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No dia em que passam 105 anos do nascimento de António Vilar, recordamos aqui, aquele que foi, o mais internacional galã do Cinema Português.

 

António Vilar e Brigitte BardotANTÓNIO VILAR Justiniano dos Santos, Actor, de seu nome completo, nasceu no Bairro de Alcântara, em Lisboa, a 31-10-1912, e faleceu em Madrid (Espanha), a 15-08-1995. Foi o mais internacional galã do Cinema português. Depois dos estudos liceais e de frequentar o Instituto Comercial, António Vilar vira-se decisivamente para o chamado meio artístico e boémio lisboeta.

Canta na Rádio, é repórter no jornal O Século, faz figuração no cinema (A Severa de Leitão de Barros, em 1931), inicia-se, como técnico, ao lado de António Lopes Ribeiro, em Gado Bravo. Paris, Madrid e Barcelona são lugares onde tenta a sua sorte. Em Espanha será assistente de Max Nosseck. De volta a Portugal continua a trabalhar como técnico (em particular no domínio da caracterização, em que se torna exímio) durante vários anos até que, em 1940, consegue um pequeno papel no Feitiço do Império, de Lopes Ribeiro. Dois anos depois é o Carlos Bonito de O Pátio das Cantigas, em 1943 é já o protagonista de Amor de Perdição. A partir daí a sua carreira de Actor está firmada. Nos últimos anos da década de 40 transfere-se para Madrid. E é com base na capital espanhola que António Vilar enceta uma actividade internacional. Foi o mais internacional galã do cinema nacional. Filma em Espanha, Itália, França, Argentina e Estados Unidos da América. Voltará a Portugal em 1959 para O Primo Basílio e depois, já nos anos 60, para rodar uma co-produção em que participava, aposta que se repete em 1973. Figurouentre outros, nos seguintes filmes:  em “A Severa” (de Leitão de Barros, em 1931), Feitiço do Império, (de António Lopes Ribeiro, em 1940); Pão Nosso, (de Armando de Miranda, emm 1940); O Pátio das Cantigas, (de Francisco Lopes Ribeiro, em 1942); Amor de Perdição, (de António Lopes Ribeiro, em 1943); Inês de Castro, (de Leitão de Barros, em 1945); A Vizinha do Lado, (de António Lopes Ribeiro, em 1945); Camões, (de Leitão de Barros, em 1946); A Mantilha de Beatriz, (de Eduardo Garcia Maroto, em 1946); Rainha Santa, (de Rafael Gil, (Espanha, 1947); El Duende y el Rey, (de Alejandro Perla, (Espanha, 1948); La Vida Encadenada, (de António Roman, Espanha, 1948); O Primo Basílio, (de António Lopes Ribeiro, em 1959); El Inocente, (de José Maria Forn, Espanha, 1959); Processo de Conciencia, (de Augustin Navarro, Espanha, 1963); Fim-fr-Semana com a Morte, (de Julio Coll, (Portugal-Espanha-RFA, 1967); Sinal Vermelho, (de Rafael Romero Marchent, Portugal-Espanha, 1973), etc. pisou o palco do Teatro Dona Maria II e em “O Gado Bravo”, (1934), estreia de António Lopes Ribeiro na realização de filmes, desempenhou as mais variadas funções, desde assistente a caracterizador, em 1940, no filme “Feitiço do Império”, e em 1941, com o “Pátio das Cantigas”, começou uma carreira que o elevaria a primeira figura  de cartaz em Portugal e no estrangeiro, onde contracenou com B Bardot, Virna Lisi, Ana Karina, Maria Félix, Odile Versois, etc. A sua actuação no filme “Camões”, (1946), mereceu-lhe o Prémio de Melhor intérprete. Na década de 50 era cotado como um dos mais disputados galãs do cinema Europeu.

Em 1978 foi a última vez que integrou o elenco de um filme (Estimado Señor Juez) e, a partir daí acalentou inteiramente às suas custas o projecto de realizar um filme sobre a epopeia de Fernão de Magalhães, tendo até lançado à água uma réplica da Nau Trinidad, que aliás após a sua morte foi oferecida à Comissão Nacional dos Descobrimentos Portugueses.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Almada (Freguesia da Sobreda), Amadora, Lisboa (Freguesia da Ameixoeira, Edital de 14-07-2004), Seixal (Freguesia de Corroios), Sintra (Freguesia de Algueirão-Mem Martins).

