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“LISBOA E OS SEUS JARDINS”

Sabe onde fica o Jardim Henrique Lopes de Mendonça?

 

Jardim Henrique Lopes de MendonçaO Jardim Henrique Lopes de Mendonça, mais conhecido por Jardim da Praça José Fontana, fica na Praça José Fontana, Freguesia de Arroios, frente ao antigo Liceu Camões, este Jardim foi assim designado em homenagem ao Escritor, autor da letra do Hino Nacional “A Portuguesa”.

Foi erguido um monumento, executado pelo Engenheiro Vasco Lopes de Mendonça, segundo estudo do Arquitecto Raul Lino, inaugurado em 1970.

Neste Jardim existe um Quiosque com Esplanada, um Coreto, um Lago, um Bebedouro e alguma Estatuária.

 

 

HENRIQUE LOPES DE MENDONÇA, Militar e Escritor, natural de Lisboa, nasceu a 02-02-1856 e faleceu a 24-08-1931. Sobrinho do célebre folhetinista António Lopes de Mendonça. Abraçou a carreira da Marinha, vindo a ser reformado, em 25-05-1912, no posto de Capitão-de-Mar-e-Guerra. A sua vida de Oficial da Armada não impediu a sua intensa produção literária, que lhe mereceu ser Presidente da Academia das Ciências de Lisboa.

O seu interesse pela história é notório no conjunto da sua produção literária, tanto nos dramas históricos de cunho neoromântico como nas escrupulosas evocações  de alguns dos seus romances, centrados em figuras exemplares da história pátria, nos quais põe um cuidado minucioso na reconstituição de usos, costumes, linguagem, armas e topografia.

Republicano convicto, Lopes de Mendonça mostra-se também sensível às figuras populares, que sabe movimentar no seu ambiente próprio, como a Alfama lisboeta do Século XVI. Interessado na renovação da dramaturgia nacional, as suas peças teatrais dividem-se pelos dois géneros mais cultivados nesse final do Século XIX: o drama histórico em verso (O duque de Viseu, A Morta, Afonso de Albuquerque) e o drama naturalista de costumes (Amor Louco, Nó Cego, O Azebre), em que critica moderadamente a sociedade hipócrita e convencional da época.

Colaborou na tentativa de criação de uma ópera nacional, com os libretos das óperas A Serrana (musicada por Alfredo Keil), O Tição Negro, sobre temas vicentinos, e O Espadachim do Outeiro (estas últimas musicadas por Augusto Machado). Com D. João da Câmara e outros escreveu as farsas Zé Palonso, e O Burro em Pancas e a peça fantástica A Aranha.

Foi colaborador de numerosos jornais e revistas, reuniu em vários volumes os folhetins saídos em O Comércio do Porto, sob a epígrafe Cenas da Vida Heróica, e publicou várias obras sobre figuras importantes da nossa história, como Camões e Afonso de Albuquerque.

O seu interesse pelos acontecimentos da história contemporânea levou-o a reagir violentamente contra o ultimato inglês com várias conferências e um “a-propósito patriótico”, As Cores da Bandeira, cuja marcha final, musicada por Alfredo Keil, viria a ser adoptada como Hino Nacional, após a implantação da República.

Com o advento da República em 5 de outubro de 1910 a Portuguesa irrompe de novo na população, decretando-se mesmo logo em Novembro o seu respeito e homenagem pelos militares sempre que entoado. Mas só na sessão de 19 de junho de 1911 da Assembleia Constituinte é que se proclamou a Portuguesa como Hino nacional. A versão oficial só foi aprovada, porém, em 4 de Setembro de 1957, por iniciativa do Ministro da Presidência Marcello Caetano. Frederico de Freitas, Compositor, Maestro e Musicólogo português compôs então uma versão sinfónica do Hino e depois uma versão marcial, pelo então Major Lourenço Alves Ribeiro.

Convém recordar que na sua versão original de 1890, de desdém aos ingleses devido ao vergonhoso Ultimato, na letra, ao contrário do actual “contra os canhões marchar, marchar” se cantava “contra os bretões, marchar, marchar”…

Especialista da História Naval, publicou: “Estudos sobre navios portugueses nos séculos XV e XVI”, em 1872.

Obras principais: A Noiva, (1884); O Duque de Viseu, (1886); Os Piratas do Norte, (versos, 1890); A Morta, (1890); As Cores da Bandeira, (1891); Estudos sobre os Navios Portugueses nos Séculos XV e XVI, (1892); Os Órfãos de Calecut (romance histórico-marítimo, 1894); Paraíso Conquistado, (1895); Afonso de Albuquerque, (1898); O Padre Fernão de Oliveira e a Sua Obra Náutica, (1898); Amor Louco, (1899); O Alfenim, (1902); O Tição Negro, (1902); Nó Cego, (1905); O Azebre, (1909); Auto das Tágides, (1911); A Herança, (1913); O Crime de Arrocnhes, (1924); Cenas da Vida Heróica (Sangue Português; Gente Namorada; Lanças na África; Capa e Espada; Fumos da Índia; Santos de Casa; Almas Penadas; Argueiros e Cavaleiros).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Almada; Amadora; Lisboa; Montijo; Oeiras (Freguesia de Cruz Quebrada/Dafundo); Porto; Seixal (Freguesia da Aldeia de Paio Pires); Setúbal; Trofa; Vila Franca de Xira.

