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“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Moimenta da Beira”

AFONSO RIBEIROAfonso Adelino R. de Ribeiro, de seu nome completo. Escritor e Professor, nasceu na Freguesia de Rua (Moimenta da Beira), a 07-01-1911, e faleceu em Cascais, em 1993. Estudou em Viseu e no Porto, onde fez o Curso do Magistério Primário. Professor Primário, em zonas rurais da região do Norte, trouxe consigo, dentro da escola literária neo-realista, de que foi um dos precursores, a enorme vocação de dar nos seus romances, contos e novelas essa epopeia de sofrimentos e humilhações, injustiças e desigualdades das gentes nortenhas, pelo modo de saber dosear bem os modismos da fala mais popular e por desde sempre entender, como afirmou em diferentes entrevistas, que a literatura deveria «ser utilizada como instrumento de intervenção social».

Tendo conseguido grande êxito junto da crítica e do público com os primeiros livros, a sua obra ressente-se hoje dessa filiação neo-realista assumida com alguma evidente ingenuidade, para lá do interesse documental de muitas das suas páginas, como na trilogia do «ciclo da serviçal doméstica prostituída», iniciado com Escada de Serviço.

Viveu em Moçambique entre 1942 e 1975, deixou de publicar regularmente os seus romances, e esse demorado silêncio levou-o a afastar-se dos leitores, sendo agora mera referência pontual sempre que se fala na arrancada do movimento neo-realista em Portugal, embora fosse saudado com entusiasmo pelo crítico João Pedro de Andrade, que considerou o seu primeiro livro como o de atingir «momentos de grande beleza literária«, porque no conjunto dos contos de Ilusão na Morte se «colocava de golpe na redufileira dos nossos prosadores». Colaborou no jornal literário de Lourenço Marques Itinerário.

Obras principais: Ilusão na Morte, (contos, 1938); Plano Inclinado, (1941); Aldeia, (1943); Escada de Serviço, (1946); Povo, (1947); O Trampolim, (1949); Três Setas Apontadas ao Futuro, (teatro, 1959); Da Vida dos Homens, (contos, 1963); África Colonial, (contos, escritos antes de 1960, 1963); A Árvore e os Frutos, (1986).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Moimenta da Beira (Freguesia da Rua – Rua Afonso Ribeiro).

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Volume IV, Publicações Europa América)

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 448).

“Diamantino Vizeu, Toureiro e Actor, se fosse vivo, faria hoje 100 anos”

DIAMANTINO VIzEU – Diamantino Francisco Martins Viseu, de seu nome completo. Toureiro e Actor, natural de Lisboa, nasceu a 30-07-1923, e faleceu atropelado numa Rua de Lisboa, a 11-02-2001. Estudou apenas até à 4ª Classe, altura em que, por necessidade, começou a trabalhar numa Drogaria e, mais tarde, numa editora onde desenhava publicidade.

O seu vincado patriotismo fê-lo ingressar na Mocidade Portuguesa, quando no ar pairava a ameaça de Espanha, então em plena guerra civil. Apesar de não ter tido qualquer familiar entusiasta da festa dos touros, o seu nome surge ligado de forma indissociável à arte do toureio. Terá sido em 1941 que, pela acção de Etelvino Laureano, natural de Mira de Aire, a sua atenção foi atraída para a tauromaquia.

Em 1947 tomou a alternativa em Barcelona, confirmada em Madrid nesse mesmo ano. Foi o primeiro matador de touros português, tendo-se apresentado como novilheiro em três continentes. Seguidor e admirador do notável Manolete, ficaram célebres os despiques Diamantino Vizeu/Manuel dos Santos, fortes rivais para quem o toureio era antes de mais técnica, beleza e arte. Manteve-se ligado ao mundo taurino, sendo director do Fundo de Assistência dos Toureiros, que de resto ele próprio fundou há já quarenta e sete anos. Diamantino Vizeu fez a sua despedida no Campo Pequeno a 24 de Agosto de 1972. Diamantino Viseu dedicou-se também à escultura, deixando uma obra assinalável. Como Actor, estreou-se no Teatro Monumental na peça «Toiros de Morte», contracenando com Mirita Casimiro, João Villaret e Laura Alves.

