Archive for Novembro, 2022|Monthly archive page

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Odemira”

MANUEL FIRMINO DA COSTA, Médico e Político, nasceu em São João da Azenha, na Freguesia de Sangalhos (Anadia), a 23-02-1877, e faleceu na Freguesia de São Teotónio (Odemira), em 1929. Era filho de Firmino da Costa e de Ana de Jesus.

Formou-se em Medicina, com distinção, em Coimbra, onde bebeu os ideais democráticos e republicanos surgidos na sequência do liberalismo e do fim da monarquia. Em 1902, com 25 anos de idade, foi colocado em São Teotónio como médico municipal do Concelho de Odemira, onde constituiu família e se manteve até à sua morte. Dedicou-se de forma exemplar à terra e à população, colocando os interesses colectivos acima dos individuais. Ganhou a confiança, amizade e admiração de todos, mobilizando-os para a sua causa. Foram muitas a sobras que o democrata instituiu em São Teotónio.

Em 1903, com outros notáveis, fundou a Sociedade Recreativa São Teotoniense, onde se desenvolveram muitas actividades culturais. Em 1912, a Sociedade mudou de nome para “Estrela Rutilante” e foi fundada uma caixa de cariz social para ajudar os respectivos sócios.

Também em 1903, Firmino da Costa criou a Caixa Escolar Fraternidade, com o objectivo de garantir o fornecimento gratuito de comida, roupa e calçado às crianças desfavorecidas da freguesia. Criou e incentivou as “Festas da Ave e da Árvore” – representações teatrais e actuações da Banda Filarmónica para angariação de fundos para aquela instituição. Em 1905 fundou a Biblioteca Popular de São Teotónio e, em 1911, fundou o Sindicato Agrícola e a Caixa Agrícola de São Teotónio, que tinham por objectivo fornecer aos agricultores, a preços acessíveis, as alfaias, máquinas, adubos e sementes, facilidades de empréstimos e orientação nos negócios. Esta foi a segunda caixa agrícola a ser criada em Portugal, pouco tempo depois da implementação da República.

Foi através das suas diligências que chegou a São Teotónio a primeira debulhadora a vapor de cereais e que foi criada a Estação Telégrafo-Postal.

A sua actividade como republicano levou-o a ser eleito Deputado pelo Partido Democrático, pelo círculo eleitoral de Beja, entre 1915 e 1917.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Odemira (Freguesia de Zambujeira do Mar – Rua Doutor Manuel Firmino da Costa).

Fonte: “Parlamentares e Ministros da 1ª República; (1910-1926)”. (Coordenção de A. H. Oliveira Marques, Edições Afrontamento, Colecção Parlamento, Pág. 181).

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Óbidos”

FRANCISCO Rafael da Silveira MALHÃO, Padre e Escritor, natural de Óbidos, nasceu a 16-03-1794 e faleceu a 10-11-1860. Era filho do «Poeta de Óbidos», Francisco Manuel Gomes da Silveira Malhão e de Josefa Margarida de Oliveira e Gama, sobrinho dos Poetas Francisco Manuel da Silveira Malhão e António da Silveira Malhão.

Frequentou durante nove anos o Seminário de Santarém, onde estudou, entre outras disciplinas, latim, retórica, poética, teologia e música

Regressou depois à sua terra natal, tendo sido beneficiado da Igreja Matriz de Óbidos. Foi considerado o maior orador sacro do seu tempo.

Além de sermões, escreveu hinos e loas para se cantarem nos templos e nos círios. À sua vasta cultura humanística e teológica aliava uma grande sensibilidade de poeta, tornando-se por isso um modelo da oratória romântica. Deram-lhe enorme fama a: Oração Fúnebre Recitada na Igreja de São Vicente de Fora, nas Exéquias do Conde de Barbacena, 1854, e o Sermão Pregado na Igreja de Nossa Senhora dos Mártires em Lisboa a 13 de Maio de 1855, 1855.