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. II, Organizado pelo Instituto Português do Livro e da Leirura, Coordenação de Eugénio Lisboa, Publicações Europa América, Edição de 1990, Pág. 390 e 391)

Fonte: “A Marinha de Guerra Portuguesa e a Maçonaria”, (de António Ventura, Edições Nova Vega, 1ª Edição 2013, Pág. 135 e 136)

Fonte. “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 15, Pág. 444)

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 356).

Augusto Gil, o Poeta que escreveu, entre muitas outras, a “Balada da Neve”, merece ser recordado no dia em que passa mais um ano (144) sobre o seu nascimento

Balada de Neve

 

Batem leve, levemente,
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim.

É talvez a ventania:
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho…

Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento com certeza.

Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria…
. Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!

Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho…

Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pezitos de criança…

E descalcinhos, doridos…
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!…

Que quem já é pecador
sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!…
Porque padecem assim?!…

E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
e cai no meu coração.

Augusto Gil

 

 

Augusto GilAUGUSTO César Ferreira GIL, Poeta e Advogado, nasceu no Porto, a 31-07-1873, e faleceu em Lisboa, a 26-02-1929. Viveu na Guarda desde os 3 anos. Formou-se em Direito na Universidade de Coimbra. Em Lisboa levou vida apagada de Advogado e Alto Funcionário, o que não o impediu de cultivar  um convite literário e político de raro encanto.

A sua obra manifesta diversas influências: contaminada pelo parnasiamismo (sobretudo nos primeiros livros), é visível a de Jão de Deus e do seu domínio do soneto, a de Cesário Verde no tom do realismo da descrição urbana e no coloquialismo, e certa assimilação de processos simbolistas (nomeadamente de Verlaine e Eugénio de Castro). De todo este encontro de tendências ressalta a sua característica mais pessoal, que é, sem dúvida, uma sensibilidade tipicamente portuguesa, de um lirismo terno e suave, atravessado, por vezes, de um humor agreste e sarcástico, traduzido em várias formas de ironia e auto-ironia.

Estreou-se  com Musa Cerúla, (1894). As suas obras mais significativas são: Versos, (1898); Luar de Janeiro, (1909); O Canto da Cigarra, (sátiras às mulheres, 1910);  Sombra de Fumo, (1915); Alba Plena, (poema de adoração a Nossa Senhora, 1916); O Craveiro da Janela, (1920); Avenida Rústica, (1927); Rosas desta Manhã, (1930); Gente de Palmo e Meio, (em prosa, sobre (e não para) crianças, 1913).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Amadora; Caldas da Rainha (Freguesia de Santo Onofre, Deliberação de 03-12-1975); Cascais (Freguesias de Cascais, Estoril e São Domingos de Rana); Castelo Branco (Freguesia de Alcains); Celorico da Beira; Évora; Figueira de Castelo Rodrigo; Guarda; Ílhavo (Freguesia de Gafanha da Nazaré); Lisboa (Freguesia do Areeiro, antiga Freguesia de São João de Deus); Loures (Freguesias de Santa Iria de Azóia e São João da Talha); Matosinhos (Freguesia da Senhora da Hora); Odivelas; Oeiras (Freguesia de Queijas); Santa Maria da Feira (Freguesias de Arrifana e Fiães); Sintra (Freguesias de Algueirão-Mem Martins e Casal de Cambra).

Fonte. “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 12, Pág. 379 e 380)

Fonte: “Dicionário Crologógico de Autores Portugueses”, (III Volume, Organizado pelo Instituto da Biblioteca Nacional e do Livro, Publicações Europa América, 1990, Pág. 139 e 140).

Fonte: “A Toponímia da Cidade da Guarda e a Construção da Memória Pública no Século XX”, (por Maria José Santos Neto. Dissertação de Mestrado em Estudos do Património, Universidade Aberta, 2011)

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 249).

“LISBOA E OS SEUS JARDINS”

Sabe onde fica o Jardim Guerra Junqueiro?

 

Jardim Guerra JunqueiroO Jardim Guerra Junqueiro, mais conhecido por Jardim da Estrela, fica no espaço compreendido entre a Praça da Estrela (por onde tem um acesso), Rua da Estrela; Rua São Jorge, Álvares Cabral (por onde tem outro acesso); Rua João Anastácio Rosa, Rua São Bernardo e Calçada da Estrela (Freguesia da Estrela).

