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“Os Centenários”

 

 

Alberto RibeiroALBERTO Dias RIBEIRO, Cantor e Actor, natural da Freguesia de Ermesinde (Valongo), nasceu a 29-02-1920 e faleceu a 26-06-2000. Foi Actor de Cinema, Tenor e Fadista. Foi um dos mais célebres Artistas portugueses entre as décadas de 40 e 60, detentor de uma significativa carreira internacional e de um vasto repertório de que resultaram mais de 200 fonogramas.

Começou a interpretar Canção de Coimbra aos sete anos de idade no Café Portugal (Porto) por influência do irmão (Cristiano Ribeiro). Aos 14 anos, e na sequência da morte do pais, veio para Lisboa, onde teve a oportunidade de interpretar o Fado Hilário no Café Luso, prestação que lhe garantiu a contratação para actuar regularmente nesse espaço, o que viabilizou a sua profissionalização.

Estudou Canto com Maria Antónia Palhares e, posteriormente, com Elena Pellegrini (Canto Lírico).

Em 1937, iniciou-se no Teatro de Revista, actuando no Porto durante um ano. Já em Lisboa, continuou a trabalhar neste género teatral, e em operetas (Sinos de Corneville, Viúva Alegre, Alvorada do Amo e O Conde de Luxemburgo).

Em 1944, foi contratado por Célia Gamez (que tinha vindo a acompanhar a sua carreira em Lisboa) para integrar uma digressão em Espanha, como figura destacada na sua Companhia de Zarzuela e Opereta em peças como Yola, Ciniziena del Palace, Si Fausto fuera Faustina, Rumba e Pique e Fin de Semana. Ainda durante esta primeira incursão internacional, estreou-se no Cinema, protagonizando um dos papéis principais no filme Un Ladrón de guante blanco (1945), e gravou em Barcelona alguns dos seus fonogramas mais conhecidos, designadamente Marco do Correio; Balão, Balão; Olhos Negros; e Guadiana.

Este percurso reflectiu-se em Portugal; ao regressar, foi convidado para representar na opereta O Colete Encarnado e no filme O Homem do Ribatejo (1946), actuando regularmente na Emissora Nacional (que entretanto o contratara).

Em 1947 consolidou a sua carreira cinematográfica no filme Capas Negras, no qual contracenou com Amália Rodrigues e celebrizou a canção Coimbra (Letra de José Galhardo e Música de Raul Ferrão). Desde aí, tornou-se Produtor de filmes que viria a integrar.

Mudou-se para o Brasil em 1948, onde foi contratado pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro, onde interpretou Música de vários Países, dando particular ênfase à Música tradicional e à Música tradicional portuguesa. Actuou em várias cidades deste País, em diversas estações radiofónicas, na televisão, em espectáculos de music-hall e no teatro, onde representou em revistas da Companhia de Chianca Garcia.

Por intermédio de Frederico Valério e seu irmão, actuou em 1949 num espectáculo para o Embaixador de Portugal em Nova Iorque. O impacto que causou junto da comunidade americana desencadeou solicitações para actuar na BNC, no Carnegie Hall e em peças musicais da Broadway. Porém, não as chegou a concretizar. A sua recusa em apresentar-se como Actor brasileiro inviabilizou a sua continuação nos Estados Unidos da América.

Entre 1950 e 1953, ano em que veio a Portugal para promover o seu filme Rosa de Alfama, gravou oito Documentários Musicais em 1950, representou no filme Cantiga da Rua (1950, o argumento da sua personagem foi escrito especialmente para si) e formou uma Companhia Artística (Feira da Rádio-Organizações Alberto Ribeiro, 1951) com a qual efectuou digressões pelas (então) Províncias Africanas. Foi nesta altura que conheceu Elita Matos, Actriz e Cantora espanhola com quem se casou três anos depois e que contracenou consigo no filme O Homem do Dia (1958).

Depois de um grande espectáculo no Estádio do Maracanã organizado pelo Centro de Turismo Português a favor dos combatentes de Angola, regressou a Portugal em 1964, tendo actuado na reposição da opereta Nazaré.

