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“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Gondomar”

José Baptista PINHEIRO DE AZEVEDO, Militar e Político, nasceu em Luanda (Angola), a 10-07-1917, e faleceu em Lisboa, a 10-08-1983. Era filho de Maria Albertina Baptista Pinheiro e Eduardo de Azevedo, oriundos de Viseu e Braga, respectivamente, foi um Militar que alcançou a patente de Almirante, e um Político que ocupou o cargo de Primeiro-Ministro do último Governo Provisório, depois do 25 de Abril de 1974. Entrou em 1934 para a Escola Naval e fez carreira Militar na Marinha Portuguesa.

Após terminar os Estudos Secundários, José Pinheiro de Azevedo ingressou na Escola Naval, em 1 de Outubro de 1934, onde frequentou o Curso da Classe de Marinha. Cerca de três anos depois, em 1 de Setembro de 1937, foi promovido a Guarda-Marinha e especializou-se em Educação Física no INEF- Instituto Nacional de Educação Física 1, em 1942.

Acrescentou ainda à sua formação outros cursos, nacionais e estrangeiros, como o Curso de Promoção a Oficial Superior (1956), o inglês Long Navigation Course (1959) e o Curso de Promoção a Oficial-general 1971/72).

No mar, somou inúmeras comissões de serviço, sendo de salientar que comandou o navio Almirante Scultz (1946-1948), o navio patrulha Salvador Correia, em comissão em Angola (1948-1953) e a fragata Corte Real (1966-1967). Ainda embarcado e durante um período de nove anos, Pinheiro de Azevedo foi chefe de serviço de navegação e de diversos outros serviços técnicos em onze unidades navais, bem como Oficial Imediato da canhoeira Faro, tendo ainda realizado uma no Extremo Oriente (1954-55), em Macau, a bordo do NRP Gonçalo Velho.

Foi Professor da Escola Naval. Ao começar a Guerra do Ultramar, foi nomeado Comandante da Defesa Marítima do Zaire, em Angola.

Foi Adido Naval da Embaixada de Portugal em Londres entre 1968 e 1971. Era Capitão-de-Mar-e-Guerra, desde 1970, e Comandante dos Fuzileiros Navais, desde 1972, aquando do 25 de Abril de 1974.

Integrou, de imediato, a Junta de Salvação Nacional, sendo nomeado Chefe do Estado Maior da Armada, poucos dias depois.

Foi Primeiro-Ministro do VI Governo Provisório entre Agosto de 1975 e Julho de 1976. O seu governo foi importante na regularização da vida democrática, ao contribuir para a derrota das forças radicais.

Foi candidato à Presidência da República em 1976, eleições em que obteve 14% dos votos.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Gondomar (Freguesia de Rio Tinto – Rua e Travessa Almirante Pinheiro de Azevedo); Lagos; (Rua Almirante Pinheiro de Azevedo); Montijo (Rua Almirante Pinheiro de Azevedo); Portimão (Rua Almirante Pinheiro de Azevedo); Santa Maria da Feira (Freguesia de Canedo – Largo Pinheiro de Azevedo); Valongo (Cidade de Valongo e Freguesia de Alfena – Praceta e Rua Almirante Pinheiro de Azevedo)

Fonte: “Dicionário do 25 de Abril”; (Verde Fauna, Rubra Flor, de John Andrade, Editora Nova Arrancada, Sociedade Editora, S.A.. 1ª Edição, Setembro de 2002, Pág. 302 e 303).

Fonte: “Quem É Quem”, (Portugueses Célebres, Círculo de Leitores, Edição de 2008, Pág. 68).

“O Centenário”

HELIODORO Augusto LOPES, Professor, nasceu em Pinhel, a 27-02-1921, e faleceu em Coimbra, a 13-05-2016. Com Licenciatura em Ciências Matemáticas. Exame de Estado para o Magistério Liceal. Professor Eventual: Serviço de Exames no Liceu de Guimarães, em 1947/48, e Liceu Pedro Nunes, Lisboa, em 1948/49. Professor Estagiário: Liceu D. João III, Coimbra, em 1949/50 e 1950/51. Professor Auxiliar: Liceu D. Manuel II a partir de 1951/52

