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“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Nordeste”

JOSÉ PACHECO DO MONTE, Padre, nasceu na Vila de Nordeste (Ilha de São Miguel), a 19-04-1876, e faleceu no Porto, a 09-06-1944. Formou-se em Teologia no Seminário de Angra, foi ordenado subdiácono em 1897, entrando como missionário na Congregação do Espírito Santo. Esteve em França, onde se ordenou presbítero e regressou a Portugal para Professor no Colégio da Formiga, em Ermesinde.

Proclamada a República, em 1910 com a dispersão da sua Ordem, foi para a Bélgica e daí, a missionário no Congo, regressando a Portugal em 1923. No ano seguinte esteve nos Açores e na América do Norte, onde pregou numerosos sermões aos portugueses aí estabelecidos.

Voltou a Portugal, em 1927, foi nomeado Superior do Colégio do Espírito Santo, em Viana do Castelo, de onde foi para o Porto no ano imediato, a pedido do bispo D. António Barbosa Leão. Fundou, no Porto, com os seus padres, a Residência de Santa Teresinha do Monte Pedral.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Nordeste (Rua Padre José Pacheco do Monte); Porto (Rua Padre José Pacheco do Monte).

Fonte: “Arquivo Municipal do Porto”

“O Centenário”

FRANCISCO MOREIRA, Desportista, natural do Barreiro, nasceu a 29-04-1921 e faleceu a 02-11-1991. Jogador de futebol, médio. Representou os seguintes Clubes: Clubes: Leões do Barreiro, Barreirense de 1932/1933 a 1943/1944, Sport Lisboa e Benfica de 1944/1945 a 1953/1954 e Montijo em 1954/1955 e 1955/1956.

Francisco Moreira, foi 9 vezes internacional “A”.Tinha por alcunha “pai natal”.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Barreiro (Praceta Francisco Moreira).

Fonte: “Barreirense Futebol Clube. Contributo para a sua História”, (Blog de Carlos Cipriano Alves. Arquivo de dados e fotos sobre o futebol do Futebol Clube Barreirense desde a sua fundação em 1911. Fontes: Arquivo pessoal e comunicação social)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Nisa”

JOSÉ Dinis da GRAÇA Mota e MOURA, Advogado e Escritor. natural de Nisa, nasceu a 17-07-1814 e faleceu em 27-01-1874. Formou-se na Universidade de Coimbra, em Direito, com altas classificações, o que lhe deu acesso ao lugar de opositor às cadeiras da Faculdade. Retirou-se, no entanto, para a sua terra natal, onde foi Juiz substituto, Advogado de grande fama e Presidente da Câmara Municipal de Nisa. Pertenceu ao Conselho de Sua Majestade El-Rei D. Luís.

Como Presidente da Câmara Municipal de Nisa teve obra vastíssima e altamente benemérita, não só no melhoramento da vila, mas também na conservação do seu património. A par disso exumou dos seus artigos oficiais e particulares interessantíssimos documentos com os quais compôs, em 1855, uma notável “Memória Histórica da Notável Vila de Nisa”, publicada em dois volumes, postumamente, em 1877, com prefácio e revisão do Padre Luís Bernardino de Carvalho Pacheco.

Deixou inédito um grosso volume de “Vários Opúsculos”, em que há notáveis peças jurídicas, produções literárias, etc. Ainda como estudante publicou: “Júlio e Carolina, ou a vítima do capricho e do engano, drama original, em 3 actos e 3 quadros.

No seu testamento deixou um legado importante com que foi construído o magnífico edifício escolar existente na Praça principal de Nisa.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Nisa (Rua Doutor Graça).

Fonte: “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira

Mara Abrantes, a popular Cantora brasileira, a viver há mais de 50 anos em Portugal, deixou-nos hoje, mas fica a sua música para matar saudades.

MARA Dyrce ABRANTES da Silva Santos, Actriz e Cantora, nasceu no Rio de Janeiro (Brasil), a 31-05-1932,, e faleceu no Hospital de Santo António dos Capuchos, em lisboa, a 28-04-2021. Cantora e Actriz brasileira radicada em Portugal desde 1958. A sua ligação à música iniciou-se na infância no seio de uma família de instrumentistas pertencentes a bandas de vários ramos das forças armadas do Brasil, incluindo seu pai.

