a Advocacia no antigo escritório de seu pai.

O Dr. Tarroso Gomes, como era mais conhecido, embora tivesse exercido outras actividades, a sua principal profissão foi de Advogado, tendo-a exercido durante 44 anos na Cidade de Braga.

Mas além desta principal profissão, foi anteriormente Funcionário da Repartição de Finanças e só enveredou pela Advocacia mais tarde, sendo ao longo da sua carreira exercido funções na Ordem dos Advogados como Presidente e Tesoureiro, membro da Assembleia Municipal de Braga, Presidente da Associação Jurídica da mesma Cidade e Presidente do Conselho Fiscal.

O Dr. José Jorge Tarroso Gomes era um homem que gostava de ajudar todos aqueles que dos Arcos o procuravam para um conselho de âmbito administrativo ou judicial que, muitas vezes, o fazia gratuitamente. Esta faceta fez dele um homem que prestou muitos serviços aos seus conterrâneos e ao fazê-lo estava a contribuir para a terra onde nasceu e deixou muito amigos.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Braga (Rua Doutor José Tarroso Gomes)

Fonte de informação: Lima, Alberto F. Fonseca – Arcuenses Desconhecidos – outras perspectivas. Arcos de Valdevez, CMAV, 2013)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Viana do Alentejo”

Francisco EUSÉBIO Lourenço LEÃO, Médico e Político, nasceu em Degrácia Cimeira (Gavião), a 02-02-1864, e faleceu em Lisboa, a 21-11-1926. Era filho de Eusébio Lourenço e de Ana Heitor Lourenço. Era irmão de Ramiro Leão, grande comerciante em Lisboa. Foi pai da Actriz Ester Leão.

Ainda estudante universitário aderiu às hostes republicanas e em 1890 foi um dos fundadores do jornal A Pátria. No mesmo ano concluiu o curso na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, apresentando tese com o título Algumas Palavras sobre os parasitas do Paludismo.

Entre 1890 e 1895 foi Médico Municipal em Gavião. Instalou-se então em Lisboa, especializando-se em Urologia e deslocando-se a Paris e Berlim para aprofundar os seus estudos.

Colaborou em diversos jornais como Ecco do Alentejo, Norte do Alentejo, O Abrantes, Commércio do Alentejo, Vanguarda, A Lucta e O Intransigente, com artigos políticos.

Em termos científicos, escreveu diversos artigos para a revista Medicina Contemporânea.

Participou na propaganda republicana em torno da questão do ultimato britânico de 1890. Foi um dos fundadores do jornal A Pátria e, em Outubro de 1909, elegeram-no Secretário do Directório do Partido Republicano Português.

Entrou para a Maçonaria em 1893, regularizando-se depois nas Lojas Elias Garcia e José Estevão, de Lisboa.

Apresentou-se diversas vezes como candidato a Deputado durante as duas últimas décadas do regime monárquico, mas sem chegar a ser eleito. Foi o responsável pela leitura da proclamação da República, no dia 05 de Outubro de 1910, na varanda dos Paços do Concelho.

Passou em seguida a ocupar o cargo de Governador Civil do Distrito de Lisboa, até Fevereiro de 1912.

Foi eleito Deputado à Assembleia Nacional Constituinte pelo círculo de Portalegre, em 1911, passando depois a fazer parte do Senado.

Com a cisão de almeidistas e camachistas do Partido Republicano Português, passou a apoiar a União Republicana.

Em Fevereiro de 1912 foi nomeado Ministro em Roma, mantendo-se nesse posto até Outubro de 1926 quando, por motivos de saúde, regressou a Portugal.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Amadora (Avenida Eusébio Leão); Barreiro (Rua Doutor Eusébio Leão); Gavião (Rua Doutor Eusébio Leão); Odivelas (Rua Eusébio Leão); Seixal (Freguesia de Paio Pires – Rua Eusébio Leão); Sesimbra (Largo Eusébio Leão); Viana do Alentejo (Rua Eusébio Leão).

Fonte: “Médicos Nossos Conhecidos, de Ana Barradas e Manuela Soares, Editor: Mendifar, 2001, Pág. 201 e 202”

Fonte: “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 14, Pág. 789).

