Archive for Novembro, 2018|Monthly archive page

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Pampilhosa da Serra”

 

Câmara Municipal de Pampilhosa da SerraJÚLIO GONÇALVES, Advogado e Político, nasceu na Freguesia de Vidual (Pampilhosa da Serra), a 26-09-1886, e faleceu na Figueira da Foz, em 1964. Era filho de José Gonçalves e de Antónia Antunes.

Frequentou o Seminário de Coimbra, onde fez os estudos teológicos. Porém, em 1909, abandona o dito Seminário e completa os Estudos Secundários no Liceu de Coimbra. Posterioprmente Matricula-se na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, obtendo a licenciatura em 1912.

Foi Administrador do Concelho de Carregal do Sal, acumulando essas funções com as de oficial do Registo Civil. Porém, no ano de 1918 fixa residência na Figueira da Foz e ali abre escritório de Advogado, tendo igualmente exercido as funções de Notário naquela cidade. Inseriu-se profundamente na sociedade local figueirense, tendo assinalada passagem pelo Ginásio Clube Figueirense, pela Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz e pelo Rotary Clube da Figueira da Foz.

Foi eleito Deputado, em 1922, pelo círculo de Coimbra, nas listas do Partido Democrático. O antigo Deputado da 1ª República faleceu em 1964 na cidade que adoptou, conforme profetizara em 1935. “Aqui conheci o mar e, à beira dele, as primeiras ilusões de menino e moço, aqui adquiri a experiência, gerada no trabalho e nos desenganos, cá me nasceram os filhos e os cabelos brancos, e, finalmente, aqui à luz e ao calor deste sol incpmparável e sob o azul deste céu de amor e de poesia, adormecerei, certamente para o sono derradeiro”

O seu nome faz parte da Toponímia de: Pampilhosa da Serra (Freguesia de Pessegueiro – Largo Júlio Gonçalves).

Fonte: “AJPS – Associação de Juristas de Pampilhosa da Serra”, (texto de Antónimo Amaro Rosa).

Fonte: “Parlamentares e Ministros da 1ª República (1910-1926), (Coordenação de A. H. Oliveira Marques, Edições Afrontamento, Coleccção Parlamento, Pág. 237).

Recordamos hoje, António Ribeiro dos Santos, o primeiro abolicionista português que, em 1814 defendeu, num artigo publicado no Jornal de Coimbra, a inutilidade da pena de morte.

 

António Ribeiro dos SantosANTÓNIO RIBEIRO DOS SANTOS, Escritor e Professor, nasceu na Freguesia de Massarelos (Porto), a 30-11-1745, e faleceu em Lisboa, a 16-01-1818. Jurisconsulto, Filólogo e Poeta. António Ribeiro dos Santos é considerado o 1º abolicionista português já que em 1814 defendeu a inutilidade da pena de morte num artigo publicado no Jornal de Coimbra.

Foi um homem de vasta cultura que a partir de 1796 passou a ser o primeiro Bibliotecário-Mor da Real Biblioteca Pública da Corte (hoje Biblioteca Nacional), instituição que dirigiu até 1816 e nessa qualidade propôs em 1805 a primeira lei de depósito legal, que obrigou as tipografias a entregar à Biblioteca Pública exemplares das obras produzidas, para além de ter batalhado pela obtenção de verbas que permitissem a aquisição de novas obras no mercado nacional e internacional.

Estudara Humanidades no Brasil (entre 1756 e 1763) e Direito na Universidade de Coimbra, onde se Doutorou em 1771 e exerceu como Professor de Cânones a partir de 1779.

Aos 32 anos de idade, em 09 de Outubro de 1777, foi também nomeado por Carta Régia Rainha D. Maria I Bibliotecário da quinhentista Biblioteca da Universidade de Coimbra (Biblioteca Joanina) , tendo procedido à sua reorganização de acordo com a sua Minuta para o regimento da Livraria da Universidade de Coimbra, onde além de questões de organização interna, tratamento documental e criação de catálogos, propôs o reforço da biblioteca como serviço público aberto a todos os interessados, a ampliação dos fundos da biblioteca com novidades literárias, artísticas, científicas bem como periódicos, mesmo que proibidas pela Real Mesa Censória, destacando-se a atenção especial que dava aos leitores quando determina «que todas as pessoas, que entrarem nela sejam recebidos e servidos com muita prontidão com muito decoro, e com todo o agasalho, e cortesia». Permaneceu neste lugar até 1796 quando foi chamado a Lisboa para organizar e dirigir a que viria a ser a Biblioteca Nacional, criada então por D. Maria I por alvará de 29 de fevereiro de 1796 e instalada no Torreão Ocidental da Praça do Comércio.