Começou a escrever com apenas catorze anos de idade, tendo então publicado a obra Rapazes de Hoje. No entardecer da vida escreveu dois livros de memórias, tendo actualmente na forja outros dois, um sobre recordações do mundo taurino e um romance ainda sem título.

Obras principais: Rapazes de Hoje; Memórias de Um Toureiro, (1992); Histórias Vividas, (1994).

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. V, Publicações Europa América)

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 536).

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Mogadouro”

TRINDADE COELHO – José Francisco da Trindade Coelho, de seu nome completo. Escritor, Jurista e Pedagogo, nasceu em Mogadouro, a 18-06-1861, e faleceu em Lisboa, a 09-08-1908. Filho de Rosa da Silva e de José Trindade. Formado em Direito na Universidade de Coimbra, em 1885. Dedicou-se inicialmente à Advocacia, seguindo depois a carreira como Magistrado (no Sabugal, em Portalegre, Ovar, e, 1891, em Lisboa).

Revelando-se um Magistrado íntegro e um homem de bem, conjugou o exercício da sua profissão com o cultivo das letras, que iniciou ainda estudante, tendo a sua passagem pelas diversas Cidades em que viveu ficado assinalada pela fundação de uma série de jornais, desde A Porta Férrea e Panorama Contemporâneo, em Coimbra, à Revista Nova ou à Revista de Direito e Jurisprudência, em Lisboa.

Teve papel activo em campanhas de combate ao analfabetismo, redigindo diversos folhetos – »ABC do Povo« (1901), »O Primeiro Livro de Leitura« (1903), »O Segundo Livro de Leitura« (1903), e »O Terceiro Livro de Leitura« (1904), e, em 1905, um »Manual Político do Cidadão Português«, que se pretendia de esclarecimento político.

Foi fundador de jornais e revistas, entre as quais Porta Férrea, O Panorama Contemporâneo e a Revista de Direito e Jurisprudência. Retirado da vida política e caído no esquecimento, sofria de depressão nervosa, o que o levou ao suicídio. De entre a sua obra, destaca-se »Os Meus Amores« (1891), série de contos rústicos, exemplares dentro deste género, que recuperaram muitas das suas memórias de infância, em Trás-os-Montes. Surgem, aqui, tipos e quadros da vida rural, numa atmosfera de ternura, saudosismo e ingenuidade, com linguagem simples e realista, marcada pelo falar das gentes retratadas.

Escreveu, ainda, para além de trabalhos jurídicos, um volume de memórias coimbrãs intitulado »In Illo Tempore: Estudantes , Lentes e Futricas« (1902) e obras de publicação póstuma, como »Autobiografia e Cartas« (1910), e »O Senhor Sete – Dispersos folclóricos e de Doutrina Literária« (1961).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Almada (Rua Trindade Coelho); Amadora (Rua Trindade Coelho); Aveiro (Rua Trindade Coelho); Bragança (Rua Trindade Coelho); Cascais (Freguesia do Estoril – Rua Trindade Coelho; Freguesia da Parede – Praceta e Rua Trindade Coelho; Freguesia de São Domingos de Rana (Conceição da Abóboda) – Rua Trindade Coelho; Freguesia de São Domingos de Rana (Tires) – Rua Trindade Coelho); Chaves (Rua Trindade Coelho); Coimbra (Rua Trindade Coelho); Fafe (Vila de Fafe – Rua Trindade Coelho; Freguesia de Regadas – Rua Trindade Coelho); Ílhavo (Freguesia da Gafanha da Nazaré – Rua Trindade Coelho); Leiria (Rua Trindade Coelho); Lisboa (ex-Largo de São Roque, Freguesias da Misericórdia e Santa Maria Maior, ex-Freguesias da Encarnação e Sacramento – Largo Trindade Coelho; Edital de 18-10-1913); Maia (Freguesia de Águas Santas – Praceta e Rua Trindade Coelho; Freguesia de Moreira – Rua Trindade Coelho); Matosinhos (Freguesia de Perafita – Rua e Travessa Trindade Coelho); Mirandela (Rua Trindade Coelho); Mogadouro (Largo Trindade Coelho); Moita (Freguesia de Alhos Vedros – Rua Trindade Coelho); Montijo (Rua Trindade Coelho); Oeiras (Rua Trindade Coelho); Ovar (Largo e Rua Trindade Coelho); Palmela (Freguesia da Quinta do Anjo – Rua Trindade Coelho); Porto (Freguesia da Sé – Rua Trindade Coelho); Sabugal (Rua Trindade Coelho); Seixal (Freguesia de Corroios – Rua Trindade Coelho); Sesimbra (Rua Trindade Coelho **); Sintra (Rua Trindade Coelho); Torre de Moncorvo (Rua Trindade Coelho); Trofa (Rua e Travessa Trindade Coelho); Viana do Castelo (Largo Trindade Coelho); Vila Nova de Gaia (Rua Trindade Coelho); Vinhais (Rua Trindade Coelho)

