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“O Centenário de”

MARIA EUGÉNIA SILVA HORTA – Maria Eugénia Lopes do Rosário Nunes da Silva Horta, de seu nome completo. Médica, nasceu em Portimão, a 30-04-1923, e faleceu em Lisboa, a 16-07-1978. O pai, José Gonçalves Nunes, um dos 11 irmãos de uma família de agricultores da serra de Monchique, foi guarda-livros da Fábrica de Conservas Feu, em Portimão, tendo desempenhado várias tarefas, desde a de contabilista à de tradutor de textos técnicos necessários às actividades daquela empresa.

Nos anos 30, trabalhou nos diamantes em Angola para honrar um compromisso com um tio que o ajudara no início da vida familiar. Foi também agricultor e dedicou-se à apicultura, sendo um dos pioneiros do associativismo no Algarve. A mãe, Felisbela Augusta Lopes do Rosário Nunes, oriunda de uma família urbana do litoral algarvio, era uma mulher culta que escrevia, sob pseudónimo, para o Diário de Notícias e para jornais locais, tanto poesia como prosa, para além de pensamentos que colocava nas paredes de sua casa. Entre os seus correspondentes contavam-se alguns escritores da época. Extremamente habilidosa de mãos, fazia flores de papel e fatos para as diferentes personagens das procissões religiosas, como meio de colaborar na economia familiar.

Maria Eugénia e o irmão José Filipe, Eengenheiro Agrónomo, Investigador e Formador, especialmente na área da apicultura, Ddirector do Centro de Zoologia do Instituto de Investigação Científica Tropical, herdaram da mãe o sentido lúdico e cultural – a mãe tocava bandolim e quanto às duas irmãs, uma tocava piano e a outra harpa – e do pai o sentido do dever e o amor pela natureza. Estas características revelaram-se vivamente na sensibilidade, sentido estético e poético de Maria Eugénia e, mais tarde, em alguns dos seus filhos.

Estudou em Portimão até ao 2º ano e frequentou o restante Eensino Secundário em Beja. Foi sempre considerada uma aluna excecional. Um dos professores que mais a marcou, o Dr. Cardigos, do Liceu de Portimão – que lhe chamava “Sabiá” (o passarinho sábio) – nunca deixou de acompanhar o seu percurso, estimulando-a a seguir o curso de Medicina.

Aluna distinta, Licenciou-se pela Faculade de Medicina de Lisboa em 1947. A nota obtida na cadeira de Anatomia Patológica (19 valores) evidencia desde cedo a sua paixão pelo ramo da ciência médica em que se especializaria, vindo a ser considerada a melhor patologista da tiróide, da Península Ibérica.

Iniciou a sua carreira nos Hospitais Civil de Lisboa (HCL), onde, em 1952, era já chefe de serviço de Anatomia Patológica. Passou, depois, a exercer no Hospital de Santa Maria.

Especializou-se em Anatomia Patológica da Tiróide e, nessa qualidade, participou em dezenas de congressos e reuniões em Sociedades Científicas. Publicou mais de 20 trabalhos, abrangendo, não só o estudo da tiróide, mas também o de outros orgãos, como, por exemplo: «um caso de mioma do útero com especial aspecto macroscópico», publicado na Gazeta Médica, Porto, 1952.

Produziu vários trabalhos em colaboração com outros especialistas, nomeadamente com seu marido, o Professor catedrático Jorge da Silva Horta. A convite de várias entidades estrangeiras, visitou os mais conceituados Institutos de Anatomia Patológica da Europa e ainda o Instituto de Patologia das Forças Armadas Americanas. De sensibilidade e humanismo extremas, a Doutora Maria Eugénia não conhecia horários nem feriados quando se tratava de doentes a quem o tempo de espera do diagnóstico poderia criar ansiedade e insegurança.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Portimão (Rua Maria Eugénia Silva Horta*)

Fonte: “Quem Foi Quem? (200 Algarvios do Século XX”, (de Glória Maria Marreiros, Edições Colibri, 1ª Edição, Dezembro de 2000,Pág. 259, 260, 261 e 262)

Fonte: “FEMINAE – Dicionário Contemporâneo”, (Direcção de João Esteves e de Zília Osório deCastro; Coordenação de Ilda Soares de Abreu e de Maria Emília Stone, Editado pela Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género, Edção de 2013, Pág. 616, 617 e 618)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Barrancos”

DUQUE DE CADAVAL – Nuno Álvares Pereira de Melo, de seu nome completo. Militar e Fidalgo, foi o 1º Duque de Cadaval, nasceu em Évora, a 04-11-1638, e faleceu em Lisboa, a 27-01-1727. Descendente de do 2º Duque de Bragança, era 4º Marquês de Fronteira e 5º Conde de Tentúgal. Lutou nas guerras da Restauração, tendo sido ferido com gravidade. Contribuiu para a deposição de Dom Afonso VI. Com a subida ao Poder de Dom Pedro II tornou-se a principal figura da corte.

