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“Quem Foi Quem na Toponímia do Município do Sardoal”

Anacleto Pires da SILVA MARTINS, Padre, nasceu no lugar da Presa,  Freguesia de Alcaravela (Sardoal), a 28-08-1916, e faleceu em Portalegre, a 24-07-1999.

Viveu em Castelo Branco de 1956 a 1981, onde foi Pároco da Cidade, Arcipreste e Director do jornal «Reconquista» de 1956 a 1966, foi Prior de São Miguel da Sé, desempenando cumulativamente com a docência em diferentes estabelecimentos de ensino.

Por sua iniciativa foram construídas, as Igrejas de Nossa Senhora do Valongo e de São Tiago. Este Sacerdote dedicou grande interesse e particular atenção, aos valores arquitectónicos, arqueológicos e aos diferentes lugares históricos da Cidade de Castelo Branco, deixando valiosos apontamentos sobre os mesmos.

Escreveu um notável esboço histórico da cidade de Castelo Branco (1979), portados quinhentistas de Castelo Branco (1979); Breve história da Freguesia e Igreja de São Miguel Arcanjo e da Diocese de Castelo Branco (1980); Capítulos inéditos da História de Castelo Branco (1981).

Devido ao seu estado de saúde, o Padre Anacleto foi transferido para Portalegre, onde ocupou o cargo de Vigário Geral das Dioceses de Portalegre e Castelo Branco.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Castelo Branco (Rua Cónego Anacleto Pires da Silva); Portalegre (Rua Padre Anacleto); Sardoal (Rua Cónego Silva Martins)

Fonte: “Recolha de dados históricos de José Dias, compilação de Gil Reis, publicados no jornal Reconquista”

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de São Vicente”

ANTÓNIO JARDM DE OLIVEIRA Júnior, Advogado e Professor, nasceu na Freguesia de São Vicente (São Vicente), a 07-06-1858, e faleceu no Funchal, a 31-05-1926. Era filho de Joana Leonor de Freitas e Oliveira e de António Jardim de Oliveira.

Estudou no Liceu do Funchal, onde foi aluno brilhante e mais tarde exerceu a docência, e formou-se em Direito em 1883. Professor de Legislação no Liceu do Funchal e advogado durante alguns anos na mesma cidade, abandonou esta profissão em 1890, quando foi nomeado Secretário-Geral do Governo Civil do Funchal, tendo muitas vezes substituído interinamente dos Governadores Civis. No exercício dessas, aquando da crise de víveres na ilha durante a I Guerra Mundial e perante o espectro de uma fome generalizada, assumiu a responsabilidade pelo desembarque e distribuição discricionária de algumas toneladas de milho transportadas por um paquete português em trânsito pelo Funchal (Agosto de 1917). Tal decisão valeu-lhe a destituição do cargo, mas também o reconhecimento e homenagens públicas.

Aposentado em 1919, durante dois anos fixou residência em Lisboa, mas regressou ao Funchal e retomou o exercício da Advocacia.

Ligado ao Partido Regenerador, foi eleito Deputado em 1890 pelo círculo plurinominal do Funchal.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Funchal (Beco e Rua Doutor António Jardim de Oliveira); São Vicente (Rua António Jardim de Oliveira).

Fonte: “Dicionário Biográfico Parlamentar, 1834-1910”, (Vol III, de N-Z), Coordenação de Maria Filomena Mónica, Colecção Parlamento” (Pág. 115).

“O Centenário”

FREDERICO BARRIGANA, Desportista, nasceu em Alcochete, a 28-04-1922, e faleceu no Hospital de Águeda, a 29-09-2007. Considerado um dos melhores guarda-redes de todos os tempos, ficou conhecido pela alcunha de «mãos de ferro». Começou a sua carreira no Unidos do Montijo, em 1939, clube que representou até 1942. Com apenas 19 anos, foi contratado pelo Sporting, que pagou sete mil escudos ao Unidos do Montijo. Suplente do não menos categorizado João Azevedo, esteve em Alvalade apenas uma época.

Em 1943, mudou-se para o Futebol Clube do Porto, onde permaneceu até 1955, tendo realizado 259 jogos. Mercê da projecção alcançada no Futebol Clube do Porto, foi internacional 14 vezes (13 na A e uma na B). Devido a um desentendimento com o treinador Yustrich, após um jogo com o Atlético de Bilbau, mudou-se, juntamente com Carvalho e Porcel, para o Salgueiros, clube que representou entre 1955 e 1958, tendo realizado 22 jogos. Na época de 1958-1959, foi para o Académico de Viseu e no ano seguinte representou o G D Viação Cernache.