Homem culto, aberto à modernidade que caracterizou a Europa das Luzes, Ribeiro dos Santos que enquanto jurista deixou inédita a maior parte da sua obra, foi ainda membro da Academiadas Ciências (1778) e dedicou-se aos estudos linguísticos, sendo filólogo, tradutor das Odes de Horácio e até poeta fundador da Arcádia Lusitana e publicando Poesias de Elpino Duriense, onde se encontra já poesia científica. Legou-nos ainda inúmeros estudos sobre o povo e a literatura sacra judaica, as origens e progressos da poesia portuguesa, a história das matemáticas, as origens e a evolução da tipografia em Portugal com Memória para a história da typografia portugueza do século XVI (1792) e Memória sobre as origens da tipografia em Portugal no século XV (1812). Defendeu uma filosofia de vida bucólica, com retiro do mundo e frugalidade, envolta em bons amigos e excelentes livros.

Cónego doutoral das Sés de Viseu (1793), Faro (1800) e Évora (1804), foi cronista da Casa de Bragança (1795), o primeiro Bibliotecário da Universidade de Coimbra (cargo criado em 1777) e o fundador (1796) da Biblioteca Nacional.

Poeta árcade sob o nome de Elpino Duriense, cantou sem alento temas científicos e filosóficos. Escritor pioneiro em História da Ciência em Portugal. Iniciou em Portugal a investigação sobre a tipografia, a literatura hebraica, a história das matemáticas, etc. Os seus trabalhos eruditos vieram a lume nas “Memórias da Academia das Ciências”, tomos II a VIII.

Obras principais: Sonetos a D. Inês de Castro (anónimos, 1783); Poesias de Elpino Duriense, (tomos I e II, 1812, tomo III, 1814); Memória da Literatura Sagrada dos Judeus Portugueses desde os Primeiros Tempos da Monarquia até aos Fins do Século XV (in Memórias da Academia das Ciências); Memória da Literatura Sagrada dos Judeus Portugueses do Século XVI (in Memórias da Academia das Ciências); Memória sobre o Matemático Pedro Nunes, (in Memórias da Academia das Ciências); Da Origem Natural da Linguagem, do Gesto e dos Sons em Particular; Da Composição e Derivação das Palavras; Bibliografia das Línguas; Origens Célticas da Antiga Povoação de Espanha e dos Seus Actuais Dialectos; Origens Latinas e Visigodas da Mesma Língua; Das Origens Gregas da Mesma Língua; Origens Arábicas da Língua Castelhanae Portuguesa; Elegâncias da Língua Portuguesa Extraídas dos Seus Clássicos; Lições e Ilustrações de Poética com Largos Comentários.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Lisboa (Freguesia da Ajuda, Edital de 14-06-1967, era a antiga Rua Projectada à Calçada da Memória); Mealhada.

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. I, , Pág. 561, 562 e 563; Publicações Europa América, Organizado pelo Instituto Português do Livro e da Leitura).

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 470).

Fonte: “Câmara Municipal de Lisboa – Toponímia de Lisboa”

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Palmela”

 

Câmara Municipal de PalmelaRAUL Fernando Miranda COENTRO, Escritor, nasceu no Penteado, Pinhal Novo (Palmela), a 28-09-1939, e faleceu no Garvão (Ourique), a 11-03-2002. Estudou na Escola Alfredo da Silva, no Barreiro, onde terminou o antigo 5º Ano . Profissionalmente foi “Monitor de Telecomunicações” tendo trabalhado na ANA-EP Aeroportos de Portugal.

