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“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Castro Verde”

 

Câmara Municipal de Castro VerdeANTÓNIO JOAQUIM CONCEIÇÃO, Médico, nasceu na Freguesia de São Marcos da Ataboeira (Castro Verde), a 07-04-1908, e faleceu no Torrão (Alcácer do Sal), a 30-10-1988. Frequentou o Liceu em Beja e Évora e estudou Medicina em Lisboa, tendo frequentado algumas cadeiras em Coimbra. Concluiu a Licenciatura em Lisboa no ano de 1937.

Estagiou em vários hospitais de Lisboa e em 1938 fixou-se na Vila do Torrão, no concelho de Alcácer do Sal, onde permaneceu até ao fim da vida, criando profundas raízes na terra.

Clínico geral, acompanhou quase três gerações de torrananses. Durante mais de cinquenta anos viveu intensamente os problemas das populações e dos doentes e respectivos familiares, sendo notória a sua capacidade no diagnóstico, qualidade que desde estudante foi notada por Professores e colegas de curso como diz Francisco Ramos Montes, no perfil que o descreve no Livro de Curso: «Em diagnóstico é um portento/ Como ele nunca vi igual/ Ganhando ao Pulido em talento/ A sua fama é mundial!»

Prestou serviços clínicos durante a construção da barragem Trigo de Morais em Vale do Gaio e desenvolveu aturado trabalho de assistência aos trabalhadores, devido aos constantes desastres que aí corroreram.

Dedicou a vida não apenas a aconselhar e a tratar os habitantes do Torrão, mas também a prestar assistência às populações das zonas ribeirinhas do rio Sado e aos inúmeros trabalhadores sazonais que por lá passaram, vindos de outras paragens.

O carinho que manifestou pela terra fê-lo ainda candidatar-se à autarquia, tendo exercido as funções de Presidente da Junta de Freguesia do Torrão por vários anos. Contribuiu com obras de melhoramento na Vila e a construção duma ponte que viria a quebrar o isolamento das populações ribeirinhas.

No início da década de 70, foi igualmente Director do Externato Bernardim Ribeiro que, anos mais tarde, viria a ser a Escola Secundária do Torrão.

Na sua terra natal, dois meses após a sua morte em 1988, o Diário do Alentejo publicou um artigo de Baptista Candeias sob o título «Duas palavras de despedida», no qual se pode ler: «Não há só duas datas a invocar, a de nascença e a da morte, pelos que quiserem escrever a sua biografia. É que o nosso comprovinciano representa o protótipo do Médico que vai além dp doente, interessando-se pela pessoa e sua maneira de viver».

A sua natureza laboriosa e o abnegado empenho que dedicou até ao fim da vida à gente de Torrão ficaram na memória e no coração do povo da Vila, que a 07 de Abril de 1990 decidiu homenageá-lo: «Dele se poderá dizer, com toda a propriedade, que teve a suprema ventura de ser Médico até ao fim! »

No Largo de São Francisco, naquela Vila, foi colocado um busto em sua homenagem.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Alcácer do Sal (Freguesia do Torrão – Rua Doutor António Joaquim Conceição); Castro Verde (Freguesia de São Marcos da Ataboeira – Rua Doutor António Conceição).

Fonte: “Médicos Nossos Conhecidos, de Ana Barradas e Manuela Soares, Editor: Mendifar, 2001, Pág. 136”

Pessoas Vinculadas aos C.T.T.”

 

CTTTeotónio Simão da CÂMARA LIMA, Funcionário dos CTT, Escritor e Jornalista, nasceu em Angra do Heroísmo, a 01-04-1868, e faleceu em Lisboa, a 26-01-1928. Usou o pseudónimo de J. David Airada. Fez estudos liceais em Angra do Heroísmo e aos 15 anos de idade mudou-se para o continente, onde, durante trinta anos (1886-1916), foi Oficial dos Correios e, até ao fim da vida, cronista na imprensa. Foi admitido nos CTT, em 1886, como Aspirante e aposentou-se como Oficial Principal.

Casou com Maria Mesquita, da sociedade letrada terceirense e consanguínea do jornalista Alfredo Mesquita e dos poetas Carlos e Roberto de Mesquita, de quem foi amigo. Sua filha Marta de Mesquita da Câmara também veio a dedicar-se ao jornalismo (em O Primeiro de Janeiro) e fez nome no meio literário portuense como poetisa.