Foram encontradas 21 referências a trabalhos de sua autoria das quais se destacam: LOPES, Heliodoro – Problemas de matemática para o 3º ano do curso liceal / Heliodoro Lopes.- Porto: Porto Editora, [ca. 1955]. – LOPES, Heliodoro – Problemas de matemática para o 2º ano do curso liceal / Heliodoro Augusto Lopes. 2ª ed.- Porto: Porto Editora, [D.L. 1958]. – LOPES, Heliodoro – Problemas de matemática para o 5º ano do curso liceal / Heliodoro Augusto Lopes. 3ª ed.- Porto: Porto Editora, [D.L. 1958]. – LOPES, Heliodoro – Problemas de matemática para o 2º ano do curso liceal / Heliodoro Augusto Lopes. 3ª ed.- Porto: Porto Editora, [D.L. 1961]. – LOPES, Heliodoro – Aritmética racional: 6º ano / Heliodoro Augusto Lopes.- Porto: [s.n., D.L. 1973]-. – 1º v.: 102, [1] p.. – LOPES, Heliodoro – Problemas de matemática para o 4º ano do curso liceal: de harmonia com os programas actuais. 2ª ed.- Porto: Porto Editora, [D.L. 1955]. – LOPES, Heliodoro – Problemas de matemática para o 4º ano do curso liceal / Heliodoro Augusto Lopes.- Porto: Porto Editora, [D.L. 1959]. – LOPES, Heliodoro – Problemas de matemática para o 6º ano do curso liceal: de harmonia com os programas actuais / Heliodoro Lopes.- Porto: Porto Editora, [D.L. 1952]. – LOPES, Heliodoro – Problemas de matemática para o 2º ano do curso liceal / Heliodoro Augusto Lopes.- Porto: Porto Editora [depos.], [D.L. 1963]. – LOPES, Heliodoro – Problemas de matemática para o 2º ano do curso liceal / Heliodoro Augusto Lopes.- Porto: Porto Editora [distrib., D.L. 1962]. – LOPES, Heliodoro – Problemas de matemática para o 3º ano do curso liceal / Heliodoro Augusto Lopes.- Porto: Porto Editora [distrib., D.L. 1962]. – LOPES, Heliodoro – Problemas de matemática para o 5º ano do curso liceal / Heliodoro Augusto Lopes.- Porto: Porto Editora [deposit., D.L. 1962]. – LOPES, Heliodoro – Problemas de matemática: para o 2º ano liceal / Heliodoro Augusto Lopes.- Porto: Porto Ed., depos., [D.L. 1964]. – LOPES, Heliodoro – Problemas de matemática: para o 5º ano liceal / Heliodoro Augusto Lopes.- Porto: Porto Ed., depos., [D.L. 1964]. – LOPES, Heliodoro – Problemas de matemática para o 4º ano do curso liceal / Heliodoro Augusto Lopes.- Porto: Porto Editora, 1962. – LOPES, Heliodoro – Problemas de matemática: para o 2º ano do curso liceal de harmonia com os programas actuais / Heliodoro Lopes.- Porto: Porto Editora, 1955. – LOPES, Heliodoro – Problemas de Matemática para o 5º ano do curso liceal: de harmonia com os programas actuais / Heliodoro Lopes. 2ª ed.- Porto: Porto Editora, [D.L. 1955]. – LOPES, Heliodoro – Problemas de matemática para o 3ºano do curso liceal / Heliodoro Augusto Lopes. 2ª ed.- Porto: Porto Editora: [D.L. 1958]. – OLIVEIRA, Armando ; LOPES, Heliodoro – Problemas e exercícios de matemática: para o 3º ano do curso liceal / Armando de Oliveira, Heliodoro Lopes.- [S.l.: s.n.], 1949 (Porto : : Emp. Ind. Gráfica). – OLIVEIRA, Armando ; LOPES, Heliodoro – Problemas e exercícios de matemática: p 4º ano do curso liceal / Armando de Oliveira, Heliodoro Lopes.- [S.l.: s.n.], 1949 (Porto: Emp. Ind. Gráfica). – OLIVEIRA, Armando ; LOPES, Heliodoro – Problemas e exercícios de matemática: para o 5º ano do curso liceal / Armando de Oliveira, Heliodoro Lopes.- [S.l.: s.n.], 1949 (Porto: Emp. Ind. Gráfica).

Fonte: “Récita do Liceu Rodrigues de Freitas/D. Manuel II, no Estado Novo”, (por Luís Grosso Correia)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município da Golegã”

Augusto Dantas Pimenta SERRÃO DE FARIA Pereira, Militar, nasceu na Golegã, a 17-12-1897, e faleceu em Lisboa, a 18-03-1959. Era filho de Augusto Serrão de Faria Pereira e de D. Eulália Osório Dantas Pimenta. Casou, em 09 de Setembro de 1919, com D. Maria Xavier de Magalhães. Casou, em 09 de Setembro de 1919, com D. Maria Xavier de Magalhães.