Desiludido com a falta de reconhecimento dos Artistas portugueses pela indústria de espectáculos, decidiu terminar a sua carreira artística e dedicar-se aos negócios pessoais e da família.

A sua última actuação teve lugar num Estádio de Futebol em Pretória, em 1970, onde actuou para mais de 50.000 espectadores.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Valongo (Freguesia de Ermesinde – Rua Alberto Ribeiro).

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 448).

Fonte: “Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX” (Direcção de Salwa Castelo-Branco, 4º Volume, P-Z, Temas e Debates, Círculo de Leitores, 1ª Edição, Janeiro de 2010, Pág. 1115 e 1116)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Azambja”

 

Câmara Municipal de AzambujaJOÃO Gomes MOREIRA, Padre, natural da Freguesia de Vila Nova de São Pedro (Azambuja), nasceu a 23-05-1875 e faleceu em 1961. Era filho de um pequeno proprietário e que estudou no Seminário de Santarém, onde se ordenou em 1899, tendo rezado Missa Nova, nesse mesmo ano, na Igreja das Lapas, Concelho de Torres Novas.

Foi colocado mais tarde, em Alcanena e em 1909 já se encontrava na Freguesia de Vale da Pinta e depois na Ereira. Foi a primeira pessoa, na Freguesia de Vila Nova, a conseguir um Curso Superior.

Além da sua dedicação aos outros, uma página incontornável da sua biografia é o facto de ter um filho que sempre reconheceu e apoiou

O seu nome faz parte da Toponímia de: Azambuja (Freguesia de Vila Nova – Beco e Rua Padre Moreira)

Fonte: “Freguesia de Vila Nova de São Pedro”

Fonte: “Jornal Correio do Ribatejo”, (Memórias da Cidade, por Teresa Lopes Moreira)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Avis”

 

Câmara Municipal de AvisMÁRIO SAA – Mário Pais da Cunha e Sá, Escritor, nasceu nas Caldas da Rainha, a 15-06-1894, e faleceu na Freguesia de Ervedal (Avis), a 28-01-1971. Entre 1907 e 1909 frequentou o Colégio de S. Fiel (Louriçal, Castelo Branco), altura em que coligiu os primeiros cadernos de manuscritos poéticos. Anos depois, ingressaria em sucessivos estabelecimentos universitários de feição científica (entre os quais o Instituto Superior Técnico), sem, no entanto, ao que parece, ter concluído nenhum dos respectivos cursos. Estreou-se literariamente em 1915 com a publicação, no Jornal da Mulher (Lisboa) e em A Plebe (Portalegre), de dois poemas que, como será natural, ainda ficam distantes do seu melhor estilo. Em 1917, já com o nome literário que definitivamente adoptaria Mário Saa, deu a público o primeiro livro, Evangelho de S. Vito, obra de carácter aforístico, onde não deixa de ser notória a influência das obras de Nietzsche, algumas das quais intensamente anotou. Dividindo o seu tempo entre a atmosfera agitada do meio intelectual de Lisboa e a pacatez da actividade rural em Avis (na Herdade de Pêro Viegas, de que era proprietário), publicou em 1921, em A Revista, o poema «Ó, caprice!», que se pode considerar um momento de decisiva inflexão na sua obra poética: a que vai do neo-romantismo esteticamente ingénuo da primeira fase até à maturidade de uma expressão modernizante que se patenteia bem nas colaborações prestadas ao Cancioneiro do I Salão dos Independentes ou em revistas como Contemporânea, Athena, Arte Peninsular, Presença e Momento, colaborações que se estendem, embora com textos não poéticos, a Sudoeste e á Revista da Solução Editora (publicação de que Mário Saa foi, aliás, um dos principais impulsionadores). Já na fase final da sua vida, serão também de relevar os poemas e desenhos que publicou na revista Tempo Presente. Conviveu com personalidades tão diferentes como, Fernando Pessoa, José Régio, Raúl Leal, António Botto, Augusto Ferreira-Gomes, João Gaspar Simões, Luís de Montalvor, Carlos Queiroz e Almada Negreiros. A sua intervenção cultural desdobra-se em sistematizações de cariz especulativo ou em investigações que, integrando por vezes os domínios da astrologia e da genealogia, sobretudo incidem na pesquisa literária, na geografia e história antigas, e na incursão, aliás, pouco convincente, por um sociologismo de pretensa fundamentação rácica, na arqueologia e na biografia camoniana.