Fonte: “O Grande Livro dos Portugueses”, (Círculo de Leitores, 1990, Pág. 515)

Fonte: “Dicionário do Cinema Português (1962-1988), de Jorge Leitão Ramos, Editora Caminho”.

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 533 e 534).

Fonte: “Câmara Municipal de Lisboa – Toponímia de Lisboa”

“LISBOA E OS SEUS JARDINS”

Sabe onde fica o Jardim Sobre a Fonte Monumental?

 

Jardim da Alameda Dom AfonsoJardim situado na Alameda de Dom Afonso Henriques, cruzando a Avenida Almeirante Reis. Neste Jardim fica A Fonte Monumental, mais conhecida por Fonte Luminosa, situada do lado direito, no sentido Sul/Norte.

Sobre a Fonte Monumental existe um Miradouro e um lago enquadrados por arvoredo que proporciona sombras agradáveis.

Tertuliano Marques, o Arquitecto autor de obras como o Edifício onde está o MUDE, ou da reconstrução do Teatro de São Luiz, vencedor do Prémio Valmor de 1921, é completamente desconhecido do grande público.

MUDETERTULIANO de Lacerda MARQUES, Arquitecto e Pintor, nasceu em Lisboa, a 30-10-1882, e faleceu, trucidado pelo comboio, em São João do Estoril (Cascais), a 12-05-1942. Arquitecto, Procurador à Câmara Corporativa em 1935 e 1936 na 16ª Secção (Ciências, Letras e Artes), como representante do Sindicato Nacional dos Arquitectos.

Aluno laureado da Escola Superior de Belas Artes, encetou a sua carreira sob a influência do revivalismo arquitectónico, presente no jazigo neogótico de Elísio de Moura na Figueira da Foz, em 1909, e na decoração ao estilo Luís XVI no interior do Chiado Terrasse, em 1911. Isso não o impediu, contudo, de se interessar pela arte nova, como ficara demonstrado num quarto de dormir apresentado na Sociedade Nacional de Belas-Artes em 1905.

Foi autor de edifícios magníficos, como dos Bancos Ultramarino, (onde está a gora o MUDE); Banco Pinto & Sotto Mayor, do Palácio da Cova da Moura (Prémio Valor de 1921); Casa S. Cristóvão, de Alfredo da Silva, no Monte Estoril; reconstrução do Teatro São Luiz, depois do incêndio de 1915; reconstrução da Igreja de Santo António, no Estoril, depois do incêndio de 1927.

Em 1917 obteve uma menção honrosa com o seu projecto para a Câmara Municipal de Guimarães. O palacete do financeiro João Ulrich na Cova da Moura, de inspiração barroca, valeu.lhe o Prémio Valmor de 1921.

Foi encarregado de escolher o terreno para o Pavilhão de Portugal na Exposição Pan-Americana de Sevilha.

Projectou com o filho, Vasco Pereira de Lacerda Marques, o edifício do Rádio Clube Português (1934). Pouco antes de falecer expôs alguns trabalhos de pintura no «Salão Primavera».

Procurador à Câmara Corporativa, fez parte da secção de Ciências, Letras e Artes, tendo sido encarregado, como delegado do Governo, de escolher o terreno para o Pavilhão de Portugal na Exposição Pan-Americana, em Sevilha.

Como aguarelista, apresentou em diversas exposições obras acima da craveira, de grande fôlego e originalidade, reveladores da sua excepcional inspiração artística.

Fonte: “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 16, Pág. 402)

Fonte: “Dicionário Biográfico Parlamentar, 1935-1974, (Volume II de M-Z), Direcção de Manuel Braga da Cruz e António Costa Pinto, Colecção Parlamento, Pág. 66).

Bernardo de Passos, um grande Republicano Algarvio, na Toponímia, lembrado no dia em que passam 141 anos do seu nascimento.

 

Bernardo PassosBERNARDO Rodrigues DE PASSOS, Escritor e Jornalista,  Nasceu em São Brás de Alportel, a 29-10-1876, e faleceu em Faro, a 02-06-1930. Era filho de Bernardo Rodrigues de Passos, homem dado às Letras; irmão da Escultora Rosalina de Passos, da Pintora Virgínia de Passos e do Caricaturista Boaventura Rodrigues de Passos.