Incorporado, como voluntário, em 25 de Agosto de 1915, no Regimento de Cavalaria nº 8, ingressou de seguida na Escola da Guerra, onde terminou o Curso de Artilharia de Campanha, em 1917, sendo promovido a Alferes, a 11 de Junho do mesmo ano, quando era Aspirante-a-Oficial, no Regimento de Artilharia nº 5. No ano seguinte, integrado no Corpo Expedicionário Português (C.E.P.), embarcou para França a 07 de Junho, tomando parte nas operações de guerra que, a partir de 23 de Setembro, se desenrolaram desde as posições da Estrada de La Bassé, em França, até à ocupação das margens do Escalda, no Sector de Turnay, já na Bélgica. Regressou a Lisboa a 20 de Março de 1919, sendo colocado na Escola de Tiro da Artilharia de Campanha, em 14 de Agosto. No ano seguinte, é nomeado para uma comissão nas colónias, embarcando para Macau, em 18 de Dezembro, onde foi promovido a Tenente, em 11 de Junho de 1921.

De regresso à Metrópole, em 03 de Julho de 1923, é colocado no Regimento de Obuses de Campanha, em 31 de Outubro do mesmo ano. No ano de 1924, matriculou-se na Escola Colonial, entrando na situação de licença para estudos, desde 07 de Outubro, e na de licença ilimitada, a 30 de Outubro, do ano seguinte. Promovido a Capitão, em 26 de Fevereiro de 1926, é-lhe contada a antiguidade neste posto desde 30 de Setembro de 1926, porém, só regressa ao serviço efectivo, em 16 de Agosto de 1929, tendo sido então colocado no Regimento de Artilharia de Costa nº 2. Nesta unidade desempenhou funções como Professor e Director do 3º Curso das Escolas Regimentais.

Em 1931, frequenta na Escola Prática de Engenharia, o Curso de Gases e Fumos e, em 1937, integra a Missão Militar de Observação em Espanha, para onde parte a 15 de Março. Transferido, em 15 de Maio de 1940, para o Regimento de Artilharia Ligeira nº 4, é promovido, por distinção, ao posto de Major, a 25 do mesmo mês, passando a prestar serviço no Grupo de Artilharia Contra Aeronaves nº 1, a partir de 16 de Julho do mesmo ano. Nomeado Comandante do Grupo Expedicionário de Artilharia de Montanha, marchou para o Grupo Independente de Artilharia de Montanha, em 03 de Outubro, porém, sendo aquelas forças desmobilizadas, no dia 08 do mês seguinte, regressou na mesma data à sua unidade. Em 1945, por portaria de 10 de Novembro, é nomeado 2º Comandante do Grupo, cujo comando assume, interinamente, em 28 de Janeiro de 1947, até ser promovido a Tenente-Coronel, em 11 de Março, do mesmo ano, altura em que se torna efectivo naquele cargo. Ascende a Coronel, a 26 de Novembro de 1949, sendo colocado, como Comandante no Regimento de Artilharia Pesada nº 3, em 14 de Dezembro de 1949, onde presta serviço até 06 de Outubro de 1950, data em que é nomeado Comandante do Regimento de Artilharia Fixa, cargo que ocupa até 24 de Novembro de 1953.

Transferido para a Direcção da Arma de Artilharia, frequenta o Curso de Altos Comandos, no ano lectivo de 1953/1954. Após a conclusão do curso, foi novamente, em 20 de Junho de 1954, para uma comissão de serviço no Estado da Índia, embarcando para aquela colónia a 09 de Agosto. Chegou a Mormugão, a 26 do mesmo mês, assumindo então o Comando Militar daquela colónia, sendo promovido a Brigadeiro, em 20 de Novembro de 1954. Antes de regressar à Metrópole, em 14 de Novembro de 1955, integrou a Comissão Organizadora das Comemorações do Centenário de Mouzinho de Albuquerque.

Dos seus documentos de matrícula constam 14 louvores individuais, tendo sido cinco destes louvores concedidos por oficial General e um por Ministro. Foi ainda condecorado com a Medalha de Mérito Militar de 1ª Classe, com a Medalha Militar de Prata, da Classe de Comportamento Exemplar, com a Medalha da Vitória e com a Medalha Comemorativa da Campanha do Exército Português em França 1917-1918, tendo sido agraciado com os graus de Grande Oficial da Ordem Militar de Avis e de Oficial, com Palma, da Ordem Militar da Torre e Espada do Valor, Lealdade e Mérito. Pelo governo espanhol foi condecorado com a Medalha de Mérito Militar, com distintivo vermelho, com a Medalha de La Campaña, com Medalha Militar Colectiva e com a Cruz de Guerra, e agraciado com o grau de Comendador da Ordem de Isabel, a Católica.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Golegã (Freguesia de Azinhaga – Rua Serrão de Faria).