Fonte: “Parlamentares e Ministros da 1ª República (1910-1926)”, (Coordenção de A. H. Oliveira Marques, Edições Afrontamento, Colecção Parlamento, Pág. 257 e 258).

Fonte: Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 294).

“Centenário de Vasconcelos Pestana”

Francisco VASCONCELOS PESTANA, Militar e Político, natural do Funchal, nasceu a 30-05-1922 e faleceu em 2010. Era filho de Maria Ângela Rego dos Santos Pestana e de Manuel Gregório Pestana Júnior, um Advogado e Político Republicano, natural da Ilha do Porto Santo, que foi Deputado e Ministro das Finanças de um dos Governos da Primeira República Portuguesa e resistente à ditadura após 1926. Participou na Revolta da Madeira em 1931 e foi deportado para a Ilha do Sal, em Cabo Verde.

Em 1961, um grupo de Militares (Varela Gomes, Francisco Vasconcelos Pestana, Eugénio de Oliveira, Manuel Pedroso Marques, Hipólito dos Santos e Brissos de Carvalho) conspira e planeia um golpe contra o Regime fascista. O ataque, liderado por J. Varela Gomes, iria ocorrer no quartel de Beja e tinha por objectivo destituir o Governo, desmantelar o regime e instaurar a Democracia, com o General Humberto Delgado na chefia do poder.

Na noite de 31 de Dezembro de 1961, tentam levar a cabo essa acção revolucionária militar (com a colaboração de civis), mas o golpe acaba por falhar e alguns dos revoltosos são presos. O Capitão Francisco Pestana, que acompanhava Varela Gomes, é um deles.

Os militares, contrariamente ao habitual naquelas circunstâncias, não foram levados para a cadeia militar da Trafaria, mas sim para as instalações da PIDE, onde foram sujeitos a torturas, (nomeadamente a tão conhecida “tortura do sono”) e espancados (tendo-lhes sido rapado o cabelo, como forma de humilhação). Posteriormente, foram transferidos para a cadeia do Aljube e mais tarde para os estabelecimentos prisionais de Caxias e Peniche. Francisco Pestana foi julgado no 2.º Juízo Criminal de Lisboa. Os julgamentos decorreram durante 2 anos em Tribunais Plenários (e não em tribunais militares).

Tal como os outros militares revoltosos, Francisco Pestana foi expulso do Exército e condenado a uma pena que incluía as famigeradas «Medidas de Segurança» (renováveis por períodos que prolongavam o tempo de prisão por períodos indeterminados). Cumpriu 6 anos de cárcere e foi libertado da Cadeia de Peniche em 1967. Após a saída da prisão trabalhou numa Tipografia criada por um familiar, Eugénio de Oliveira, também ele afastado do Exército por envolvimento no Golpe de Beja.

Após o 25 de Abril de 1974 integrou a Comissão de Extinção da PIDE/DGS e, apenas então, iria ser reintegrado nas Forças Armadas com o posto de Coronel.

Fonte: “Antifascistas da Resistência” , (por Helena Pato)

“Centenário do Médico e Escritor Prista Monteiro”

Hélder PRISTA MONTEIRO, Médico e Escritor, natural de Lisboa, nasceu a 30-05-1922 e faleceu a 01-11-1994. Licenciou-se em Medicina. O encontro com o teatro do «absurdo» (Ionesco, Beckett) foi o detonador que fez despertar a sua vocação dramatúrgica, manifestada em várias peças que, no essencial, se mantêm fiéis ao espírito e a certas características do movimento. Entre 1959 e 1960 escreveu cinco peças num acto: Os Imortais (publicado em 1968), A Rabeca, O Anfiteatro, O Meio da Ponte (levadas à cena em 1966 e publicadas conjuntamente em 1970) e A Bengala (publicada em 1972), a que se seguiram, pela ordem de escrita, Folguedo do Rei Coxo, em cinco quadros, e O Colete de Xadrez, em três actos (1961 e 1963, editadas conjuntamente em 1983), O Candidato, em um acto (1972, publicada em 1984), Os Faustos, em dois actos, (1977, publicado em 1979), O Fio ou as Doze Chávenas de Porcelana Chinesa da Dinastia dos Ming, em três actos, (1978, publicado em 1980), A Caixa, em dois actos, (1979, publicado em 1981); O Mito e Naturalmente! Sempre!, (ambas em dois actos, 1980 e 1982, editadas conjuntamente em 1988), A Vila, em dois actos, (1985, publicada nesse ano), Não é Preciso Ir a Houston e De Garus, (ambas em dois actos, 1986 e 1988, publicadas conjuntamente em 1991). Algumas destas peças obtiveram prémios da Secretaria de Estado da Cultura, da Sociedade Portuguesa de Autores e de outras entidades. Fora do campo teatral, publicou em 1977 o ensaio Sonata e Fuga, sobre os últimos momentos de José Régio. Publicou também alguns trabalhos científicos em revistas da especialidade.