Obras principais: Evangelho de São Vito, (1917); Poemas Heróicos de Luís Vaz de Camões, (1921); Portugal Cristão-Novo, (1921); Camões no Maranhão, (1922); A Invasão dos Judeus, (1925); A Explicação do Homem, (1928); Origens do Bairro Alto de Lisboa, (1929); Nós, os Espanhóis, (1930); Erridânia, (1936); As Memórias Astrológicas de Camões, (1941); As Grandes Vias da Lusitânia, (6 tomos, 1957-1964).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Avis (Freguesia de Ervedal – Largo Mário Saa); Seixal (Freguesia da Amora).

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. III, Publicações Europa América)

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 461)

“Pessoas Vinculadas aos C.T.T.”

 

CTTANTÓNIO Lobo DE ALMADA NEGREIROS, Escritor, Funcionário dos CTT e Jornalista, nasceu em Aljustrel, a 13-08-1868, e faleceu em Paris (França), a 12-06-1939. Filho do jornalista Pedro de Almada Pereira, natural de Vila Nova de Milfontes (Odemira), e de Margarida Francisca Camacho de Negreiros, natural de Aljustrel e pai do Pintor José de Almada Negreiros.

Fez os preparatórios no Liceu de Beja e o curso do Instituto Comercial e Industrial de Lisboa. Em 1884 ingressou nos Correios e Telégrafos, tendo sido colocado em Ferreira do Alentejo. Em 1887 foi nomeado chefe da Estação dos Correios e Telégrafos de Monchique, em 1889 da de Portimão e em 1890 da de Cascais.

Nesse mesmo ano foi nomeado Administrador do Concelho de São Tomé, cargo que manteve até 1899 e que, em 1892 e 1893, acumulou com o de Delegado do Procurador da Coroa e Fazenda nas duas Varas do mesmo Concelho.

Durante a sua estada em São Tomé casou com Elvira Freire Sobral, uma são-tomense filha natural de José António Freire Sobral e da mulata, nascida em Benguela (Angola), Leopoldina Amélia de Azevedo. Deste matrimónio nasceria, ainda em São Tomé, em 07 de Abril de 1893, José Sobral de Almada Negreiros. Elvira Sobral morreria em 1896, com apenas 23 anos de idade. Em 1899, António Lobo de Almada Negreiros foi encarregado pelo governo de Lisboa de organizar a representação das colónias portuguesas na Exposição Universal de Paris de 1900, pelo que deixou São Tomé. E, dado o êxito da sua missão, foi de seguida encarregado de organizar a representação portuguesa na Exposição Colonial de 1906, também em Paris. Entretanto, em 1905, fundara naquela cidade o Museu Colonial de Portugal. Com a proclamação da República, o governo de Lisboa nomeou-o encarregado dos serviços de propaganda de Portugal em Paris, com a categoria de Vice-Cônsul, cargo de que haveria de ser exonerado, em 1918, pelo governo de Sidónio.

A partir daí ficaria a viver na capital francesa apenas como jornalista. Fundou os jornais O Ferreirense, de Ferreira do Alentejo (1884), O Patriota, de Monchique (1890) e o Meio-Dia, diário de Lisboa (1890), folhas de que foi o principal redactor. Quando em 1900 se fixou em Paris, levava o encargo de ali escrever para O Século, jornal de que foi correspondente na frente de guerra, em 1918, e para o qual trabalhou até muito próximo da sua morte. Colaborou ainda, com o seu nome ou com pseudónimo de João Alegre, na Gazeta de Portugal, o Universal, no Correio da Noite, no Diário Popular, no Portugal e no País. Escreveu para dezenas de jornais e de revistas da França, da Inglaterra, da Bélgica, da Suíça, da Alemanha e da Holanda, sobretudo sobre temas coloniais, de que era considerado grande especialista. Desses jornais destacam-se Le Fígaro e Le Soir de Paris, o Financial Times de Londres, L’Indépendence Belge e La Chronique de Bruxelas, o Guardian e Die Post de Hamburgo, o Neweste Totterdamsche Courant de Roterdão, e os suíços Journal de Genève, Tribune de Genève e La Gazette de Lausanne. Trabalhou como correspondente de guerra nas frentes francesa e italiana para a American Agency e a Exchange Telegraph. Estreou-se em livro em 1888 com a recolha de poemas Lyra Occidental. Mas a sua maior produção em livro aborda temas coloniais ou afins e foi escrita em francês, tendo sido editada em paris ou em Bruxelas. A sua primeira monografia foi escrita em São Tomé e ilustrada por seu cunhado. Joaquim Freire Sobra, que, além de filho do proprietário da Roça Saudade, onde nasceu José de Almada Negreiros, era também pintor.