Fonte: “Os Generais do Exército Português”, (III Volume, II Tomo, Coordenação do Coronel António José Pereira da Costa, Biblioteca do Exército, Lisboa, 2008, Pág. 268 e 269)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Góis”

HENRIQUE Bebiano BAETA NEVES, Militar, nasceu em Góis, a 19-10-1890, e faleceu em Moçambique, em 1956. Era filho de Dr. José Afonso Baeta Neves, natural de Bordeiro, e de Fortunata Augusta Bebiano. Oficial da Armada e Engenheiro Hidrógrafo, foi uma das mais distintas figuras da ocupação científica do então Ultramar Português, nos domínios da geodesia e cartografia. “A actuação do comandante Baeta Neves como operador – geógrafo do Ultramar, em que durante mais de trinta anos se ocupou, constitui trabalho científico de grande valor. Seu nome será perpetuado como o de quem mais tempo e melhor operou como geógrafo de campo no Ultramar”, dele escreveu o Almirante Gago Coutinho. Em Moçambique, onde passou os seus últimos vinte anos, a população dedicava-lhe grande estima. Ali faleceu em 1956, “envolto numa aura de prestígio e de pitoresco – homem de ciência, funcionário exemplar, andarilho de sertões, amável conversador, delicado e afável, curiosa e atraente composição de homem do mato e homem de sociedade”, como se escreveu na imprensa de Moçambique, após a sua morte. Depois da independência, e contrariamente com o que se passou com a maior parte da toponímia relacionada com o passado colonialista, o governo de Moçambique quis que a sua personalidade ficasse perpetuada, conservando o nome que anteriormente tinha sido dado a uma das ruas da então cidade Lourenço Marques, hoje Maputo. Está na toponímia da vila de Góis, tendo sido descerrada a lápide com o seu nome em 1 de Novembro de 1989.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Góis (Rua Comandante Henrique Bebiano Baeta Neves).

Fonte: “http://www.portaldomovimento.com”

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município do Gavião”

EUGÉNIO Cândido MALEITAS, Comerciante e Industrial, nasceu no Gavião, a 24-03-1883, e faleceu na Freguesia de São Sebastião da Pedreira (Lisboa), a 18-01-1972. Era filho de Possidónio de Matos Maleitas, Sapateiro, e de Josefa Maria, e irmão de António Cândido Maleitas. Industrial e Comerciante em Lisboa, manteve sempre uma ligação constante à sua terra natal, onde se deslocava com regularidade, possuía propriedades e produzia vinho.

Em 1925, empenhou-se na instalação da energia eléctrica em Gavião, constituindo a Sociedade Moderna de Engenharia, concessionária da mesma, juntamente com o Engenheiro Casimiro da Costa.

Foi um sócio benemérito do Grémio Alentejano, depois da Casa do Alentejo, de cujos corpos gerentes fez parte em vários mandatos, bem como do seu Conselho Regional, em representação do Concelho de Gavião.

A ele se deve, juntamente com José Gomes e José Custódio Nunes, outro Maçon, os meios financeiros para a aquisição da actual sede da Casa do Alentejo. Republicano desde sempre, esteve ligado ao jornal República.

Iniciado na Maçonaria a 19 de Fevereiro de 1909 na Loja Acácia nº 281, do Ritual Francês, de Lisboa, com o nome simbólico de “Gorki”. Em 1935 tinha o grau 7.

Por sua iniciativa foi fundado o Triângulo nº 215 de Gavião, do Ritual Francês, em 1912, como filial da Loja Acácia.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Gavião (Rua Eugénio Maleitas).

Fonte: “A Maçonaria no Distrito de Portalegre”, (de António Ventura, Editado por Caleidoscópio, Edição de Maio de 2007, Pág. 334)

“RUAS QUE JÁ TIVERAM OUTROS NOMES”

Sabia que o Campo Pequeno, nas Freguesias do Areeiro e das Avenidas Novas, em Lisboa, já teve outros nomes?

O sítio do Campo Pequeno era no início do século XVI um logradouro público, um espaço a descoberto na periferia da cidade, no qual se realizavam exercícios militares, tendo sido o local onde se treinou o exército de D. Sebastião antes de ir para Alcácer-Quibir, bem como lugar para feiras improvisadas.