No Ensino Primário, frequentou aulas de Educação Musical obrigatórias e integrou o Coro do Ministério da Educação como solista.

Determinada a seguir a carreira artística, recebeu formação no Teatro de Preparação de Estudantes durante o internato do Curso para Professora Primária. Aos 16 anos de idade concluiu o Curso e venceu o programa televisivo A Hora dos Caloiros, concebido por Ary Barroso na TV Tupy, orientado para a captação de novos talentos musicais. Foi nesta altura que adoptou o seu nome artístico, Mara Abrantes.

Esta vitótia permitiu-lhe obter pequenos papéis na televisão. No início da década de 1950, passou a actuar na Rádio Nacional do Rio de Janeiro, prosseguindo também o percurso na televisão. Começou igualmente a actuar em espaços nocturnos, designadamente no Estúdio do Teo, onde conheceu António Carlos Jobim, na latura também em início de carreira, e de quem interpretou inúmeras composições que viriam posteriormente a tornar-se grandes êxitos internacionais.

Seguiu-se o teatro de revista, para o qual era convidada regualrmente como atracção, e o cinema, tendo participado, apenas como Actriz,, em cinco filmes, entre 1952 e 1956.

Em 1954 gravou um fonograma de 78 rpm com as canções Um Tiquinho a Mais (letra de Francisco Anísio; música de Hianto de Almeida) e Sal e Pimenta (música de Newton Ramalho e Nazareno de Brito), lançado pela Editora Mocambo. Este foi um memomento de grande impacto na sua carreira, dado que a letra de Um Tiquinho a Mais foi censurada pelo seu teor alegadamente malicioso, de que resultou a proibição da canção. Esta acção do governo brasileiro foi bastante mediatizada pela imprensa e críticos da época, o que projectou a cantora para audiências que transpunham o circuito relativamente restrito da vida nocturna do Rio de Janeiro.

Em 1956, alcançou o Disco de Ouro no Brasil, dois anos antes de ser convidada por Vasco Morgado para participar num espectáculo de revista em Portugal com o comediante Badaró.

Deste modo, a sua estreia em Portugal assinalou-se na revista Fogo no Pandeiro (TAV, 1958), no qual figurou enquanto vedeta convidada. Este espectáculo, inteiramente concebido por brasileiros, teve grande impacto na divulgação da música do Brasil junto do público português.

Um ano depois, passou a actuar regularmente na Emissora Nacional (EN) e a integrar digressões da FNAT (actual Inatel). À semelhança do seu percuros no Brasil, centrou a sua carreira na televisão e na rádio.

A partir de 1961, passou a gravar para a Editora Valentim de Carvalho, destacando-se A Rua dos Meus Ciúmes, um afado criado por Helena Tavares e gravado com Joaquim Luís Gomes, com o qual alcançou o Disco de Ouro.

Em 1962 participou novamente num espectáculo de grande visibilidade de Vasco Morgado, Lisboa à Noite.

Após o 25 de Abril de 1974, foi contratada pela Emissora Nacional (EN) como Assistente Musical. Mais tarde assumiu o cargo de realizadora da Orquestra Ligeira da Emissora Nacional (EN). Após o período revolucionário, voltou gradualmente a participar em espectáculos de revista e a actuar na televisão, assinando um contrato com a Editora Movieplay (1984). Porém, manteve-se sempre como funcionária contratada pela Emissora Nacional (Rádio Difusão Portuguesa), gerindo essa posição com a sua carreira artística até ao final do Século XX, altura em que se reformou da instituição.

Mara Abrantes foi uma das principais divulgadoras da música do Brasil em Portugal, nomeadamente da Bossa Nova e da Música Popular Brasileira. Exemplo disso foram as composições de António Carlos Jobim e Vinicius de Moraes Foi Deus, Se Todos Fossem Iguais a Você e Eu Não Existo Sem Você, gravadas pelo Conjunto de Jorge Machado. Por outro lado, obteve grande sucesso ao interpretar canções da música ligeira (Vai Dizer à Mouraria ou, da revista Com Jeito, Vai!, O Amor é Louco, de João Nobre) e do fado, tendo Os Amantes (1984) sido o seu maior sucesso em Portugal.