Obras principais: Teatro: Os Imortais, (1968); A Rabeca, O Anfiteatro e O Meio da Ponte, (1970); A Bengala, 81972); Os Faustos, (1979); O Fio ou as Doze Chávenas de Porcelana Chinesa da Dinastia dos Ming, (1980); A Caixa, (1981); Folguedo do Rei Coxo e O Colete de Xadrez, (1983); O Candidato, (1984); O Mito e Naturalmente” Sempre!, (1988); A Vila, (1985); Não é Preciso Ir a Houston e De Graus, (1991); Auto dos Funâmbulos, (1993). Ensaio: Sonata e Fuga: Os Últimos Dias de Vida de José Régio vistos pelo Seu Médico, (1977).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Lisboa (Freguesia de Carnide, Rua Prista Monteiro; Edital de 30-09-1997).

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Volume V, Publicações Europa América”.

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 369).

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Vendas Novas”

CUSTÓDIO JANEIRO SANTANA, Militar, nasceu em Vendas Novas, a 15-04-1945, e faleceu, no Hospital Militar do Luso (Angola), a 05-01-1973. O Capitão Custódio Janeiro Santana, foi vítima de ferimentos em combate, ocorrido no dia anterior – 4 de Janeiro de 1973 – a oriente do Lutembo (a 69 Km a Norte de Gago Coutinho), aquando da perseguição aos terroristas que, ao ser localizados, abrem fogo sobre os helicópteros e inutilizam dois aparelhos, atingem com gravidade o Comandante da Esquadrilha de Helicópteros Alouette III «SALTIMBANCOS» Capitão Piloto-Aviador Custódio Janeiro Santana.

Mobilizado pela Base Aérea n.º 3 (BA3 – Tancos) para servir Portugal na Província Ultramarina de Angola – Comando da Região Aérea n.º 2 – integrado na Esquadra n.º 94 da Base Aérea n.º 9 (BA9 – Luanda) «FIDELIDADE E CORAGEM».

Em Outubro de 1971, por solicitação do novo Comandante do Comando do Sector Aéreo Leste (COMSECAR / AB4 – Henrique de Carvalho), Coronel Piloto-Aviador José Luís de Azevedo Barreto Sachetti, ao Chefe do Estado-Maior do Comando da Região Aérea n.º 2 (ChfEM-COMRA2) Coronel Tirocinado Piloto-Aviador António da Silva Cardoso, o Capitão Piloto-Aviador Custódio Janeiro Santana é nomeado para comandar a Esquadra de Helicópteros Alouette III «SALTIMBANCOS» estacionada Aeródromo de Recurso 44 (AR44 – Luso).

Em 1973 o Capitão Piloto-Aviador Custódio Janeiro Santana veio a ser agraciado, a título póstumo, com uma Cruz de Guerra, de 1.ª Classe.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Vendas Novas (Rua Capitão Custódio Janeiro Santana).

Fonte: “Associação dos Veteranos da Guerra do Ultramar” – (Angola, Guiné, Moçambique, Cabo Verde, Índia, Macau, São Tomé e Príncipe e Timor)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Velas”

FRANCISCO Inácio Silveira de Sousa Pereira Forjaz DE LACERDA, Compositor e Maestro, nasceu na Freguesia da Ribeira Seca, Calheta, (Ilha de São Jorge, Açores), a 11-05-1869, e faleceu em Lisboa, a 18-07-1934. Era filho de João Caetano de Sousa Lacerda e de Maria Utília da Silveira.