Teve também, no século XVIII, uma Praça de Touros provisória que a definitiva só foi inaugurada em 18 de agosto de 1892 a partir do plano traçado pelo Arquitecto António José Dias da Silva. E assim, durante vários séculos foi conhecido como Campo Pequeno ou Largo do Campo Pequeno.

Ainda antes da implantação da República em Portugal, embora a Vereação da edilidade lisboeta fosse já republicana, por deliberação camarária de 1 de Outubro e Edital de 8 de Outubro de 1908, o Campo Pequeno passou a Largo Doutor Afonso Pena, para homenagear aquele que era então o Presidente da República brasileira, função que exerceu entre 15 de Novembro de 1906 e 14 de Junho de 1909, data do seu falecimento.

Quarenta anos depois, o Edital de 23/12/1948 retirou a referência ao único Presidente do Brasil inscrito na toponímia de Lisboa substituindo-a pelo topónimo antigo, de Campo Pequeno.

Do nome inicial, Doutor Afonso Pena, só resta um Pátio, no nº 38 do Campo Pequeno.

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município do Fundão”

JOSÉ GERMAN da Silva Pereira e CUNHA, Jornalista e Escritor, nasceu em Castelo Branco, a 22-11-1839, e faleceu no Fundão, a 03-08-1903. Era filho do Dr. Daniel da Silva Pereira e Cunha e irmão do Dr. Alfredo Carneiro da Cunha. Ainda bem novo, colaborou em prosa e em verso no Almanaque de Lembranças e depois em vários jornais.

Fundou o Apóstolo da Verdade, que, em 26-05-1870, começou a publicar-se no Fundão; o Jornal do Fundão, saído a público a 06-02-1898, e o Unhais da Serra, que teve princípio em 01-02-1900.

Escreveu: A Torre dos Namorados, (1866); Notícia Histórica da Santa Casa da Misericórdia do Fundão, (1870); A propósito da Monografia de Castelo Branco; Fotografias (Sonetos); Fotografias (Versos humorísticos, 2ª edição, Lisboa, 1893); Apontamentos para a História do Concelho do Fundão, (Lisboa, 1892); O Conselheiro de Estado José Silvestre Ribeiro; Jornalismo do Distrito de Castelo Branco, (resenha histórica); O Fundão, (breve notícia, com gravuras, Lisboa, 1898); Entre Sombras, (versos, 1903). O Fundão deve-lhe muitos melhoramentos: a Santa Casa da Misericórdia, o Casino Fundanense; o Mercado Público, etc., e outras obras feitas por sua iniciativa. Morreu cego. Em 24-11-1912 foi prestada solene homenagem à sua memória, colocando-se um Medalhão de Bronze, com a sua efígie, na frontaria do Casino-Teatro, situado na principal praça da Vila, e sendo por essa ocasião publicados, em volume, os discursos pronunciados pelas mais categorizadas entidades do Fundão, que enalteceram os méritos e serviços do homenageado.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Fundão (Rua José Germano Cunha).

Fonte: “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Volume. 8, Pág. 262”

Faleceu no passado dia 19 do corrente o Maestro José Atalaya.

JOSÉ Maria ATALYA Mera Bonito Oliveira, Maestro, natural de Lisboa, nasceu a 08-12-1927 e faleceu a 19-02-2021. Director de Orquestra, divulgador, compositor e crítico. Estudou Análise, Composição e História da Música com Luís de Freitas Branco, concluindo os seus estudos de Direcção de Orquestra no Conservatório de Florença com o Maestro Piero Bellugi, de 1966 a 1968. Trabalhou Composição de Música Electrónica com Pietro Grossi em Florença, tendo apresentado em Abril de 1968, em estreia naquela Cidade, a obra Variantes rítmicas sobre quatro sons sinusoidais, primeira peça de um autor português no domínio da «música electrónica».

Ao ingressar na Emissora Nacional (EN), em 1951, como Assistente Musical (programação de música de câmara), chefiou a Secção de Música Portuguesa (encomenda de obras a autores nacionais), e foi Director da Antena e da RDP, da qual tinha sido um dos fundadores.

Frequentou, em missão de serviço daquele organismo, os cursos de aperfeiçoamento profissional dos Maestros Felix Proahaska, Hans Swarowsky e Igor Markevitch. Fundou e dirigiu a Orquestra Clássica do IMAVE (Instituto de Meios Audiovisuais da Educação), criada com o objectivo de realizar concertos comentados e que, de 1966 a 1974, foram semnalmente transmitidos pela EN e pela RTP. Estes concertos realizaram-se em Escolas, Universidades, Fábricas e no Teatro Nacional de São Carlos.