Professou ideias monárquicas e apoio a ditadura de João Franco. Após a implantação da República, algumas das suas crónicas visaram a sociedade e os costumes políticos sob o novo regime, mas sem azedume. Aliás, os costumes (políticos, sociais, morais) foram geralmente o alvo principal da sua crítica, se bem que depois do consulado de Sidónio Pais tivesse dado por terminada a sua “última fase de jornalista militante”. Foi, sobretudo, um humorista, que nas suas crónicas na imprensa, quer nas comédias e revistas do ano, que escreveu só ou de parceria: um humorista cuja “escrita”, no dizer de Antero de Figueiredo, “poderia” entrar em Paços reais e em serões de família, tais as suas boas maneiras literárias e o imperceptível cuidado que punha em não rir alto. Para o fim da vida, o seu humor tornou-se mais céptico do que crítico.

Foi Director do Boletim Telegráfico, em 1888; colaborou no Defensor Telégrafo-Postal (Porto, 1889); proprietário, director e  único colaborador de uma revistinha intitulada Beco do Fala Só, que se publicou entre 1919 e 1920.

Obras principais: Historiografia: D. Afonso VI na Terceira – Crónica: Águas Passadas, (Porto 1913); Beco do Fala-Só, (Lisboa, 1921); Com Isto Não Enfado Mais (Lisboa, s/d); Para as Vossas Orelhas Moucas, (Lisboa, 1924); Cartas a Mulheres e Bilhetes a Toda a Gente, (Porto, 1926) – Comédia: Faze Bem; Caramba; Favas Contadas (Revista de costumes, em 3 actos, com música de Filipe Duarte);  Na Ponta da Unha (revista, em colaboração com Alfredo Mesquita); Vivinha a Saltar (revista mágca, em colaboração com Melo Barreto); Trem Voltado (comedia em 2 actos); A Família Sousa (comédia em 1 acto); A Princesa Tança (mágica, em colaboração  Melo Barreto); Cavalaria Ligeira (tradução da peça de Courteline);

Traduziu, entre outros, os seguintes livros: Confissões de um Médico (de Varessaief); Contos do Natal (de Dickens); Couteiro Alsaciano (de Chatrian); Espectro (de Dickens); Memórias de Adão e Eva (de Mark Twain); Para o Abismo (de Dickens); A Queda de César (de Carling); A Viúva Açegre (de Spiettagen); O Anão Feiticeiro (de Walter Scott); Contos Cristãos (de T. Wizewa); Aventuras de Artr Gordon Pym (de Edgard Poe).

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. III, Publicações Europa América)

Fonte: “Catálogo Do Que Escreveram Funcionários dos Correios, Telégrafos e Telefones” (Notas Bio-Bibliográficas Coligidas por Godofredo Ferreira; Chefe de Repartição da Administração-Geral dos C.T.T.; Edição dos Serviços Culturais dos C.T.T, Editado em 1955, Pág. 86 e 87)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Castro Marim”

 