Em vida vieram a lume os Sermões, 1859, tendo sido editadas póstumas a Colecção de Sermões Inéditos, 1874, e A Lira Cristã, 1876 (compilação de poesias).

Obras principais: Oração Fúnebre, Recitada, nas Exéquias do Conde de Barbacena, (1854); Sermões Publicados pelo Beneficiado Francisco Rafael da Silveira Malhão, (1858-1859); A Lira Cristã, (compilação poética organizada por José Tomás Ramalho e incluindo a ode a José da Silva Mendes Leal).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Óbidos (Travessa do Beneficiado Malhão).

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. I, , Pág. 624, Publicações Europa América, Organizado pelo Instituto Português do Livro e da Leitura).

Fonte: “Dicionário dos Autores do Distrito de Leiria”, (Coordenação de Acácio de Sousa, Ana Bela Vinagre e Cristina Nobre; Actualização ao Século XX; Edições Magno, Leiria, 2004, Pág. 652 e 653)

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 330)

#Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Nordeste”

JOÃO TEIXEIRA DE MEDEIROS, Poeta, natural de Fall River (Estados Unidos da América), nasceu a 16-11-1901 e faleceu a 25-07-1995. Viveu até aos 9 anos de idade nos Estados Unidos da América, onde completou o terceiro grau de instrução. Em 1910, veio com a família para a Pedreira do Nordeste (São Miguel, Açores), onde não havia escola, razão por que só voltou a estudar aos 14 anos, quando um estabelecimento de ensino abriu na sua localidade. Permaneceu vinte anos nos Açores, e, após uma curta e desagradável experiência como criado de uma família em Ponta Delgada, voltou a Pedreira do Nordeste, onde desempenhou as funções de ajudante no Notariado da vila até 1930, altura em que decidiu voltar a Fall River.

Com a cidade mergulhada na depressão económica, começou por trabalhar numa fábrica de tecidos, depois, entre 1939 e 1948, trabalhou num estaleiro de torpedos. Casou com uma luso-americana em 1942 e, até 1963, data em que se aposentou, foi gurda-livros numa padaria portuguesa da cidade. Revelou a sua personalidade de Poeta, de recorte popular e telúrico, já depois de reformado. Colaborou no jornal Açores, de Ponta Delgada, onde o primeiro poema apareceu em 1966.

Publicou o seu primeiro livro com 81 anos e o segundo com 91, ambos prefaciado por Onésimo Teotónio de Almeida. Obras principais: Do Tempo e De Mim, (1982); Ilha em Terra, (1992).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Nordeste (Rua Poeta João Teixeira de Medeiros)

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Volume IV, Publicações Europa América)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Nisa”

ANTÓNIO GRANJA, Médico, nasceu em Mação, em 1897, e faleceu em Abrantes, em 1964. Era um dos muitos filhos de um industrial de lanifícios de Belver. Escolheu estudar Medicina em Coimbra, por influência do Dr. Mirrado, clínico famoso em Mação, a quem muito admirava. Foi amigo e colega de várias individualidades, como o Dr. Mário Silva, mais tarde Catedrático Assistente da Madame Curie.

Terminado o Curso em 1927, foi colocado como Médico Municipal e, Nisa, de onde só saiu para morrer, em casa de uma irmã em Abrantes. A certa altura desentendeu-se com o corpo clínico do Hospital da Misericórdia, onde prestava serviço gracioso, e montou consultório privado. No entanto, vivia só do salário de Médico Municipal e do produto do azeite das terras que o pai lhe deixara, porque não levava dinheiro a ninguém, dando até os medicamentos a quem não os podia pagar. Comunicativo e solícito com os doentes, fazia também visitas aos acamados nos arrabaldes da Vila. No dizer de um dos muitos afilhados que teve, «exercia a medicina como um sacerdócio».

Teve um automóvel que não conduzia por não ter carta, tendo de se socorrer de motoristas contratados. Nunca casou e vivia numa pensão. Manteve sempre uma forte ligação aos irmãos: fazia as pazes entre eles quando havia desinteligências, ao ponto de dar dinheiro a um ou a outro, de maneira a aquietar as disputas financeiras.