Em 1975, por iniciativa dos instrumentistas das duas Orquestras Sinfónicas existentes em Portugal (Lisboa e Porto), foi nomeado Coordenador Artístico das Orquestras da RDP, criando as Quizenas Musicais, as quais consistiram em festivais dedicados à Música de diversos países e à difusão da música e dos intérpretes portugueses.

Em 1977 foi designado membro do Conselho Português da Música (UNESCO) e foi nomeado Director da Orquestra Sinfónica do Porto. Em 1980 foi convidado para Conselheiro Artístico de Lisboa, Cidade de Música, iniciativa da Câmara Municipal, no sentido de desenvolver as actividades musicais da Capital portuguesa.

Em 1992 foi convidado pela Secretaria de Estado da Cultura para fundar a Orquestra Clássica do Porto, com base nos instrumentistas da extinta Regie Sinfonia, passando a exercer o cargo de Director Artístico da nova Orquestra.

Na qualidade de Maestro convidado, dirigiu a Philarmonia Orchestra, no Festival Beethoven que esta promoveu na sua vinda a Lisboa em 1974, a Orquestra do Norte em 1994 e 1995.

Em 1994 passou a orientar a antologia discográfica Cinco Séculos de Música Portuguesa, patrocinada pela Secretaria de Estado da Cultura, em colaboração com Editoras nacionais e estrangeiras, projecto que concluiu em 1998.

Membro fundador da Juventude Musical Portuguesa, em 1948, e do Grupo Experimental de Ópera de Câmara, em 1961, colaborou como crítico de música na imprensa diária portuguesa e publicou artigos de especialidade em revistas como Arte Musical, Revista da RTP, Melos (Alemanha) e O Tempo e o Modo. A partir de 1954 dirigiu a revista Semanário Musical.

Foi autor de programas de divulgação musical na RTP, desde o ano da sua fundação até Abril de 1974, quando interrompeu as funções que exercia na Rádio e na Televisão.

Em 1981, no Teatro de São Luís, em Lisboa, iniciou ciclos regulares de espectáculos musicais comentados, nos quais reeditou os seus programas televisivos, inaugurados em 1963 com Falando de Música. No ano seguinte, estes espectáculos deram origem a temporadas abuais de concertos comentados, intitulados Música em Diálogo, apresentados em Lisboa e noutras Cidades do País.

Foi responsável pela gestão da Academia de Música José Atalaya, em Fafe, desde a sua fundação em 1998.

Fonte: “Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX” (Direcção de Salwa Castelo-Branco, 1º Volume, A-C, Temas e Debates, Círculo de Leitores, 1ª Edição, Janeiro de 2010, Pág. 86 e 87)

Fonte: “Dicionário dos Fafenses”, (De Artur Ferreira Coimbra, Editado pelo Núcleo de Artes e Letras de Fafe, 2ª Edição, Junho de 2010, Pág. 39 e 40)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município do Funchal”

CARLOS MARIA Platão dos SANTOS, Jornalista e Etnógrafo, natural do Funchal, nasceu a 22-07-1893 e faleceu a 06-10-1955. Cursou a Escola Industrial do Funchal. Em 1908 empregou-se na indústria dos Bordados, onde ocupou diversos cargos até ao de primeiro empregado. No ensino particular estudou diversas matérias, entre elas, a  Música.

Em 1913 fundou o «Grupo Carlos Santos», Orquestra de Bandolins, que dirigiu até 1918, data em que o extinguiu para tomar a direcção da Orquestra similar «Círculo Bandolístico da Madeira». Em Fevereiro de 1929 participou num certame de Orquestras de Palheta, realizado no Teatro Municipal, sob a presidência do Maestro Francisco de Lacerda, obtendo o 1º Prémio. Em Junho deste mesmo ano fez, com o «Círculo Bandolinista» uma “tournée” pelas Ilhas dos Açores, repetida em Julho do ano seguinte, obtendo os maiores triunfos.

Apresentou-o, por vezes, em concertos públicos, no Teatro Municipal, merecendo do público e da crítica os mais lisongeiros encómios. Em 12-06-1927, entrou para o jornalismo como redactor de O Jornal, hoje Jornal da Madeira. Em 1932 foi nomeado Chefe da Redacção, lugar que conservou durante muitos anos.