Começou a escreveu, publicamente, em 1967, nomeadamente em Concursos de Jogos Florais a nível nacional, tendo sido várias vezes galardoado. Depois da reforma adoptou Garvão para viver. Escreveu, entre outras, as seguintes obras: Glosando Aleixo; A Faina da Lagarda; Soeiro Pereira Gomes, Alves Redol, O Tejo e Eu; Outra Moura Encantada; Rio Tejo, Melancolia e Esperança; Fandango; Lenda da Inês Negra; Apologia do Vinho e da Vinha, Emigrante, etc.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Palmela (Freguesia de Pinhal Novo – Rua Raaual Coentro)

Recordamos hoje, o Pintor Anarquista, Mário Silva, várias vezes premiado, foi co-fundador, com Rui Emílio Vilar, do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra.

 

Mário SilvaMÁRIO SILVA, Pintor, nasceu na Bencanta, Freguesia de São Martinho do Bispo (Coimbra), a 29-11-1929, e faleceu no Centro de Cuidados Continuados Domus Vita de Lordemão, em Coimbra, a 10-09-2016. Era filho do Professor Mário Silva. Vivia, dese há muitos anos em Lavos, na Figueira da Foz, onde tinha o seu Atelier.

Mário Silva abandonou os estudos de Engenharia na Universidade de Coimbra para se dedicar à Pintura, com incursões na Cerâmica, Escultura, Arte Pública Monumental e Artes Gráficas.

O Pintor, que assume a condição de homem de esquerda, maçon e anarquista por recusar as “amarras” a partidos políticos, foi preso duas vezes pela PIDE, no antigo regime.

Uma das vezes, estudante de Engenharia em Coimbra em plena crise académica de 1962, rumou ao forte de Caxias integrando um grupo de 40 universitários que ali esteve encarcerado por determinação da polícia política.

No cárcere os estudantes formaram um Governo-livre no qual Mário Silva assumiu a pasta de ministro do Interior da Cela.

Mário Silva, está representado em vários Museus, Galerias e colecções privadas nacionais, e em Museus de Arte Moderna e Contemporânea estrangeiros, como os do Rio de Janeiro, São Paulo, Boston, Anchorage, Amsterdão, Montecatini, Estocolmo.

Em 2006, o Município de Coimbra atribuiu-lhe a Medalha de Mérito Cultural da Cidade, tendo sido distinguido no ano seguinte pelo Governo português com a Medalha de Mérito Cultural.

Em 2009 foi agraciado com o Prémio carreira pela “Biennale Internazionale Dell´Arte Contemporanea” em Florença, sendo membro efectivo da Academia de Arte e Ciência “500 di Roma”, da Academia Real de Belas Artes de Haia (Holanda, 1963) e da Academia Internacional de Basileia (Burckhardt, Suíça 1980).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Figueira da Foz (Largo Mário Silva).

Fonte: “Diário das Beiras”

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Paços de Ferreira”

 

Câmara Municipal de Paços de FerreiraMERCEDES Augusta Carneiro Gomes de BARROS, Professora, natural da Freguesia de Freamunde (Paços de Ferreira), nasceu a 27-12-1880 e faleceu a 14-10-1951. Destacou-se desde muito jovem no desempenho oficial do Ensino Primário. Era filha de José António da Silva Gomes e de Dª. Luíza Maria Carneiro de Vilhena Abreu e Lima, zelosos e eficientes Professores Primários desta Freguesia, naturais, respectivamente, de Midons e Santa Eulália de Rio Covo, concelho de Barcelos, desposou o Boticário Manuel Augusto Pinto de Barros, proprietário da antiga Farmácia Central (hoje Farmácia Barros), filho de José Pinto de Barros e de Rosalina Augusta Chaves Ferreira Velho, tendo-lhe dado dois filhos: Jaime e Cândido.

Iniciou as suas funções na Escola de Meninas de Figueiró, depois radicou-se definitivamente em Freamunde.

Mulher, das poucas, que a condição social e sexual não condenou à diferença, com direito a auto determinação, que não foi submissa, reservada e… calada. Que “exigiu”. Mulher que não nasceu apenas para dar à luz, signa de quase todas as outras e que não raras vezes morriam durante o parto.