Fonte: “Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX” (Direcção de Salwa Castelo-Branco, 1º Volume, A-C, Temas e Debates, Círculo de Leitores, 1ª Edição, Janeiro de 2010, Pág. 5 e 6)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Nelas”

Abel PAIS CABRAL, Médico, nasceu na Abrunhosa do Mato, Freguesia da Cunha Baixa (Magualde), em data que desconheço, e faleceu em Nelas, a 18-08-1932. Formado pela Universidade de Coimbra, em 1912, foi logo tomar conta do Partido Médico de Nelas, tendo sido mais tarde ali Sub-Delegado de Saúde

Atraía-o a Oxigenoterapia, a cujo estudo dedicou o melhor da sua vida. Inventou um aparelho gerador de oxigénio que passou a ter a designação de PC, isto é, as iniciais dos seus apelidos.

Este aparelho, tinha a vantagem de em qualquer ponto, por mais falho de recursos que fosse, poder gerar oxigénio para ser aplicado em caso de emergência, resolvendo assim um problema que esteve durante muitos anos sem solução.

Com ele, pode ser aplicado o oxigénio directamente nos órgãos respiratórios e até em injecções subcutâneas.

Na Grande Guerra de 1914-1918, fez parte das tropas expedicionárias portuguesas ao Sul de Angola.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Nelas (Rua Doutor Abel Pais Cabral).

Fonte: “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 19, Pág. 995)

Recordamos hoje o Professor Carlos Lima no dia em que, se fosse vivo, faria 100 anos de vida

CARLOS Sampaio Pinto de LIMA, Professor, natural do Porto, nasceu a 27-04-1921 e faleceu a 08-02-1993. Foi o 12º Presidente da SPOT 1979-1980. Depois de ter feito os Estudos Primários e Secundários na sua terra Natal ingressa no Curso Preparatório de Medicina F.O.N. em 1939/40. Matriculou-se na Faculdade de Medicina do Porto, concluindo a Licenciatura em 1945 com a classificação de 18 valores, tendo obtido os seguintes Prémios: Vicente José de Carvalho, Lopes Martins, Tito Fontes, Adelaide Fortes, Visconde de Macedo Pinto.

Tirou o Curso de Medicina Sanitária. Em 1945/46 fez o Curso de Oficial Médico Miliciano. Em Junho de 1946 é estagiário nos Serviços de Patologia Cirúrgica e Ortopedia da Faculdade de Medicina.

Em Maio de 1947 é nomeado 2º Assistente além do Quadro do 7º Grupo – Patologia Cirúrgica, Clínica Cirúrgica e Propedêutica Cirúrgica. Em 1948 passa a integrar o Serviço de Cirurgia e Ortopedia do Hospital de Crianças Maria Pia, como Médico Estagiário.

Em Agosto de 1950 pede a rescisão do contrato de Assistente da Faculdade de Medicina do Porto para estagiar em Inglaterra na especialidade de Ortopedia. Estagia no Wingfield Morris Orthopaedic Hospital depois denominado Nuffield Orthopaedic Hospital em Oxford sob a orientação do Professor José Trueta entre Agosto de 1950 e Novembro de 1951.

Volta à Faculdade de Medicina do Porto em 1951 e no ano seguinte presta provas para a Especialidade de Ortopedia à Ordem dos Médicos, passando a ser sócio efetivo da SPOT – Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia (1ª listagem dos Sócios da SPOT em Janeiro de 1953 publicada na Acta Ortopédica Traumatológica Ibérica). As condições de trabalho no Serviço de Patologia Cirúrgica do Hospital de Santo António liderado pelo Professor Fernando Magano eram exíguas e Carlos Lima passou a deslocar-se semanalmente a Lisboa para colaborar no Serviço do Dr. Jorge Mineiro inicialmente no Hospital de Santa Marta e mais tarde no Hospital Santa Maria. Assim se alicerçou uma profunda amizade entre estes dois Homens, que foi o embrião das Reuniões entre os dois Serviços do Porto e de Lisboa que perduraram até à década de setenta.