Câmara Municipal de Castro MarimJacques Filipe NOGUEIRA MIMOSO, Militar, nasceu em Castro Marim, a 01-11-1799, e faleceu em Lisboa, a 15-08-1878. Era filho do Capitão Jorge Nogueira Mimoso e de Maria Antónia Lampreia Mimoso. Foi ajudante de milícias da cidade de Beja, tendo assentado praça como voluntário em 16-11-1816, no Regimento de Infantaria 14. Cadete em 17-09-1817 e Alferes no mesmo regimento em Março de 1820; Tenente para Infantaria 2, em Julho de 1827; Capitão para Infantaria 1, em 1834 e encarregado do governo de Olhão em 24-01-1837. Como Major e Tenente-Coronel serviu nas seguintes unidades: batalhão nacional de Tavira em 30-01-1841 e em 20-03 desse mesmo ano colocado no Batalhão de Caçadores 5. Em 17-12-1846 foi transferido para o batalhão nacional imóvel de Caçadores de Campo Maior, serviu ainda nos batalhões de Caçadores 6, 4 e 5, nos Regimentos de Infantaria 3, 13 e 7, até 1860. Promovido a Coronel para o Regimento de Infantaria 10, em 20-01-1860, serviu neste posto, também, em Infantaria 15 e interinamente exerceu o comando da 3ª Divisão Militar do Exército, de 1866 a Janeiro de 1868, data em que se reformou no posto de General de Brigada. Foi desde 1826, ainda Alferes, que começou a prestar serviços muito relevantes à causa liberal, de que era adepto fervoroso. Eis as acções militares guerreiras em que tomou parte; em 1826-1827 no Alentejo sob o comando das tropas constitucionais do marechal Saldanha, batendo-se pela Carta, como Alferes de Infantaria 14, desempenhou uma importante missão, por ordem do Marechal, marchando da praça de Mértola, com proclamações da infanta D. Isabel Maria, a Alicante (Espanha), onde se encontravam tropas miguelistas, tendo sido descoberto, foi aprisionado e ía sendo fuzilado se o povo desta cidade se não tivesse oposto, conseguindo libertá-lo. Em 1833-1834, já Tenente antigo do Regimento de Infantaria 2, na defesa das linhas de Lisboa, primeiramente estacionado, em Almada e depois nas batalhas de 10-10-1833 a Norte da Cidade, em que ganhou a Torre e Espada, e, de 18-02-1834, em Almoster, até à convenção de Évora Monte, muito se distinguiu. Fez parte da divisão auxiliar à Espanha, comando do General Marquês das Antas, contra os carlistas, de Dezembro de 1835 a Maio de 1837. Deste mesmo ano a 1839, na Serra do Algarve, combatendo mais uma vez os absolutistas e nas operações contra o antigo oficial Sousa Reis, o “Remexido”, que trazia sob terror aquela província. Finalmente, nos anos de 1846-1847, fiel ao governo de Saldanha, da rainha D. Maria II, combatendo no Alentejo, foi feito prisioneiro pelas tropas partidárias da Junta do Porto, próximo de Degolados (Campo Maior), e mandado para o presídio de Marvão, de onde foi solto em 24-07-1847. As condecorações que esmaltaram o feito de tão brioso militar foram, além da Torre e Espada, as Ordens de São Bento de Avis e Militar de Cristo, as Medalhas de D. Pedro e de D. Maria, e as de prata comemorativa da divisão auxiliar à Espanha, de Valor Militar, de Bons Serviços e Comportamento Exemplar, e ainda diversos louvores.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Castro Marim (Rua General Jacques Filipe Nogueira Mimoso)

Fonte. “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 17, Pág. 266 e 267)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Castro Daire”

 

Câmara Municipal de Castro DaireSEBASTIÃO VIEIRA, Padre, nasceu em Castro Daire, a 20-01-1572, e faleceu no Japão, em 1634. Jesuíta que foi missionário do Padroado Português do Japão. Era filho de André Vieira e de Filipa Lopes. A 3 de Fevereiro de 1591 ingressou na Companhia de Jesus, completando os seus estudos no Colégio de Évora, após o que, em 1602, partiu para a Índia Oriental, na Companhia de 58 outros missionários.

Foi mestre de Noviços e procurador da Província de Macau, durante três anos, e missionou nas Filipinas e no Japão, onde viveu até ser expulso, juntamente com outros missionários, em 1614. Voltou a entrar no Japão clandestinamente, para continuar a sua actividade.

Em 1623, foi eleito para ir a Roma como procurador da Província Japonesa; chegou em 1627 e foi acolhido da melhor forma pelo papa Urbano VIII, que lhe recomendou que regressasse ao Japão e continuasse a sua actividade.

Em 1629, voltou ao Oriente, partindo de Lisboa, levando consigo 23 jesuítas de várias nacionalidades. Em 1632, entrou de novo no Japão, disfarçado, com o cargo de vice-provincial. Em 1633, foi descoberto e preso em Osaka, juntamente com outros missionários; permaneceu na prisão de Nagasáqui, até ser levado à presença do xogum nipónico; este convidou-o, primeiro, a abdicar da sua fé, prometendo que o libertaria se isso acontecesse. O Padre recusou, reafirmou a sua intenção de continuar a sua acção de missionação e ainda redigiu um texto de doutrina cristã para o dirigente japonês. Em vão, pois este condenou-o à morte por suplício: suspenso pelos pés, de modo a que a cabeça ficasse numa cova, assim permaneceu durante três dias, até que morreu sufocado com o fumo da fogueira ateada pelos seus carrascos. O martírio ocorreu em 1634, em Yendo. Tinha 62 anos, 43 dos quais dedicados à religião.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Castro Daire (Rua Padre Sebastião Vieira)

Fonte: “Padre Sebastião Vieira, sob a palma do martírio.A Companhia de Jesus no Japão”, (por Helena Costa Toipa).

Álvaro Seiça Neves, uma anti-fascista esquecido, recordado no dia em que, se fosse vivo, faria 100 anos.