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Volume II, Organizado pelo Instituto Português do Livro e da Leitura, Coordenação de Eugénio Lisboa, Publicado por Publicações Europa América, Edição de 1990, Pág. 448 e 449).

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 154).

Fonte: “Câmara Municipal de Lisboa – Toponímia de Lisboa”

(Publicar a 30 de Julho de 2023)  (foto placa)

“Toponímia com Ligações ao Fado”

AFONSO DE SOUSA, Advogado, Escritor e Guitarrista, natural da Freguesia de Maceira (Leiria), nasceu a 24-06-1906 e faleceu a 18-12-1993. Era filho de José de Sousa e de D. Rosália Coelho de Sousa. Concluídos os seus estudos no Liceu de Leiria, matriculou-se na Facudlade de Direito da Universidade de Coimbra, onde se Licenciou no ano de 1930. Pertenceu a uma notável geração de cantores e guitarristas que acompanhou à guitarra e à viola em várias digressões pelo País e pelo estrangeiro.

Afonso de Sousa, foi guitarrista, violista, letrista, compositor, escritor, poeta e advogado. Foi o instrumentista que definiu de forma mais completa e sistemática o papel da segunda guitarra na abordagem de repertório vocal e instrumental, dado que, à época, a sua utilização não era frequente. Para isso, contribuíram também Artur Paredes e Félix Albano de Noronha, solistas de guitarra de Coimbra que incluíram uma segunda nos seus ensembles instrumentais. Afonso de Sousa colaborou, de igual modo, para a produção artística e para a documentação histórica da Canção de Coimbra enquanto género e manifestação cultural.

Esteticamente, sentia-se dividido entre o exacerbamento de emoções, enraizado no Decadentismo e Ultrarromantismo literário-musical e a lógica de pensamento

Foi Presidente do Orfeão de Leiria e durante vinte anos, Delegado da Ordem dos Advogados, em Leiria.

Foi grande desportista, poeta e prosador. Deixou, em poesia: Farrapos (Alvoradas Românticas); Frustação; Roteiros Subjectivos da Minha Terra; em prosa: Sarça Ardente e Outras Sarças.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Leiria (Rua Doutor Afonso de Sousa, por deliberação camarária de 09-11-1994)

Fonte: “Dicionário dos Autores do Distrito de Leiria”, (Coordenação de Acácio de Sousa, Ana Bela Vinagre e Cristina Nobre; Actualização ao Século XX; Edições Magno, Leiria, 2004, Pág. 916 e 917)

Fonte: “Toponímia de Leiria – E Um Pouco da Sua História”, (de Alda Sales Machado Gonçalves, Editado pela Junta de Freguesia de Leiria, Edição de Julho de 2013, 2ª Edição revista e actualizada, Pág. 50)