Dedicou-se devotadamente ao estudo do Folclore Musical da Madeira e, em Janeiro de 1937, publicou o livro “Tocares e Cantares da Ilha”. Em 1935 fundou o «Grupo Folclórico Carlos Santos», que apresentou pela primeira vez no Teatro Municipal do Funchal, nas Festas Comemorativas dos Centenários, em 30-11-1940; interpretando a sua peça Visão-Lírico-Folclórica da Ilha da Madeira, composta de canções e bailados madeirenses. Fez depois outras exibições com o seu Grupo.

Em 1942, publicou o livro “Trovas e Bailados da Ilha”, editado pela Delegação de Turismo da Madeira. Em Março de 1949, tomou a direcção do «Grupo Folclórico da Casa do Povo da Camacha”, preparou-o convenientemente para participar no Grande Concurso Internacional de Danças e Canções, realizado em Madrid, em Junho do mesmo ano, e em que obteve o 2º Prémio da sua modalidade, interpretando os seus trabalhos folclóricos.

Por essa altura apresentou também o «Grupo da Camacha», no Liceu de Camões, em Lisboa, numa sessão cultural para trabalhadores da FNAT (actual Inatel), na Casa da Madeira e numa sessão ao ar livre realizada junto à Igreja de Santo Estevão, em honra do Presidente da Municipalidade de Paris, Pierre de Gaulle.

Na Madeira participou em diversas festas de beneficência, turísticas e nas tradicionais Festas do Fim do Ano. Em Abril de 1951, tomou parte no Grande Festival Internacional Folclore (Festas da Páscoa), realizado em Biarritz. No regresso, apresentou-se também em Saragoça, em Madrid e em Portugal, no Teatro Avenida e na Casa da Madeira.

Deixou colaboração em vários jornais e revistas, nomeadamente na Revista Portuguesa; Revista das Artes e da História da Madeira; e Pérola do Oceano, do Porto, em assuntos da sua especialidade. Era sócio correspondente do Instituto de Arqueologia, História e Etnografia e da Sociedade Brasileira de Folclore.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Funchal (Rua Carlos Maria Santos).

Fonte. “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 27, Pág. 349)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Fronteira”

CÂNDDO Fernandes Plácido DE OLIVEIRA, Desportista, Jornalista e Político, nasceu em Fronteira, a 24-09-1896, e faleceu em Estocolmo (Suíça), a 23-06-1958. Por ter ficado órfão de mãe ainda criança, foi educado na Casa Pia. Admitido nos CTT em 1915, como Praticante, foi aposentado como Chefe de Serviço de Exploração de 1ª Classe. Desportista, Futebolista Internacinal e Jornalista.

É possível que recordem Cândido de Oliveira, que, pela sua configuração física foi conhecido por “Chumbaca”m que foi de 1915 a 1921 médio centro e capitão do grupo de honra do Sport Lisboa e Benfica, que depois capitaneou a equipa do Casa Pia e com ela ganhou o Campeonato de Lisboa de Futebol; que se lembrem que nesse mesmo ano foi Seleccionador para a Equipa Portuguesa que defrontou em Madrid a Selecção Espanhola. É possível que se recordem de que ele foi Campeão de Portugal, em médios, em Luta Greco-Romana; foi Dirigente Desportico; Presidente do Casa Pia, membro do Conselho Técnico da Federação Portuguesa de Futebol, de que foi sócio honorário, de que foi Treinador do Sporting Clube de ortugal na época de 1948/1949, que foi Director do jornal “Os Sports”; que foi Redactor Desportivo de “O Século”, que fundou e dirigiu a revista “Futebol” e a “Gazeta Desportiva” e, por último “A Bola” de que foi um dos proprietários e Directores.

É possível qie se lembrem de que deixou inúmeros trabalhos escritos sobre futebol. É mesmo possível que alguém se recorde que Cândido de Oliveira foi Funcionário dos Correios, Telégrafos e Telefones.

Mas, do cidadão, do democrata, do lutador antifascista, do homem vertical que nunca abdicou dos seus ideais, e por eles sofreu, prisão, deportação, perda do seu lugar nos Correios e brutal tortura física, quem se lembrará?

Preso durante largo tempo, sofreu a deportação para esse campo de morte que se chamou “Tarrafal” passando aí os horrores a que nenhum ser humana deveria passar.

Regresasado a Portugal, demitido dos C.T.T., onde chegara à elevada função de Inspector de Exploração, não abdicou, apesar do que já sofrera, do seu combate antifascista

Durante a segunda Guerra Mundial, tomando aberta posição ao lado dos Democratas contra o hitlerismo, o mussolinismo, o franquismo, e o seu aliado português, o salazarismo, foi preso e de tal forma brutalizado e torturado pels sinistra polírci política, então ainda designada por P.V.D.E., e depois P.I.D.E., que lhe quebraram quase todos, senão todos os dentes.

