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“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Albufeira”

JOÃO VEIGA. Político, natural de Albufeira, nasceu em 1914, e faleceu em data que não consegui apurar. Era filho de Joaquim da Veiga e de Maria da Conceição. Foi empregado no Comércio. Em 1933, quando cumpria o serviço militar, adoeceu. Recebeu tratamento no sanatório do Caramulo. Aí conheceu o arsenalista Aparício Duarte, que ali também se estava a tratar. Aderiu nessa altura ao PCP.

Em Março de 1935 saiu do Caramulo e, a pedido de Aparício, quando regressou ao Algarve, trabalhou na organização do PCP nessa província. Em consequência desse trabalho foi preso em 1938. Saído da prisão em 1940, regressou à actividade no PCP, em prol da reorganização.

Sendo muito conhecido no Algarve, foi destacado para o Alentejo, onde trabalhou sob o controlo de Francisco Miguel. João da Veiga voltou a ser preso, a 15 de Junho de 1947, na Vila do Redondo.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Albufeira (Beco e Rua João Veiga).

Fonte: “Parte II Estratégias e Evolução da Oposição silvense na Consolidação do Regime Salazarista (1935-1949) 1 – Movimentos e Momentos da Oposição em Silves, (por Maria João Raminhos Duarte)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Albergaria-a-Velha”

BRITO GUIMARÃES – Luís de Brito Monteiro Guimarães, de seu nome completo. Político, nasceu no Porto, em 1877, e faleceu na Freguesia de Vale Maior (Albergaria-a-Velha), em 1950. Era irmão de Delfim de Brito Guimarães. Frequentou o Colégio de Campolide, vindo a formar-se em Direito. Tendo igualmente concluído o Curso do Magistério na Escola Normal Superior. Ainda chegou a ser Juiz de Direito, mas preferiu o ensino e foi Professor do Liceu de Aveiro.

Além de Professor do Liceu de Aveiro, desempenhou ainda o cargo de Vogal do Conselho de Administração dos Caminhos de Ferro do Estado.

Seu pai, Delfim Guimarães, tinha organizado em 1875 a Companhia do Papel do Prado à qual associou em 1889 a Fábrica de Papel de Vale Maior. Em 1925, o Dr. Brito Guimarães ascende à Administração da Companhia do Papel do Prado, então a maior empresa do ramo no País.

A partir da sua actividade profissional e política em Aveiro e da sua ligação à Fábrica de Vale Maior, apaixonou-se pela terra, pela sua tranquilidade e beleza, pela afabilidade das pessoas e mandou então construir uma ampla moradia, sobranceira à ladeira da Fábrica, num sítio aprazível.

Envolvendo-se na política e na vida aveirense, foi aí Presidente da Câmara, Governador Civil e membro da Junta de Obras da Barra de Aveiro.

Filiado inicialmente no Partido Unionista, transitou desta formação para o Partido Liberal. Encetou a carreira política como Deputado por Vila Nova de Gaia (1913) e, depois, por Aveiro (1915-1917). Chefe de Gabinete do Ministro Jorge Nunes desde 28 de Janeiro até 30 de Março de 1919 foi, nesta última data, chamado a integrar o executivo, como Ministro dos Abastecimentos, mantendo-se em funções até 28 de Junho desse ano. Regressou ao Parlamento, por Gaia, ainda em 1919, e em 1921-1922.

Entre outras instituições, contribuiu generosamente para a Misericórdia de Albergaria, quando se iniciava a construção do primeiro Hospital e da Sopa dos Pobres.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Albergaria-a-Velha (Rua Doutor Brito Guimarães); Tomar (Freguesia da Pedreira – Rua Doutor Luís de Brito Guimarães).

Fonte: “Parlamentares e Ministros da 1ª República (1910-1926)”, (Coordenação de A. H. Oliveira Marques, Edições Afrontamento, Colecção Parlamento, Pág. 243 e 244).

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Alandroal”

AFONSO COSTA – Afonso Augusto da Costa, de seu nome completo. Dvogado e Político, nasceu em Seia, a 06-03-1871, e faleceu em Paris (França), a 11-05-1937. Era filho de Sebastião Fernandes Costa, Bacharel em Direito e Conservador do Registo Predial, e de Ana Augusta Pereira da Costa. Professor da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e Advogado. Em 1892, desposou Alzira de Barros Abreu, de quem teve geração.