Em 1956 prestou provas de Doutoramento na Faculdade de Medicina do Porto, tendo sido aprovado com 18 valores com a dissertação “Osteocondrose da Anca – Contribuição para o seu estudo”. Em Julho do mesmo ano foi nomeado 1º Assistente de Ortopedia, passando a leccionar o Curso de Ortopedia – sucedendo ao Dr. João Espregueira Mendes (Avô) – o 1º Ortopedista a leccionar Ortopedia no Curso Médico da Faculdade de Medicina do Porto – que não havia prestado provas académicas.

Em 1956 o Curso Teórico de Ortopedia era constituído por 15 aulas ocupando um semestre do Curso Médico. No final do ano letivo de 1956/1957 o Dr. Carlos Lima convida o aluno do 4º ano, José de Mesquita Montes após o exame de Ortopedia para vir a integrar o futuro Serviço de Ortopedia do Hospital de S. João cuja abertura estava prevista para 1959 – tinha ficado traçado o futuro da Ortopedista que escreve estas linhas. Efectivamente o Hospital Escolar de S. João do Porto foi inaugurado em 24 de Junho de 1959 e um dos primeiros Serviços instalados foi o de Ortopedia. Em 1958 assumiu as funções de Director de Serviço de Ortopedia B do Hospital de Crianças Maria Pia, no Porto, passando mais tarde a dirigir a totalidade da área de Ortopedia por extinção do Serviço A. Direcção que manteve até 1968 data em que teve de abandonar por incompatibilidades de funções.

Foi esta Unidade de Ortopedia Infantil que esteve na base da criação do Núcleo Duro que haveria de lançar a Ortopedia Infantil em Portugal e que pelo seu prestígio teve um papel determinante no desenvolvimento e divulgação da Especialidade na Europa e mais tarde a nível mundial – sendo Portugal um dos Fundadores da Federação Internacional das Sociedades Nacionais de Ortopedia Infantil. Em 1959 foi indigitado para Diretor do Serviço de Ortopedia e Traumatologia do Hospital Escolar de S. João, um Serviço que teria no Futuro um papel determinante na instalação e divulgação da Ortopedia – como especialidade autónoma da Cirurgia Geral, no Norte do País e também no País. Em 1959 o número de aulas do Curso de Ortopedia passa a 23 continuando a integrar um semestre do 4º ano do Curso Médico.

Entretanto Carlos Lima continua a sua preparação no estrangeiro visitando várias Organizações internacionais da Especialidade. Sempre com notável rigor científico organiza o Serviço levando a cabo reuniões semanais para discussão de casos clínicos e apresentação de comunicações e trabalhos científicos. Soube rodear-se de Colaboradores diferenciados e convidou para estas Sessões Ortopedistas da Cidade do Porto e também de Lisboa (Jorge Mineiro e Colaboradores do Hospital de Santa Maria, Manuel Serra Costa e Colaboradores do Hospital de Sant’Ana e Fernando Magalhães e Assistentes do Hospital Militar da Estrela – Lisboa e mais tarde Colegas de Coimbra do Hospital Universitário e dos Covões.

Em Dezembro de 1961 prestou provas para Professor Extraordinário da Faculdade de Medicina do Porto tendo sido aprovado por unanimidade. Em 1971 faz concurso para Professor Catedrático de Ortopedia, tendo sido o 1º Professor Catedrático do País.

O prestígio do Serviço de Ortopedia era crescente, tendo nele trabalhado, nos primeiros tempos, 25 Médicos que posteriormente ocuparam lugares de destaque na Ortopedia Nortenha, passando alguns a dirigir Serviços de outros Hospitais entretanto instalados.

A Carlos Lima se deve a organização das Jornadas da Faculdade de Medicina do Porto com características inovadoras como a transmissão de intervenções cirúrgicas pelos nomes mais sonantes da Ortopedia Mundial para a Aula Magna. É também importante referir a organização e manutenção até aos anos setenta das reuniões mensais com os Serviços de Lisboa e Coimbra.