Bernardo Passos começou muito cedo a publicar as suas poesias em jornais do Algarve, assinando «Passos Júnior». Poeta de grande inspiração, sensibilidade e forma puríssima, cantou a paisagem algarvia, a Natureza e a Mulher! Através da sua obra demonstrou, de acordo com os seus ideais políticos, preocupações sociais e, com grande subtileza, fez críticas a favor dos mais desfavorecidos.

Bernardo de Passos abraçou profundamente os ideais republicanos, que defendeu, em muitos artigos assinados com o pseudónimo de «Brás Brasil», e divulgou, com atitudes únicas, nomeadamente dando aulas gratuitas no centro republicano então existente em São Brás de Alportel.

Começou por se dedicar à vida comercial. Foi jornalista, sendo um dos fundadores do Correiro do Sul e Professor do Ensino Particular.

Activista republicano, ocupou, depois de 1910, vários cargos administrativos no concelho de Faro. Como Escritor, foi marcado, quer pela poesia de António Nobre, quer pela de Guerra Junqueiro, conseguindo, no entanto, manifestar-se numa literatura pessoal onde, a par de um intenso regionalismo, se reflectem os seus ideais políticos.

Escreveu: »Adeus«, (1902), »Grão de Trigo«, (1907), »Portugal na Cruz«, 81909), »Bandeira da República«, (1913), »A Árvore e o Ninho«, (1930), e »Refúgio«, (1936, colectânea editada postumamente, com prefácio de Fidelino de Figueiredo).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Albufeira; Faro; Lisboa (Freguesia do Areeiro); Loulé; São Brás de Alportel; Seixal (Freguesia de Corroios).

Fonte: “Quem Foi Quem? 200 Algarvios do Século XX”, (de Glória Maria Marreiros, Edições Colibri, 1ª Edição, Dezembro de 2000, Pág. 381 e 382)

Fonte: “Quem É Quem Portugueses Célebres, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 404).

“LISBOA E OS SEUS JARDINS”

Sabe onde fica o Jardim Francisco Caldeira Cabral?

 

Lumiar 2392Este Jardim, situa-se em Telheiras, na Freguesia do Lumiar, à entrada do Metropolitano, e é uma homenagem ao primeiro Arquitecto Paisagista Francisco Caldeira Cabral.

Este Jardim está equipado com um Parque Hortícola e Equipamento de Fitness.

FRANCISCO CALDEIRA CABRAL Arquitecto e Professor, nasceu no Campo de Santana, nº 46 (Lisboa), a 26-10-1908, e faleceu em Coimbra, a 10-11-1992. Iniciador do ensino e da prática da Arquitectura Paisagista em Portugal. Era filho de António Caldeira Cabral e de Alice Monteiro. Cresceu entre Lisboa e S. Pedro de Sintra, onde o seu pai tinha casa e fez o Ensino Primário em Lisboa. Iniciou o secundário no Colégio Vasco da Gama, continuando-o a partir de 1921 no Colégio dos Jesuítas, então instalado em La Guardia.

Terminou o Curso Liceal em 1925, realizando os exames finais no Liceu de Passos Manuel, em Lisboa.

Ainda estudante, o Director do Instituto Superior de Agronomia, Prof. André Navarro, encarregou-o da direcção de trabalhos de jardinagem na Tapada e no Jardim Botânico da Ajuda.

Quando em 1935 a Câmara Municipal de Lisboa decidiu apostar na formação de um técnico especializado para assumir a chefia da Repartição de Arborização e Jardinagem, e nesse sentido pediu ao Instituto a indicação de alguém que assumisse o cargo, este indicou o seu nome.

Os jardins da cidade de Lisboa eram da competência dos jardineiros municipais, cujos trabalhos tinham atingido o auge na segunda metade do século XIX mas que entretanto tinham vindo a perder consistência e vigor.