 

Álvaro SeiçaÁLVARO José Pedrosa Curado de SEIÇA NEVES, Advogado e Político, nasceu na Freguesia de Santa Clara (Coimbra), a 28-03-1920, e faleceu em Aveiro, a 15-03-1982. Estudou no Liceu de Aveiro, tendo sido preso sob a acusação de actividades subversivas e julgado no Tribunal Militar do Porto, que o absolveu. A sua defesa, nessa ocasião, foi exercida por seu pai, Manuel das Neves. Continuou os estudos em Coimbra, em cuja Faculdade de Direito se Licenciou. Quando estudante, foi escolhido para representar a Academia na Comissão Distrital do MUD e, já Advogado, participou, como representante da mesma Academia, em reuniões nacionais daquele movimento.

Apoiou as candidaturas à Presidência da República dos Doutores Ruy Luís Gomes e Arlindo Vicente e fez parte das comissões de candidatura dos Generais Norton de Matos e Humberto Delgado.

Foi membro da comissão executiva do I Congresso Republicano de Aveiro, reunido em 1957, e um dos Secretários do II Congresso em 1969, cuja alocução de abertura proferiu, e fez parte das comissões nacional e executiva do III Congresso da Oposição Democrática, a cuja sessão de abertura presidiu, no impedimento do Dr. Ruy Luís Gomes.

Foi Presidente eleito da Casa-Museu de José Estêvão, que as autoridades extinguiriam.

Como Advogado, Secretariou a Delegação de Aveiro da Ordem dos Advogados, a que depois presidiria, e, entre 1963-1965 e 1966-1968, foi Vogal do Conselho Distrital de Coimbra daquela Ordem.

Em Janeiro de 1978, assinou um manifesto dirigido Ao Povo Português, protestando contra o Governo de Coligação entre o Partido Socialista e o Centro Democrático Social, que estava prestes a constituir-se.

Fonte: “Candidatos da Oposição à Assembleia~Nacional do Estado Novo (1945-1973). Um Dicionário”, (de Mário Matos e Lemos, Luís Reis Torgal, Coordenador, Colecção Parlamento, Edição da Assembleia da República, 1ª Edição, Lisboa, Outubro de 2009, Pág. 215).

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Castelo de Paiva”

 

Câmara Municipal de Castelo de PaivaBRITES José ARROCHELA Vieira de Almeida Sodré Pinto de Miranda Montenegro, 2ª Condessa de Arrochela, Benemérita, nasceu na Freguesia da Sé (Porto), a 13-05-1880, e faleceu na Freguesia do Sobrado (Castelo de Paiva), a 22-08-1964. Era filha de Nicolau de Arrochela Vieira de Almeida Sodré Laborão de Morais e Castro Pimentel, 1º Conde de Arrochela, e de Virgínia Thatcher. Casou com Manuel Maria de Lancastre Ferrão de Castelo-Branco, de quem teve um filho: José Martinho de Arrochela Pinto de Lancastre Ferrão, 3º Conde de Arrochela.

Em 1918, o edifício foi adquirido pela Condessa de Arrochela, Brites de Miranda Montenegro, e em 1935, devido aos elevados montantes que a proprietária devia ao banco Montepio Geral, a casa foi hipotecada por esta entidade e posta à venda em hasta pública. Foi então adquirida pela Associação dos Engenheiros Civis Portugueses, que a partir de então ficou aí sediada.

No ano de 1936, o decreto-lei que criou a Ordem dos Engenheiros levou a que a associação suspendesse a sua actividade, arrendado o edifício à nova Ordem, que aí instalou a sede, aproveitando não só o espaço como todo o recheio da casa. Esta instalação seria definitiva com a extinção da Associação dos Engenheiros Civis em 1956, em consequência da qual todos os seus bens, incluindo a Casa Artur Prat, foram incorporados na Ordem dos Engenheiros.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Castelo de Paiva (Rua Dona Brites de Arrochela).

Fonte: “Direcção-Geral do Património Cultural”

Recordamos hoje, José Magro, um lutador anti-fascista, no dia em que faria 100 anos de vida.