Em 1961-1962, defendeu a baliza do Sport Clube da Régua e em 1964-1965 regressou ao Académico de Viseu, onde terminou a sua carreira.

Como treinador, orientou as equipas do Cernache de Bonjardim, Salgueiros, Chaves, Avintes, Lourosa, União de Lamas, Régua, Mirandela, Valpaços, Académico de Viseu, São Pedro do Sul, F C Porto (juvenis), Bragança, Dinises de Salazares (Angola) e União de Tomar. Abandonou o Futebol aos 60 anos e passou a viver em Angeja (Albergaria-a-Velha).

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de São Roque do Pico”

TIBÉRIO D’ÁVILA BRASIL, Médico, nasceu no Concelho de Velas (Ilha de São Jorge – Açores), em 1903, e faleceu em São Roque do Pico (Ilha do Pico – Açores), em 1974. Formou-se em Medicina em Coimbra, altura em que teve como companheiro de quarto Vitorino Nemésio. Foi para a Vila de São Roque do Pico em 1938 (e aí faleceu).

Cirurgião, operava um dia por semana no Hospital da Horta, na Ilha do Faial. Para atender aos doentes que viviam mais longe, deslocava-se a cavalo ou de barco. Pela sua dedicação era muito estimado pela população. Como os doentes eram pobres, quase nunca lhes levava dinheiro.

Encontrava-se com os seus amigos na Farmácia local para grandes palestras (era conversador e tinha uma cultura invulgar).

Foi Presidente da Câmara Municipal e pequeno acionista da empresa local Armações Baleeiras (caça à baleia e indústrias derivadas), hoje transformada em Museu Industrial da Baleeira. Tinha um pequeno terreno, onde construiu uma casa ou adega (designação que se dá nos Açores à casa de campo), a Adega do Mistério, para onde se retirava e passava as tardes. Possuía também uma mata de criptoméria, madeira oriunda do Japão que se usava no mobiliário, embora nunca a tenha explorado.

O seu busto, erigido quando completou 30 anos de Médico em São Roque, está em frente ao antigo Centro de Saúde em cima dum pedestal que diz «Homenagem do povo deste Concelho ao Dr. Tibério Ávila Brasil – 1968».

O seu nome faz parte da Toponímia de: São Roque do Pico (Rua Doutor Tibério D’Ávila Brasil).

Fonte: “Médicos Nossos Conhecidos, de Ana Barradas e Manuela Soares, Editor: Mendifar, 2001, Pág. 124”

Recordamos hoje o grande Fadista Manuel de Almeida que, se fosse vivo, faria 100 anos de vida.

MANUEL Ferreira DE ALMEIDA, Fadista, nasceu em Lisboa, a 27-04-1922, e faleceu em Cascais, a 03-12-1995. Era filho de Manuel de Almeida e de Belmira Ferreira.

Manuel de Almeida exerceu a profissão de fabricante e desenhador de calçado feminino. Considerado por muitos o «último abencerragem fadista deste século» pelo seu estilo inconfundível, voz única e jeito especial de viver e sentir o Fado, era um grande adepto do desporto, chegando a praticar futebol e atletismo. Com 10 anos de idade dedicou-se ao Fado, começando a frequentar os retiros fadistas, nomeadamente o café da Rua de São Paulo, onde também se estreou Fernando Farinha. A timidez de Manuel de Almeida não facilitou a sua profissionalização que só ocorreu quando tinha 28 anos, na Tipóia, sob a direcção de Adelina Ramos. Permaneceu na Tipóia cerca de 12 anos. Depois cantou no Estribo, Retiro do Malhão, Faia, e no Olímpia Clube. Fernanda Maria convidou-o para Lisboa à Noite, onde esteve mais 11 anos. Em 1979 Rodrigo Inaugurou a sua casa o Forte Dom Rodrigo e convidou Manuel de Almeida, que ai se manteve até que a morte o silenciou. Algumas das suas interpretações ainda hoje são lembradas, salientando-se de entre elas Fado Antigo, letra de Martinho de Assunção (pai) e Mãos Cheias de Amor, letra de Clemente Pereira. Gravou mais de uma dezena de LP’s e cerca de 20 singles.