De registar também que a ida a Luanda em 1964, aquando do 1º Congresso Nacional de Ortopedia O despertou para o Ensino da Medicina no Ultramar – mais tarde Estudos Gerais de Luanda. Devido à liderança carismática e muito racional o Prof. Carlos Lima que tinha uma visão departamental de Serviço juntou ao grupo de 25 Ortopedistas, Reumatologistas e Fisiatras. Nos fins dos anos setenta assumiu as funções de Director Clínico do Hospital de S. João, funções que terminaram com o 25 de Abril de 1974.

É da mais elementar justiça lembrar o papel do Prof. Carlos Lima como sócio da SPOT e dirigente na medida em que foi Vice-Presidente no biénio de 1977-1978 e Presidente no biénio 1979-1980, sendo o XII Presidente da SPOT.

O Prof. Carlos Lima foi condecorado no dia 10 de Junho de 1990 em Braga pelo Presidente da República, Dr. Mário Soares, com a Comenda de Grande Oficial da Ordem de Santiago e Espada. Também a Câmara Municipal de Celorico de Bastos quis homenageá-lo colocando o seu nome na Escola de Gandarela de Basto em 1994.

Do mesmo modo a Câmara do Porto o homenageou dando o seu nome a uma Rua junto ao Hospital da Prelada.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Porto (Rua Professor Carlos Lima)

Fonte: “SPOT- Sociedade Portuguesa de Ortopedia”

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município da Nazaré”

ARTUR Arsénio Bento PASTOR, Engenheiro e Fotógrafo, nasceu em Alter do Chão, a 01-05-1922, e faleceu em Lisboa, a 17-09-1999. Era filho de Arsénio do Bento e de Celestina Rosa. O seu pai sendo trabalhador na Coudelaria Militar de Alter do Chão, convidou para seus padrinhos de batismo o comandante daquela coudelaria, Artur de Calça e Pina da Câmara Manoel (1872-1931), Coronel de Infantaria, natural de Évora e a sua esposa, Leonor Amália Miranda da Câmara Oliveira (1873-1941), natural de Lisboa.

Engenheiro Técnico Agrário, pertenceu aos quadros do Estado durante mais de trinta anos. Foi responsável pela otenção e organização de mais de 10.000 fotos que compõem a Fototeca da Direcção Geral dos Serviços Agrícolas.

Paralelamente, colaborou com outros organismos ligados à Agricultura, como as Juntas Nacionais do Azeite, do Vinho, das Frutas e a Federação Nacional dos Produtores de Trigo, entre outros.

Em 1942, para documentar a tese de final do Curso de Regente Agrícola, descobruiu o fascínio pela Fotografia que o acompanhou até ao fim da sua vida. Após ter terminado o Curso, entregou-se de alma e coração à conquista da Fotografia.

Em Évora, onde vive na altura, envolve-se em inúmeros projectos. A primeira exposição “Motivos do Sul”, teve lugar em Faro, no ano de 1946, onde apresentou trezentos trabalhos, o que demonstra a pujança com que se lançou no mundo da Fotografia. Seguem-se outras exposições em Évora e Setúbal. Paralelamente começa a apresentar trabalhos seus em publicações ilustradas, postais, selos e cartazes. Durante este período inicial da sua vida artística colabora em diversos jornais do Sul do País com artigos de opinião e de cariz literário. No início dos anos cinquenta vai trabalhar para os Serviços do Ministério da Agricultura em Montalegre.

Naquela época tenta formar, em Braga, uma Associação Fotográfica. Em 1953 vem viver para Lisboa. Nesta cidade passa a fazer parte do Foto Clube 6×6. Com uma visão única do mundo agrícola deixou para as gerações posteriores um legado fotográfico de grande valor documental e artístico.

Pelo serviço prestado enquanto Fotógrafo do Ministério da Agricultura, foi-lhe atribuído o Grau de Oficial da Ordem de Mérito Agrícola e Industrial (Classe do Mérito Agrícola).