Foi eleito Deputado na eleição suplementar de 1900, pelo círculo do Porto, para a Legislatura desse ano, e reeleito na eleição de Agosto de 1906, pelo círculo de Lisboa, para a Legislatura de 1906-1907, na eleição de Abril de 1908, pelo mesmo círculo, para a Legislatura de 1908-1910; e na eleição de Agosto de 1910, pelo mesmo círculo, não chegando a prestar juramento devido à revolução de 05 de Outubro de 1910.

Tal como seu pai, formou-se em Direito na Universidade de Coimbra, em 1895, com a dissertação “Os Peritos no Processo Criminal”. Doutorou-se com o estudo “A Igreja e a Questão Social”, em que ataca o catolicismo social e faz profissão de fé socialista. Com a dissertação “Comentários ao Código Penal Português, Escolas e Princípios da Criminologia Moderna” ascende a Lente substituto a 04-01-1896. Em 1911 passou a reger Economia Política na Escola Politécnica de Lisboa e em 1913 tornou-se o primeiro Director da Faculdade de Direito de Lisboa, então criada.

Deputado republicano em 1900, o seu papel na agitação política que levou ao derrubamento da Monarquia, em 05-10-1910, foi da maior importância, dirigindo campanhas do maior impacte na opinião pública, sobretudo em Lisboa. Depois foi o chefe incontestado do Partido Republicano Democrático, dando à sua acção um teor essencialmente anticatólico.

Sobraçou a pasta da Justiça após a proclamação da República, assinando, logo em 08-10-1910, as leis contra as ordens religiosas, assim como, meses depois, a lei da sepração das “Igrejas” e do Estado.

Chefe do Governo e Ministro das Finanças (1913-1914) , (1915-1916), organizou o primeiro orçamento equilibrado desde o triunfo do liberalismo e promoveu a intervenção de Portugal na Guerra Mundial de 1914-1918. Exilado em França, desde 1918, durante a ditadura de Sidónio Pais, não voltou a residir em Portugal.

Presidiu (1919) à delegação portuguesa à Conferência de Paz e foi, até 28-05-1926, chefe da delegação portuguesa na Sociedade das Nações, de que foi exonerado pela ditadura militar.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Alandroal (Rua Doutor Afonso Costa); Alcácer do Sal (Freguesia do Torrão – Rua Afonso Costa); Almada (Freguesia da Charneca de Caparica – Rua Afonso Costa); Almeirim (Freguesia de Benfica  do Ribatejo – Rua Afonso Costa); Aveiro (Rua Afonso Costa); Beja (Rua Doutor Afonso Costa); Belmonte (Largo Afonso Costa); Benavente (Freguesia de Benavente – Rua Afonso Costa; Freguesia de Samora Correia – Praceta e Rua Afonso Costa); Bragança (Rua Afonso Costa); Caldas da Rainha (Freguesia de Tornada – Rua Afonso Costa; Deliberação de 26-03-1975); Campo Maior (Rua Doutor Afonso Costa); Carregal do Sal (Fregueisa de Beijós – Rua Afonso Costa; Freguesia do Carregal do Sal – Rua Doutor Afonso Costa); Coimbra (Cidade de Coimbra – Rua Afonso Costa; Freguesia de São Silvestre – Rua Afonso Costa); Cuba (Freguesia de Vila Alva – Rua Afonso Costa); Estremoz (Rua Doutor Afonso Costa); Fafe (Rua Afonso Costa); Gondomar (Cidade de Gondomar – Rua e Travessa Doutor Afonso Costa; Freguesia de Valbom – Rua Afonso Costa); Guarda (Rua Doutor Afonso Costa); Lagoa (Rua Doutor Afonso Costa); Lisboa (Freguesia do Areeiro; ex-Freguesia do Alto do Pina – Avenida Afonso Costa; Edital de 30-12-1976); Loures (Rua Professor Doutor Afonso Costa); Manteigas (Rua Doutor Afonso Costa); Matosinhos; Melgaço (Rua Doutor Afonso Costa); Mértola (Rua Doutor Afonso Costa); Mira (Rua Afonso Costa); Moita (Rua Doutor Afonso Costa); Montemor-o-Novo (Freguesia de Santiago do Escoural – Rua Doutor Afonso Costa); Odivelas (Freguesia da Ramada – Rua Afonso Costa); Oeiras (Freguesia de Porto Salvo – Rua Afonso Costa); Olhão (Rua Doutor Afonso Costa); Portimão (Freguesia de Alvor – Rua Doutor Afonso Costa); Salvaterra de Magos (Freguesia de Muge – Rua Doutor Afonso Costa); Seia (Avenida Doutor Afonso Costa); Seixal (Freguesia da Amora (Foros de Amora) – Rua Doutor Afonso Costa; Freguesia da Amora (Paivas) – Avenida Afonso Costa; Freguesia de Corroios – Rua Afonso Costa); Sesimbra (Freguesia da Quinta do Conde – Rua Afonso Costa); Setúbal (Rua Bairro Afonso Costa); Sines (Rua Afonso Costa); Sintra (Freguesias de Agualva – Praceta Afonso Costa; Freguesia do Casal de Cambra – Rua Afonso Costa; Freguesia de Monte Abraão Avenida Afonso Costa); Tondela (Freguesia de Campo de Besteiros – Avenida Doutor Afonso Costa); Torres Vedras (Escadinhas Rua e Travessa Afonso Costa); Vagos (Freguesia de Fonte de Angeão – Rua Afonso Costa); Valongo (Rua Afonso Costa); Viana do Alentejo (Rua Doutor Afonso Costa); Vila do Conde (Rua Afonso Costa); Vila Franca de Xira (Freguesia de Alverca do Ribatejo – Rua Afonso Costa); Vila Nova de Famalicão (Rua Afonso Costa).