Estudou no Liceu de Angra do Heroísmo. Desde a sua tenra idade, quando apenas tinha 4 anos, recebeu as primeiras lições de música e piano.

No Porto desde 1886, frequenta os preparatórios de Medicina e prossegue os estudos musicais com Soler. A conselho deste estuda no Conservatório de Lisboa, onde veio a ser Professor (1891-1895).

Em Paris desde 1895, frequenta, frequenta o Conservatório e a Schola Cantorum, onde se torna discípulo de Vincent d’Indy. Aperfeiçoou-se em Piano, Órgão e Composição e revelou a sua vocação de chefe de orquestra. Exceptuando pequenos períodos, de 1904 a 1928 dedicou-se em França à direcção de concertos, tendo sido o primeiro chefe de orquestra português a alcançar categoria internacional.

Entre 1902 e 1913 Francisco de Lacerda vive os seus melhores anos, em termos da sua carreira artística internacional, dirigindo os Grandes Concertos Clássicos de Marselha.

Entre 1913 e 1921 regressou aos Açores por razões familiares, e instalou-se na casa do irmão, passando grandes temporadas na casa de veraneio no lugar da Fragueira, na costa sul de S. Jorge, a que hoje se tem acesso por trilho pedestre entre o Portal e a Fajã dos Vimes, e que tem sido objecto do empenho da Associação dos Amigos da Fajã dos Vimes, na divulgação desse lugar e da história de Francisco de Lacerda como uma referência.

Em 1921, de regresso a Lisboa fundou a Pró-Arte e a Filarmónica de Lisboa, projecto que por não ter sido bem acolhido, levou Francisco de Lacerda a regressar a França em 1925 onde retomou a regência da Schola Cantorum, com quem dirigiu a Paixão Segundo São João e a Paixão Segundo São Mateus, a Missa Solene de Beethoven, La Vida Breve de Manuel de Falla y Matheu e La Demoiselle Élue de Claude Debussy entre outras obras.

Em 1928, por razões de saúde, regressa a Lisboa onde fixa residência e tenta publicar o Cancioneiro Musical Português, mantendo-se activo até falecer em 1934, vítima de tuberculose pulmonar.

Na sua produção de compositor, escassa, mas, de alta qualidade artística, salientam-se os poemas para orquestra Almourol, Alcácer e Epitáfiopara Um Herói, as Trovas para Voz e Piano ou Orquestra, a música de cena para A Intrusa, de Maeterlink, os bailados Danse du Voile e Três Danças Rítmicas, Anteriana, Trente Six Histoires e as Petites Histoires pour amuser l’ enfant d’un artiste.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Calheta (Alameda Maestro Francisco Lacerda); Cascais (Freguesia do Estoril – Rua Maestro Lacerda); Lisboa (Freguesia de Campo de Ourique – Rua Francisco Lacerda, Edital de 01-08-2005; Moita (Freguesia de Alhos Vedros – Rua Francisco Lacerda); Velas (Rua Maestro Francisco Lacerda).

Fonte: “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 14, Pág. 505, 506 e 507).

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 288 e 289).

“O Centenário de José Craveirinha”

JOSÉ João CRAVEIRINHA, Poeta, nasceu em Maputo (Ex-Lourenço Marques), Moçambique, a 28-05-1922, e faleceu na África do Sul, a 05-02-2003. Filho de pai branco (algarvio) e de mãe negra (ronga). Sendo o pai um modesto funcionário e, ao tempo da opção, já reformado, José Craveirinha teve de ser sacrificado, ficando pela Instrução Primária, para que seu irmão mais velho fizesse o Liceu. Mas Craveirinha, que então já tinha lido muito, influenciado por seu pai, grande apaixonado de Zola, Vítor Hugo e Junqueiro, passa a fazer em casa o curso que o irmão fazia no Liceu, acompanhando as lições que este ia tendo. Assim, os seus professores foram-no sem saber ou sabendo-o só mais tarde.

Iniciou a sua actividade jornalística no Brado Africano, mas veio a colaborar depois no Notícias, onde foi também revisor, na Tribuna, no Notícias da Beira, na Voz de Moçambique e no Cooperador de Moçambique. Neste último publicou uma série de artigos ensaísticos sobre folclore moçambicano que constituem uma importante contribuição para o tema.