Ponto significativo da sua carreira foi a edição, em 1987, de Eu Fadista Me Confesso, produzido e inspirado por Rão Kyao. Na ocasião, os críticos afirmaram tratar-se de uma colecção coerente, romântica e melancólica que pouco ou nada tinha a ver com Manuel de Almeida castiço de outras gravações, que cantava sobre touradas, marialvismo e noitadas ao relento, mas o disco foi pioneiro no enlace entre a tradição e a modernidade.  Afirmou que não se aprende a cantar o Fado, essa qualidade nasce, ou não, com as pessoas.

Em 1963, recebeu o Óscar da Imprensa, um diploma de agradecimento do Senado de Rhode Island e uma Medalha da Cidade de Saint-Serves. No mês de Fevereiro de 1994 festejou as bodas de ouro e foi homenageado no Teatro São Luiz.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Cascais (Freguesia de Alcabideche – Rua Manuel de Almeida; Freguesia de Cascais – Rua Manuel de Almeida;  Freguesia de São Domingos de Rana – Rua Manuel de Almeida); Seixal (Freguesia de Fernão Ferro – Rua Manuel de Almeida).

Fonte: “Museu do Fado”

Fonte: “Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX” (Direcção de Salwa Castelo-Branco, 1º Volume, A-C, Temas e Debates, Círculo de Leitores, 1ª Edição, Janeiro de 2010, Pág. 33)

(Publicar a 27 de Abril de 2022)  (foto placa)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de São João da Pesqueira”

MANUEL DE JESUS SELORES, Político, natural de Vale da Vila, Freguesia de Vale de Figueira (São João da Pesqueira), nasceu a 18-07-1912 e faleceu em data que não foi possível apurar. Proprietário, foi o representante das Casas do Povo do Distrito de Viseu no Conselho Geral da Corporação da Lavoura e Vice-Presidente da Câmara Municipal de São João da Pesqueira.

Desempenhou ainda as funções de Presidente da Comissão Concelhia da União Nacional, Presidente do Grémio dos Vinicultores e Presidente da Assembleia Geral da Casa do Povo de São João da Pesqueira.

Foi Procurador à Câmara Corporativa na IX Legislatura (1965-1969), onde integrou a 1ª Subsecção (Azeite) da III Secção (Lavoura), representando os trabalhadores, pela Federação das Casas do Povo do Distrito de Viseu.

O seu nome faz parte da Toponímia de: São João da Pesqueira (Freguesia de Vale da Figueira – Rua Manuel de Jesus Selores).

Fonte: “Dicionário Biográfico Parlamentar, 1935-1974, (Volume II de M-Z), Direcção de Manuel Braga da Cruz e António Costa Pinto, Colecção Parlamento, Pág. 548).

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de São João da Madeira”

ANTÓNIO HENRIQUES, Benemérito, nasceu em São João da Madeira, a 28-07-1885, e faleceu na Freguesia de Santos-o-Velho (Lisboa), a 27-12-1953. Emigrou para o Pará (Brasil) e, de lá regressou, para casar a 18/06/1921.

Grande entusiasta dos ideais do progresso, fundou o Grupo Patriótico Sanjoanense e favoreceu as crianças com uma colónia balnear em Ofir, cuja urbanização da Praia foi por ele subsidiada.

Também subsidiou os operários sanjoanenses e suas famílias, o que levou o Governo a honrá-lo, em 1944, com a Comenda da Ordem de Benemerência.

O seu nome faz parte da Toponímia de: São João da Madeira (Avenida António Henriques).

Fonte: “Câmara Municipal de São João da Madeira”

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de São Brás de Alportel”

Manuel Beirão MARTINS GUERREIRO, Militar de Abril, natural de São Brás de Alportel, nasceu a 11-10-1940. Engenheiro Construtor Naval da Armada. Cursou a Escola Naval, de 1959 a 1962 – Licenciatura em Ciências Militares e Náuticas e Engenharia Naval e Mecânica, na Faculdade de Engenharia de Génova (Itália), de 1965 a 1969.

Era Capitão-de-Fragata Engenheiro Construtor Naval quando foi designado pelo Movimento das Forças Armadas em 17-03-1975 para integrar o Conselho da Revolução. Foi promovido a Capitão-de-Mar-e-Guerra e destacado para o Comando Naval. Apesar de estar conotado com o Partido Comunista Português, conseguiu, durante o 25 de Novembro, que os Fuzileiros Navais não tomassem parte nos incidentes, por temer uma guerra civil.

Em 1982 deixou o Conselho da Revolução, na altura em que este foi extinto, e foi então destacado para o Gabinete de Estudos da Direcção Geral de Material Naval.