Registou milhares de fotografias por solicitação dos mais diversos organismos oficiais e grandes empresas, sobretudo no campo da agricultura e turismo. Colaborou, com centenas de fotografias, em exposições oficiais e feiras, no país e no estrangeiro. Participou em Salões Nacionais e Internacionais de Fotografia. Nos Salões Nacionais, obteve, com regularidade, os primeiros prémios. Individualmente, realizou 13 exposições fotográficas, com destaque para a que teve lugar no Palácio Foz, em1970, com 360 trabalhos e no Palácio Galveias, em 1986, com 136 fotografias. Publicou dois álbuns de grande formato: “Nazaré” e “Algarve”, sendo da sua autoria os textos, as fotos e a paginação. Ilustrou totalmente, com motivos originais da Nazaré, o álbum de fotografia oferecido à Rainha Isabel II, aquando da sua visita a Portugal.

Escreveu e ilustrou a separata “A Fotografia e a Agricultura” e forneceu fotografias para o folheto “Alcobaça”. Ilustrou os livros “ Évora”, com textos deTúlio Espanca, “As Mulheres do Meu País” de Maria Lamas e “A Região a Oeste da Serra dos Candeeiros “.

Em Portugal, colaborou nas publicações “Panorama”, “MundoIlustrado”, “Agricultura”, “Fotografia”, “Revista Shell”, entre outras, incluindo boletins informativos, almanaques do Alentejo e do Algarve, livros como “Guia de Braga”, “Portugal”, “Lisboa”, “Romantic Portugal”, etc., e ainda desdobráveis de turismo, capas de livros e de discos, selos, inúmeros folhetos, agendas, boletins regionais, calendários e cartazes. Forneceu fotografias para o “National Geograpfic Mazazine” e “Photography Year Book”. Foi o autor português que, a convite do editor, escreveu o artigo sobre Portugal, com inclusão apenas de fotos suas, na “The Focal Encyclopedia of Photography”. Várias revistas e jornais estrangeiros dedicaram artigos relativos ao seu trabalho, tais como a “Art Photography”, americana, o jornal “Times” de Londres, ou incluíram diversas fotos, como as revistas “Photography”, inglesa, a “Revue Française”, as alemãs “Merian” e “Architektur & Wohnen”, a “Revue Fatis”, o “Photo Guide Magazine”, entre outras. Em 2001, o seu espólio foi adquirido, quase na sua totalidade, pelo Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa. Os arquivos fotográficos de Artur Pastor contêm largos milhares de fotografias, centenas das quais com irrecuperável valor histórico, imagens de um país perdido ou alterado, a preto e branco, diapositivos a cores, e em negativos a cores.

Para além da cobertura de todas as regiões continentais e insulares do país, constam colecções de várias províncias de Espanha e Itália e das cidades de Paris e Londres. Deixou preparada a exposição” Uma Visão Histórica e Etnográfica do País “, com fotografias de Portugal a preto e branco e a cores, e outras, nomeadamente sobre Lisboa, Porto, Braga, Évora e Sintra.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Nazaré (Rua Artur Pastor)

Fonte: “Jornal Portal da Estrela”

Fonte: “A vida do «franco-atirador»: Artur Pastor, seis décadas de fotografia Contributo para uma biografia”(por  Ana Saraiva)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município da Murtosa”

FERNÃO DE MAGALHÃES, Navegador, nasceu no Porto, a 03-02-1480, e faleceu nas Filipinas, a 07-04-1521. Navegador português, ao serviço de Castela na época dos Descobrimentos. Nasceu no Norte de Portugal, no Porto ou em Sabrosa, não se sabe ao certo, e faleceu em Mactan (Filipinas). Pajem da rainha Dona Leonor e morador da casa de el-rei, alistou-se na Armada de Dom Francisco de Almeida, que largou para a Índia em 1505, dali regressando em 1513. Participou na batalha naval de Diu (1509) e tornou-se muito amigo de Francisco Serrão, que veio a ser Feitor nas Molucas e seu informador quanto aos lugares produtores de especiarias. Tomou parte na conquista de de Azamor (1513).