Mas foi na poesia que Craveirinha se revelou como um destacado caso nas letras de língua portuguesa, afirmando-se «a incomensurável distância, o maior poeta africano de expressão portuguesa» (Rui Knopli). Estrear-se-ia como poeta, também no Brado Africano de Lourenço Marques, em 1955, seguindo-se a publicação de poemas seus no Itinerário da mesma cidade e em jornais e revistas de Angola, Portugal (nomeadamente em Mensagem, da Casa dos Estudantes do Império) e Brasil, principalmente. Figura em todas as antologias de poesia africana de líbgua portuguesa que desde então se publicaram e também em muitas antologias de poesia africana de todas as línguas. A sua estreia em livro deu-se com Chigubo, editado em Lisboa, em 1964, pela Casa dos Estudantes do Império e logo apreendido pela PIDE, que o utilizou como prova nos processos de que foi vítima durante o período em que esteve preso (1965 a 1969). Antes, em 1962, uma colectânea de peomas seus com o título de Manifesto obtivera o Prémio Alexandre Dáskalos da Casa dos Estudantes do Império. Obteria depois numerosos prémios em Moçambique, Itália (o Prémio Nacional de Poesia e outros) e Brasil, além do Prémio Lotus da Associação de Escritores Afro-Asiáticos, de cujo Júri passou depois a fazer parte. Foi o Prémio Camões de 1991. Está traduzido em várias línguas, e é grande a relação de estudos que à sua poesia foram dedicados. Usou também os nomes: Nuno Pessoa, Mário Vieira, J.C., J. Cravo e José Cravo.

Obras principais: Chigubo, (1964); Cântico a um Dio di Catrame, (Milão, edição bilingue, 1966); Karingana ua Karingana, 81974); Cela 1, (1981); Maria, (1988); Hamina e Outros Contos, (1997).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Aljezur (Rua José Craveirinha); Moita (Freguesia do Vale da Amoreira) e Seixal (Freguesia da Amora – Rua José Craveirinha).

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Volume V, Organizado pelo Instituto Português do Livro e das Bibliotecas, Publicações Europa América, Coordenação de Ilídio Rocha, 1ª Edição, Julho de 2000, Pág. 194 e 195).

“O Centenário de António Campos”

ANTÓNIO Ferreira Pereira CAMPOS, Cineasta, nasceu em Leiria, a 28-05-1922, e faleceu na Figueira da Foz, a 08-03-1999. Membro do Grupo Dramático Joaquim Leitão, de Leiria, aí se dedicou ao teatro amador, começando, entretanto, uma actividade prática em 8 mm.

Data de 1957 o seu primeiro título, O Rio Liz. Bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, em Londres, em 1961, foi funcionário dessa instituição de 1970 a 1977, tendo aí realizado alguns trabalhos no campo do documentarismo que foi sempre o seu território de eleição. Data de 1978 a sua primeira e única incursão no domínio da longa-metragem de ficção, com “Histórias Selvagens”, que, contudo, nunca chegou a ser comercialmente estreado em salas.

António Campos tem, no entanto, uma enorme filmografia no campo das curtas-metragens: “O Rio Liz (1957); Um Tesouro (1958); O Senhor (1959); A Almadraba Atuneira (1961); Leiria 61 (1961); Debussy (1962); Instrumentos Musicais Populares Portugueses – I (1962); Colóquio do Comité Internacional dos Museus de Instrumentos Musicais (1962); Arte Portuguesa Contemporânea em Leiria (1963); Arte Portuguesa Contemporânea em Évora (1964); Instrumentos Musicais Portugueses – II (1964); La Fille mal Gardée (1964); Incêndio no Auditório Antigo da Fundação Calouste Gulbenkian (1964); Ouro do Peru (1965); Cem Anos de Pintura Francesa (1965); Retratos das Margens do Rio Liz (1965); A Invenção do Amor (1965); Inauguração do Hospital de São João de Deus, em Montemor-o-Novo (1966); Construção do Centro de Biologia de Oeiras da Fundação Calouste Gulbenkian (1967); O Principezinho (1968); Recordando (1969); Arte Francesa depois de 1951 (1971);  Vilarinhos das Furnas (1971); Falamos de Rio Onor (1974); Ex-Votos Portugueses (1977) e Histórias Selvagens (1978). A Almadraba Atuneira, Vilarinho das Furnas e Falamos de Rio de Onor, são marcos do documentarismo português dos anos 60-70. A filmar o campo, a filmar o povo, conseguiu António Campos um lugar na primeira fila do cinema português.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Leiria (Rua António Campos, por deliberação camarária de 25-10-2001); Paços de Ferreira (Cidade de Paços de Ferreira e Freguesia de Meixomil – Rua António Campos).