Fonte: “Dicionário Biográfico Parlamentar, 1834-1910”, (Vol I, de A-C), Coordenação de Maria Filomena Mónica, Colecção Parlamento, (Pág. 844, 845, 846 e 847)”.

Fonte: “Parlamentares e Ministros da 1ª República; (1910-1926)”. (Coordenação de A. H. Oliveira Marques, Edições Afrontamento, Colecção Parlamento, Pág. 175 e 176).

Fonte: “Dicionário de Autores da Beira-Serra”, (de João Alves das Neves, Editora Dinalivro, 1ª Edição, Novembro de 2008, Pág. 81 e 82).

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 165).

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Águeda”

MANUEL BAPTISTA DA CUNHA. Padre e Professor, nasceu em Paradela, Freguesia de Espinhel (Águeda), a 16-04-1843, e faleceu em Vila do Conde, a 13-05-1913. Filho de Manuel Francisco Baptista e de Anna da Conceição e Cunha. Frequentou o Liceu de Aveiro e depois o de Coimbra e, em 15 de Outubro de 1864 matriculou-se nas faculdades de Teologia e Direito. Em 15 de Junho de 1868 recebeu o grau de Bacharel em Teologia e, no ano seguinte, formou-se em Direito.

Durante algum tempo exerceu a Advocacia em Águeda, sendo em 20 de Julho de 1871 convidado pelo então Vigário Geral de Aveiro, Doutor Manuel Augusto de Sousa Pires de Lima, para Professor do Curso Teológico do Seminário de Aveiro e pouco depois proposto  para Vigário Gral substituto.

Em 19 de Agosto de 1879, foi transferido para Pinhel. Todavia não aceitou a transferência e continuou em Aveiro no professorado do Seminário até à extinção da Diocese pela bula de Leão XIII. Uma vez extinto o Bispado de Aveiro, Dom Manuel Baptista da Cunha foi convidado pelo Bispo-Conde D. Manuel Correia Bastos Pina para reger as cadeiras de História Eclesiástica e de Teologia Moral no Seminário de Coimbra, cargo que desempenhou até à sua ida para Lisboa.

Em 30 de Junho de 1888 foi nomeado Vigário Geral do Patriarcado tomando posse a 20 de Fevereiro de 1889. No dia 1 de Junjo do mesmo ano foi nomeado Arcebispo de Mitilene. A 3 de Fevereiro de 1899 foi apresentado e confirmado Arcebispo de Braga substituindo o Arcebispo D. António José de Freitas Honorato, entretanto falecido.

A 16 de Novembro de 1912 é convidado a abandonar o Paço. No dia 17 de Fevereiro de 1912, retirou-se para sua casa em Paradela. Mais tarde fixou residência em Vila do Conde, onde veio a falecer.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Águeda (Paradela, Freguesia de Espinhel – Rua D. Manuel Baptista da Cunha).