Nos tempos livres, caçava perdizes e lebres e pescava na ribeira de Nisa, mesmo quando, idoso, já não via bem (acompanhava-o um rapazito que lhe dizia quando o peixe picava). Além disso, ia muitas vezes à Farmácia Ferreira Pinto onde passava tardes a conversar.

Foi fundador do Sport Nisa e Benfica, clube de futebol local que também se dedicava a outras modalidades recteativas.

Assinava revistas como Seara Nova a República. Anticlerical e maçónico, era avesso à situação, falando discretamente contra o regime, pelo que era vigiado pela PIDE.

O seu busto, colocado no Largo Dr. António Granja, tem inscrição no pedestal: «Dr. António Granja, Médico ilustre 1897-1964. Homenagem do Município. Nisa, 1981». Na altura da homenagem, recebeu postumamente a Comenda da Ordem de Benemerência por serviços prestados, conferida pelo Presidente da República.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Nisa (Largo Doutor António Granja).

Fonte: “Médicos Nossos Conhecidos, de Ana Barradas e Manuela Soares, Editor: Mendifar, 2001, Pág. 108 e 109”

“Centenário do Arqueólogo José Miguel da Costa”

JOSÉ MIGUEL DA COSTA, Arqueólogo, nasceu em Sines, a 26-11-1922, e faleceu em Palmela, a 21-06-2005. Era filho de Joaquim da Costa e Maria Rufina de Jesus Costa. Fez a Instrução Primária em Sines, tendo como Professores Sines Fernandes e a Ana Borregana Lopes Paulo. Com o falecimento dos seus pais, como era menor, foi internado num Colégio em Lisboa onde completou o Liceu, o seu tio José da Costa foi o seu tutor até atingir a maioridade, e como seu educador teve o seu tio materno Prof. Manuel Loureço Rita.

Em 1942 fez os preparatórios de medicina , na faculdade de ciências da universidade de Lisboa; em 1943 entrou para a faculdade de medicina de Lisboa, interrompendo o curso em 1946 para cumprir o serviço militar em Bragança, como aspirante a oficial miliciano; promovido a alferes miliciano no ano seguinte, esteve nas 1ª manobras da 1ª Região Militar em 1951, sendo promovido a tenente miliciano um ano depois.

No ano de 1952 frequentou o 3º e 4º ano de faculdade de medicina da universidade de Coimbra, é nesta altura que trocou a medicina por a arqueologia, embora já antes se dedicasse desde miúdo à Geologia e História, que foi aprendendo nos livros de seu pai e tios.

Os primeiros passos para a arqueologia começam em 1938, com o arqueólogo Dr. J.O. Cruz e Silva (fundador do Museu Municipal de Santiago do Cacém), no Cerro do Banheiro onde acompanhou os trabalhos ali realizados, tal como na herdade da Provença , Monte Novo, Vale Pincel, Boavista , Quin6ta da Lameira , Chãos, Porto Covo , Cerca do castelo de Sines , Aldeia dos Chãos , Castelo Velho, Palmeira e hipódromo de Mirobriga, nos concelhos de Sines e Santiago do Cacém.

Em 1946 Visita o Museu de Bragança, onde conheceu o Abade do Baçal com quem muito contactou e muito aprendeu.

Em 1945, a convite da Câmara Municipal de Sines organizou e fundou a Biblioteca Pública de Sines, passados 27 anos é novamente convidado pela Câmara Municipal de Sines para reorganizar a Biblioteca Pública de Sines, reabriu ao público em 2 de Novembro de 1972 .

Em 1948, fez uma visita de estudo aos museus do País que durou um mês; dois anos depois, visita os museus de Madrid, Córdoba e Sevilha onde adquiriu mais conhecimentos no campo museológico e arqueológico.