Foi o primeiro plenipotenciário a assinar o tratado de paz que em 1668 pôs termo às guerras da Restauração.

Exerceu altos cargos, como o de Mordomo-Mor das rainhas e Presidente do Desembargo do Paço. Foi Mestre-de-Campo, General da Corte e Capitão-General de Cavalaria.

O título criou-o Dom João IV, em 26-04-1648, no mesmo dia em que nasceu o futuro Dom Pedro II. Veio a tornar-se o mais ilustre dos títulos portugueses fora da casa real.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Barrancos (Rua Duque de Cadaval); Lisboa (Largo Duque de Cadaval (designação não oficial).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Évora (passou a designar-se de Largo dos Colegiais); Lisboa.

Fonte: “Quem É Quem”, (Portugueses Célebres, Círculo de Leitores, Edição de 2008, Pág. 113).

“Toponímia Ligada ao Fado”

JÚLIA DE OLIVEIRA, de seu verdadeiro nome, mais conhecida por JÚLIA FLORISTA,natural de Lisboa, nasceu em 1883, e faleceu a 10-06-1925. Era filha de José de Matos e de Maria José de Oliveira, naturais de Celavisa (Arganil). Vendia flores como a sua alcunha indica e foi uma figura emblemática da Lisboa do princípio do Século XX.

Os versos de Leonel Vilar, num Fado-canção com música de Joaquim Pimentel caracterizaram a sua personalidade: «Se vendeu flores, os seus amores jamais os vendeu».

Júlia de Oliveira, era uma rapariga de espírito alegre, um génio expansivo, grande apreciadora de touradas, frequentando com alguma assiduidade a Praça do Campo Pequeno. À noite cantava em tascas, restaurantes e salões aristocráticos, mas bem cedo, pela manhã, ia directamente do local onde cantara para o mercado. Ser florista era a única maneira que tinha de prover ao seu sustento, uma vez que do Fado não lhe vinham quaisquer rendimentos. Na época, era a única florista autorizada a vender flores no Campo Pequeno.

Acompanhava-se à guitarra, cantando com voz expressiva e quente. Do seu repertório faziam parte o Fado do Paixão, o Corridinho de Manuel Serrano e o Fado dos Passarinhos.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Odivelas (Freguesia da Ramada – Praceta Júlia de Oliveira)

Fonte: “Museu do Fado”

Fonte: “Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX” (Direcção de Salwa Castelo-Branco, 2º Volume, C-L, Temas e Debates, Círculo de Leitores, 1ª Edição, Fevereiro de 2010, Pág. 507)

“Pessoas Vinculadas aos CTT”

MANUEL DE BRITO.Galeritas, nasceu no Rio de Janeiro (Brasil), a 27-04-1928, e faleceu em Lisboa, a 29-11-2005. Manuel de Brito vem para Lisboa aos três anos de idade, trabalhando já aos dez como paquete na Papelaria Progresso. Aos quinze, como Boletineiro dos CTT concluiu, em simultâneo com o emprego nocturno, o Curso Comercial em aulas diurnas, que lhe permite obter, no ano seguinte, a vaga de empregado na Livraria Escolar Editora, à Escola Politécnica, ponto de encontro de numerosas figuras ligadas às artes21.

Aqui ganharia a experiência que lhe viria a permitir pouco depois, aos 19 anos, ser gerente do estabelecimento, e, com a mudança da Universidade para o Campo Grande, abrir o seu próprio negócio para apoio ao público estudantil.

Mas é como antifascista solidário com a Resistência ao fascismo, como cidadão que enfrentou com coragem a Ditadura, que aqui o recordamos.

É pela Livraria da Rua da Escola Politécnica que ele será, certamente, mais lembrado por uma geração de antifascistas de Lisboa, sobretudo intelectuais e estudantes, interessados nas edições literárias e musicais (nacionais e estrangeiras), proibidas pela censura.