Não vendo reconhecidos os seus méritos, despediu-se da corte e foi servir os reis de Castela. Em 20-10-1517 apresentou-se em Sevilha acompanhado do Cosmógrafo Rui Faleiro, oferecendo aos Castelhanos a possibilidade de atingir as Molucas por mares não reservados aos Portugueses pelo Tratado de Tordesilhas. Aceite a sua proposta por Carlos V, o contrato foi assinado em 22-03-1518. Aprontados os cinco navios da sua esquadra, reunuiu os 265 homens da tripulação e a partir de San Lúcar de Barrameda em 20-09-1519 – na preparação e execução da que seria a primeira viagem de circum-navegação, teve a colaboração de Cosmógrafos, Cartógrafos e Pilotos portugueses.

Em 31-03-1520 atingiu o estreito que hoje ostenta o seu nome e decidiu hibernar. Reprimiu uma revolta (condenou dois dos revoltosos à morte e outros dois abandonou-os na praia) e perdeu dois navios (um naufragado e outro por deserção). Após cinco meses de pausa retomou a travessia do estreiro e em 26 27-11-1520 iniciou a longa travessia do Pacífico, durante a qual a fome, a sede e o escorbuto dizimaram a tripulação dos três navios.

Em 16-03-1521 ancorou em Cebu, nas Filipinas, tendo iniciado as trocas comerciais após ter sido bem recebido pelo chefe local. Este, porém, andava em guerra com o da ilha de Mactan; ao ajudá-lo na luta, perdeu a vida, assim como muitos companheiros que não quis abandonar e que tinham caído numa emboscada.

Sem honra nem glória, durante muito tempo com a sua memória esquecida. O seu diário de bordo e as suas anotações desapareceram depois da sua infeliz ingerência nas guerras tribais na ilha de Mactan, incidente que lhe tirou a vida, às mãos do régulo nativo Lapu-Lapu. Acabava assim um périplo que cobrira já dois longos oceanos e um sem número de infortúnios, problemas, mortes e revoltas entre os seus subordinados.

A viagem de circum-navegação acabou por ser concluída por Sebastião Del Cano, que aportou a San Lúcar de Barrameda em 06-09-1522 com apenas um navio e 18 homens de tripulação. Coube-lhe conceber, preparar e realizar uma das mais extraordinárias viagens marítimas jamais efectuadas.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Abrantes; Albufeira; Alcobaça; Almada (Freguesia da Costa de Caparica); Alpiarça; Amadora; Barreiro; Caldas da Rainha; Cascais (Freguesias de Alcabideche, Carcavelos e São Domingos de Rana); Coimbra; Évora; Fafe (Freguesia de Regadas); Figueira da Foz; Gondomar (Freguesia de Rio Tinto); Guimarães (Cidade de Guimarães e Freguesia de Serzedelo); Ílhavo (Freguesia da Gafanha da Nazaré); Lagoa (Freguesia do Parchal); Lagos (Freguesia de Santa Maria); Leiria; Lisboa (Freguesia de Santa Engrácia); Loures (Fregueaias de Loures, Portela, Santo António dos Cavaleiros, São Julião do Tojal e Unhos); Lourinhã; Maia; Mangualde; Marco de Canaveses (Freguesia de Várzea do Douro); Matosinhos; Moimenta da Beira; Montijo; Murtosa (Rua Fernão de Magalhães); Odivelas (Freguesia da Pontinha); Ourém (Freguesia de Caxarias); Ovar (Cidade de Ovar e Freguesia de Esmoriz); Palmela (Freguesia de Pinhal Novo); Peniche; Ponte da Barca; Ponte de Lima; Portimão; Porto; Reguengos de Monsaraz; Sabrosa; Seixal (Freguesias de Corroios, Fernão Ferro e Seixal); Sesimbra (Freguesia da Quinta do Conde); Setúbal (Azeitão); Silves (Freguesia de Armação de Pêra); Sintra (Freguesias de Colares, Queluz e Rio de Mouro); Tavira; Torres Vedras (Freguesias de São Pedro da Cadeira e Silveira); Trofa; Valongo (Freguesia de Campo); Valpaços; Vendas Novas; Viana do Castelo; Vila do Conde (Cidade de Vila do Conde e Freguesias do Mindelo, Retorta e Touguinha); Vila Franca de Xira (Freguesia de Alverca do Ribatejo); Vila Nova de Gaia (Cidade de Gaia e Freguesias de Arcozelo e Pedroso); Vila Real de Santo António (Freguesia de Monte Gordo).