Futebolista do Sport Lisboa e Benfica (1915-1921) e do Casa Pia Atlético Clube, de que foi um dos fundadores. Foi um dos mais famososo jogadores portugueses do seu tempo em 1921, capitaneou a Selecção Nacional em 18-12-1921, em Madrid, contra a Espanha. Tirou o Curso Comercial e empregou-se nos CTT como Aspirante. Ali fez toda a carreira chegando a Chefe de Divisão. Quando era Inspector dos CTT, em plena II Guerra Mundial, Cândido de Oliveira trabalhou como agente secreto para a Inglaterra. Era o agente H. 204 E h.700, da rede clandestina Pax, do Special Operations Executive (SOE), que tinha como principal missão organizar a resistência em caso de invasão nazi.

Cândido de Oliveira foi preso a 01 de Março de 1942 e encarcerado em Caxias, sendo deportado para Cabo Verde, campo de concentração do Tarrafal, a 20 de Junho do mesmo ano. Só regressou a Portugal a 01 de Janeiro de 1944, mas ficou detido desta vez em Caxias, depois no Aljube e novamente em Caxias, sendo libertado a 27 de Maio de 1944. Impossibilitado de continuar no seu anterior emprego, fundou o jornal A Bola (29-01-1945), juntamente com Ribeiro dos Reis. Exerceu durante largos anos os cargos de Seleccionador e Treinador Nacional de Futebol.

Cultivou o jornalismo desportivo  desde 1919, dirigiu “Os Sports” e fundou e dirigiu a revista “Futebol” e os jornais “Gazeta Desportiva” e “A Bola”. Entre outras obras, publicou “O Futebol: Técnica e Táctica”, 1935, “A Formação de Jogadores de Futebol”, 1938, “O Futebol Desporto Para a Juventude”, 1940, e “Os Segredos do Futebol”, 1947.

Publicou: A Primeira GreveTelégrafo-Postal (Só se publicaram 40 páginas por se ter perdido o original, Lisboa, 1925); Alguns Aspectos Psicológicos dos Casapianos (Conferênca, Lisboa, 1934); Foot-Ball (técnica e táctica, Lisboa, 1935); Relatório do Seleccinador Nacional para o XII Portugal-Espanha (Lisboa, 1935); Ao Serviço do Foot-Ball (relatório da minha viagem a Ingaterra, Lisboa, 1936); Jogos Internacionais na Época de 1935/1935 (Relatório do Seleccinador único, Lisboa, 1936); A Formação dis Jogadores de Futebol (Tese apresentada ao Primeiro Congresso Nacional de Futebol, Lisboa, 1938); Os Segredos do Futebol (Lisboa, 1947); A Evolução da Tática do Futebol – WM (Lisboa, 1949).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Albufeira; Alcanena (Freguesia de Vila Moreira); Almada (Freguesia da Trafaria); Amadora; Barreiro; Beja; Benavente (Freguesia de Samora Correia); Braga; Cascais (Freguesia de São Domingos de Rana); Fronteira (Largo e Rua Cândido de Oiveira); Lisboa (Freguesia de Santa Maria dos Olivais); Loures (Freguesias de Bobadela e Santa Iria de Azóia); Moita (Freguesia da Baixa da Banheira); Montemor-o-Novo; Odivelas (Freguesias de Odivelas e Póvoa de Santo Adrião); Oeiras (Freguesia de Caxias); Seixal (Freguesias de Corroios e Fernão Ferro); Setúbal (Azeitão); Sintra (Freguesia de Algueirão-Mem Martins).

Fonte: “Dicionário de Autores Casapianos”, (de António Bernardo e José dos Santos Pinto, Biblioteca-Museu Luz Soriano, Ateneu Casapiano, Lisboa, Edição de 1982, Pág. 141, 142, 143 e 144)

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 392).

Fonte: “Tarrafal – O Pântano da Morte”, (por Cândido de Oliveira, Colecção Documentos, Editorial República, com nota prévia de José Magalhães Godinho)

Fonte: “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 19, Pág. 357 e 358)

Fonte: “Catálogo Do Que Escreveram Funcionários dos Correios, Telégrafos e Telefones” (Notas Bio-Bibliográficas Coligidas por Godofredo Ferreira; Chefe de Repartição da Administração-Geral dos C.T.T.; Edição dos Serviços Culturais dos C.T.T, Editado em 1955, Pág. 120 e 121)