Após concluir a licenciatura em Agronomia em 1936, partiu para Berlim para frequentar o Curso de Arquitectura Paisagista, que concluiu em 1939. Esta era uma nova disciplina cujo ensino se iniciara em 1929 em Reading, Inglaterra, e em 1931 na Alemanha. Em 1937 foi convidado a participar no projecto do Estádio Nacional, em cujos trabalhos colaborou até 1940, ano em iniciou a actividade de docente no Instituto Superior de Agronomia. Aí deu início ao curso experimental de Arquitectura Paisagista, de livre acesso e facultativo, o qual começou a funcionar em 1941. No ano seguinte o curso beneficiou do estatuto de Curso Livre por parte do Ministério da Educação Nacional, mas só decorridos quarenta anos se procedeu à sua oficialização. Caldeira Cabral criou o Centro de Estudos de Arquitectura Paisagista no Instituto Superior de Agronomia em 1953, organismo que foi o precursor da Associação Portuguesa de Arquitectos Paisagistas, e que passou, em 1957, a representar Portugal na Federação International dos Arquitectos Paisagistas (IFLA). Foi eleito vice-presidente da IFLA em 1960, cargo que ocupou até 1962. O Prof. Caldeira Cabral legou-nos um património teórico e conceptual que se tornou uma referência de trabalho, não só para os seus colegas, alunos e seguidores, mas também para a sociedade em geral.

Exemplo da aplicação prática dos seus ensinamentos foi o projecto dos jardins da Fundação Calouste Gulbenkian, da autoria dos seus discípulos Gonçalo Ribeiro Telles e António Viana Barreto.

De realçar a sua colaboração com a CML. Entre 1950 e 1960 foi vogal da Comissão de Arte e Arqueologia; entre 1956 e 1960 integrou o Gabinete de Estúdios e Urbanização onde orientou os estudos de Arquitectura Paisagista no Plano Director de Lisboa; em 1961 integrou a comissão organizadora dos Colóquios de Urbanismo. O Professor Doutor Francisco Caldeira Cabral, Engenheiro Agrónomo pelo Instituto Superior de Agronomia, 1936, Arquitecto Paisagista pela Universidade de Berlim, 1939, Professor Catedrático Jubilado, respectivamente em 1945 e 1975. O Prof. Caldeira Cabral foi

Doutor Honoris Causa pela Universidade Técnica de Hannover, 1971 e pela Universidade de Évora, 1980, e visiting professor nas universidades de Berkeley, Michigan, Athens e Pensilvânia nos Estados Unidos, Newcastle em Inglaterra Madrid e Saragoça, Tóquio, Hanôver e Évora. Dominava o alemão, inglês, francês, espanhol, italiano, e também o latim. Pertenceu a diversas sociedades científicas, incluindo a American Society of Landscape Architects, o Institute of Landscape Architects, a Ordem dos Engenheiros, a Sociedade de Ciências Agrárias e a Sociedade Portuguesa de Ciências Naturais. Foi distinguido com a Medalha de Bronze do Concurso Internacional Planten und Blomen, Hamburgo, 1963, e recebeu o prémio Fritz Schumacher – Ordenamento da Paisagem, Hannover, 1965.

Foi agraciado com as condecorações, de Grande Oficial da Ordem da Instrução Pública, 1982, e com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, 1989. De realçar a colaboração do Prof. Francisco Caldeira Cabral com a CML. Entre 1950 e 1960 foi vogal da Comissão de Arte e Arqueologia; entre 1956 e 1960 integrou o Gabinete de Estudos e Urbanização onde orientou os estudos de Arquitectura Paisagista no Plano Director de Lisboa; em 1961 integrou a comissão organizadora dos Colóquios de Urbanismo.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Lisboa (Freguesia de Telheiras, Edital de 07-10-2008).

Fonte: “Câmara Municipal de Lisboa – Toponímia de Lisboa”

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 112).

No que em que, se fosse vivo, faria 74 anos de idade, recordamos aqui o Escritor e Jornalista João Aguiar.

 

João AguiarJOÃO Casimiro Namorado de AGUIAR, Escritor e Jornalista, natural de Lisboa, nasceu a 28-10-1943 e faleceu a 03-06-2010. João Aguiar viveu a infância entre Lisboa, cidade natal, e a Beira, em Moçambique. A mãe ensinou-o a ler para mantê-lo sossegado na cama, durante um longo período de doença, e de leitor interessado passou rapidamente a aspirante a escritor. Mas antes dos livros, dedicou-se ao jornalismo.