Em 1951 manteve contactos com o antigo Ministério das colónias direcção geral da fazenda para comprar o forte da ilha do Pessegueiro, o que só não veio a suceder porque apenas o referido Ministério apenas estava disponível para arrendar o imóvel, não vender.

Em 1954 volta a percorrer os museus nacionais. Em Setembro de 1957 fez uma viagem pela Europa mediterrânea afim de estudar os Museus e monumentos, passando por Cádis, Almeria, Málaga, Múrcia, Valencia, Tarragona, Barcelona, Arles, Nice, Marselha, Nimes, Génova, Roma, Pádua, Veneza, Milão regressando por Lion e Bordéus .

Em 1958, o professor Dr. Manuel Heleno faz-lhe o convite para trabalhar com ele em Tróia e no museu Dr. Leite de Vasconcelos

Nos finais dos anos 50, convida o seu amigo João Correia como professor para colaborar na campanha contra a analfabetismo entre os seus trabalhadores agrícolas na Provença. Em Dezembro de 1959 visita os museus de Bruxelas e Paris.

Nos anos de 1955,1956,1957 são feitas na Vila de Sines obras de saneamento, tendo a expensas suas salvo o riquíssimo espólio arqueológico que vai dar contributo para a fundação do Museu Arqueológico Municipal de Sines, inaugurado em Novembro de 1962.

Em 1960 conhece o Sr. Prof. Dr. D. Fernando de Almeida, que no Verão desse mesmo ano o convida a dirigir as sondagens da cerca exterior do Castelo de Sines, em busca dos alicerces da Basílica visigótica do séc.VII , nos anos de 1962, 1963 encontra 3 conjuntos de cetárias Romanas, restos de habitações, um forno de cerâmica, um poço etc. Das muralhas do castelo de Sines retira 55 peças lavradas , pertencentes a dita Basílica do séc. VII assim como restos de bases e colunas romanas. O espólio encontrado nesses anos foram publicados por os professores Adília e Jorge Alarcão.

Conheceu os arqueólogos Dr. Fernando Nunes Ribeiro, Dr. D Maria de Lurdes da Costa Artur, acompanhando-a nas campanhas de Mirobriga , travou conhecimento com arqueólogo prof. Abel Viana; após ter mostrado todo o espólio recolhido até a data, todos estes grandes arqueólogos portugueses o aconselharam e incentivaram a publicar e até mesmo a fundar um Museu em Sines.

Em 1962, por sua iniciativa e à sua custa, organizou e fundou o Museu Arqueológico Municipal de Sines. Em 30 de Dezembro de 1962`é inaugurado o Museu no edifício da Câmara Municipal de Sines, onde ocupou 3 salas com o espólio arqueológico das obras de saneamento, das sondagens da cerca exterior do Castelo e de outros achados do concelho de Sines, em 1963 este espólio é enriquecido com 17 pedras lavradas provenientes do convento da nossa senhora do Loreto (Santiago do Cacém ).

Em Junho de 1966, por intermédio do prof. Dr. Manuel Heleno, informou a junta nacional de educação do achado do Tesouro do Gaio ( 1 de Maio de 1966 ) e um mês depois , à sua custa, dirige as sondagens no local do achado.

Em Novembro, faz uma comunicação ao Instituto Português de Arqueologia História e Etnografia sobre o tesouro , a esta comunicação assistem entre outros o Sr. Presidente da Câmara Municipal de Sines o Prof. Carlos Manafaia .

Em Outubro de 1967 é autorizado pelo Prof. Manuel Heleno, e com um subsídio da C.M.S, a continuar as escavações na Herdade do Gaio.

A 16 de Março de 1969, devido a um Sismo, o Museu instala-se provisoriamente na sua moradia, ocupando 9 divisões e aberto ao público.

Em 1972, para comemorar o 2º aniversário do museu organizou com o prof. Fernando de Almeida uma série de palestras sobre arqueologia, história e etnografia do concelho de Sines, uma grande exposição sobre armas do séc. XVI ao séc. XX e uma exposição de documentos e publicações sobre Sines, que foram filmadas e transmitidas 2 dias depois na RTP.