Feroz lutadora, combatente persistente ao insucesso escolar, numa terra, e país, onde o analfabetismo reinava, «em 1914 principiou a leccionar, no edifício da Escola feminina, cursos públicos e gratuitos para ambos os sexos durante o tempo de Inverno, ou seja: 7 meses»- a água mole acabou por furar a pedra dura…), viveu alheada, dizem, da política, deixando essa “actividade” para o seu marido, mas sempre atenta às injustiças sociais. «Piedosa, dum carácter humano extraordinário, solidária e fraterna, acudiu às necessidades mais clamorosas do povo miserável e ignorante, protegeu obras de beneficência, e foi educadora terna dos seus filhos e de centenas de instruendos. De antigas alunas, ainda hoje vêem a lume as memórias da querida e estimada Professora. De alguns olhos lágrimas quentes de amor e saudade». ”

O seu nome faz parte da Toponímia de: Paços de Ferreira (Freguesia de Freamunde – Rua Dona Mercedes de Barros).

Fonte: “ Gazeta de Paços de Ferreira: Martins, Casimiro, 10-4-1952, pág.11».

Fonte: “Jornal “O Progresso de Paços de Ferreira”.

No dia em que passa mais um aniversário do seu nascimento, recordamos o Escultor Manuel Maria Bordalo Pinheiro, pai do Clã de Artistas de apelido Bordalo Pinheiro: Columbano, Maria Augusta e Rafael.

 

Manuel Maria Bordalo PinheiroMANUEL Maria BORDALO PINHEIRO, Escultor, natural de Lisboa, nasceu a 28-11-1815 e faleceu a 31-01-1880. Era filho de Manuel Félix de Oliveira Pinheiro, era pai de Columbano Bordalo Pinheiro, Maria Augusta Bordalo Pinheiro, e de Rafael Bordalo Pinheiro. No ano de 1833, com a idade de 17 anos, foi matriculado como discípulo ordinário da Aula Pública de Desenho de História, Figura e Arquitectura Civil, criada por alvará régio da Rainha D. Maria I, de 23 de Agosto de 1781. Tendo sido matriculado em 12 de Janeiro de 1833 na Aula de Desenho de História e Figura e no dia 15, na Aula de Arquitectura Civil.

Consta que foi discípulo do Pintor de História da ABAL, António Manuel da Fonseca e do miniaturista Luís Pereira Resende, bem como do escultor Feliciano José de Lopes. Com uma faceta artística multidisciplinar (Pintor, Escultor, Gravador, Litógrafo, Artista Gráfico e Ilustrador), demonstrou grande desenvoltura na arte do desenho.

Em 1849, ao serviço do Duque de Palmela, seguiu para o estrangeiro. Visitou Madrid, Paris e Londres, tendo executado nos museus dessas cidades algumas cópias dos grandes mestres – Velásquez, Ingres e Delacroix. Da sua estadia em Londres, no ano de 1851, resultou a sua participação na Exposição Internacional de Londres.

Empregado na função pública, chegou a conciliar a sua profissão com a carreira de artista multifacetado.

Enquanto escultor, distinguiu-se no género do retrato e bustos – busto de Camões, existente na Gruta de Macau; estautueta do 1.º Duque de Palmela; busto do Patriarca D. Guilherme.

Na Pintura, foi considerado pelo Escultor e Professor da ABAL, Francisco de Assis Rodrigues, como um pintor Romântico, tendo cultivado a pintura de cenas de género, afins à pintura holandesa do século XVIII.

Na gravura, foi um dos primeiros artistas a iniciar a técnica da xilogravura ou gravura sobre madeira. Destacou-se também como um distinto litógrafo.

A sua obra de gravador pode ser observada em alguns periódicos da época, como O Panorama e o Jornal de Bellas Artes.

Em 1856, apresentou-se como candidato ao lugar para Professor substituto da Cadeira de Escultura da ABAL, onde também concorreram Vítor Bastos e José Maria Caggiani. Porém, o referido concurso foi anulado por interferência de Francisco Assis Rodrigues, facto que obrigou à abertura de novo em 1859/60, onde foi então apurado o Escultor Vítor Bastos.

No ano de 1868, portaria de 7 de Março, foi nomeado académico de mérito. Falecido em Alconena, em 31 de Janeiro de 1880, deixou uma vasta obra. Porém, o valor da sua figura ficou a dever-se por ter sido pai e mestre dos seus filhos, Maria Augusta, Columbano e Rafael Bordalo Pinheiro, que no seu tempo, alcançaram notoriedade no meio artístico.