Fonte: “Museu da Universidade de Aveiro”

“Pessoas Vinculadas aos CTT”

SAUL DOS SANTOS FERREIRA. Funcionário dos CTT e Escritor, natural de Lisboa, nasceu a 25-03-1912, e faleceu em data que não consegui apurar. Funcionário Público. Era neto do Major Guilherme dos Santos Ferreira. Concluindo o Curso Comercial, admitido para os Serviços de Contabilidade dos CTT, em 1935, como Amanuense, aposentou-se como 3º Oficial de Contabilidade.

Escreveu e publicou: Cristóbal Colón; Salvador Gonçalves Zarco – Infante de Portugal, (Lisboa, 1939); de colaboração com Artur Lobo de Ávila); Duplo Centenário, (Lisboa, 1939); Um Infante de Portugal, Descobridor do Novo Mundo, (Lisboa, 1942); e Memória do Dr. Lobo de Ávila, (coordenção e anotação, de colaboração com os Escritores Lobo de Ávila e Reinaldo Ferreira, Lisboa, 1946), o drama histórico A Sigla de Salvador, em 3 actos e 8 quadros; e O Gigante Golias, peça em 1 acto e 2 quadros, com a colaboração de Reinaldo Ferreira.

Deixou vária colaboração disseminada por diversos jornais e revistas, defendendo a tese da nacionalidade portuguesa de Cristóvão Colombo. Foi Director da página literária do semanário pedagógico O Educador.

Fonte. “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 27, Pág. 394)

Fonte: “Catálogo Do Que Escreveram Funcionários dos Correios, Telégrafos e Telefones” (Notas Bio-Bibliográficas Coligidas por Godofredo Ferreira; Chefe de Repartição da Administração-Geral dos C.T.T.; Edição dos Serviços Culturais dos C.T.T, Editado em 1955, Pág. 62 2 63)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Mirandela”

ABÍLIO BEÇA – Abílio Augusto de Madureira Beça, de seu nome completo. Advogado, Político e Professor, nasceu em Vinhais, a 20-08-1856, e faleceu na Freguesia de Salsas (Bragança), a 27-04-1910. Era filho de José António Ferro de Madureira Beça e de Maria Augusta de Madureira Beça e irmão de Adriano Beça e José Beça.

Formado em Direito (31-06-1880), abriu banca de Advogado em Bragança e exerceu a docência no Liceu e no Seminário Diocesano. Destacou-se na imprensa local como director do jornal O Brigantino e fundador e director da Gazeta de Bragança, bem como em acções em prol de melhoramentos para a província, nomeadamente a criação de escolas primárias e a construção de diversas estradas distritais e do caminho-de-ferro de Mirandela a Bragança. Foi agraciado com a carta de Conselho durante o reinado de D. Carlos I, em Outubro de 1901.

Na vida política foi membro do Partido Regenerador e amigo de Teixeira de Sousa, que se deslocou propositadamente a Bragança para assistir ao seu funeral. Presidiu à Junta Geral do Distrito (1893), foi eleito Presidente da Câmara Municipal de Bragança em 1896, cargo que então não exerceu por incompatibilidade, mas que ocupava à data da sua morte e desempenhou funções de governador civil de Bragança (06-07-1900-09-07-1904). No exercício dessas funções empenhou-se na criação e construção de algumas dezenas de escolas de instrução primária e na manutenção de recolhimentos religiosos que tinha influência significativa no contexto da instrução distrital.

Obteve ainda o estabelecimento da Escola de Habilitação ao Magistério Primário de Bragança e bateu-se pela concretização de inúmeras obras públicas em favor do distrito.