A referida “Livraria Escolar Editora” (1945/1960), por esses anos, a mais completa na área de literatura científica em Portugal, era, para além disso, uma fonte de cultura interdita e um espaço de encontro de democratas. Da cave, um misterioso lugar a que só ele tinha acesso, Manuel Brito regressava de semblante tranquilo, trazendo escondido o último livro proibido, retirado do mercado, ou a obra que, a nosso pedido, conseguira fazer vir do estrangeiro.

Em 1960, abre a Livraria no Campo Grande, junto da Cidade Universitária e torna-se então centro de atenções mais alargadas, não só como fornecedor actualizado de obras especializadas e de interesse cultural, mas também como personalidade solidária com o movimento estudantil dos anos sessenta. Reforça a sua ligação à Resistência, tornando aquele espaço um ponto de encontro de estudantes, artistas e intelectuais.

Manuel Brito esteve entre os mais sérios opositores da Censura do Estado Novo e bateu-se, não sem sequelas, contra as proibições e apreensão de livros que o regime, sistematicamente, ordenava.

Em 1964 abre em Lisboa a Galeria 111, que terá sucursal no Porto (1971). Inicia por essa altura a sua actividade profissional no mundo da arte com a abertura da Galeria 111. Começa a expor jovens artistas, alguns pela primeira vez, que seriam depois reconhecidos como dos mais importantes da arte portuguesa de então. Realiza centenas de exposições.

Em 1971 abre a Galeria Zen no Porto. Destaca-se como especialista de Arte. Aprofunda conhecimentos no seu relacionamento regular com Almada Negreiros, Eduardo Viana, Abel Manta, Carlos Botelho, António Soares, Luis Dourdil, Luís Reys Santos, Mário Chico, Betâmio de Almeida, J.J. Andrade Santos, Dórdio Gomes e Rui Mário Gonçalves.

É Editor de obras gráficas, de livros de arte e de poesia. Apoia estudantes universitários na execução das suas teses de mestrado e doutoramento. Ao longo da vida, revela-se grande conhecedor e particularmente intuitivo nas escolhas das obras que aceita expôr e nos conselhos que dá a jovens criadores. Reúne cerca de 2000 Obras de Arte, Desenho, Pintura e Escultura, uma das maiores e mais importantes coleções do País.

Manuel de Brito é uma figura singular na cultura portuguesa da segunda metade do Século e uma personalidade única da vida cultural de Lisboa, mas assume em Portugal um papel preponderante como agente cultural, sobretudo após a queda da ditadura com a Revolução dos Cravos.

Colabora em Exposições de Arte Portuguesa com a Fundação Calouste Gulbenkian, Sociedade Nacional de Belas Artes, Secretaria de Estado da Cultura, Ministério dos Negócios Estrangeiros, Centro Cultural de Belém, Presidência da República, Fundação de Serralves, Casas de Cultura e Câmaras Municipais. Colabora também com o Museu do Louvre e o Museu Picasso de Barcelona.Participa em Feiras de arte portuguesas e internacionais.

É Comissário de Exposições Internacionais na Universidade Hispano-Americana Santa Maria de La Rabida em Huelva, no Centro Cultural Conde Duque, em Madrid, no Museu da Cidade de Madrid, no Museu Guiness Hopstore em Dublin, na Cidade Proibida e no Museu de Arte Moderna de Pequim, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (várias vezes) e no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

Em Macau no Leal Senado, na Fundação Oriente e no Museu Camões (cerca de duas dezenas de vezes), sendo a última a convite do Governo Chinês em 2002.

Em 1985 dirige o sector de exposições da Direção-Geral da Comunicação Social no Palácio Foz, em Lisboa. Sob a sua orientação foram recuperadas as salas de exposições que estavam degradadas. Em 1994 apresenta a sua colecção pessoal no Museu do Chiado, no âmbito de Lisboa 94 – Capital Europeia da Cultura. Esta exposição será posteriormente apresentada em Macau, no Fórum, no MASP de São Paulo e no MAM do Rio de Janeiro. É consultor do Programa Acontece de Carlos Pinto Coelho (RTP), de 1995 a 2003 (data em que o programa termina).

Um ano depois do seu falecimento, o seu património ficou exposto no renovado Palácio dos Anjos, em Algés, no Centro de Arte – Colecção Manuel de Brito.