Outras obras de João Lobo de Almada Negreiros: História Etnográfica da Ilha de São Tomé, (capa de Joaquim Freire Sobral, 1895); Senhor, Pão!, (novo recurso à coroa, versos de João Alegre, a propósito do Centenário da Índia, 1897); Equatoriais, (versos, 1898); Portugal na Grande Guerra, (Crónicas dos campos de batalha, 1917). Em francês: La Main dÓeuvre em Afrique, (1900); L’ Ile de San-Thomé, (1901); L’Angola, (1901); L’Épopée Portugaise, (1902); Le Mozambique, (1904); L’Agriculture dans les Colonies Portugaises, (1905); Colonies Portugaises: Études Documentaires – Produits d’Exportations, (1906); L’Organisation Judiciaire dans les Colonies Portugaises, (1908); L’Instruction dans les Colonies Portugaises, (1909); Colonies Portugaises: Les Organismes Politiques Indigènes, (1910).

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. III, Publicações Europa América)

Fonte. “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 02, Pág. 20)

Fonte: “Algarvios pelo Coração; Algarvios por Nascimento”, (de Glória Maria Marreiros, Edições Colibri, Edição de 2015, Pág. 52 e 53)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Aveiro”

 

Câmara Municipal de AveiroJOSÉ SIMÕES MAIO – CÓNEGO MAIO, Padre, natural da Freguesia de São Bernardo (Aveiro), nasceu a 07-05-1880 e faleceu a 03-06-1947. Era filho de João Simões Maio e de Rosa Vieira dos Santos. Em 19 de Setembro de 1902, com a idade mínima para ser ordenado, – 22 anos e meio, recebeu a ordenação Sacerdotal, ministrada por D. Manuel Correia de Bastos Pina, Bispo de Coimbra, a cuja Diocese, então, as terras de Aveiro pertenciam.

Começou a exercer o ministério na Igreja da Glória, como Coadjutor, passando pouco depois para Prior de Eixo.

Em 1909 vai como missionário para Angola, na companhia de Senhor D. João Evangelista de Lima Vidal, de quem foi Secretário e íntimo colaborador.

Em Luanda foi Professor do Seminário e do Liceu, e Cónego da respectiva Catedral.

Em 1913, por falta de saúde, regressou a São Bernardo. Recuperadas as forças, tomou conta da paroquialidade de Carapinheira do Campo (Montemor-o-Velho), durante 22 anos.

Em 1934, vêmo-lo Pároco de Fermentelos e, seguidamente, Capelão do Sanatório dos Covões (Coimbra).

Restaurada a Diocese de Aveiro em 1938, o Cónego Maio é chamado pelo seu grande amigo D. João Evangelista, para seu Secretário, cargo que deixou em 1944 por falta de saúde.

Vivendo uma vida simples e ardorosamente apostólica, foi o Cónego Maio o homem de São Bernardo que semeou no Povo a bela ideia de ser criada a Paróquia, e que por ela se bateu apoiado por outros homens da terra; e, embora tenha morrido sem a ver criada (ainda demorou oito anos após a sua morte), levava para a eternidade a “certeza” de que não tardaria. E tal era essa “certeza” que, por morte, doou à Diocese a sua residência com o fim explícito de ser Residência Paroquial, quando São Bernardo se tornasse “Paróquia”.