Foi eleito Deputado em representação do círculo uninominal de Bragança em 1899 e dos círculos plurionominais de Bragança em 1894, 1895 e 1908 e de Viseu em 1904. Era um activo parlamentar e no plenário ultrapassou as três dezenas de intervenções, exerceu as funções de secretário nas sessões legislativas d 1896 e 1897 e pertenceu a um elevado número de comissões, designadamente às de Verificação de Poderes, Bill de Indemnidade, Petições, Legislação Criminal, Negócios do Ultramar, Administração Pública, Instrução Primária e Secundária, Estatística, Recrutamento e Interparlamentar de Tarifas. Abília Beça pôs sempre acima de quaisquer conveniências partidárias os interesses de Trás-os-Montes e foi no seu afã de a tudo e a todos acudir que tragicamente faleceu. Ele que fora um dos mais tenazes lutadores pela instalação do caminho-de-ferro na sua pa´tria transmontana, aproveitou a paragem do comboio na estação ferroviária de Salsas (Bragança) para cumprimentar alguns amigos e quando um pouco tardiamente se apercebeu da partida da composição saltou para o comboio já em andamento, que acabou por trucidá-lo.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Bragança (Rua Abílio Beça); Mirandela (Rua Abílio Beça).

Fonte: “Dicionário Biográfico Parlamentar, 1834-1910”, (Vol I, de A-C), Coordenação de Maria Filomena Mónica, Colecção Parlamento” (Pág. 357 e 358).

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Miranda do Corvo”

LUCINDA ROSA DE JESUS QUINTAS. Professora, natural de Miranda do Corvo, nasceu a 09-02-1887, e faleceu a 20-09-1946. Era filha de António Francisco Quintas e de Maria das Dores. Exerceu, durante muitos anos, a profissão de professora na escola de Lamas.

Além da docência, participou em várias récitas em Lamas e em Miranda do Corvo com fins beneficientes e educativos. Consagrou grande apoio ao Grupo Recreativo Mirandense e à sua Filarmónica. Publicou, no jornal “Alma Nova” da Lousã, vários artigos na defesa e exaltação da sua terra.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Miranda do Corvo (Rua Professora Lucinda).

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Mértola”

ADRIANO CORREIA DE OLIVEIRA – Adriano Maria Correia Gomes de Oliveira, de seu nome completo. Autor e Cantor de Intervenção, nasceu no Porto, a 09-04-1942, e faleceu Avintes (Vila Nova de Gaia), a 16-10-1982. Fez nesta Freguesia de Vila Nova de Gaia, a Instrução Primária e lá se estreou no Teatro Amador, ajudando a fundar a União Académica do Porto. Aos 17 anos de idade ingressou no Curso de Direito da Universidade de Coimbra. Não chegou a concluir o Curso, mas participou activamente nas organizações estudantis, tendo sido solista no Grupo Universitário de Danças Regionais e no Círculo de Iniciação Teatral da Académica de Coimbra (CITAC).

Foi também Guitarrista no Conjunto Ligeiro da Tuna Académica, que integrou juntamente com José Niza, Daniel Proença de Carvalho e Rui Ressurreição. É por esta altura que se aproxima do Fado de Coimbra, privando com alguns dos Músicos que ajudaram à transformação do tradicional Fado Coimbrão. Desse núcleo de conhecimentos, fizeram parte José Afonso, António Portugal, Rui Pato, josé Niza e António Bernardino.

Começou a cantar Fados de Coimbra por influência de um colega de residência, Eduardo Melo (Guitarrista e Compositor), gravando o seu primeiro disco em 1960, na Editora Arnaldo Trindade – Discos Orfeu, na qual deixou gravada toda a sua obra.

Em 1961 descobriu a Poesia de Manuel Alegre (Praça da Canção e o Canto das Armas) e foi ainda editado o seu segundo LP (Balada de Estudante).

Depois de uma passagem pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (1961-1962), regressou a Coimbra, passando a residir na República Rás-Te-Parta, que acolhia vários estudantes activistas. No ano seguinte participou no Movimento Sindical Estudantil, organismo clandestino.

Desencantado com a tradição da serenata e da utilização da canção de Coimbra como expressão da bonomia da vida estudantil, sentiu a necessidade de interpretar textos relacionados com os problemas que afectavam a sociedade portuguesa.