Foi construído no Século XIX (em 1842), por iniciativa do Estadista Bernardo da Costa Cabral, Marquês de Tomar.

O Jardim Guerra Junqueiro, é um Jardim naturalista de concepção romântica, inspirado no tipo de Parque à inglesa, cercado por um gradeamento, com uma vegetação muito interessante que ela qualidade, quer pela diversidade.

Existem, neste Jardim, Lagos, Estatuária, Parque Infantil, Parque Juvenil, Equipamento de Fitness, Quiosque com Esplanada, Restaurante e Coreto.

Fonte: “Câmara Municipal de Lisboa”

Abílio Manuel GUERRA JUNQUEIRO, Escritor e Político, nasceu em Freixo de Espada à Cinta, a 15-09-1850, e faleceu em Lisboa, a 07-07-1923. Oriundo de uma família de comerciantes e lavradores. Era filho de José António Junqueiro Júnior e de Ana Maria Guerra.

Frequentou a Faculdade de Teologia (1866-1868), que abandonou para se formar em Direito (1868-1873). Na Faculdade de Direito encontrou João Penha, tendo colaborado no periódico por este editado, »A Folha«. Em 1875, dirigiu, com Guilherme de Azevedo, a revista »Lanterna Mágica« (onde surgiu a célebre caricatura de Rafael Bordalo Pinheiro, o »Zé Povinho«).

Em 1876, foi nomeado Secretário-Geral dos Governos-Civis de Angra do Heroísmo e, depois, de Viana do Castelo.

Em 1879, filiou-se no Partido Progressista, monárquico, que estava na oposição, sendo eleito Deputado por Macedo de Cavaleiros. No mesmo ano, foi proibida a representação de uma peça da sua autoria, escrita em parceria com Guilherme de Azevedo, »Viagem à Roda da Parvónia«.

Em 1880 foi eleito Ddeputado pelo círculo de Quelimane (Moçambique). Em 1888, constitui-se o grupo dos Vencidos da Vida, de Guerra Junqueiro fez parte. Dois anos depois, aderiu ao Partido Republicano e ao movimento de protesto contra a monarquia, desencadeado pelo ultimato inglês. Em 1907 foi julgado e condenado por causa de um artigo contra o rei Dom Carlos.

Implantada a República, ocupou, entre 1911 e 1914, o cargo de Ministro Plenipotenciário de Portugal na Suíça.

Como Escritor, estreou-se em 1864, com »Duas Páginas dos Catorze Anos«, série de poemas ainda influenciados pelo Ultra-Romantismo. Ligado depois ao grupo dos Vencidos da Vida, veio a ser o mais popular poeta panfletário da sua época. Serviu-se dos seus dotes oratórios para, em textos de sátira violenta, quer ao clero (A Velhice do Padre Eterno, 1885), quer á dinastia de Bragança (Finis Patriae, 1891, e Pátria, 1896), procurar a adesão popular aos ideais revolucionários. Torna-se conhecido já em 1874, com »A Morte de Dom João«, sátira ao Dom-Juanismo nas suas consequências sociais. Esta obra contém já elementos que seriam particularmente desenvolvidos numa fase posterior e que revelam a dualidade da sua obra. São eles: a poesia de intervenção, em que é constante a presença de um certo visionarismo profético, face à decadência nacional, que veio a influenciar grandemente o movimento designado por Renascença Portuguesa, e a inferioridade de temas místicos, procurando Guerra Junqueiro, como poeta-filósofo, e de acordo com as tendências da época, conciliar a fé e a razão humanas num cristianismo pessoal e panteísta. »Os Simples« (1892), obra de apologia dos humildes e a sua publicação mais célebre, é exemplo desta fase, já influenciado pelo simbolismo. Em »A Musa Em Férias« (1880) e »Os Simples« (1892), Guerra Junqueiro procura reencontrar o »paraíso perdido«,  representado pela evocação nostálgica da infância e da natureza, que dá ao poeta força física e moral. Guerra Junqueiro publicou ainda, ao longo da sua vida, »Oração ao Pão« (1902), »Oração à Luz« (1904), e »Poesias Dispersas« (1920), para além das obras já referidas. Após a sua morte, surgiu »Horas de Combate« (1924), que reúne os seus discursos políticos. Tido em vida como um dos maiores poetas portugueses de sempre, a sua obra foi posteriormente objecto de controvérsia. Se uns continuaram a louvá-lo, outros acusaram-no de um certo primarismo de pensamento, reconhecendo, embora, valor na sua capacidade de sugestão metafórica e na sua técnica artística.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Albufeira, Alcanena, Almada (Freguesias de Almada, Charneca de Caparica, Feijó e Laranjeiro), Almeirim (Freguesias de Almeirim e Benfica do Ribatejo), Alpiarça, Amadora, Arouca, Benavente (Freguesia de Samora Correia), Bragança, Cadaval (Freguesia da Vermelha), Carrazeda de Ansiães, Cartaxo (Freguesia de Vila Chã de Ourique), Cascais (Freguesias de Alcabideche, Parede e São Domingos de Rana), Castro Verde, Coimbra, Covilhã (Freguesia de Vale Formoso), Évora, Fafe, Ferreira do Alentejo, Freixo-de Espada-à-Cinta, Gondomar (Freguesias de Fânzeres e Valbom), Guimarães, Ílhavo (Freguesia da Gafanha da Nazaré), Lagoa (Freguesia de Estômbar), Lagos (Freguesia de Odiáxere), Lisboa, Loures (Freguesias de Bobadela, Sacavém, Santa Iria da Azóia, Santo António dos Cavaleiros e São Julião do Tojal), Lousada (Freguesias de Boim e Pias), Macedo de Cavaleiros, Maia, Matosinhos (Freguesia de São Mamede de Infesta), Mirandela, Mogadouro, Moita (Freguesias da Baixa da Banheira e Moita), Montijo, Murtosa, Nisa, Odivelas (Freguesias de Famões, Odivelas e Ramada), Oeiras (Freguesias de Barcarena, Carnaxide e Oeiras), Olhão, Ovar (Freguesia de Esmoriz e Ovar), Palmela (Freguesias de Pinhal Novo e Quinta do Anjo), Pinhel, Porto, Sabugal, Salvaterra de Magos (Freguesia de Muge), Santa Maria da Feira (Freguesia da Arrifana), Santiago do Cacém (Freguesia do Cercal do Alentejo), Seixal (Freguesia de Corroios), São João da Madeira, Sesimbra, Setúbal, Sintra (Freguesias de Agualva-Cacém, Almargem do Bispo e Belas), Torres Vedras (Freguesia da Silveira), Trofa, Vale de Cambra, Valongo (Freguesias de Campo e Valongo), Valpaços, Vendas Novas, Viana do Castelo, Vila do Conde (Freguesias de Mindelo e Vila do Conde), Vila Franca de Xira (Freguesia da Póvoa de Santa Iria), Vila Nova de Famalicão (Freguesia de Riba de Ave), Vila Pouca de Aguiar, Vila Viçosa.