Em 1985 foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem da Liberdade pelo Presidente António Ramalho Eanes. Em 1988 foi-lhe atribuída a Medalha de Mérito – Grau Ouro pela Câmara Municipal de Oeiras. Em 1994 foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique pelo Presidente Mário Soares. Neste ano recebeu ainda a Condecoração de Mérito Cultural atribuída pelo Governo Português.

Profissional do Ano, eleito pelo Rotary Club-Lumiar, em 2001. Em 2005 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique pelo Presidente Jorge Sampaio.

Fonte: “Antifascistas da Resistência”, (por Helena Pato)

Fonte: “O Centro de Arte Colecção Manuel de Brito – Génese, Desenvolvimento e Perspectivas de Crescimento da Instituição”. (Maria del Sol Antela Pulido Garcia Adragão – Dissertação de Mestrado em Museologia, Setembro de 2010, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa – Orientação Científica da Professora Doutora Raquel Henriques da Silva).

Fonte: “Maria Arlete Alves da Silva”

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Barcelos”

JOÃO VELOSO DE MIRANDA – João Veloso de Miranda Ferreira e Matos Godinho e Noronha, de seu nome completo. Político, nasceu na Quinta da Torre de Baçar, Freguesia de Cristelo (Barcelos), a 03-02-1700, e faleceu na Casa de Nossa Senhora das Necessidades (Barcelos), a 16-12-1783. Vereador da Câmara Municipal de Barcelos, fundador do Santuário de Nossa Senhora das Necessidades e da sua devoção. Era filho mais velho de Luís Veloso Miranda (1667-1748), nascido e Vila Nova de Famalicão, Escrivão do Couto da Apúlia (cargo que estava na sua família há quatro gerações), senhor da Casa da Quinta da Torre de Baçar, em Cristelo, e de Teodora Luísa de Matos Godinho, natural da Freguesia de São Nicolau (Porto). Casou “em segredo”, em 02 de Maio de 1744, na Igreja de Silveiros (Barcelos), com Brígida Maria Lopes da Fonseca e Abreu, nascida em 16 de Novembro de 1722, no lugar de Jouve, Barqueiros, e falecida em 17 de Outubro de 1812.

Depois de ter vivido algum tempo em Silveiros, na Casa de Vila Meã, mudou-se para Barqueiros, em 1746, para o lugar de Jouve, mas, dois anos mais tarde, já vivia na Casa de Nossa Senhora das Necessidades, no lugar de Prestar.

Uma provisão de D. João V, passada a 07 de Abril de 1734, concede a si próprio e a seu pai e irmãos, o uso de “espingarda de pederneira e atirar com munições às aves nos meses de Inverno”, constituindo a primeira notícia a seu respeito.

Em 07 de Agosto de 1736, conseguiu a concessão da carta de armas, onde justifica a sua ascendência por Velosos, Mirandas, Ferreiras e Fonsecas. Dois anos depois, em 02 de Março de 1738, obtém a Carta de Hábito e Alvarás de Profissão e de Cavaleiro da Ordem de Cristo do referido monarca.

Passados três anos, em 08 de Junho de 1741, sendo já Correio-Mor da Vila de Esposende e Comissário da Ordem de Cristo e, dado como morador na sua Quinta de Baçar, o referido monarca concede-lhe a Carta de Monteiro-Mor da Vila de Arrifana de Sousa, o que lhe dava certas regalias e isenções.

Na década de 1766/1776, ocupou várias vezes o cargo de Vereador da Câmara Municipal de Barcelos. Foi ainda Juiz dos Direitos Reais de Vila do Conde.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Barcelos (Freguesia de Barqueiros – Avenida João Veloso de Miranda).

Fonte: “Dicionário de Barcelenses”, (de Victor Pinho, Edição do Município de Barcelos, Editado em Julho de 2017, Pág. 263)

“Recordamos hoje, no dia em que faria 100 anos, Madalena Perdigão”

MADALENA PERDIGÃO – Maria Madalena Biscaia de Azeredo Perdigão, de seu nome completo. Pianista e Animadora Cultural, nasceu na Figueira da Foz, a 28-04-1923, e faleceu em Lisboa, a 05-12-1989. Licenciou-se em 1944, em Matemática, na Universidade de Coimbra. Fez o curso Superior de Piano no Conservatório Nacional de Lisboa, tendo realizado recitais de piano e actuado como solista da Orquestra Sinfónica da Emissora Nacional.