Em 1963 foi editado o EP Trova do Vento Que Passa (letra de Manuel Alegre e música de António Portugal), canção que se converteu num hino à resistência entre a comunidade estudantil (sobretudo após a crise académica de 1961-1962), marcando um ponto de viragem na canção de Coimbra por lhe conferir um carácter de intervenção político-social.

Em 1966 contraiu matrimónio, fixando residência em Lisboa e voltando a frequentar a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (nunca tendo terminado o Curso). Entre 1967 e 1970 voltou a interromper os estudos para cumprir o serviço militar obrigatório (na Escola Prática de Cavalaria, em Santarém, onde teve Salgueiro Maia como Instrutor). Retomou o Curso a partir de então, mas sem sucesso, tendo-se empregado no Gabinete de Imprensa da FIL – Feira Internacional de Lisboa, a sua ocupação profissional até ao 25 de Abril de 1974, data a partir da qual passou a dedicar-se unicamente à Música.

Gravou em 1969, O Canto e As Armas, LP com canções baseadas em Poesia de Manuel Alegre, musicadas por Adriano com melodias cuja simplicidade favorece a compreensão do texto, elemento central na sua música.

Distinguiu-se pelo seu esforço de divulgação da Música Portuguesa e de intervenção social e política (iniciou esta fase em 1963, com Trova do Vento que Passa).

Da sua obra destacam-se: Fados e Baladas de Coimbra (1960); O Canto e as Armas (1969); Gente de Aqui e Agora (1971); Que Nunca Mais (1975); Notícias de Abril (1978); Cantigas Portuguesas (1980).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Abrantes (Rua Adriano Correia de Oliveira); Albufeira (Rua Adriano Correia de Oliveira); Almada (Cidade de Almada – Praceta e Rua Adriano Correia de Oliveira; Freguesia da Charneca de Caparica – Rua e Travessa Adriano Correia de Oliveira); Amadora (Rua Adriano Correia de Oliveira); Barreiro (Rua Adriano Correia de Oliveira); Beja (Cidade de Beja – Rua Adriano Correia de Oliveira; Freguesia de Nossa Senhora das Neves – Rua Adriano Correia de Oliveira); Benavente (Freguesia de Samora Correia – Rua e Travessa Adriano Correia de Oliveira); Borba (Rua Adriano Correia de Oliveira); Cascais (Rua Adriano Correia de Oliveira); Castro Verde (Praça Adriano Correia de Oliveira); Coimbra (Rua Adriano Correia de Oliveira); Coruche (Freguesia do Couço – Rua Adriano Correia de Oliveira); (Cuba?); Évora (Rua Adriano Correia de Oliveira); Ferreira do Alentejo (Freguesia de Figueira dos Cavaleiros – Rua Adriano Correia de Oliveira); Gondomar (Freguesia de Fânzeres – Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira); Grândola (Rua Adriano Correia de Oliveira); Lisboa (Freguesia das Avenidas Novas; ex-Freguesia de São Sebastião da Pedreira – Rua Adriano Correia de Oliveira; Edital de 24-09-2009); ; Loures (Freguesia de Apelação – Rua Adriano Correia de Oliveira; Freguesia de Camarate – Rua Adriano Correia de Oliveira; Freguesia de Santo Antão do Tojal (A-das-Lebres) – Rua Adriano Correia de Oliveira; Freguesia de Santo Antão do Tojal (Pintéus) – Rua Adriano Correia de Oliveira; Freguesia de Santo António dos Cavaleiros – Rua Adriano Correia de Oliveira; Freguesia de São João da Talha – Rua Adriano Correia de Oliveira; Freguesia de São Julião do Tojal – Rua Adriano Correia de Oliveira; Freguesia de Unhos – Rua Adriano Correia de Oliveira); Matosinhos (Freguesia de Custóias – Rua Adriano Correia de Oliveira); Mértola (Rua Adriano Correia de Oliveira); Moita (Freguesia de Alhos Vedros – Rua Adriano Correia de Oliveira; Freguesia de Gaio-Rosário – Rua Adriano Correia de Oliveira; Freguesia do Vale da Amoreira – Rua Adriano Correia de Oliveira); Montemor-o-Novo (Rua Adriano Correia de Oliveira); Montijo (Freguesia de Montijo – Avenida Adriano Correia de Oliveira; Freguesia de Santo Isidro de Pegões – Rua Adriano Correia de Oliveira); Odivelas (Freguesia de Caneças – Rua Adriano Correia de Oliveira; Freguesia de Famões – Rua Adriano Correia de Oliveira; Freguesia de Odivelas – Praceta Adriano Correia de Oliveira; Freguesia da Ramada – Rua Adriano Correia de Oliveira); Oeiras (Fregueia de Barcarena – Rua Adriano Correia de Oliveira; Freguesia de Porto Salvo?); Ovar (Rua Adriano Correia de Oliveira); Palmela (Freguesia de Pinhal Novo – Rua Adriano Correia de Oliveira); Porto (Rua Adriano Correia de Oliveira); Seixal (Freguesia de Corroios – Rua Adriano Correia de Oliveira; Freguesia de Fernão Ferro – Rua Adriano Correia de Oliveira; Freguesia da Arrentela – Rua Adriano Correia de Oliveira); Serpa (Rua Adriano Correia de Oliveira); Sesimbra (Freguesia da Quinta do Conde – Rua Adriano Correia de Oliveira); Setúbal (Rua Adriano Correia de Oliveira); Sintra (Freguesia de Queluz – Rua Adriano Correia de Oliveira; Freguesia de Rio de Mouro – Rua Adriano Correia de Oliveira); Torres Vedras (Rua Adriano Correia de Oliveira); Trofa (Freguesia de Guidões – Rua Adriano Correia de Oliveira); Vila Franca de Xira (Freguesia de Alverca do Ribatejo – Rua Adriano Correia de Oliveira; Freguesia do Forte da Casa – Rua Adriano Correia de Oliveira; Freguesia de Vialonga – Rua Adriano Correia de Oliveira; Freguesia de Vila Franca de Xira – Rua Adriano Correia de Oliveira); Vila Nova de Gaia (Cidade de Gaia – Praceta e Rua Adriano Correia de Oliveira; Freguesia de Avintes – Praceta e Rua Adriano Correia de Oliveira).