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. II, Publicações Europa América)

Fonte: “Dicionário Biográfico Parlamentar, 1834-1910”, (Vol II, de D-M), Coordenação de Maria Filomena Mónica, Colecção Parlamento, Pág. 465 e 466”

Fonte. “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 14, Pág. 387 e 388

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 286).

Alexandre Babo, um Advogado que se distinguiu na luta contra o Estado Novo, aqui lembrado no dia em que faz 101 anos do seu nascimento

 

Alexandre BaboALEXANDRE Feio dos Santos BABO, Advogado, Escritor e Político, nasceu em Lisboa, a 30-07-1916, e faleceu na Parede (Cascais), a 03-11-2007. Filho de Carlos Cândido dos Santos Babo e de Judite da Costa Feio Babo. Fez o Curso Liceal, primeiro no Porto, e depois em Lisboa no Liceu Camões, tendo entrado para a Faculdade de Direito de Lisboa em 1933. Licenciou-se na Faculdade de Direito de Lisboa em 1939.

Advogado que se destacou como antifascista, sempre na primeira linha dos combates contra a ditadura, e foi um invulgar dinamizador cultural, Escritor e um Dramaturgo de assinalável mérito.

Com Amaral Guimarães e Abílio Mendes fundou as Edições Sirius, em 1941, que deram uma uma relevante contribuição cultural. Após a guerra, muda-se para Paris, como delegado da Revista Mundo Literário. Tornou-se militante comunista desde 1943, tendo também participado no Socorro Vermelho, uma organização ligada à Internacional Comunista.

Como advogado interveio em defesa dos presos políticos nos julgamentos do Tribunal Plenário do Porto. Fez parte do Concelho do Porto do MUD e da Comissão Distrital da campanha do General Norton de Matos, em 1948/1949. Enquanto exercia advocacia no Porto fundou, com António Pedro, o Teatro Experimental do Porto (TEP). Separou-se deste para em 1960 contribuir para a fundação do Teatro Moderno do Clube Fenianos Portuenses. Desde 1965 exerce a advocacia em Lisboa. No campo das letras, tem-se dedicado ao teatro, à ficção, à crítica, ao jornalismo e à tradição.

Foi um dos fundadores da Associação Portuguesa de Escritores, em 1973, tendo sido sócio honorário daquela associação e cooperante da Sociedade Portuguesa de Autores desde 1977.

Foi co-fundador da Liga Para o Intercâmbio Cultural Social Científico com os Povos Socialistas, da Associação Portugal-URSS. Com outros, ajudou a fundar a Associação Portugal-RDA, sendo seu secretário-geral até à unificação das Alemanhas.