Cumpriu o serviço militar em Angola, onde fez Rádio e trabalhou como Jornalista. Em Dezembro de 1974, viajou para a Holanda, onde esteve a trabalhar no Centro de Turismo Português, em Amesterdão. Regressou a Portugal, em 1976, altura em que reiniciou o Jornalismo, tendo trabalhado para a RTP e em diversos diários, semanários e revistas.

João Aguiar frequentou em Lisboa os cursos superiores de Direito e Filosofia, mas foi em Bruxelas que se licenciou em Jornalismo, profissão que entretanto tinha começado a exercer. Considerou-se sempre jornalista, mesmo passados largos anos desde que abandonara a actividade profissional. Começou pela RTP – onde também coordenou uma série da Rua Sésamo – e passou depois por jornais como Diário de Notícias, A Luta, O País.

Fez rádio no Canadá, onde trabalhou com Henrique Mendes. Os romances publicados chegaram já depois dos 40 anos.

Nos livros que escreveu regressou aos primórdios para falar de Sertório e publicou até um trabalho não ficcionado sobre o menino do Lapedo. Viajou para Macau com a ficção para escrever «Os Comedores de Pérolas» e «O Dragão de Fumo». Para a televisão criou duas séries destinadas ao público mais jovem – «Sebastião e os Mundos Secretos» e o «Bando dos Quatro», no qual ele próprio figura na personagem do Tio João. A doença que veio a provocar-lhe a morte impediu-o de concluir o livro que preparava sobre a revolução de 1383. Numa autobiografia irónica que escreveu para o jornal de Letras em 2005, João Aguiar concluía: «A minha vida não dava um livro, e ainda bem. Em compensação, o facto de os meus livros darem uma vida – boa ou má, não importa para o caso – , esse facto devo-o, em grande parte, aos momentos de não-glória que acabo de relatar. E estou-lhes muito grato». Em 1984 publicou o primeiro romance histórico «A Voz dos Deuses», centrado na figura de Viriato.

Obras princpais: Uma Incursão no Exoterimo Português, (1983); A Voz dos Deuses, (1984); O Trono do Altíssimo (1988); O Canto dos Fantasmas, (1990); Os Comedores de Pérolas, (1992); A Hora de Sertório, (1994); A Encomendação das Almas, (1995); O Navegador Solitério, (1996); Inês de Portugal, (1997); O Dragão de Fumo, (1998); A Catedral Verde, (2000); Diálogo das Compensadas, (2001); Uma Deusa na Bruma, (2003); O Sétimo Herói, (2004); O jardim das Delícias, (2005); O Priorado do Cifrão, (2008).

Fonte: “Jornal Destakes”

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 16).

Fonte: “Infopédia – Dicionários Porto Editora”

Regina Carvalheiro, aqui recordada, no dia em que, se fosse viva, faria 100 anos.

Maria REGINA Dias CARVALHEIRO, Advogada e Política, natural da Freguesia de São Julião (Figueira da Foz), nasceu a 27-10-1917 e faleceu a 14-06-2003.  Era Filha de Albertina Teixeira Dias Carvalheiro (11/05/1890-15/06/1976), e de Manuel Duarte Carvalheiro (19/10/1889-01/11/1949).

Licenciou-se em Direito pela Universidade de Coimbra. Foi casada com Albano Rodrigues da Cunha (04/04/1915-05/08/1968), Advogado e militante comunista muito considerado em Coimbra, várias vezes preso e torturado pela PIDE sem ter prestado quaisquer declarações. Exerceu a Advocacia em Coimbra e na Figueira da Foz. Participou activamente em todos os movimentos oposicionistas desde a campanha do General Norton de Matos para a Presidência da República.

Prestigiada antifascista e militante comunista, a advogada Regina Carvalheiro foi uma das principais referências do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas e da Associação Feminina Portuguesa para a Paz na Figueira da Foz e em Coimbra e pertenceu, durante décadas consecutivas, aos meios oposicionistas das duas cidades.

Foi Secretária da Delegação em Coimbra da Associação Feminina Portuguesa para A Paz (que seria proibida em 1952) e membro do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas (fechado pelas autoridades em 1947).

Participou activamente em todos os movimentos oposicionistas desde a campanha do General Norton de Matos para a Presidência da República, tendo sido presa, em 1963, e julgada no Tribunal Plenário de Lisboa, que a absolveu.