Fonte: “Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX” (1ª Edição, Abril de 2010, Direcção de Salwa Castelo-Branco, 3º Volume, L-P, Pág. 925, 926 E 927, Temas e Debates, Círculo de Leitores)

Fonte: “Dicionário do 25 de Abril”; (Verde Fauna, Rubra Flor, de John Andrade, Editora Nova Arrancada, Sociedade Editora, S.A.. 1ª Edição, Setembro de 2002, Pág. 96).

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 391).

“Centenário do Pintor Paulino Ramos”

PAULINO RAMOS – Manuel Paulino Ramos, de seu nome completo. Pintor, nasceu em Vila Real, a 26-07-1923, e faleceu em Évora, a 06-09-2009. Seu pai, eborense de gema e Sargento Músico de profissão, ali fora parar na sequwência de uma das muitas convusões político-militares em que a I República foi fértil. Nas Terras Frias do Nordeste conheceu uma senhora, órfã, mas de alguns haveres e cebedaus, com quem veio a consorciar-se.

Mas os mesmos ventos políticos que o levaram para Vila Real acabaram por detrrminar o regresso a Évora. Foi apenas com dez dias de existência que o pequeno Manuel bebeu o ar da planíce e não mais daqui arredou.

Na Escola Primária aconteceu o episódio que o haveria de levar ama fecunda carreira de Pintor autodidacta. O Ministério da Instrução havia decidido promover um concurso a nível nacional para seleccionar trabalhos destinados a representar Portugal num certame internacional, a realizar em Bruxelas, para estudantes daquele grau de ensino. Um quadro seu foi seleccionado para a exposiçãofinal e mereceu uma mensão honrosa, o que lhe serviu de estímulo para o futuro.