Várias das suas obras foram proibidas pela censura da PIDE. Recebeu a medalha de mérito cultural da Câmara Municipal de Cascais, Concelho onde vivia.

Foi homenageado, juntamente com todos os advogados de presos políticos do regime fascista, pelo Movimento Cívico Não Apaguem a Memória (NAM), em sessão realizada na Assembleia da República, em 2014.

Obras principais: Há Uma Luz Que Se Apaga, (1951); Encontro, (1955); Autobiografia e alguns Contos, (1957); Problemas de Teatro, (ensaio, 1958); Estrela para um Epitáfio, (1960); Notas de Viagem: Londres, Paris, Helsingborg, Haia, (1963); Panaïti Istrati, (1964); Estrela para um Epitáfio e Jardim Público, (teatro, 1972); Sem Vento de Feição, (contos, 1972); Na Pátria do Socialismo, (1972); Abril, Abril, (1975); República Democrática Alemã: Sociedade Socialista Avançada, (1975); Escrita de Combate, (1976); A Reunião, (teatro, 1977); Recordações de um Caminheiro, (memórias, 1984); Nativa do Arquipélago do Vento, (romance, tradução do livro homónimo de Dostoievski, 1994).

Fonte: “Memórias da Resistência, Literatura Autobiográfica da Resistência ao Estado Novo, de António Ventura”.

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. IV, Publicações Europa América, Organizado pelo Instituto Português do Livro e das Bibliotecas, Coordenação de Ilídio Rocha, Edição de 2000, Pág. 595 E 596)

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 70).

“LISBOA E OS SEUS JARDINS”

Sabe onde fica o Jardim Gomes Leal?

 

Jardim Gomes LealO Jardim Gomes Leal, fica no Largo do Mastro. O Jardim Gomes Leal, fica no Largo do Mastro, na Freguesia de Arroios (ex-Freguesia da Pena).

Existe neste Jardim um Chafariz, da autoria do Arquitecto Malaquias Ferreira Leal, construído em 1848, para o sítio do Chão Salgado, em Belém. Na sua construção foram utilizados componentes materiais esculpidos propositadamente para embelezar o Chafariz o Chafariz do Campo de Santana, que nunca chegou a ser construído.

Durante a Exposição do Mundo Português, em 1940, o Chafariz foi removido do seu local original (Beco do Chão Salgado), para ser colocado no Jardim Gomes Leal.

Sidónio Muralha, mais um dos muitos portugueses que, por motivos políticos, teve que emigrar, na década de 60. Sidónio Muralha, se fosse vivo, faria hoje 97 anos de idade.

 

Sidónio MuralhaSIDÓNIO de Araújo MURALHA, Escritor, nasceu na Madragoa (Lisboa), a 29-07-1920, e faleceu em Curitiba (Brasil), a 09-12-1982. Filho do jornalista Pedro Muralha. Poeta e ficcionista da fase inicial do neo-realismo, a cuja estética e projecto social se manteve fiel. Antifascista como tantos outros companheiros de agrupamento desta tendência literária, viu-se obrigado a procurar longe da Pátria a liberdade de expressão que esta lhe negava.

Especialista de questões empresariais, partiu ainda jovem para o Congo Belga, donde em 1962 saiu para o Brasil, onde continuou a sua actividade profissional como consultor económico e financeiro de empresas. Viveu em S. Paulo, onde fundou a editora Giroflé, e Curitiba, onde o seu labor literário se viu galardoado, bem como os seus méritos reconhecidos. Em 1980 o Internacional Board on Books for Young People, ao reunir o Júri para o Prémio Hans Christian Andersen, decidiu que a obra do escritor, Todas as Crianças da Terra, figurasse na sua lista de honra.

Obras principais: Poesia: Beco, (1941); Passagem de Nível, (1942); Companheira dos Homens, (1950); Os Olhos das Crianças, (1963); Quando São Paulo Só Tinha Quatro Milhões de Habitantes, (1966); Poemas 1941-1971, (1971); Poema para Beatriz, (1972); O Pássaro Ferido, (poemas e microcontos, 1972); Poemas de Abril , (1974); Valéria, Valéria, (1976); Com Sol e Sal, Eu Escrevo, 81977); 26 Sonetos, (1979); Pátria Minha, (1980); Um Punhado de Areia, 81981); Cântico à Velhice, 81982). Ficção: Esse Congo Que Foi Belga, (contos, 1969); O Homem Arrastado, (romance, 1972); O Andarilho, (contos, 1975); Do Outro Lado da Rua, (contos, 1982). Literatura infantil: Bichos, Bichinhos e Bicharocos, (1950); A Televisão da Bicharada, (1º Prémio da II Bienal do Livro de São Paulo, 1962); Um Personagem Chamado Pedrinho, (biografia de Monteiro Lobato contada às crianças, 1972); O Companheiro, (1975); A Amizade Bate à Porta, (1975); Valéria e a Vida, (1º Prémio de «O meio ambiente na literatura infantil», da Secretaria de Estado do Ambiente, 1976); A Dança dos Pica-Paus, (1976); Sete Cavalos na Berlinda, (1977); Todas as Crianças da Terra, (1978); Voa, Pássaro, Voa, (1978); Catarina de Todos Nós, (1979); Helena e a Cotovia, (Prémio «Portugal/79», 1979); Terra e Mar vistos do Ar, (1981); Filme n Couleur, (1981). Memórias: A Mulher Sumissa, (polémica, 1975); As Crianças sem Ano Internacional, (depoimento, 1979).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Almada, Amadora, Matosinhos (Freguesia de Perafita), Odivelas (Freguesia de Olival Basto), Seixal (Freguesia de Corroios), e Sintra (Freguesias de Agualva-Cacém e Rio de Mouro).