Os seus restos mortais encontram-se no Cemitério de São Bernardo, para onde foram transladados em 29 de Julho de 1975.

Homem dedicado, de personalidade franca, homem de fé, homem de Deus, homem de São Bernardo, conquistou o respeito e admiração de todo o Povo que, como prova de gratidão, deu à rua onde nasceu, viveu e morreu (uma das mais importantes de São Bernardo), o nome oficial de “Rua Cónego José Simões Maio”, procurando apontar aos vindouros que o homem é grande quando é fiel a um ideal nobre.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Aveiro (Freguesia de São Bernardo – Rua Cónego Maio)

Fonte: “Junta de Freguesia de São Bernardo”

José Mauro de Vasconcelos, o autor de “Meu Pé de Laranja Lima”, uma obra muito popular em Portugal, se fosse vivo, faria hoje 100 anos de vida. Aqui fica a nossa homenagem.

 

 

José Mauro de VasconcelosJOSÉ MAURO DE VASCONCELOS, Escritor, nasceu em Bangu (Rio de Janeiro – Brasil), a 26-02-1920, e faleceu em São Paulo (Brasil), a 24-07-1984. Escritor brasileiro, autor do romance juvenil “Meu Pé de Laranja Lima”, obra que se tornou um clássico da literatura brasileira. Era filho de imigrante português foi criado pelos tios, na cidade de Natal, no Rio Grande do Norte.

Com 15 anos de idade, José Mauro voltou para o Rio de Janeiro onde trabalhou em diversos empregos para se sustentar, foi carregador de bananas numa fazenda no litoral do estado, foi instrutor de boxe e operário.

Mudou-se para São Paulo, onde trabalhou como garçom de boate. Iniciou o curso de Medicina, mas abandonou a universidade. Recebeu uma bolsa para estudar em Espanha, mas também não se adaptou à vida académica.

José Mauro de Vasconcelos aventurou-se junto aos irmãos Villas-Boas, numa viagem pelos rios da região do Araguaia. O resultado foi seu livro de estreia “Banana Brava” (1942), onde relata o mundo do garimpo da região.

Em 1945 publica “Barro Branco”, seu primeiro sucesso de crítica. Escreveu “Longe da Terra” (1949), “Vazante” (1951), “Arara Vermelha” (1953), “Arraia de Fogo” (1955).

Seu primeiro grande sucesso veio com “Rosinha Minha Canoa” (1962). A obra foi utilizada no curso de Português na Sorbonne, em Paris. Nos anos seguintes escreveu “Doidão” (1963), “Coração de Vidro” (1964).

Em 1968 publicou seu maior sucesso popular, “Meu Pé de Laranja Lima”, onde relata a vida sofrida na infância, as longas conversas com um pé de laranja que fica no quintal de sua casa e as buscas por mudanças. A obra foi adaptada para a televisão e para o cinema.

José Mauro de Vasconcelos trabalhou em diversos filmes, entre eles, Modelo 19 (1950), que lhe valeu o Prêmio Saci de Melhor Actor Coadjuvante, O Canto do Mar (1953), onde actuou como roteirista, Garganta do Diabo (1960), A Ilha (1963) e Mulheres & Milhões (1961), que também lhe valeu o Prémio Saci de Melhor Actor.

Obras principais: Banana Brava (1942); Barro Branco (1945); Longe da Terra (1949); Vazante (1951); Arara Vermelha (1953); Arraia de Fogo (1955); Rosinha Minha Canoa (1962); Doidão (1963); Coração de Vidro (1964); Meu Pé de Laranja Lima (1968); Rua Descalça (1969); O Palácio Japonês (1969); Farinha Órfã (1970); Chuva Crioula (1972); O Veleiro de Cristal (1973); Vamos Aquecer o Sol (1974).