Acabado o Curso Primário, Paulino ingressou na Escola Comercial e Industrial de Évora. Concluídos os primeiros dois anos, passou à condição de trabalhador-estudante, tendo arranjado emprego na firma João Lopes Branco, onde se manteve durante largos anos.

O adolescente medrou e tornou-se homem feito, mantendo o forme propósito de ser Artista Plástico. Comprou tintas, pincéis e cavalete e instalou-se nas ruas e praças de Évora para melhor se sentir e enquadrar em traço próprio. A técnica foi-a aprendendo com muitos Artistas, nomeadamente Aguarelistas franceses que por esse tempo invadiam a Cidade de Évora.

A partri daí trabalhou imenso e produziu com afinco, num constante aprimoramento da técnica da pintura em “folha de ouro”, através da qual retratou, no seu estilo peculiar, a monumentalidade de Évora. Mas outras formas de expressão pictórica e artística, expressas em materiais bem diferentes, como relevos em estanho, ou sobre cobre, não lhe foram alheias, ainda na exploração da temática eborense.

Noutro campo ganharam realce os seus conhecidos “Pássaros de Poeta”, que estiveram em exposição permanente durante cinco anos consecutivos nas Casas dePortugal espalhadas por diversos países da Europa e da América.

O seu trabalho em artes gráficas levou-o, entretanto, a mudar de emprego, ingressando no Fomento Eborense, Ldª, na fase áufrea desta empresa no sector da publicidade. Criou o logotipo das célebres pastilhas elásticas “pirata” e foi o coordenador da revista infantil do mesmo nome. Mas não ficou por aqui e esbanjou asua versatilidade criativa na execução de painéis de azulejo, vitrais e na construção de cenários.

Paulino Rams produziu muito e muito vendeu. Com s proventos adquiridos, este excêntrico garimpeiro da arte eborense abriu na Rua das Lousadas “A Trave”, um misto de atelier e bar, lugar de encontro, reunião e convivência de artistas, cantadores, poetas e conversadores de tudo e de nada. Ali se casaram, durante mais de três décadas, a boémia e arte em noites de Outono e Inverno, ao acolhedor fogo de lenha alentejano. Depois teve ainda tempo para a instalação de um novo Atelier no nº 15 da Rua do Alfeirão, mais espaçoso, mais formal, mas menos carismático.

Só um imparável acidente vascular cerebral quebrou a energia deste homem que sorvia a vida a goles de inusitado prazer. Deixou-nos pouco depois, mas é de crer que Paulino, da arte boémia, do riso solto e colorido, ainda nos espreite sorrateiramente, de quando em vez, no inesperad recanto duma qualquer travessa eborense.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Évora (Rua Paulino Ramos).

Fonte: “Évora-Mosaico”, (Revista da Câmara Municipal de Évora, de Outubro, Novembro de Dezembro de 2009)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município da Mealhada”

ANTÓNIO DIAS DOS SANTOS. Médico, nasceu na Freguesia da Vacariça (Mealhada), a 10-04-1907, e faleceu na Mealhada, a 27-12-1989. Médico, Sócio-fundador e Presidente da Direção do Grupo Desportivo da Mealhada, Professor no Colégio da Mealhada. Presidente da Câmara Municipal da Mealhada (1968-1974).

Fez parte de uma Comissão Administrativa dos Bombeiros Voluntários da Mealhada. Enquanto Presidente da Câmara realizou diversas obras que o tornaram um dos mais dinâmicos presidentes de câmara do concelho. Foi Provedor da Santa Casa da Misericórdia.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Mealhada (Avenida, Rua e Travessa Doutor António Dias dos Santos).

Fonte: “Arquivo Distrital de Aveiro”, (Mealhada – Notáveis da Minha Terra)