De 1958 a 1974 foi Directora do Serviço de Música na Fundação Calouste Gulbenkian e a ela se ficou a dever a criação, em 1962, da Orquestra da Gulbenkian, assim como do Coro, em 1964, e do Ballet, em 1965. Organizou 13 Festivais Gulbenkian de Música e o I Festival de Música de Lisboa.

Em 1984 criou e dirigiu o ACARTE (Serviço de animação, criação artística e educação pela arte) para apoio do Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian. Foi um elemento dos mais dinamizadores da vida cultural portuguesa e era casada com o Doutor Azeredo Perdigão.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Almada (Freguesia da Charneca de Caparica – Praceta e Rua Madalena Perdigão); Amadora (Rua e Travessa Doutora Madalena Perdigão); Figueira da Foz (Praceta Doutora Maria Madalena Biscaia de Azeredo Perdigão); Lisboa (Freguesia de São Domingos de Benfica – Largo Madalena Perdigão).

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 411)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Azambuja”

VÍTOR CORDON – Francisco Maria Vítor Cordon, de seu nome completo. Militar e Explorador em África, nasceu em Estremoz, a 15-03-1851, e faleceu em Mafra, a 15-08-1901. Assentou praça em 1871, tendo sido promovido a Capitão em 1891.

Iniciou a carreira em África, em 1876, já como Alferes, integrado na expedição encarregada de construir o caminho-de-ferro de Ambaca. Em Angola foi Chefe do Serviço Telegráfico (1879) e Governador de Ambriz (1882) e de Novo Redondo (1884).

Construiu uma ponte sobre o Lucala (1887), ao tempo considerada uma obra notável de engenharia. Em 1888-1889 procedeu em Moçambique à exploração e à ocupação efectiva do interior do território. Partiu de Quelimane e atingiu o Zumbo, assinando termos de vassalagem com os diversos régulos.

Faleceu em Mafra quando tirocinava para Major. Foi proclamado em 1890 benemérito da Pátria.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Azambuja (Rua Victor Cordon); Estremoz (Rua Victor Cordon); Lisboa (Freguesia de Santa Maria Maior – Rua Vítor Cordon; ex-Freguesias da Encarnação e dos Mártires); Mafra (Rua Vítor Cordon); Odivelas (Rua Vítor Cordon); Sintra (Freguesia de Belas – Rua Victor Cordon).

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 160).

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Aveiro”

AGOSTINHO PINHEIRO – Agostinho Duarte Pinheiro e Silva, de seu nome completo. Jornalista, natural de Aveiro, nasceu a 25-02-1836, e faleceu a 28-06-1883. Era filho de Custódio Duarte e Silva, e de Josefa Rita Pinheiro e Silva, ambos naturais de Aveiro. Custódio Duarte e Silva era Comerciante e foi mais um dos muitos que, durante o conturbado período das lutas liberais, se viu obrigado a fugir do Pais. Dada a importância da sua acção neste período, em que, incondicionalmente, se colocou ao lado de D. Pedro, foi nomeado, em 1833, Director da Alfândega de Viana do Castelo e honorário das Alfândegas do Norte; em 1834, pede transferência e volta novamente para Aveiro.

Agostinho Pinheiro, frequentou o Liceu de Aveiro, mas, a pedido de sua mãe, já então viúva, decide não seguir os estudos na Universidade. Não parou, contudo, de estudar, pois embora tenha assumido a direcção do estabelecimento do seu pai – A. Pinheiro e Cª, frequentou aulas de Latim, Filosofia, Retórica e História, com o objectivo de fazer exames em Coimbra. Assim fez, tendo sido aprovado e elogiado. Em 1854, frequentou, ainda, no Liceu de Aveiro, a disciplina de Inglês.

Abraçou, então, a actividade jornalística, na qual se salientou, tendo colaborado no “Campeão do Vouga”, que antecedeu o famoso “Campeão das Províncias” e, no ano seguinte, em 1855, fundou o quinzenário “Aurora”, jornal de carácter literário e religioso, cujo primeiro número saiu a 01 de Março e o último a 01 de Agosto.

Como colaborador deste jornal salientem-se os artigos que publicou sobre o Convento de jesus. Esta série de trabalhos acabou por ser publicada no “Campeão das Províncias”.