Fonte: “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 15, Pág. 891, 892, 893, 894 e 895)

Fonte: Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 326).

Fonte: “Vultos na Toponímia de Lagos”, (de Silvestre Ferro, Edição da Câmara Municipal de Lagos, 2007, Pág. 292 e 293)

Pessoas Vinculadas aos CTT”

ANTÓNIO JOAQUIM FACHADA, Funcionário dos CTT, nasceu em Vila Nova de Foz Côa, a 22-08-1896, e faleceu no IPO de Lisboa, a 17-08-1963. Era filho de Luís António Fachada e de Maria de Jesus Pessoa. Casou com Maria Amália Pinto Fachada. Admitido nos CTT, em 1921, como Oficial de 2ª Classe, aposentou-se como 1º Oficial.

Publicou: Auxiliar do Estudante de Álgebra (I parte; III Classe, Porto, 1929); Gazeta de Correios e Telégrafos (Quinzenário de que foi Director e Proprietário, Porto 1932/1933); O Senhor Juiz de Barrelas (sob o pseudónimo de João Vilanova, Coimbra, 1939).

Fonte: “Catálogo Do Que Escreveram Funcionários dos Correios, Telégrafos e Telefones” (Notas Bio-Bibliográficas Coligidas por Godofredo Ferreira; Chefe de Repartição da Administração-Geral dos C.T.T.; Edição dos Serviços Culturais dos C.T.T, Editado em 1955, Pág. 52)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Murça”

JOAQUIM FERREIRA TORRES, Industrial e Político, nasceu em Marco de Canaveses, a 21-03-1919, e faleceu em Penafiel, a 21-08-1979. Criado entre 17 irmãos, concluiu o ensino básico, mas depressa começou a vender carvão em Vila Pouca de Aguiar, terra onde o pai trabalhava nas minas. Foi também empregado de mercearia e vendedor ambulante em Trás-os-Montes. Em 1957 chegou a cumprir uma pena de prisão por abuso de confiança.

Na década de 60, torna-se comerciante de vinhos e é com este negócio que chega a Angola. Em África faz fortuna com a compra e venda de diamantes, o que lhe permitiu adquirir uma tipografia, criar uma casa de câmbios e comprar 27 quintas espalhadas pelo Norte de Portugal e obteve uma fortuna considerável.

Em 1971 foi nomeado Presidente da Câmara Municipal de Murça, concelho onde conheceu Elisa, a mulher com quem casou e que só a morte separou. Três anos depois e na sequência da Revolução dos Cravos, o primeiro governador civil de Vila Real viu-se obrigado a afastar Joaquim Ferreira Torres do cargo, mas contou com a oposição do povo. À semelhança do que aconteceria anos mais tarde com o irmão Avelino, a população perdoava o autoritarismo de Joaquim em favor da forma benemérita com que apoiava a própria autarquia e as associações locais.

A seguir ao 25 de Abril de 1974 ligou-se às direitas clandestinas, e após o 11 de Março de 1975, iniciou contactos com o Movimento Democrático de Libertação de Portugal (MDLP), de cuja Comissão Regional do Norte fez parte e que ajudou a financiar. Diz-se até que deu apoio logístico a certas operações armadas, o que o levou a passar algum tempo no Forte de Caxias em 1976, sob a suspeita de estar ligado à Rede Bombista, acusação de que veio a ser absolvido.

Foi assassinado na madrugada de 21-08-1979 no local do Barro Branco (Penafiel), na estrada de Paredes a Paços de Ferreira, em circunstâncias ainda por esclarecer definitivamente. Disse-se que o crime foi praticado por antigos operacionais do MDLP, que temiam que Ferreira Torres fizesse revelações comprometedoras, o que foi confirmado por declarações de José Pereira de Freitas, antigo operacional do MDLP e da Rede Bombista, condenado por assassínio.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Murça (Bairro Joaquim Ferreira Torres)

Fonte: “Dicionário do 25 de Abril”; (Verde Fauna, Rubra Flor, de John Andrade, Editora Nova Arrancada, Sociedade Editora, S.A.. 1ª Edição, Setembro de 2002, Pág. 149 e 150).