Fonte: “Infopédia – Dicionários Porto Editora”

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Arruda dos Vinhos”

 

Câmara Municipal de Arruda dos VinhosFREI JÁCOME DE ARRUDA, Padre, nasceu em Arruda dos Vinhos, em 1507, e faleceu em Lisboa, em 1587. Padre da Ordem dos Franciscanos e nos últimos anos da sua vida da Ordem de Santo António. Professou no Convento de Alenquer, ocupando vários cargos notáveis dentro da sua província, onde levava uma vida de anacoreta. Mais tarde foi nomeado porteiro-mor do Convento de S. Francisco de Lisboa, alcançando grande influência na Corte. Todavia, o conflito suscitado entre o provincial Frei Francisco de Noé e o cardeal D. Henrique envolveu-o também, pelo que foi desterrado para Mosteiró, ingressando no convento local, donde em 1569 saiu para fundar, ao serviço da Província de Santo António, o Convento de Santo António no Campo do Curral de Lisboa. Faleceu, em 1587, com 80 anos de idade, levantando-lhe os frades, sobre a sepultura, uma memória biográfica e mandando-lhe, mais tarde, pintar o retrato no Convento de sua fundação.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Arruda dos Vinhos (Rua Frei Jácome de Arruda)

Fonte: “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira”

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Arraiolos”

 

 

Câmara Municipal de ArraiolosSimão César DÓRDIO GOMES, Jornalista e Pintor, nasceu em Arraiolos, a 26-07-1890, e faleceu no Porto, a 12-07-1976. Diplomado em Pintura Histórica pela Escola de Belas-Artes de Lisboa, em 1910-1911 estudou em Paris nas Beaux-Arts. Em 1921 regressou a Paris para ali estudar durante cinco anos. Datam dessa época as pinturas que enviou, em 1923, à Sociedade Nacional de Belas-Artes para a Exposição dos Cinco Independentes (Casas de Malakoff e Auto-Retrato de Natureza-Morta) e que pela sua solidez e geometrismo de volumes muito se aproximam de uma estética cubista à maneira de Cézanne, inédita na pintura portuguesa.

Regressado definitivamente a Portugal em 1926, fechou-se no tempo da sua juventude, nunca resolvendo a contento a dicotomia desenho-cor, tão apegado que estava ainda a cânones naturalistas.

Em Arraiolos pintou notáveis composições de quentes coloridos e grandes valores abstractos. Esgotada a carreira Alentejana, as 11 grandes telas que em 1932 executou, por encomenda, para a Câmara Municipal de Arraiolos marcam, com  o Zarco de Franco, o início do monumentalismo português do Século XX, patrocinado pelo longo mecenato de António Ferro.

O último período criativo do pintor iniciou-se em 1933, já então a residir no Porto como Professor da Escola de Belas-Artes local. O Douro e as suas pontes vão-lhe fornecer imagética suficiente, a par com as lembranças de ceifeiras alentejanas, reduzindo a invenção e sobrevalorizado a monumentalidade e pendor decorativo, numa solução de compromisso entre a modernidade e o tradicionalismo.

Recebeu os Prémios Columbano (1938), António Carneiro (1944) e o 1º Prémio de Pintura da Fundação Gulbenkian (1967).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Almada (Freguesia da Charneca de Caparica); Amadora; Arraiolos (Largo Simão Dórdio Gomes); Cascais; Évora; Loures (Freguesia de Santo António dos Cavaleiros); Odivelas (Freguesia da Ramada); Oeiras; Palmela (Freguesia da Quinta do Anjo); Seixal (Freguesia de Corroios); Sesimbra.

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 252 e 253)

“Pessoas Vinculadas aos C.T.T.”

 

CTTMANUEL LEAL JÚNIOR, Funcionário dos CTT e Escritor, nasceu em Salgueiro da Lomba (Freguesia da Aguda (Figueiró dos Vinhos), a 30-09-1891, e faleceu em Vila Nova de Poiares, a 06-07-1977. Era filho de Manuel Leal e de Maria de Jesus Leal e pai de Telmo Leal Maia.

Aos 9 anos de idade foi para Leiria. Concluídos o 1º e 2º graus de Instrução Primária com distinção, frequentou o Seminário e transferiu-se para o Liceu de Leiria. Em 1910 cumpriu o serviço militar como Cabo Miliciano. Concorreu à Escola dos Correios e Telégrafos de Lisboa em 1914 e foi admitido.