Na sequência do 25 de Abril de 1974, a 28 de Abril fez parte da Delegação daquele Movimento, juntamente com Alberto Vilaça [07/12/1929-21/05/2007], João Vilar, Luís Carlos Januário, Trocado da Costa e Victor Costa, que se dirigiu a Lisboa para o Encontro Nacional de todos os movimentos democráticos nacionais.

Em 1975, esteve, juntamente com os Professores Carrington da Costa, Luís Albuquerque, Orlando de Carvalho, Paulo Quintela, e Teixeira Ribeiro, Rui Clímaco, Major Lestro Henriques, Padre Cruz Dinis, Maria Benedita Albuquerque, Ivone Teles e Manuela Macário, na fundação do Núcleo de Coimbra do Conselho Português para a Paz e Cooperação.

 Fonte: “Candidatos da Oposição à Assembleia Nacional do Estado Novo (1945-1973) Um Dicionário”, (Coordenação de Luís Reis Torgal, Texto Editora, Colecção Parlamento, 1ª Edição, Outubro de 2009, Pág. 138).

Virgílio Teixeira, um dos Actores Portugueses mais internacionais, aqui lembrado no dia em que, se fosse vivo, faria 100 anos

 

Virgílio TeixeiraVIRGÍLIO Gomes Delgado TEIXEIRA, Actor e Desportista, natural do Funchal (Madeira), nasceu a 26-10-1917 e faleceu a 05-12-2010. Iniciou a sua vida como desportista, praticando ténis, natação e futebol. No início dos anos 40, foi para Lisboa, tornando-se dos mais requisitados galãs do cinema português. Estreou-se como figurante, em 1943, no filme “O Costa do Castelo”. No ano seguinte, teve o seu primeiro papel importante em “Ave de Arribação”, (1943). Protagonizou a única sequela do cinema português, “José do Telhado” (1945), e “A Volta de José do Telhado” (1949). Em 1947, formou com Amália Rodrigues um dos pares mais inesquecíveis da cinematografia portuguesa, em “Fado- a História de Uma Cantadeira” (1947), de Perdigão Queiroga. No final da década de 40 fixou-se em Espanha, encetando uma carreira profissional que duraria 20 anos. Distinguiu-se na Europa e nos EUA, tendo participado em filmes de produção espanhola, inglesa e norte-americana. A sua carreira internacional permitiu-lhe contracenar com grandes vedetas como Richard Burton, Elizabeth Taylor, Frederic March, Ava Gardner, Lana Turner e Alec Guiness.

Ao longo da sua actividade, participou em mais de 90 filmes. No teatro, apesar das raras aparições, distinguiu-se ao lado de Isabel de Castro, Eunice Muñoz e Castro Ferreira, nas peças “O Bem Amado”, e “Mary-Mary” (1964). Abandonou a vida artística em 1967. Em 1984, regressou, a convite de Jorge Brum do Canto, para rodar “O Crime de Simão Bolandas” e para fazer a sua estreia em televisão, como um dos principais intérpretes da telenovela “Chuva na Areia”, adaptada do romance de Luís Sttau Monteiro (Agarra o verão Guida, agarra o verão). A sua filmografia nacional inclui ainda “A Mulher do Próximo” (1987), “O Querido Lilás” (1987), “Eternidade” (1991) e “Vertigem” (1991). Virgílio Teixeira participou, ainda, nas séries televisivas “A Casa da Saudade” de Filipe La Feria (2000) e o “Hotel Bon Séjour” (1998), gravada na freguesia do Monte, no Funchal, da autoria de Ferrão Katzenstein. O Festival de Cinema do Funchal em 2006 distinguiu-o com o Prémio Carreira.

Fonte: “Dicionário do Cinema Português, 1962-1988, de Jorge Leitão Ramos, Editorial Caminho, de 1989”

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 508).

Júlio Proença, um Fadista praticamente desconhecido, aqui lembrado no dia em que fassam 116 anos do seu nascimento

Júlio ProençaJúlio Proença, é o nome artístico de Júlio José da Fonseca), Fadista, cantador de voz quente e sentimental, nasceu em Lisboa, na Rua do Capelão, nº 20, a 25-10-1901 (perto da casa onde morou a Severa), em pleno coração da Mouraria, e ali aprendeu a cantar com a mãe e faleceu em Moçambique, a 21-09-1970. Era filho de Amélia da Conceição Proença.