 

José MagroJOSÉ Alves Tavares MAGRO, Político, natural de Lisboa, nasceu a 27-03-1920 e faleceu a 22-02-1980. Escriturário da Federação Nacional dos Produtores de Trigo, aderiu, por volta de 1940, às Juventudes Comunistas, e fez parte do MUNAF durante o serviço militar. Na situação de disponibilidade em 1945, passou à clandestinidade. Usando os pseudónimos de «Artur» e depois de «Victor», teve responsabilidade na edição de jornais ilegais destinados às Forças Armadas, como: A Voz do Sargento, A Voz do Soldado e A Voz do Oficial Miliciano, suplementos de Libertação Nacional, órgão do Conselho Nacional de Unidade Antifascista. Sempre actuando na clandestinidade, participou na campanha de Norton de Matos e foi depois responsável partidário pelo distrito de Lisboa (1950). Preso a 25 de Janeiro de 1951, foi julgado e condenado a três anos de prisão maior celular e suspensão de direitos políticos por 15 anos. Sofreu diversos castigos durante a detenção. A 20 de Janeiro de 1954 era descoberta uma tentativa de fuga do Forte de Peniche, através de um túnel, sofrendo os seus autores, entre os quais José Magro, novos castigos. Libertado a 14 de Fevereiro de 1957, retomou a clandestinidade cinco meses depois. Participou no V Congresso do PCP, sendo eleito para o Comité Central. A 13 de Maio de 1959, foi de novo preso e condenado, a 04 de Dezembro de 1961, ao cúmulo jurídico de 10 anos de prisão, suspensão de direitos políticos por 15 anos, e medidas de segurança de seis meses a três anos prorrogáveis. Evadiu-se de Caxias a 04 de Dezembro de 1961, no Chrisler blindado de Salazar, mas pouco tempo esteve em liberdade, porque foi recapturado a 24 de Maio de 1962, em São Domingos de Rana. Já com pouca saúde continuou a sua luta pela liberdade, que só recuperou com o 25 de Abril de 1974.

Publicou um livro de poemas: Torre Cinzenta, Lisboa, Edições Avante, 1980 e Cartas da Prisão. Vida Prisional, Lisboa, Edic Avante, 1975.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Amadora; Barreiro; Lisboa (Freguesia da Ajuda); Loures (Freguesia de Unhos); Sintra (Freguesia de Massamá); Viana do Alentejo (Freguesia de Aguiar).

Fonte: “Memórias da Resistência, Literatura Autobiográfica da Resistência ao Estado Novo, de António Ventura”.

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Castelo Branco”

 

 

Câmara Municipal de Castelo BrancoANTÓNIO AFONSO RIBEIRO, Padre, nasceu em Cerejeira, Freguesia de Alvito da Beira (Proença-a-Nova), a 02-02-1916, e faleceu em Castelo Branco, a 17-05-1999. Além de Alcains, exerceu funções de Sacerdote em Ortiga, Lardosa e Escalos de Cima.

A Junta de Freguesia de Lardosa promoveu no dia 23 de Fevereiro, pelas 16H00, em parceria com a Alma Azul, uma sessão de homenagem ao padre António Afonso Ribeiro, recordando assim o trabalho paroquial que ali desenvolveu de julho de 1944 a janeiro de 1950.

Ao jornal Reconquista, numa entrevista, em março de 1996, o padre António Afonso Ribeiro recorda a sua chegada à Lardosa, com alguma decepção, confessando que à missa diária compareciam apenas três senhoras idosas e na missa dominical de 10 a 17 pessoas. Mas nada disto o desanimou porque, segundo as suas palavras: “já que eles não vinham à Igreja, ia eu ter com eles ao seu trabalho para cumprimentá-los”.

Como primeiro apoio teve a professora Natividade, que o ajudou a ganhar a confiança das crianças (e dos pais), o que se traduziu na cerimónia da primeira comunhão para três dezenas de crianças dois anos depois. Devido às dificuldades dos pais, foi o padre Afonso que adquiriu o tecido para a confecção das roupas usadas na cerimónia, que a paróquia aproveitou depois para outras crianças nos anos seguintes.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Castelo Branco (Freguesia de Alcains – Avenida Padre António Afonso Ribeiro).

Fonte: “Jornal Reconquista”

“Pessoas Vinculadas aos C.T.T.”

 

CTTManuel Serrano de SOUSA BOTELHO, Funcionário dos CTT, Escritor e Jornalista natural de Lisboa, nasceu a 18-05-1885, e faleceu a 20-05-1929. Oficial dos CTT; Escritor e Jornalista.

Foi colaborador dos jornais: Correio Elvense (1905); Correio de Angra (1921) e da União de Angra (1921).

Autor de: Oiro da Califórnia – História de dois irmãos açorianos (Edição da Empresa Atlântica, Açores, 1925); Lagosíadas (Piada heroicómica em volta da viagem tormentosa do «Lagoa» em excursão à Ilha Terceira, Ilha de São Miguel, 1925). Em ambas as obras usou o pesudónimo de Albino Morel.