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. V, Publicações Europa América)

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 379).

“LISBOA E OS SEUS JARDINS”

Sabe onde fica o Jardim Gomes de Amorim?

 

Jardim Gomes de AmorimO Jardim Gomes de Amorim, acompanha toda a lateral de um quarteirão da Avenida António José de Almeida, em frente à Imprensa Nacional-Casa da Moeda. Naturalmente inserido na esquadria do passeio de calçada portuguesa, percorre 140 metros al longp da Avenida e alberga 2.500 metros quadrados de área ajardinada.

O Jardim encontra-se completamente cercado pela robustez das árvores que brotam junto à estrada, chegando a ser mais altas que os edifícios em seu redor.

No seu seio, destapa-se um espaço muito acolhedor caracterizado pelos relvados corridos, sempre em linha com os arustos e bancos de jardim, um Parque Infantil bem equipado, aparelhos de fitness e o Monumento à Escritora brasileira Júlia Lopes de Almeida, aqui representada em bronze sobre pedestal de pedra, da autoria de Magarida Lopes de Almeida e inaugurado a 28 de Março de 1953.

Fonte: “Câmara Municipal de Lisboa”

Francisco GOMES DE AMORIM. Escritor, Escritor português, nasceu na Freguesia de A Ver-o-Mar (Póvoa de Varzim), a 13-08-1827, e faleceu em Lisboa, a 04-11-1891. Nascido no meio de uma modesta família de lavradores do Minho, emigrou, com apenas dez anos, para o Brasil, onde levou uma vida aventureira: vuveu durante um ano no sertão amazónico, depois de ter sido caixeiro. Autodidacta, tomou contacto com a literatura por intermédio do poema »Camões«, de Almeida Garrett, figura que passou a venerar. Regressou a Portugal em 1846, tornado-se o mais fiel dos discípulos de Garrett que, entretanto, o havia apadrinhado. Enquanto ascendeu na escala social, de operário passou a conservador de museu, colaborou em várias revistas do Romantismo, sobretudo em O Panorama. Começou a ganhar fama literária, como romancista, com: »Os Selvagens«, como dramaturgo, revelando maior originalidade, com as peças »Ódio de Raça« (1854), sobre o drama da escravatura no Brasil, »Fígados de Tigre« (1857), sátira ao ultra-romantismo melodramático então em voga, e »Aleijões Sociais« (1870), sobre o problema da emigração, e, como poeta com »Cantos Matutinos« (1858) e »Efémeros« (1866). Transportou para a sua poesia alguma da sua vivência na selva brasileira, conferindo-lhe um certo exotismo, bem patente na descrição precisa que fez da flora do Amazonas. Para além dos aspectos naturais abordou outros temas, como a tristeza do exílio, a liberdade e o amor, temas onde são bastante visíveis as influências garrettianas. Escreveu ainda um livro de contos »Frutos de Vário Sabor« (1876), mas foi a obra »Memórias Biográficas de Garrett« (1881-1884) que mais o notabilizou. Obra em três volumes, é sem dúvida a mais importante fonte para a compreensão da vida e obra do grande escritor romântico.

Outras obras: teatro: A Viúva, (1852); Os Herdeiros do Milionário, (1869); Os Incógnitos do Mundo, (1869); A Abnegação, (1870); O Casamento e a Mortalha no Céu Se Talha, (1870); História dum Enforcado, (1872); contos: Frutos de Vário Sabor, (1876); romance: Muita Parra e Pouca Uva, (1879).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Póvoa de Varzim; Seixal; Sintra.

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. II, Publicações Europa América)

Fonte. “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 12, Pág. 531)

Fonte: “Quem É Quem”, (Portugueses Célebres, Círculo de Leitores, Edição de 2008, Pág. 43 e 44).

Fonte: “História da Maçonaria em Portugal, Política e Maçonaria 1820-1869”, (A.H. Oliveira Marques, Editorial Presença, 2ª parte, 1997, Pág. 406).