Em 1972 colabora com a secção de arqueologia, agregada ao Gabinete da área de Sines, onde trabalha na necrópole da idade do bronze da herdade da Provença , com os arqueólogos Farinha dos Santos , Carlos Tavares da Silva e Joaquina Soares. No mesmo ano faz uma nova comunicação sobre o tesouro do Gaio – novos achados- dando conhecimento dos seus trabalhos de Outubro de 1967.

Os anos de 1972-73 foram intensos para o Dr. José Miguel da Costa pois realizou uma série de palestras em Sines integradas nos festejos do 10º aniversario do Museu, onde estiveram os melhores arqueólogos, historiadores, geólogos, etc. do País.

De 1973 a 1982 faz um interregno em relação as escavações, dedicando-se as visitas dos Museus de Portugal e estrangeiro e apresentando o seu trabalho sobre o tesouro do Gaio (entretanto publicado).

Pelo meio dá-se o 25 de Abril. Entretanto é criado o Gabinete de Arqueologia do Gabinete da Área de Sines pelo Dr. Carlos Tavares da Silva e pela Dr. Joaquina Soares, onde o Dr. José Miguel da Costa não aceita integrar.

Não podemos esquecer, que depois de o Museu ter saído da Câmara Municipal de Sines para sua casa teve que ser criado os Amigos do Museu de Sines, porque lhe foi retirado os subsídios e o ordenado ao funcionário Sr. Joaquim Baptista Vilhena da Silva, que foi pago por os amigos do Museu e por ele. Com a presidência de Carlos Lopes Paulo, 1974, o funcionário Joaquim Martins é reintegrado nos quadros da C.M.S e o Museu volta a ter subsídios assim como outros problemas são resolvidos devido a insistência do Dr. José Miguel Costa.

Depois de algum tempo por Lisboa, embora vindo temporariamente a Sines, volta em 1981 devido a obras na sua casa. O ano de 1981 começa com as comemorações do 20º aniversário do Museu.

No ano de 1982 dedica-se de alma e coração ao museu com o objectivo da criação de um museu de raiz, tem várias reuniões com a C.M.S que lhe dá carta branca para avançar, tinha como objectivo criar o museu no triângulo castelo/C.M.S/e a sua casa (Museu), convida para vir a Sines o arquitecto Dr. Fernando Lhanas, que ficou encantado quer com o rico espólio, quer com Sines e as suas gentes, com os quais teve contacto.

Em Setembro de 1982 visitou o norte do país, nomeadamente Porto, Guimarães, Braga, Viana do Castelo, Coimbra e Conímbriga.

No plano do Museu, dinamizou-se com várias exposições integradas no 20º aniversário do Museu, a 1ª foi em 1982 com postais e quadros com vista sobre Sines que no fim foi emprestada ao Museu Arqueológico de Setúbal.

Ainda em 1982 fez-se uma exposição de etnografia sobre Sines com a ajuda do Poeta Al Berto sendo o cartaz de divulgação de sua autoria.

No final de exposição ficou a criação da parte de etnografia do Museu que até então era só de arqueologia.

No final de 1982, de 14 de Setembro a 14 de Outubro, é inaugurada a exposição do grande pintor Emmérico Nunes, onde se reuniram um grande número de quadros emprestados pela família e particulares e também com os seus quadros, não esquecendo o material sobre a vida e obra do pintor, que ficaram expostas em conjunto com as pinturas.

Em 1985 esteve 3 dias no 3º congresso sobre o Alentejo em Elvas. Depois visitou Nisa, Castelo Branco, Idanha-a-Nova e Idanha-a-Velha, esta última por causa da arte visigótica, e por fim Guarda

Em 1988 faz uma exposição sobre Vasco da Gama, com o material dele, entre vários livros, moedas, medalhas, etc.