Fonte: “Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. Colécção de Desenho Antigo da Faculdade de Belas Artes de Lisboa (1830-1935). Elementos Biográficos dos Artistas da Colecção, Pág. 281 e 282; Alberto Cláudio Rodrigues Faria”

Fonte: “Dicionário Histórico e Biográfico de Artistas e Técnicos Portugueses”, (de Arsénio Sampaio de Andrade, 1ª Edição, Lisboa, 1959, Pág. 30)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Ovar”

 

Câmara Municipal de OvarCLARA D’OVAR é pseudónimo de Leolina Clara Gomes Dias Simões, Escritora e Actriz, natural de Ovar, nasceu a 04-11-1925 e faleceu a 30-06-2002. Era filha de Manuel Dias Simões e de Margarida Ferreira Soares Gomes Dias Simões. nasceu em Ovar (na Rua Padre Ferrer, n.º 1) a 4 de Novembro de 1925, e residiu, durante a sua infância, na Quinta que a sua família possuía no lugar de S. Miguel. Depois de ter realizado Estudos Primários e Secundários (frequentando Colégios em Anadia, Aveiro e Porto), ingressou na Escola do Magistério Primário do Porto, onde chegou a frequentar o 2.º ano. Não se sentindo minimamente atraída pela carreira de Professora Primária, abandonou (aos 19 anos) os estudos e foi viver para Lisboa, onde experimentou várias ocupações temporárias, até se tornar secretária/correspondente de francês e português na empresa Inter-Maritime et Fluvial et Centrados Reúnis.

A carreira de secretariado/correspondente levou-a até Paris, e da “cidade-luz” para Locarno, na suíça “italiana”, onde se empregou como correspondente de português numa grande fábrica de acessórios para relógios. Dois anos depois, Clara Dias Simões regressaria a Portugal para uma curta estada (19 meses), residindo em Lisboa e no Porto, locais em que participou em vários programas de rádio. O casamento com o Cônsul da Suíça em Luanda (Rolland Pièrre) levou-a ao continente africano, onde permaneceu pouco mais de um ano. De regresso à Europa, radicou-se em Paris, onde abriu um pequeno restaurante – “Le Fado: Uma Casa Portuguesa” –, por onde passaram vários profissionais da nossa canção (Rui de Mascarenhas, Maria Albertina, Madalena Iglésias…). Na capital francesa, onde passou a ser conhecida por Clara d’Ovar, casou com Peter Oser Rockfeller e teve a ocasião de travar conhecimento com muitas pessoas ligadas ao meio cinematográfico gaulês. Foi este convívio que estimulou Peter Oser e Clara d’Ovar a proporem a Pièrre Kast a realização da película “Merci Natercia”, idealizada pelos dois e que não foi bem sucedida, não chegando a ser distribuída em França. (Apenas uma remontagem, efectuada por Clara d’Ovar, fez carreira no Brasil). Após o malogro de “Merci Natercia”, Clara d’Ovar foi a actriz principal nos filmes “La Barque Sur l’Ocean” (1960), de Maurice Clavel, e “Cartas da Religiosa Portuguesa” (1960), de António Lopes Ribeiro.

Filmes com a participação de Clara d’Ovar: Merci Natercia, Uma Portuguesa em Paris, (de Pierre Kast, 1959); La Barque Sur l’Ocean, (de Maurice Clavel, 1960); Cartas da Religiosa Portuguesa, (de António Lopes Ribeiro, 1960); La Morte-Saison dês Amours, (de Pierre Kast, 1961); Je ne Suis Plus d’Ici, (de Bernard Vicki, curta metragem numa aldeia próxima de Ovar, 1962); Vacances Portugaises, Os Sorrisos do Destino, (de Pièrre Kast, 1963); PXO, (de Pièrre Kast, Jacques Doniol-Valcroze e António Vilela, 1963); Le Pas de Troix, (de Alain Bornet, 1963); O Crime da Aldeia Velha, (de Manuel Guimarães, 1964); Le Grain de Sable, O Triângulo Circular, (de Pièrre Kast, 1965); La Brûlure de Mille Soleils, (de Pièrre Kast, 1965); Le Soleil em France, (de Pièrre Ksst, 1980).