Fonte: “Dicionário de Autores Casapianos”, (de António Bernardo e José dos Santos Pinto, Biblioteca-Museu Luz Soriano, Ateneu Casapiano, Lisboa, Edição de 1982, Pág. 67)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Castanheira de Pêra”

 

Câmara Municipal de Castanheira de PêraJOSÉ FERNANDES DE CARVALHO, Médico, natural de Castanheira de Pêra, nasceu a 06-04-1897 e faleceu a 07-11-1984. Licenciado em Medicina pela Universidade de Coimbra, em 14 de Julho de 1920, doutorou-se a 21 de Maio de 1921. Cedo se implantou no concelho onde foi médico durante muitos anos. No exercício da profissão foi um “médico dos pobres”, nunca levando nada pelos seus serviços “para ter o eleitorado na mão”, segundo as suas próprias palavras. Após o afastamento do Dr. Eduardo Correia na gestão autárquica, o Dr. José Fernandes emergiu como lutador político de grande acutilância, tendo desempenhado papel relevante no período das duas Câmaras, tornando-se afinal o centro político da discórdia então havida e que se arrastou até 1926. A partir daí foi localmente o chefe incontestado e Presidente da Comissão Concelhia da União Nacional. Sobrepondo-se aos dirigentes autárquicos, conduziu politicamente o concelho de forma autocrática e tinha grande influência no distrito. Tão contestado como temido pelo seu feitio policial, o Dr. José Fernandes de Carvalho era um político extremamente hábil e desfrutando de todo o poder após o 28 de Maio (era ardoso defensor de Salazar), jamais se serviu dele para seu benefício pessoal. Figura controversa, foi várias vezes convidado para altos cargos políticos que não aceitou, preferindo seguir o seu ideário no concelho onde morreu pobre. Era orador brilhante e a sua habilidade política soube colocá-lo ao lado do operariado e dos pequenos na construção do campo de futebol do Sport Castanheira de Pêra e Benfica contra os poderosos industriais de então que exigiam outra iniciativa e outro campo (o da Retorta). O Dr. José Fernandes de Carvalho foi Presidente da Câmara durante alguns anos e médico municipal. Era sócio honorário do Sport e benemérito da Misericórdia de Castanheira. Em 5 Outubro de 1931, foi agraciado pelo Presidente da República com a Comenda de Cavaleiro Ordem Militar de Cristo. Assumiu naturalmente a Presidência da Câmara (que desde 28 de Maio era por indicação política e não por eleição popular) em 13 de Maio de 1936, cargo que manteve até 3 de Janeiro de 1938. Foi nesta época que, a despeito da promulgação do Estatuto Nacional do Trabalho ter sido já em 1933, se assistia a atropelos sem conta nas fábricas. Na luta operária, distinguiram-se os sindicalistas João Corga, José Rodrigues Isaac, Manuel Coelho, Pompeu Braga, José Veras, Inácio Lameiras, João Domingues e Manuel Rebelo. Em 1936, foi encerrada a Associação Operária e os móveis vendidos em praça pública. Em falsa substituição, foi fundado, por alvará de 27 de Junho de 1939, o Sindicato Nacional por Pessoal da Indústria de Lanifícios, que abrangia os distritos de Leiria e Coimbra e que, como todos os outros de então, era um organismo corporativo de controlo dos trabalhadores. Antes havia sido fundado o Grémio dos Industriais de Lanifícios dos Distritos de Leiria e Coimbra com sede em Castanheira. Em 1934, foi inaugurado o Campo de Jogos da Serração, que foi baptizado com o nome do Dr. José Fernandes de Carvalho e, em 1935, nasceu o Sport Lisboa e Castanheira de Pêra, mais tarde Sport Castanheira de Pêra e Benfica e a Casa do Povo. Em 1937, surgiu “O Castanheirense” reatando a tradição jornalística do concelho, interrompida desde 27 de Abril de 1919. Deste jornal foi director o Dr. José Fernandes de Carvalho e editor e administrador Eduardo Silva que foi a alma do jornal. No ano de 1937, surgiram dois novos órgãos: o Conselho Municipal e o Conselho Paroquial, ambos tomaram posse perante o Presidente da Câmara.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Castanheira de Pêra (Rua Doutor José Fernandes Carvalho)

Fonte: “Câmara Municipal de Castanheira de Pêra”