Fonte: “Dicionário do Cinema Português 1962-1988” (Jorge Leitão Ramos)

Fonte: “Quem É Quem”, (Portugueses Célebres, Círculo de Leitores, Edição de 2008, Pág. 120).

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Valpaços”

ÁLVARO Sousa Teles DO CARVALHAL, Escritor, nasceu na Freguesia de Padrela (Valpaços), a 03-02-1844, e faleceu em Coimbra, a 14-03-1868. Era filho de António do Carvalhal Silveira Telles e de Teresa Teixeira Vaz Barroso Guerra. Com passagens pelos liceus de Braga, Viseu e Coimbra, matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, em 11 de Outubro de 1864.

Além da peça tipicamente gótica e negra O Castigo da Vingança, que editou em Braga quando tinha 19 anos, não publicou livro algum até à morte, com 24 anos de idade, quando frequentava em Coimbra o 4º ano de Direito. Mas deixou, prontos para publicação, seis contos que, sendo sem exagero os mais conseguidos momentos da prosa portuguesa ultra-romântica, não deixam de ser brilhantes paródias do género.

O Punhal de Rasoura, Canibais (escritos em 1866), A Febre do Jogo, Honra Antiga, A Vestal e J. Moreno (escritos em 1867) são, por causa dessa tensão dialéctica interna humor negro, da linguagem contida, outras tantas obras-primas da novelística portuguesa do Século XIX. Álvaro do Carvalhal que chegou a intervir, em opúsculo firmado pelas iniciais A do C, na Questão Coimbrã: Antero de Quental e Ramalho Ortigão, Coimbra.

Obra principal: Contos, (precedidos de um estudo biográfico por J. Simões Dias, 1868).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Valpaços (Rua Álvaro do Carvalhal).

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. II, Publicações Europa América)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Valongo”

Manuel Martins FERREIRA DE MATOS, Benemérito, natural da Freguesia de Alfena (Valongo), nasceu a 18-12-1862 e faleceu a 05-10-1941. Era filho de Francisco Martins Ferreira e de Albina Moreira da Silva. Casou com Isabel de Sousa Pereira de Matos e foi pai de Idalina de Matos.

Emigrou para o Brasil onde fez fortuna, mas foi à sua terra natal que dedicou todo o seu carinho e orgulho, viria a falecer na sua terra no dia cinco de Outubro de 1941.

Tornou-se num benemérito por excelência e as várias doações efectuadas comprovam isso mesmo:

Doação à Comissão Fabriqueira da Igreja de Alfena, de setenta acções da Companhia de Fiação e Tecidos de Crestuma. Ofereceu um relógio para a torre da antiga Igreja Matriz de Alfena. Mandou construir um posto de transformação de energia eléctrica, na sua quinta de Baguim, para utilidade pública.

Ficou registado em acta da Junta de Freguesia de Alfena, datada de 25 de Junho de 1925, a oferta de dez mil escudos para esta adquirir os bens do Passal. Neste terreno ele próprio mandou erigir a Escola Primária da Igreja, em memória da sua filha Idalina de Matos, primeiro edifício escolar da freguesia.

A inauguração da referida escola acontece no dia vinte e sete de Junho de 1927, e perpétua a memória da sua filha Idalina Matos, que faleceu com apenas vinte anos de idade.

A sua bondade estendeu-se para além dos limites da sua terra natal, porque mandou construir o Hospital da Misericórdia de Matosinhos, oferecendo-o a essa Vila.

Um homem de personalidade ímpar, da qual os Alfenenses se orgulham e que permanece como referência para a presente e futuras gerações.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Matosinhos (Avenida Comendador Ferreira de Matos); Valongo (Praceta, Rua e Travessa Comendador Matos).

Fonte: “Junta de Freguesia de Alfena”