Participou activamente na organização do Movimento Político na Marinha desde 1970 e na preparação do 25 de Abril de 1974. Integrou os vários órgãos do MFA – Movimento das Forças Armadas. Chefiou o Gabinete do Chefe do Estado Maior da Armada, 1974/1975. Fez parte do Conselho de Revolução desde a sua criação, 1975, até à sua extinção em 1982. Foi promovido a Guarda-Marinha em 1962 e, sucessivamente, aos vários postos até Contra-Almirante que atingiu em 1997, passando à reserva por limite de idade, em Outubro de 1999.

Foi condecorado com as medalhas de serviços distintos e mérito militar, possui, além de outras, a Grã Cruz da Ordem da Liberdade que lhe foi atribuída pelo Presidente da República, pela sua participação no 25 de Abril de 1974. Foi Presidente do Conselho de Administração dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, S.A., desde 04 de Janeiro de 2002 a 05 de Abril de 2004. Foi elemento do grupo de trabalho dos estaleiros europeus que elaborou e apresentou à Comissão Europeia o Projecto “ Leadership 2015” para a indústria naval.

É sócio de diversas Associações de natureza profissional, cultural e humanitária e movimentos cívicos e desempenhou funções nos órgãos sociais dos CMN – Clube Militar Naval, da Amnistia Internacional, do Círculo Teixeira Gomes e da Associação 25 de Abril de que é actualmente Presidente do Conselho Fiscal. Pertence ao Grupo 1/Lisboa da Amnistia Internacional Portugal.

O seu nome faz parte da Toponímia de: São Brás de Alportel (Rua Almirante Martins Guerreiro).

Fonte: “Notícias do Ribatejo”

Fonte: Dicionário do 25 de Abril – Verde Fauna, Rubra Flora”, (de John Andrade, Editora Nova Arrancada, Edição de Setembro de 2002, Pág. 224)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Santo Tirso”

Alfredo BAPTISTA COELHO, Militar e Político, nasceu em Santo Tirso, a 24-12-1865, e faleceu em Lisboa, a 28-06-1952. Era filho de João Baptista Coelho e de Clara Maria Tomás Coelho. Casou com Maria Leopoldina Pereira Rodrigues Baptista Coelho, de quem teve descendência.

Seguiu a carreira militar, alistando-se como voluntário no Exército, a 16-10-1883. Até 1886 cursou os preparatórios para a carreira militar na Universidade de Coimbra, frequentando o Curso de Matemática e o de Filosofia até ao 3º ano, e a Aula de Desenho. Concluiu também o Curso Preparatório para Artilharia da Escola Politécnica e o Curso da respectiva Arma na Escola do Exército.

Foi promovido a 2º Tenente, a 10-01-1890, embarcando no final do ano para Moçambique.

Em 31-03-1892 ascendeu a 1º Tenente e dois anos depois era indicado para ocupar o cargo de Director da Escola de Artes e Ofícios de Nova Goa, onde esteve até 1896. Em Dezembro desse ano, após uma breve passagem pelo Regimento de Artilharia nº 2, embarcou para Moçambique, onde viria a ser companheiro de Mouzinho de Albuquerque, em várias campanhas efectuadas neste território a partir da década de 1890.

Em Janeiro de 1897 comandou a coluna de operações destinada a pacificar uma rebelião ocorrida no território fronteiro à Ilha de Moçambique. Exerceu interinamente o cargo de Capitão-Mor de Mossuril e comandou também a coluna de operações do Distrito de Gaza.

Em 25 de Outubro de 1897 tomou posse do cargo de Governador de Inhambane, funções em que permaneceu até Maio do ano seguinte. Governou ainda interinamente o Distrito de Moçambique e comandou a coluna de operações que ali actuou nos meses de Junho e Julho de 1899.

No final do deste ano, regressou a Portugal, sendo eleito Deputado, como candidato do Partido Progressista, para a Legislatura de 1900. Representou o círculo de Santo Tirso. Secretariou a Comissão de Marinha e fez também parte das Comissões Parlamentares de Estatística e de Pescarias.

Em 1902 regressou a Moçambique, para fazer parte da coluna de operações do Barué e, em 13 de Dezembro desse ano, era nomeado Governador interino do Distrito Militar de Tete, nomeação que se tornou definitiva em 13 de Dezembro de 1903.