Mais tarde mudou para o Bairro Alto (Rua das Gáveas) e em 1917, pela mão do cantador António Lado, começou a cantar como amador em festas de beneficência, nos retiros, em esperas de touros, em cinemas, nos teatros Apolo, Trindade, Avenida, Maria Vitória e no Salão Artístico de Fados.

Em 1927 tomou parte, ainda como amador, numa digressão por várias localidades do País – a primeira que se realizou no género – com Joaquim Campos, Alberto Costa, Raul Ceia e Maria do Carmo, os guitarristas Armandinho e Herculano Rodrigues e o violista Abel Negrão. Trabalhando como estofador-decorador na firma Manuel Domingos Lopes, Júlio Proença tornou-se cantador profissional em 1929, ano em que no Coliseu dos Recreios participou na opereta Mouraria.

Actuou também nos Teatros Joaquim de Almeida, Eden-Teatro, São Luís, Capitólio e Variedades, nos Clubes Monumental, Ritz, Olímpia e Maxim’s, no Retiro da Severa, no Solar da Alegria (que reabriu sob a sua direcção e a de Deonilde Gouveia em Março de 1931) e nos Cafés Ginásio, Mondego e Luso.

Com um estilo sentimental e boa dicção, Júlio Proença cantou versos dos Poetas Augusto Sousa, Fernando Teles, Júlio Guimarães, Henrique Rego, Frederico de Brito e João Linhares Barbosa, e distinguiu-se como autor de música de fados, entre eles o Fado Proença, Fado Camélias e Fado Moral. Das suas intrepretações gravadas em disco, citam-se: Como Nasceu o Fado, Três Beijos, Olhos Fatais, Mentindo Sempre, Meu Sonho, Minha Terra, etc.

Júlio Proença, foi dos primeiros Fadistas a cartar na Rádio (Rádio Luso, Rádio Peninsular; Rádio Condes e C.T.1AA).

Em 21-05-1946, Júlio Proença foi homenageado numa concorrida festa realizada na Sala Júlia Mendes (Parque Mayer) e pouco depois partia para Moçambique, onde se fixou e faleceu em 21-09-1970.

Fonte: “Museu do Fado”

Fonte: “Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX” (Direcção de Salwa Castelo-Branco, 3º Volume, L-P, Temas e Debates, Círculo de Leitores, 1ª Edição, Janeiro de 2010, Pág. 1066)

Lembramos hoje a Escritora Judite Navarro, no dia em que passam 109 anos do seu nascimento

 

Judite NavarroJUDITE NAVARRO é o Pseudónimo da esritora Judite Vitória Gomes da Silva, nasceu em Torres Novas, a 24-10-1908, e faleceu em Vale de Janelas, Freguesia de A dos Cunhados (Torres Vedras). a 11-11-1987. Era filha de um Oficial do Exército, viveu a sua infância em Torres Novas, Évora e Portalegre e após a morte do pai fixou-se com a mãe na Figueira da Foz, onde passou a sua juventude. Transferiu-se depois para a Amadora e aqui casou.

Em 1951 partiu para Angola de onde teve de regressar pouco tempo depois, por falta de saúde do marido. Em 1969 instalou-se definitivamente em Vale de Janelas, entre Penafirme e Santa Cruz (Torres Vedras).

Desde muito jovem colaborou em jornais e revistas, com prosa e verso. Estreou-se com o livro de sonetos Rendas Vermelhas, 1934, e com o romance Esta é a Minha História, (1947), que obteve enorme êxito editorial.

Escreveu outros romances, como: Rendas Vermelhas (sonetos, 1935); A Promessa (opereta, 1936); Cenas Líricas (teatro infantil, 1942); Flores de Maio (opereta, 1942); Esta é a minha História (romance, 1947); A Azinhaga dos Besouros (romance, 1948), Terra de Nod, (1961), e Os Dias Selvagens, (1964), e a opereta A Promessa, levada à cena em Estremoz. Publicou ainda o ensaio Ferreira de Castro e o Amazonas, (1967).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Torres Novas; Torres Vedras (Freguesia da Silveira).

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. IV, Organizado pelo Instituto Português do Livro e das Bibliotecas, Coordenação de Ilídio Rocha, Publicações Europa América, Edição de Março de 1998, Pág. 432)

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 381).