“Gravadores de Selos Postais Portugueses”

 

KARL

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 Friedrich Wilhelm SEIZINGER, Gravador, natural de Hildburghausen (Alemanha), nasceu a 23-03-1889 e faleceu em 1978. Categorizado Artista Gravador e Aguafortista. Depois de ter frequentado o Liceu e a Academia das Artes, na sua pátria, iniciou, em 1905, a aprendizagem de gravura em talhe-doce, primeiro com C. Metzeroth, em Hildburghausen, e depois com o Porfessor Svabinsky.

Ainda muito novo, mas já consagrado por trabalhos anteriores, foi convidado, em 1921, pelo Banco Nacional da Finlândia,para abrdor das chapas das suas notas. Idêntica função desempenhou em 1924 no Banco Nacional da Checo-Eslováquia.

Depois de 1928, porém, dedicou-se exclusivamente à gravura de selos; primeior ao serviço do Ministério dos Correios da Checo-Eslováquia, e sucessivamente da Administração de Correios da Jugoslávia, em 1938, e da efémera Administração Postal de Agram (Croácia), em 1941. Pode dizer-se que, nos períodos indicados, quase todos os selos dos referidos países são dos seus buris.

Dentro da mesma especialidade trabalhou desde 1948 para  a Casa de Joh Enschedé em Zonen, de Haarlem (Holanda).

O Professor Karl Seizinger concorreu com trabalhos seus a inúmeras Exposições: Iposta, (1930, em Berlim); Wipa, (1933, em Viena de Áustria); Praga; Bratislava; Agram; Barcelona; Melbourne; Nova Yorque; Varsóvia; etc.

Em todos estes certames foram-lhe atribuídas elevadas distinções, das quais merece especial menção o «Grand Prix» recebido em Berlim, na Exposição Iposta; e Medalha de Ouro nas Exposições de Praga, de Bratislava e de Agram.

Por ocasião do XVI Congresso Internacional da História da Arte, reunido em Lisboa no ano de 1949, emitiu-se um selo comemorativo do acontecimento, que foi gravado e impresso nas oficinas de Joh Enschedé em Zonen, de Haarlem (Holanda). A gravura em talhe-doce foi executada pelo Professor Karl Seizinger, ao serviço da firma acima referida. A emissão tem dois valores: 1$00 (vermelho de bordeus) e 5$00 (bistre).

Fonte: “Velhos Papéis do Correio”, (de Godofredo Ferreira, Editado pelos CTT, Edição de 1949)

“LISBOA E OS SEUS JARDINS”

Sabe onde fica o Jardim França Borges?

 

Jardim França BorgesO Jardim França Borges, mais conhecido por Jardim do Príncipe Real, fica na Praça do Príncipe Real, entre o fim da Rua de São Pedro de Alcântara e o início da Rua da Escola Politécnica, nas Freguesias da Misericórdia e de Santo António (Ex-Freguesias de Mercês, São Mamede e São José).

O Jardim França Borges, homenageia o grande Jornalista e Republicano que foi França Borges.

 

 

António FRANÇA BORGES, Jornalista e Político, nasceu no Sobral de Monte Agraço, a 10-01-1871, e faleceu em Davos Platz (Suíça), a 05-11-1915. Era filho de António Ribeiro Borges e de Cândida Borges França.

Concluídos os Estudos Secundários, tornou-se funcionário da Fazenda, mas em breve se dedicou em exlusivo à actividade política e ao jornalismo.

Começou a sua vida de Funcionário Público, como Aspirante, nas Finanças de Sintra, onde a sua pena extremamente combativa lhe proporcionou alguns dissabores, e, entre eles, o de haver sido preso e trazido para Lisboa, dando entrada no Governo Civil.

Nesta profissão logrou prisões e sucessos. Pertenceu ao corpo redactorial da “Vanguarda”,do  “País”, da “Lanterna” e da “Pátria”, de que foi Director. Lançou em 16-09-1900 o jornal “O Mundo”, que com a sua agressividade revolucionária foi uma das forças  mais demolidoras não só da ditadura franquista mas também do próprio regime monárquico.

Pertenceu à Maçonaria, iniciado na Loja Montanha em 1901, com o nome simbólico de Fraternidade, pertenceu ainda à Loja Justiça e presidiu à Loja O Futuro  (1905), tendo alcançado o 7º grau do Rito Francês em 1914. Foi Presidente da Associação do Registo Civil, membro do Directório do Partido Republicano, deputado em 1912.

Vulto cimeiro do Partido Democrático, recusou-se, após a implantação da República, a assumir cargos oficiais.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Almada (Freguesia da Charneca de Caparica), Barreiro (Freguesia do Lavradio), Matosinhos (Freguesias de Custóias e Leça do Balio), Lisboa (Freguesias da Misericórdia e Santo António, Jardim França Borges); Nazaré, Sobral de Monte Agraço, Torres Vedras, Vila Franca de Xira (Freguesias de Alhandra e Póvoa de Santa Iria), Vila Nova de Gaia.