Fonte: “Dicionário Biográfico Parlamentar, 1834-1910”, (Vol I, de A-C), Coordenação de Maria Filomena Mónica, Colecção Parlamento, Pág. 953”.

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Abrantes”

MATIAS LOPES RAPOSO. Professor, natural de Engarnais Cimeiros, Freguesia de Mouriscas (Abrantes), nasceu a 08-09-1891, e faleceu a 05-05-1961. Era filho de João Lopes Raposo e de Francisca Marques. Em 15 de Julho de 1911 concluiu na Escola de Ensino Normal de Portalegre, com a classificação de 19,5 valores, o Curso de Professor do Ensino Primário.

Matias Raposo começou a sua carreira em março de 1912, no Rossio ao Sul do Tejo, onde leccionou durante um ano. Fixa-se no ano seguinte em Mouriscas, onde iria exercer uma autêntica cruzada pela educação. Aposentou-se no decorrer do ano lectivo de 1947/1948.

Em julho de 1936 foi nomeado para uma comissão colaboradora da reforma do Ensino Primário, tendo sido louvado em março de 1938 pela dedicação e competência de que deu provas durante os respectivos trabalhos.

Em fevereiro de 1936 foi nomeado Delegado Escolar do Concelho de Abrantes, cargo que desempenhou até Junho de 1947.

Matias Lopes Raposo, um homem muito culto e excelente e exigente Professor, começou ainda nos anos 30 a preparar rapazes para os concursos para Empregados do Correios e do Caminho de Ferro. Teve tanto êxito que as suas aulas se tornaram muito conhecidas e atraíram a Mouriscas rapazes de terras próximas como Belver e Alferrarede, outras menos próximas como o Gavião e outras bem afastadas como Alcains, a Sertã, Marvão ou a localidades do Oeste.

A  atingiu grandes proporções e o Prof. Raposo, que também estava encarregado do Registo Civil e tinha de dar as suas aulas de Professor do Ensino Primário, teve de dividir tarefas com a esposa, D. Maria Amélia Moreira, natural de Vila Fernando, perto de Elvas, a filha, D. Cremilde e o genro, Dr. João Santana Maia, Médico, que tinha em Coimbra adquirido formação noutras áreas.

Estes cursos foram extremamente importantes para muitos mourisquenses. Permitiu-lhes, sem terem que se deslocar para outras terras e sem terem que interromper as suas s normais, o acesso a uma formação que lhes abriu a oportunidade de trabalharem em estações dos comboios, como revisores ou nos escritórios da CP, com as correspondentes vantagens dum trabalho mais limpo, com melhores remunerações e com melhores possibilidades de educação dos filhos. Alguns que não tiveram nota suficiente nos exames para serem chamados para o caminho de ferro foram admitidos noutras empresas. Todos ficaram mais instruídos e subir o nível cultural de Mouriscas.

A dinâmica gerada pelos curso de preparação para os exames da CP levou à criação do Colégio Infante de Sagres, uma instituição que muito prestígio deu a Mouriscas e em grande medida beneficiou muitos dos seus filhos.

No dia de 5 de Maio de 1968, sete anos decorridos sobre o seu falecimento, foi prestada uma homenagem ao Prof. Matias Raposo. Foi o seu nome dado a uma das ruas de Mouriscas, tendo feito uma alocução o Presidente da Junta de Freguesia, Francisco Lourenço Grossinho. Foi inaugurado, junto ao então Colégio Infante de Sagres, o monumento alegórico “à memória da sua pessoa e obra, erigido por subscrição pública entre os seus alunos, amigos e conterrâneos”. Neste ato foi encarregado o Professor Doutor Fernando Dias Agudo de falar pela Comissão de homenagem.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Abrantes (Freguesia de Mouriscas -Rua Professor Matias Lopes Raposo).