Agostinho Pinheiro como Escritor, escreveu muitos artigos para jornais, alguns deles polémicos, como aquele que, em Julho de 1861, redigiu sobre a transferência do seu pai, da Alfândega de Aveiro para a de Esposende; neste caso concreto, o texto era de tal forma violento que originou o seu afastamento “d’O Distrito de Aveiro” que fundara com José Estevão, Bento de Magalhães, José Crispiano da Fonseca e Manuel José Mendes Leite. Só voltou, quase dois anos mais tarde, no início de 1863.

A sua actividade como homem público foi igualmente notável; foi ele um dos impulsionadores da fundação da Caixa Económica Aveirense que acabou por ser inaugurada em Maio de 1858 e onde Agostinho Pinheiro exerceu funções de Secretário. Foi ainda eleito Vogal do Conselho do Distrito; Provedor da Santa Casa da Misericórdia; Presieente da Associação Comercial; Procurador à Junta Geral e Presidente da Comissão Distrital e Fundador e Primeiro Presidente da Associação de Socorros Mútuos das Classes Laboriosas.

Entre 02 de Janeiro de 1872 e 02 de Janeiro de 1878, foi Presidente da Câmara Municipal de Aveiro e concorrei várias vezes a deputado nunca conseguindo ser eleito devido às circunstâncias políticas.

Publicou diversas obras, entre as quais: O Marquês de Pombal – Modestos reparos ao livro do Sr. Camilo Castelo Branco – Perfil do Marquês de Pombal.

Teve um fim devida triste, envolvido numa situação financeira precária, uma vida pouco equilibrada. Deixou três filhos naturais, cuja paternidade nunca ninguém negou, embora nunca tivessem sido aperfilhados. Abandonado por quase todos, morreu praticamente na miséria.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Aveiro (Freguesia de Vera Cruz – Rua Agostinho Pinheiro, ex-Avenida do Cojo).

Fonte: “Ruas Que São Gente”, (de Carlos Campos; Fausto Ferreira e Gabriela Amorim Faria, Edição da Câmara Municipal de Aveiro, Editado em 2000, Pág. 21, 22, 23 e 24)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Arouca”

ARNALDO LHAMAS – Arnaldo Ângelo de Brito Lhamas, de seu nome completo. Advogado e Político, nasceu em Vila Nova de Gaia, a 15-01-1914, e faleceu em Arouca, a 29-09-1991. Licenciado em Direito, exerceu a profissão de Advogado. Foi também Conservador do Registo Predial.

Em 1957, foi candidato suplente por Aveiro para as Legislativas desse ano. Depois do 25 de Abril de 1974, foi eleito Deputado pelo PPD à Assembleia Constituinte, renunciou ao seu mandato na Assembleia Constituinte e acabou substituído por António Coutinho Monteiro de Freitas, em 17 de Outubro de 1975.

Foi eleito Deputado para a Assembleia da República, pelo PSD, para as I, III, IV e V Legislaturas.

Foi Delegado da Ordem dos Advogados na Comarca de Arouca, nos triénios de 1969-1971, 1974-1976, 1981-1983 e 1984-1986.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Arouca (Rua Arnaldo Lhamas).

Fonte: “Candidatos da Oposição à Assembleia Nacional do Estado Novo (1945-1973). Um Dicionário”, (de Mário Matos e Lemos, Luís Reis Torgal, Coordenador, Colecção Parlamento, Edição da Assembleia da República, 1ª Edição, Lisboa, Outubro de 2009, Pág. 187).

“O Centenário”

NUNO DE MORAIS – João Nuno Braga Rodrigues de Morais, de seu nome completo. Desportista e Professor, nasceu em Ponte de Lima, a 25-04-1923, e faleceu em Lisboa, a 02-09-1986. Atleta que conseguiu resultados de grande relevo no Atletismo Nacional, onde era especialista nos 100 e nos 200 metros.

Foi co-recordista nacional dos 100 metros; Professor de Educação Física em Braga, e representou Portugal nos Jogos Olímpicos de Londres, em 1948.

Foi distinguido pela Câmara Municipal de Braga, com a atribuição do seu nome a uma Artéria da Freguesia de S. Vítor. Atítulo póstumo foi agraciado pela Câmara Municipal de Ponte de Lima com a Medalha de Mérito Desportivo, por deliberação de 27 de Janeiro de 1997.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Braga (Rua e Travessa Nuno Morais).

Fonte: “Ponte de Lima Cultural”, (Portal de Promoção e Divulgação do Património Cultural de Ponte de Lima)