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. III, Publicações Europa América)

Fonte. “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 11, Pág. 764 e 765)

Fonte: “Parlamentares e Ministros da 1ª República” (1910-1926); (Coordenação de A. H. Oliveira Marques, Colecção Parlamento; Edições Afrontamento, Pág. 121)

Fonte: “Quem É Quem”, (Portugueses Célebres, Círculo de Leitores, Edição de 2008, Pág. 97).

Faleceu no passado dia 22, o Actor Horácio Manuel, pouco conhecido do grande público, mas com um currículo muito apreciável. Aqui fica a nossa homenagem.

 

Horácio ManuelHORÁCIO MANUEL, Actor, natural de Lisboa, nasceu em 1954 e faleceu a 22-07-2017. Refugiou-se em Paris, no início da década de 1970, em plena ditadura, fixou residência na Alemanha, de onde só voltou após o 25 de Abril de 1974. Fez parte da Companhia de Teatro O Bando desde há muitos anos.

Estudou interpretação que fez no Delmetscher Institut de Munique e o curso de formação de atores, pelo Old Vic, em Londres. Trabalhou igualmente com o Dramaturgo e Encenador brasileiro Augusto Boal, com quem estudou técnica de Actor, Dramatugia e Encenação.

Conhecido pelo trabalho em televisão, em séries como “Conta-me Como Foi” (2008), “Cidade Despida” (2010), “Liberdade 21” (2011) ou telenovelas como “A única mulher” (2015), marcou igualmente o cinema, com os desempenhos em “A Raiz do Coração” (2000), de Paulo Rocha, “Adriana” (2004), de Margarida Gil, ou “A Outra Margem” (2007), de Luís Filipe Rocha.

Teve colaborações no Nacional São João, no Teatro Extremo ou na Cornucópia, como intérprete de Luigi Pirandello, David Mamet ou Hélia Correia, e também como autor de peças como “Aton” ou “É a guerra, é a guerra”, história de sobrevivência, com as invasões francesas em fundo.

O seu percurso apresenta mais de 60 peças, quase todas com O Bando, de João Brites, desde 1975, que podem ser seguidas no próprio ‘site’ da companhia.

Aqui fez criações colectivas iniciais como “O ovo”, “A máquina” ou “João Triste”, resgate de textos de tradição oral como “Cenas da vida de El-Rei Ramiro”, “Afonso Henriques” e “Nós de um segredo”, ou versões de clássicos como os “Sermões” de padre António Vieira, ou o teatro de António José da Silva.

Levou a palco Autores como Cândido Ferreira (“Caras ou coroas”), Sophia de Mello Breyner Andresen (“Viagem”), Irene Lisboa (“Mão cheia de nada”), Hélia Correia (“Montedemo”), Eduarda Dionísio (“Carcaças”), Mário de Carvalho (“Estilhaços”), José Saramago (“Ensaio sobre a cegueira”) ou Gonçalo M. Tavares (“Jerusalém”).

A adaptação de “Bichos”, de Miguel Torga, foi um dos sucessos de O Bando, e também de Horácio Manuel, na entrada da companhia na década de 1990 – universo a que voltaria mais tarde, para fazer “Miúra em fuga”, sozinho em palco, e que marcaria também uma das suas últimas interpretações, em “Dos Bichos”, encenação levada ao Convento São Francisco, em Coimbra, no ano passado.

Horácio Manuel fez igualmente “A morte do palhaço”, sobre Raul Brandão, “Gente singular”, a partir de Manuel Teixeira-Gomes, “Photocena”, de Teresa Rita Lopes, “Os anjos”, de Teolinda Gersão, “Os morcegos”, de Jaime Rocha, “Borda d’Água”, com poemas inéditos de António Ramos Rosa.

O italiano Luigi Pirandello (“Esta noite improvisa-se”), o irlandês John Milligton Synge (“A fonte dos santos”), Ad de Bont (“Mirad, um Rapaz da Bósnia”), a francesa Marie Darrieussecq (“A porca”) são outros dramaturgos que trabalhou.

Interpretou Bernard-Marie Koltès (“Combate de negro e cães”), no Teatro Nacional São João, no Porto, Shakespeare (“Tanto amor desperdiçado”), no D. Maria II, em Lisboa, Dario Fo (“Não se ganha, não se paga”), no Teatro da Trindade.

Teve colaborações pontuais com o Teatro da Cornucópia, com o Encenador Emmanuel Demarcy-Mota, com a brasileira Companhia das Artes, entre outros mais mais, sempre em teatro, sempre em palco.

Fonte: “Jornal Observador”

Fonte: “Jornal de Notícias”