Em 1989 esteve presente nas 2ª jornadas de arqueologia em Monforte, visitando todo o distrito de Portalegre e deslocando-se 3 dias a Mérida afim de conhecer a colecção de arte visigótica existente naquela cidade.

Nos anos 80/90 amplia o Museu de 6 salas para 9 criando duas exposições temporárias um a de numismática /notofilia e uma outra de História natural (fósseis , rochas, minerais etc.)

No dia do Município de 1997, o Museu foi agraciado com a medalha de mérito da Câmara Municipal de Sines.

1996 – Colaborou. com o Dr. José de Encarnação na publicação “Monumentos Epigráficos romanos do Museu de Sines. Colaborou com o Dr. Dias Diogo na publicação da separata “ Elementos sobre a produção de ânforas e a transformação piscícola em Sines durante a época Romana “

Em Maio de 2002 adoeceu e vai de urgência para o hospital de Santiago do Cacém. é internado num lar de repouso “ Vila Marya “ em Palmela, esteve sempre consciente até a sua morte , em 21 de Junho de 2005.

Era solteiro e não tinha filhos. Deixou em testamento a sua biblioteca, o museu e obras de arte à C.M.S deixando os bens imóveis e bens pessoais aos familiares.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Sines (Rua Doutor José Miguel da Costa).

Fonte: “Recolha biográfica e texto de José Manuel S. Cavalinhos (Técnico de Museografia). Publicada por Estação de Sines”.

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Nelas”

TIAGO António MARQUES, Médico e Benemérito, nasceu em Canas de Senhorim (Nelas), entre 1877 e 1881, e faleceu em Lisboa, em 1945. Foi pai de António Vasconcelos Marques, famoso Médico que fez parte da equipa médica que operou Oliveira Salazar quando este caiu da cadeira.

Médico Estomatologista, fundador e Presidente da Sociedade Portuguesa de Estomatologia. Possuía em Canas de Senhorim uma vasta quinta o antigo Campo da Raposeira e a Feira, sendo a sua residência a antiga Escola Técnica do Dão, onde todos os anos ia passar férias com a família.

O nome da rua é-lhe devido porque doou, nessa ocasião, à comunidade local, terreno para ali serem construídos casas para pobres, zona ainda hoje conhecida por “Bairro dos Pobres”.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Nelas (Freguesia de Canas de Senhorim – Bairro e Rua Doutor Tiago Marques)

Fonte: “Freguesia de Canas de Senhorim”

“Pessoas Vinculadas aos C.T.T.”

AGOSTINHO ZUZARTE – Agostinho Zuzarte Maldonado, de seu nome completo. Funcionário dos C.T.T., natural de Coimbra, nasceu em 1640, e faleceu a 23-12-1701. Foi o 8º Assistente do Correio-Mor do Reino, em Coimbra. Era filho de Francisco Cardoso Zuzarte e de D. Isabel Maldonado. Casou em Matosinhos com D. Ana Teresa da Silva, filha herdeira de Francisco Gonçalves Tojeiro, de quem houve os filhos seguintes: Francisco Zuzarte Cardoso Maldonado, e D. Teresa Silva, que casou com o Capitão-Mor de Avô, Bento Madeira da Costa e Castro.

Foi familiar do Santo Ofício e das pessoas mais ricas de Coimbra, onde exerceu vários cargos públicos, como o de Vereador, Amotacé, Escrivão do Hospital de Coimbra, etc.

Agostinho Zuzarte, matriculou-se em Cânones na Universidade de Coimbra, em 1661, já depois de ocupar o lugar de Correio da mesma Cidade, que herdara do pai.

Fonte: “Assistentes do Correio-Mor do Reino em Coimbra”, (De Godofredo Ferreira)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município da Nazaré”

ABÍLIO Leal de MATTOS E SILVA, Pintor, nasceu no Sardoal, a 01-04-1908, e faleceu em Óbidos, em 1985. Recorde-se que Abílio Mattos e Silva é obidense de coração e devoção. Vem para Óbidos muito novo acompanhando de seu pai, funcionário da Repartição de Finanças.