Fonte: “Mouriscas – Terras e Gentes, Publicado por João Manuel Maia Alves”

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Vizela”

FONSECA E CASTRO – Francisco Manuel da Fonseca e Castro, de seu nome completo. Médico, natural do Porto, nasceu a 21-07-1898, e faleceu a 04-05-1984. Filho de António Augusto Andrade da Fonseca e Castro e de Idalina Rosinda Coelho da Fonseca e Castro. Frequentou o ensino primário em Santo Tirso. Deu entrada em 1910 na Escola Académica do Porto, onde realizou os estudos secundários como aluno interno, tendo sido submetido a exames no Liceu de Rodrigues de Freitas. Licenciado em Medicina pela Universidade do Porto (1922), foi nomeado clínico extraordinário do Hospital Geral de Santo António e, em 1923, Assistente de Pediatria da Faculdade de Medicina do Porto.

Ao longo da sua vida profissional, foi-se especializando na área da Pediatria. Na sua qualidade de Professor de Pediatria, de médico do Hospital Geral de Santo António e do Hospital de Crianças de Maria Pia, especialmente se tem dedicado à clínica infantil. Em 1957, passou a Professor Catedrático de Clínica Pediátrica e Puericultura.

Foi sócio fundador da Sociedade Portuguesa de Pediatria, da qual foi Presidente entre 1956-1958, e realizou uma importante actividade em serviço de assistência materno-infantil e na formação de pessoal especializado nestas áreas (por exemplo, como docente do Curso de Enfermeiras Visitadoras de Higiene e Puericultura da Faculdade de Medicina do Porto e do Curso de Auxiliares de Assistentes Sociais da Federação das Caixas de Previdência).

Exerceu diversas funções públicas de destaque, nomeadamente, presidente da Junta Distrital do Porto, colaborador assíduo da imprensa especializada, Fonseca e Castro pertence a uma das primeiras gerações de pediatras, isto é, de médicos que se especializaram nesta área e que construíram um conjunto de saberes teóricos e clínicos sobre a infância.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Vizela (Rua Fonseca e Castro).

“Pessoas Vinculadas aos CTT”

MÁRIO FERNANDO DE OLIVEIRA. Funcionário dos CTT, natural de Lisboa, nasceu a 26-11-1890, e faleceu a 25-05-1969. Admitido nos CTT em 1909, como Aspirante, aposentou-se como Chefe de Serviços de Exploração de 1ª Classe dos CTT. Possuía o curso especial de Telégrafos, do extinto Instituto Industrial e Comercial de Lisboa, que correspondia ao curso de Agente Técnico de Engenharia.

Em 1909 ingressou nos CTT, como Aspirante a Oficial. Foi Chefe de Serviços da Secção Electrotécnica de Faro, de 1911 a 1916, Chefe da Circunscrição Técnica de Lisboa, de 1926 a 1930, e Chefe dos Serviços Telefónicos da cidade de Lisboa em 1935.

Pertenceu aos Serviços de Inspecções, sendo um dos Inspectores mais antigos. Ascendeu a todos os postos dos CTT, por meio de concurso de provas públicas, obtendo sempre as melhores classificações. Por várias vezes fez parte do Conselho Disciplinar dos CTT, tendo redigido o primeiro regulamento daquele Conselho.

Foi também Director da antiga Associação de Classe do Pessoal Maior dos CTT e redactor do Boletim que se publicou então. Em 1949 era Chefe dos Serviços de 1ª Classe do quadro de exploração dos CTT.

Em 1911, foi para Faro desempenhar o cargo de Chefe de Serviços da Secção Electrotécnica dos Correios Telégrafos e Telefones de Portugal, ali se demorou até 1916. Durante esse período dedicou-se ao Jornalismo, colaborando não só na Imprensa local como ainda em órgãos da Capital, enviando dali notícias sobre diversos assuntos da política, da indústria peaqueira e do desenvolvimento regional.

Entre 1912 e 1916 foi colaborador e depois assumidamente Redactor de “O Algarve”, semanário de Faro, fundado em 1908, que foi o decano da Imprensa Algarvia. Durante a sua estadia no Algarve dedicou-se à divulgação do desporto: ciclismo, natação e, sobretudo, do futebol, tendo-se empenhado na oficialização dos Clubes locais, na composição de torneios regionais e na organziação dos meios reguladores da prática desportiva. Nesse âmbito, foi designado como Delegado da Associação de Futebol do Algarve para integrar a comissão organizadora do primeiro Campeonado de Portugal.

Pode dizer-se que, a seguir ao Artista e Professor Carlos Lyster Franco, principal divulgador do Futebol, nomeadamente das suas regras junto das camadas jovens, foi Mário de Oliveira que mais se dedicou e se destacou na formação e organziação competitiva do Futebol no Algarve.