Regressado a Leiria, em 1914/1915, fez lá o Estágio. Escalado para a Secção Postal, no seu primeiro dia de serviço, foi o responsável pela expedição do 1º número do jornal O Mensageiro (hoje decano da imprensa distrital).

Terminado o Estágio foi chefiar a Estação de Ervidel (Aljustrel). Em 19 de Março de 1916, voltou ao Distrito para chefiar a Estação de Vieira de Leiria. Em 26 de Setembro de 1918 tomou posse da Estação de Avelar.

Promovido em 1927, entre as Estações de 1ª Classe que lhe foram oferecidas, escolheu a Marinha Grande, na qual tomou posse em 11 de Junho de 1927. Passados dez anos pediu a transferência para Coimbra, onde foi Sub-Chefe de Serviços durante o impedimento do titular do cargo. Durante esse período promoveu a instalação de Postos Públicos e telefones particulares no Concelho de Figueiró dos Vinhos, e colocou vários funcionários do seu Concelho nos CTT.

Publicou o “Guia do Telégrafo-Postal”, duas edições que rapidamente se esgotaram, destinadas a concorrentes aos Correios, trabalho que lhe mereceu louvores da Administração.

Entre as obras que publicou, contam-se as duas edições de “A Nossa Terra a Nossa Família”, que além da descrição da sua árvore genealógica, tem elementos de muito interesse para a Monografia da Freguesia da Aguda, e uma Monografia de Vila Nova de Poiares, que concluiu dias antes de falecer.

Foi Jornalista com muito mérito. Durante muitos anos dirigiu a página “Vila Nova de Poiares”, no Notícias de Penacova. Deixou colaboração nos jornais Diário de Notícias, Diário de Lisboa e Jornal de Notícias.

Desempenhou vários cargos gratuitos, tais como: Presidente da Assembleia Geral da Casa da Lavoura de Penacova; presidente da Comissão Municipal de Assistência e Vice- Provedor do Hospital de Vila Nova de Poiares. Os primeiros durante 18 anos e o último durante 10 anos.

Fonte: “Jornal de Figueiró dos Vinhos” (Ano XIII, Nº 145, Edição de 20 de Março de 1994).

Fonte: “Dicionário dos Autores do Distrito de Leiria”, (Coordenação de Acácio de Sousa, Ana Bela Vinagre e Cristina Nobre; Actualização ao Século XX; Edições Magno, Leiria, 2004, Pág. 555)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Arouca”

 

Câmara Municipal de AroucaJOAQUIM PINHO BRANDÃO, Advogado e Político, natural de Urrô (Arouca), nasceu a 22-03-1901. Era filho de Avelino de Pinho Brandão e de Angelina Augusta da Conceição. Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra. Foi Presidente da Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Arouca (1930-1936), Conservador do Registo Civil de Arouca, Presidente da Comissão Concelhia da União Nacional de Arouca (à qual pertenceu desde a sua fundação até 1936), Provedor da Misericórdia de Arouca.

Foi eleito em 13 de Novembro de 1949, em harmonia com o Decreto-Lei nº 37 569 de 03-10-1949, pelo círculo de Aveiro. Integrou a Comissão de Política e Administração Geral e Local. Durante a V Legislatura intervém no debate parlamentar sobre a localização da ponte sobre o Tejo e levanta a questão da preparação do pêlo de coelho e lebre para a indústria de chapelaria.

Reeleito em 08 de Novembro de 1953, VI Legislatura (1953-1957), pelo círculo de Aveiro. Fez parte da Comissão de Política e Administração Geral e Local. Reeleito em 03 de Novembro de 1957, VII Legislatura (1957-1961), pelo círculo de Aveiro. Integrou a Comissão de Verificação de Poderes e a Comissão de Política e Administração Geral e Local. Foi ainda eleito Deputado, novamente pelo círculo de Aveiro, para a X Legislatura (1969-1973).

O seu nome faz parte da Toponímia de Arouca (Rua Doutor Joaquim Pinho Brandão).

Fonte: “Dicionário Biográfico Parlamentar, 1935-1974, (Volume I de A-L), Direcção de Manuel Braga da Cruz e António Costa Pinto, Colecção Parlamento, Pág. 283 e 284).