Promovido a Capitão no ano seguinte, foi exonerado do governo de Tete em 1905, para ir ocupar o cargo de Sub-Chefe do Estado-Maior do Quartel-General da Província de Moçambique, ascendendo a Chefe em 1907.

Por Decreto de 21 de Outubro deste ano, foram-lhe concedidas honras de Oficial às Ordens do Rei.

No início de 1910 veio a Portugal para fazer parte das comissões de estudo para reorganização administrativa de Moçambique e para a remodelação dos serviços militares no Ultramar.

Depois da implantação da República, passou a republicano conservador, continuando a exercer as suas funções de Chefia no Estado-Maior de Moçambique, sendo em 1912 nomeado Vogal do Conselho da Província.

Foi promovido a Major, em 19-09-1914, no ano seguinte, nomeado provisoriamente Governador-Geral de Moçambique, cargo que exerceu apenas três meses. Em Outubro de 1915 regressou a Portugal, passando ao Regimento de Artilharia nº 8.

Esteve em França de Maio de 1917 a Janeiro de 1918, como Chefe do Estado-Maior da Base de Operações do Corpo Expedicionário Português. Entretanto alcançara o posto de Tenente-Coronel, em 24-09-1917 e, após o regresso a Portugal ascendeu a Coronel, em 16-02-1918.

Em 23 de Julho deste ano, durante a vigência do governo de Sidónio Pais, foi nomeado Director-Geral da Secretaria de Estado das Colónias. Desempenhou também funções de Ministro das Colónias no governo presidido por João Tamagnini Barbosa, de 23 de Dezembro de 1918 a 27 de Janeiro de 1919, data em que também deixou o cargo de Director-Geral. Regressou ao serviço do Ministério da Guerra, passando à reserva em 1925.

Obteve ainda o diploma de Engenheiro Fabril do Exército e veio também a desempenhar as funções de Director da Companhia de Carris de Ferro de Lisboa, a partir de 1922. Reformou-se em 24 de Dezembro de 1935.

Durante a sua carreira militar, recebeu várias condecorações e louvores. Foi louvado pela sua prestação no comando do comboio e direcção dos serviços administrativos da coluna de Gaza, em 1898, e como comandante da coluna de operações no Barué, em 1902. Recebeu os graus de Cavaleiro; Oficial e Grande Oficial da Ordem Militar de São Bento de Avis; de Comendador da Ordem da Torre e Espada, e de Grande Oficial da Ordem do Império Colonial. Possuía as Medalhas de Prata da Rainha D. Amélia pela campanha dos Namarrais, pelas operações de Gaza e pelas operações do Barué, as Medalhas Militares de Prata e de Ouro de Comportamento Exemplar, a Medalha Militar de Prata por Serviços Relevantes no Ultramar, depois das operações do Barué em 1902, e a Medalha de Prata Comemorativa das Operações na zona de Marávia, na região de Tete, em Moçambique.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Santo Tirso (Largo Coronel Baptista Coelho).

Fonte: “Dicionário Biográfico Parlamentar, 1834-1910”, (Vol I, de A-C), Coordenação de Maria Filomena Mónica, Colecção Parlamento, (Pág. 789 e 790)”.

Fonte: “Parlamentares e Ministros da 1ª República; (1910-1926)”. (Coordenção de A. H. Oliveira Marques, Edições Afrontamento, Colecção Parlamento, Pág. 165 e 166).

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 151).

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Santiago do Cacém”

MANUEL DIAS DE CARVALHO, Editor, nasceu em Setúbal, a 19-01-1931, de faleceu em Lisboa, a 12-05-1991. Iniciou-se na actividade editorial através da Editora Arcádia (1958-1973), onde lançou a então inovadora Biblioteca Arcádia de Bolso e cultivou uma forte relação com alguns escritores portugueses mais importantes.

Em 1973-1974, teve uma breve, mas importante, passagem pelos Editores Associados como responsável pela colecção Unibolso.

Fixou-se finalmente, entre 1974 e 1989, no Círculo de Leitores, onde exerceu as funções de Director Editorial. Apaixonado pelo livro e por tudo o que o rodeava, desenvolveu projectos editoriais que ainda hoje constituem marcos importantes da edição portuguesa.

Foi um Editor que fez escola, que deixou herdeiros e continuadores e que marcou a edição portuguesa pelo seu cuidado rigor.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Santiago do Cacém (Freguesia de Vila Nova de Santo André – Rua Manuel Dias de Carvalho).

Fonte: “Quem É Quem”, (Portugueses Célebres, Círculo de Leitores, 2008, Pág. 133).