No prosseguimento da sua vida profissional, transferiu-se em 1926 para Lisboa, a fim de assumir a Chefia da Circunscrição Técnica de Lisboa, passando em 1935, a Chefe dos Serviços Telefónicos da Capital.

Todas as promoções nos CTT, foram alcançadas por meio de concurso ou de provas públicas, e sempre com as melhores classificações. Pertenceu ao Conselho Disciplinar dos CTT, e redigiu o primeiro Regulamento Interno daquele organismo.

Foi Director da Associação de Classe do Pessoal Maior dos Correios e Telégrafos e Redactor do “Boletim” que lhe serviu de órgão público. Foi Chefe de Serviços de 1ª Classe até que se reformou no quadro de Inspectores dos CTT.

Publicou: No Forte de Caxias, (Lisboa, 1918); Instruções para a Construção de Linhas Telegráficas (Edição da AG dos CTT, lISBOA, 1922); Exposição do Pessoal Elecgtrotécnico da Administração-Geral dos CTT Sobre a Organização dos Serviços Técnicos (Como Relator, Lisboa, 1932); Treino do Nadador, (Segundo alguns Campiões e dirigentes estrangeiros, Lisboa, 1932, Edições da Stadium, 1932); A Organização Superior do Desporto (Tese apresentada ao I Congresso dos Clubes Desportivos, organizado pelo jornal Os Sports); A Organização Nacional de Futebol e as suas grandes competições nacionais, (tese apresentada no I Congresso Nacional de Futebol em 1938, realizada em Lisboa, por iniciativa do jornal O Século). História dos Desportos em Portugal (Em colaboração com Tavares da Silva, Ricardo Ornelas e Ribeiro dos Reis, Lisboa, 1940). História do Sport Lisboa e Benfica, 1904-1954 (em colaboração com Carlos Rebelo da Silva, Lisboa, 1954).Obteve um dos primeiros Prémios pela novela que publicou no Concurso de Novelas desportivas, efectivada pelo jornal Os Sports.

No jornalismo teve uma actividade extraordinária. Foi Director efectivo de O Sport de Lisboa, de 1921 a 1924, e seu colaborador de 1916 a 1920 e em 1925; Director de O Sport Ilustrado em 1934 e do semanário de crítica Pão, Pão.

Foi redactor e colaborador de O Algarve, de Faro, de 1912 a 1916, de Os Sports, de 1925 a 1931; do Correio Desportivo, em 1926; de A Bola (primeira fase, 1932 a 1933 e segunda fase); Stadium, desde 1933; Sprint em 1934; Voz Desportiva, de Coimbra; Cega-Rega, semanário humorístico, de 1922 a 1923, dirigido por Raul Neves Reis, em 1924; redactor desportivo de A Pátria, jornal então dirigido pelo Dr. Nuno Simões; colaborador da secção desportiva do jornal O Século, etc. etc. Exerceu o lugar de Director da Federação Portuguesa de Natação e fez parte da Comissão Organizadora do Campeonato de Portugal, como delegado da Associação de Futebol do Algarve.

Fonte. “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 19, Pág. 385)

Fonte: “Promontório da Memória”, (de José Carlos Vilhena Mesquita)

Fonte: “Catálogo Do Que Escreveram Funcionários dos Correios, Telégrafos e Telefones” (Notas Bio-Bibliográficas Coligidas por Godofredo Ferreira; Chefe de Repartição da Administração-Geral dos C.T.T.; Edição dos Serviços Culturais dos C.T.T, Editado em 1955, Pág. 123 e 124)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Viseu”

AUGUSTA CRUZ – Maria Augusta Correia da Cruz, de seu nome completo. Cantora Lírica, nasceu em Viseu, a 13-08-1869, e faleceu em Lisboa, a 06-01-1901. Era filha de António Coelho da Cruz e de Júlia Correia da Cruz, casal a quem nasceram, pelo menos, mais sete filhos: Assunção, Palmira, Arminda, Gracinda, José, António e Julieta Correia da Cruz. Ainda criança começou a estudar música, recebendo lições de piano de Luís Dalhunty. Mas, à medida que progredia na arte do teclado, a jovem Maria Augusta começava também a mostrar grande vocação para o canto, em breve demonstrando possuir uma lindíssima voz. Durante mais alguns anos continuou em Viseu, tomando parte em vários recitais, nomeadamente no Grémio de Viseu, onde se estreou em 1887 e onde lhe chamavam “O Rouxinol da Beira”.