Obras literárias: Um Mundo Paralelo, (1956); Poesias da Juventude, (1957); As Areias Movediças, Poesias do Vento, (1958); Caminhando pela Vida, (1994); Miriam – Uma Tão Longa Estrada, (1997); Odisseia de Uma Garrafa Azul – Memórias de Esquecimentos, (1998); D. Juan Quixote de Saia de Folhos, (1999); O Homem que corria atrás dos Sonhos, (2000); O Voo das Palavras, (2002).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Ovar (Rua Clara de Ovar)

Fonte: “http://artigosjornaljoaosemana.blogspot.com”

Fonte: “Dicionário de Mulheres Célebres, de Américo Lopes de Oliveira, Lello & Irmão Editores, Edição de 1981, Pág. 998”

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Organizado pelo Instituto Português do Livro e das Bibliotecas, Vol. VI, Publicações Europa América, Pág. 89)

Recordamos hoje, Brás Pacheco, um dos fundadores do jornal “A Voz do Operário”, no dia em que passa mais um aniversário do seu nascimento.

 

Brás PachecoCustódio BRÁS PACHECO, nasceu na Freguesia de Vila Nova de Milfontes (Odemira), a 27-11-1828, e faleceu em Lisboa, a 05-12-1883. Brás Pacheco foi um Operário da Indústria Tabaqueira lisboeta que, enquanto tal, foi fundador com Júlio Maria da Costa, Joaquim Augusto Dias, Pedro José de Carvalho, José Bento de Oliveira, Agostinho Alves de Sousa, Eusébio Luís da Paula e João António Alves do jornal “A Voz do Operário, do qual foi também redactor principal tendo assinado o editorial do 1º número, em 11 de outubro de 1879.

Foi a partir daqui que mais tarde, em 13 de Fevereiro de 1883, nasceu a Sociedade A Voz do Operário.

Brás Pacheco também colaborou com mais Associações como o Centro Promotor dos Melhoramentos das Classes Laboriosas, a Associação Fraternidade Operária de José Fontana e, fundou em 1863, a União Fraternal dos Operários da Fabricação dos Tabacos, da qual foi até dirigente durante alguns anos.

Colaborou na fundação da Associação Fraternal dos Operários das Fábricas de Tabaco. Mais tarde, com 43 anos de idade, desempenhou um papel central na dinamização da Fraternidade Operária, que tem nos “manipuladores de tabaco” um dos seus grupos mais activos.

Desgostoso com a ineficácia desta organização saiu em rotura e partiu para a fundação do jornal de classe dos operários tabaqueiros. A sua missão foi pugnar pelos interesses materiais e morais da classe que representa, defender os que sofrem injustiças, vexames e violências, promover o desenvolvimento da agricultura, da indústria e do comércio e trabalhar incessantemente para o bem-estar social em harmonia.

A sua biblioteca foi incorporando espólios e arquivos, por exemplo da Universidade Popular e de movimentos associativos docentes, que confirmam bem o seu papel na dinamização de projectos pedagógicos alternativos e de iniciativas de educação de adultos.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Lisboa (Freguesia do Areeiro – Rua Brás Pacheco, Edital de 21-01-1933, ex-Rua U do Bairro Social do Arco Cego); Odemira (Freguesia de Vilas Nova de Milfontes – Rua Custódio Brás Pacheco).

Fonte: “Câmara Municipal de Lisboa – Toponímia de Lisboa”

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Ourique”

 

Câmara Municipal de OuriqueFrancisco Ramos BRISSOS DE CARVALHO, Militar, nasceu na Freguesia de Cabeça Gorda (Beja), a a29-03-1935, e faleceu em Almada, a 19-04-2013. A sua carreira militar iniciou-se com a frequência do Curso de Infantaria na Escola do Exército (1954-1957), tendo feito a sua primeira comissão de serviço na ex-colónia da Guiné-Bissau.

No dia 01 de Janeiro de 1962, então com o posto de Tenente, integrou o movimento do assaldo ao Quartel de Beja na tentativa de derrube do regime fascista que dominava Portugal. Como a acção falhou, foi um dos presos da ditadura salazarista, foi também expulso das Forças Armadas e entregue à PIDE. Cumpriu cerca de quatro anos de prisão, não obstante ter sido julgado e condenado em dois anos e meio de pena.