Fez o curso dos Liceus em Coimbra, frequentou a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa nos anos lectivos de 1927 e 1928, tendo abandonado os estudos e ingressado no funcionalismo público.

Colocado na Nazaré de 1931 a 1936 aprende a pintar ao lado de nomes como o Romeno-Americano John Barber, o Americano Barry Green e o Inglês Hagedorn.

Pela mão de Jorge Barradas são expostas algumas pinturas suas no 1º Salão dos Independentes e depois todos os salões de Arte Moderna incluíram alguns quadros seus.

Presente desde 1933 em todas as exposições do S.N.I. tem o seu primeiro contacto com o teatro em 1936, na peça “Tá-Mar” no Teatro D. Maria II. Desde então a sua vida permaneceu estreitamente ligada à conceção cenários e figurinos para mais de uma centena de peças representadas nos teatros e óperas.

De 1941 a 1951 foi Assistente da F.N.A.T., executando vários trabalhos para a Direcção Geral dos Serviços Agrícolas, Comissão Reguladora do Comércio dos Carvões, C.T.T, Comissões de Iniciativa de Turismo da Nazaré e Óbidos. É detentor de vários prémios e assumiu a direcção gráfica de várias publicações de departamentos de Estado.

Embora sonhasse com uma exposição retrospectiva sobre Óbidos, a sua terra adoptiva, só em 1984 se concretizou essa primeira mostra temática, granjeando grande aceitação na crítica de toda a imprensa.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Nazaré (Rua Abílio Mattos e Silva).

Fonte: “Turismo do Centro”

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Murça”

ANIBAL Augusto MILHAIS, Militar, que ficou conhecido por “Soldado Milhões” ou “Herói Milhões”, Herói da I Guerra Mundial, nasceu na Freguesia de Valongo de Milhais (Murça), a 09-07-1895,, e faleceu em Murça, a 04-06-1970. De apelido Milhais, era trabalhador rural.

Mobilizado para França, na Batalha de La Lys, em 09-04-1918, patenteou tal bravura que o seu Comandante, Ferreira do Amaral, o abraçou dizendo: «Tens o apelido de Milhais, mas vales milhões», daí o passar a ser conhecido como «o soldado milhões». Em 15-07-1918, em Huit Maisons, de novo revelou extradordinária coragem. Em ambos os casos, indiferente ao fogo inimigo, com a sua metralhadora protegeu a retirada de numerosas forças portuguesas e escocesas.

Foi condecorado, pelo General Gomes da Costa com a Torre e Espada e com a Cruz de Guerra de 1ª classe, a Cruz de Leopoldo da Bélgica. Em Abril de 1919, uma sociedade italiana concedeu-lhe um prémio de mil libras.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Murça, (Rua Herói Milhões).

Fonte: “Murça, História, Gentes e Tradições, de João Luís Teixeira Fernandes, Edição da Câmara Municipal de Murça, 1993”

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 364).

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Mourão”

André FURTADO DE MENDONÇA, Militar, natural de Lisboa, nasceu em 1556 e faleceu em 1610. Com apenas 16 anos de idade acompanhou Dom Sebastião na sua primeira ida à África e em 1576 partiu para a Índia. Capitão-Mor de uma armada de remos, em 1591 defendeu a Fortaleza de Manes e submeteu o reino de Janafapatão. Realizou factos notáveis como Capitão-Mor do Malabar (1599), comandante da armada do Sul (1601-1603) e Capitão de Malaca a partir de 1603, no cerco holandês de 1606 «não descansou jamais nem tirou as armas do corpo por espaço de três meses e 19 dias que o cerco durou».

Governador da Índia desde 27-05-1609, nos três meses do seu governo « fez mais que outros em muitos anos». Deixou Goa em 26-12-1609, tendo falecido na viagem de regresso a Lisboa.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Mourão (Largo Governador Furtado Mendonça)

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 355 e 356).