Instigada por várias pessoas e animada pelos êxitos obtidos, acabou por partir para Lisboa para estudar canto (08 de Maio de 1888).

Foi seu Professor Arturo Pontecchi, o mesmo com quem haviam estudado os irmãos Andrades, Álvaro Salvaterra, Sousa Coutinho e outros. Em 18 de Outubro de 1888, com dezanove anos, fez a sua estreia operática cantando no Teatro do Príncipe Real, do Porto, o papel de “Siebel” da ópera Fausto, em espectáculo de benefício dos filhos do violinista portuense Augusto Marques Pinto, falecido em 19 de Março desse ano. A distribuição foi a seguinte: Álvaro Roquete (Fausto), Sofia de Castro (Margarida), D. José de Almeida (Mefistófeles), D. Francisco de Sousa Coutinho (Valentim), Augusta Cruz (Siebel) e João Carlos Pinto Ferreira (Wagner). O Maestro foi Arturo Pontecchi. Dois dias depois repetiu-se o espectáculo, no mesmo teatro e com o mesmo elenco. Estas récitas pode dizer-se que são históricas, pois dos cinco cantores referidos, todos ainda principiantes ou pouco experientes, três vieram a fazer brilhantíssima carreira na Europa e na América e só Sofia de Castro e D. José de Almeida se mantiveram sempre dentro dos limites do amadorismo, o que não impediu de se revelarem artistas de excelente categoria. Apesar de curta, devido à sua morte, Augusta Cruz teve uma carreira nacional e internacional notável. Casou, em 24 de Junho de 1899, com o tenor Manuel da Costa Carneiro, na Igreja de Santa Cruz, em Coimbra. De Coimbra os noivos seguiram de comboio para Sintra, onde passaram a lua-de-mel, e fixaram residência em Lisboa. Pouco tempo depois, Augusta Cruz começou a manifestar sintomas de bócio tóxico, doença que foi sempre progredindo e que acabou por a vitimar em 06 de Janeiro de 1901, com pouco mais de 31 anos. O funeral da infeliz artista saiu da sua residência, na Rua de S. José, nº 57, pelas 15 horas do dia seguinte, para o Cemitério Oriental de Lisboa.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Seixal (Rua Augusta Cruz); Viseu (Rua Augusta Cruz).

Fonte: “Cantores de Ópera Portugueses”, (Mário Moreau, II Volume, Bertrand Editora)

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 179).

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Vinhais”

TRINDADE COELHO – José Francisco da Trindade Coelho, de seu nome completo. Escritor, Jurista e Pedagogo, nasceu em Mogadouro, a 18-06-1861, e faleceu em Lisboa, a 09-08-1908. Filho de Rosa da Silva e de José Trindade. Formado em Direito na Universidade de Coimbra, em 1885. Dedicou-se inicialmente à Advocacia, seguindo depois a carreira como Magistrado (no Sabugal, em Portalegre, Ovar, e, 1891, em Lisboa).

Revelando-se um Magistrado íntegro e um homem de bem, conjugou o exercício da sua profissão com o cultivo das letras, que iniciou ainda estudante, tendo a sua passagem pelas diversas Cidades em que viveu ficado assinalada pela fundação de uma série de jornais, desde A Porta Férrea e Panorama Contemporâneo, em Coimbra, à Revista Nova ou à Revista de Direito e Jurisprudência, em Lisboa.

Teve papel activo em campanhas de combate ao analfabetismo, redigindo diversos folhetos – »ABC do Povo« (1901), »O Primeiro Livro de Leitura« (1903), »O Segundo Livro de Leitura« (1903), e »O Terceiro Livro de Leitura« (1904), e, em 1905, um »Manual Político do Cidadão Português«, que se pretendia de esclarecimento político.