Brissos de Carvalho também participou activamente no processo revolucionário do 25 de Abril de 1974.

Em Setembro de 1974 foi reintegrado nas Forças Armadas no posto de Major em igualdade com todos os demais Oficiais do seu Curso na Escola do Exército.

Foi nomeado Governador Civil do Distrito de Beja em pleno período revolucionário tendo exercido essas funções entre 06 de Outubro de 1974 e 12 de Março de 1976.

Após a saída do Governo Civil de Beja foi colocado no Estado Maior do Exército, integrando o Gabinete do General Ramalho Eanes, exercendo funções designadamente no muito delicado domínio da Reforma Agrária.

Passou à situação de reserva em 1976. Em 2005, no dia 25 de Maio, em Sessão Solene no Salão Nobre dosa Paços do Concelho de Beja, o Coronel Brissos de Carvalho foi homenageado com a Medalha de Mérito Municipal, Grau Prata.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Ourique (Rua Major Brissos de Carvalho).

Fonte: “Município de Almada, Assembleia Municipal, Edital nº  104, Junho de 2013”

Recordamos hoje a Actriz Teresa Gomes, quem não se lembra daquela cena do filme O Pai Tirano, que na falta de pastéis “ela pedia dois copinhos de vinho branco”?

 

Teresa GomesMaria TERESA GOMES de Almeida, Actriz, natural de Lisboa, nasceu a 26-11-1882 e faleceu a 13-11-1962. A sua vocação para o teatro despertou quando ela tinha 26 anos, numa viagem a bordo de um paquete vindo do Brasil durante a qual entrou em contacto com a companhia teatral de Afonso Taveira e com o seu futuro marido, o Actor Álvaro de Almeida.

Pouco depois do desembarque em Lisboa fez a sua estreia no Teatro da Trindade, interpretando pequenas rábulas. Entretanto, tendo-se afirmado uma artista cómica de boa classe, passou para o teatro de São Luís, onde fedinitivamente se consagrou na revista Pé de Meia, de Eduardo Schwalbach. Depois deste triunfo, outros se lhe seguiram, ficando memoráveis algumas das suas criações no José do Telhado, na Massaroca, nos Dois Garotos, etc.

Era uma Actriz muito popular e estimada pelas plateias. Também fez cinema. Em 06-10-1959, realizou-se no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, a sua festa de despedida, com lotação esgotada, na qual participaram muitos artistas.

O Actor Eugénio Salvador e o elenco do Teatro Maria Vitória reviveram um dos melhores momentos da última revista em que Teresa Gomes entrou: Encosta a Cabecinha e Chora. Américo Covões, empresário do Coliseu, pela mão de Costinha, ofereceu-lhe um valioso medalhão com a data da homenagem e uma legenda, e Luís de Oliveira Guimarães, em representação da Sociedade dos Escritores e Compositores Teatraism, saudou-a em termos entusiásticos.

Na longa actividade na revista podem salientar-se os papéis em “Pé-de-Meia”, “A Maçaroca”, “Dois Garotos”, etc. Onde a sua veia cómica atingiu o mais elevado grau, assim como nos filmes, “Lisboa, crónica anedótica”, de 1930, “A Canção de Lisboa”, de 1933, “O Pai tirano”, de 1941, “Fátima, terra de fé”, de 1943, “Os vizinhos do Rés-do-Chão”, de 1947, e “O Costa de África”, de 1954.

Em 12-10-1959, o Chefe do estado, no Palácio de Belém, agraciou-a com as insígnias da Ordem de Sant’Iago.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Almada (Freguesia da Charneca de Caparica), Amadora, Lisboa (Freguesia de São Domingos de Benfica, Edital de 25-10-1971, ex-Rua Projectada à Rua António Nobre), Seixal (Freguesias de Fernão Ferro e Torre da Marinha), Sesimbra, Setúbal (Azeitão), Sintra (Freguesia de Algueirão-Mem Martins).

Fonte. “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 12, Pág. 525)

Fonte: “Dicionário de Mulheres Célebres, de Américo Lopes de Oliveira, Lello & Irmão Editores, Edição de 1981, Pág. 487”

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 255).