Foi fundador de jornais e revistas, entre as quais Porta Férrea, O Panorama Contemporâneo e a Revista de Direito e Jurisprudência. Retirado da vida política e caído no esquecimento, sofria de depressão nervosa, o que o levou ao suicídio. De entre a sua obra, destaca-se »Os Meus Amores« (1891), série de contos rústicos, exemplares dentro deste género, que recuperaram muitas das suas memórias de infância, em Trás-os-Montes. Surgem, aqui, tipos e quadros da vida rural, numa atmosfera de ternura, saudosismo e ingenuidade, com linguagem simples e realista, marcada pelo falar das gentes retratadas.

Escreveu, ainda, para além de trabalhos jurídicos, um volume de memórias coimbrãs intitulado »In Illo Tempore: Estudantes , Lentes e Futricas« (1902) e obras de publicação póstuma, como »Autobiografia e Cartas« (1910), e »O Senhor Sete – Dispersos folclóricos e de Doutrina Literária« (1961).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Almada (Rua Trindade Coelho); Amadora (Rua Trindade Coelho); Aveiro (Rua Trindade Coelho); Bragança (Rua Trindade Coelho); Cascais (Freguesia do Estoril – Rua Trindade Coelho; Freguesia da Parede – Praceta e Rua Trindade Coelho; Freguesia de São Domingos de Rana (Conceição da Abóboda) – Rua Trindade Coelho; Freguesia de São Domingos de Rana (Tires) – Rua Trindade Coelho); Chaves (Rua Trindade Coelho); Coimbra (Rua Trindade Coelho); Fafe (Vila de Fafe – Rua Trindade Coelho; Freguesia de Regadas – Rua Trindade Coelho); Ílhavo (Freguesia da Gafanha da Nazaré – Rua Trindade Coelho); Leiria (Rua Trindade Coelho); Lisboa (ex-Largo de São Roque, Freguesias da Misericórdia e Santa Maria Maior, ex-Freguesias da Encarnação e Sacramento – Largo Trindade Coelho; Edital de 18-10-1913); Maia (Freguesia de Águas Santas – Praceta e Rua Trindade Coelho; Freguesia de Moreira – Rua Trindade Coelho); Matosinhos (Freguesia de Perafita – Rua e Travessa Trindade Coelho); Mirandela (Rua Trindade Coelho); Mogadouro (Largo Trindade Coelho); Moita (Freguesia de Alhos Vedros – Rua Trindade Coelho); Montijo (Rua Trindade Coelho); Oeiras (Rua Trindade Coelho); Ovar (Largo e Rua Trindade Coelho); Palmela (Freguesia da Quinta do Anjo – Rua Trindade Coelho); Porto (Freguesia da Sé – Rua Trindade Coelho); Sabugal (Rua Trindade Coelho); Seixal (Freguesia de Corroios – Rua Trindade Coelho); Sesimbra (Rua Trindade Coelho **); Sintra (Rua Trindade Coelho); Torre de Moncorvo (Rua Trindade Coelho); Trofa (Rua e Travessa Trindade Coelho); Viana do Castelo (Largo Trindade Coelho); Vila Nova de Gaia (Rua Trindade Coelho); Vinhais (Rua Trindade Coelho)

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Volume II, Organizado pelo Instituto Português do Livro e da Leitura, Coordenação de Eugénio Lisboa, Publicado por Publicações Europa América, Edição de 1990, Pág. 448 e 449).

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 154).

Fonte: “Câmara Municipal de Lisboa – Toponímia de Lisboa”

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Vimioso”

Dom Francisco de Portugal, 1º CONDE DE VIMIOSO. Político e Escritor, natural de Évora, nasceu em 1488, e faleceu a 08-12-1549. Filho legitimado de Dom Afonso de Portugal, que viria a ser Bispo de Évora, e neto bastardo do 1º Marquês de Valença, combateu em Arzila (1509-1510) e tomou parte na conquista de Azamor (1513). Foi Vedor da Fazenda dos reinados de Dom Manuel I e Dom João III e Camareiro-Mor do príncipe Dom João. Recebeu en 1515 o título de Conde do Vimioso.

Escreveu poemas em português e castelhano, inseridos no Cancioneiro Geral, imbuídos de platonismo. Seu neto, Dom Henrique de Portugal, compilou os seus ditos, cheios de conceito e muito celebrados na corte, no volume »Sentenças de Dom Francisco de Portugal, 1º Conde do Vimioso, 1605.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Loures (Freguesia de Santo António dos Cavaleiros – Rua Conde de Vimioso); Vimioso (Rua 1º Conde de Vimioso).

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 431).