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“Prémios Nobel da Literatura na Toponímia” (37º)

FRANS SILLANPÄÄ – Frans Eemil Sillanpää, de seu nome completo. Escritor, nasceu Hämeenkyrö, (Finlândia), a 16-09-1888, e faleceu em Helsínquia, (Finlândia), a 03-06-1964. Era filho de Frans Henrik Koskinen, Loviisa Vilhelmiina Mäkelä.

Estudou Medicina na Universidade de Helsínquia, entre 1909 e 1913. Decidiu deixar os estudos para se tornar escritor, tendo iniciado a sua carreira escrevendo artigos para jornais.

A sua primeira novela, Elämä Ja Aurinko, surgiu em 1916.

Foi o primeiro escritor do seu país a ser galardoado com o Prémio Nobel da Literatura, que lhe foi atribuído em 1939.

Os seus romances mais famosos são Hurskas Kurjuas (Santa Miséria, 1919) e Nuorena Nukkunut (Silja ou um Destino Fugaz, 1931).

Frans Eemil Sillanpää, em 1939, foi laureado com o Prémio Nobel de Literatura (foi o 37º Prémio Nobel da Literatura)

O seu nome faz parte da Toponímia de: Finlândia (Nkatu Sillanpää)

Fonte: “Infopédia – Dicionários Porto Editora”

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Campo maior”

ARTUR BUAL – Artur Mendes de Sousa Bual, de seu nome completo. Pintor, nasceu em Lisboa, a 16-08-1926, e faleceu na Amadora, a 10-01-1999. Passou a infância em Torres Novas e iniciou os estudos em Santarém. Cursou a Escola de Artes Decorativas de António Arroio. Foi realizador plástico no Teatro Experimental do Porto.

Participou, em 1954, no I Salão de arte abstracta e em 1958, no I Salão moderno da Sociedade Nacional de Belas Artes. Mais tarde, porém, o seu expressionismo lírico fixou-se numa figuração de menor invento. Regressou à abstracção nos anos 80. Obteve os Prémios da Bienal de São Paulo (1957), Dos Sindicatos dos Críticos de Arte da França (1959), Sousa Cardoso (1959).

Artur Bual deixou no Concelho do Montijo alguns testemunhos do valor da sua arte: pintura mural na Igreja das Faias (Santo Isidro de Pegões), três pinturas no Centro de Formação Profissional de Gil Vaz, na Freguesia de Canha, e a escultura existente no Parque do Material Agrícola de Pegões e uma pintura, em forma de triptíco, na Igreja Paroquial de Nossa Senhora de Fátima, na Freguesia de Pegões. Está representado no Museu da Fundação Gulbenkian, em Lisboa.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Almada (Freguesia da Sobreda – Praceta e Rua Artur Bual); Amadora (Avenida Artur Bual); Campo Maior (Rua Artur Bual); Cascais (Freguesia de São Domingos de Rana – Rua Artur Bual); Lisboa (Freguesia de Marvila – Largo Artur Bual); Montijo (Freguesia de Pegões – Rua Artur Bual); Odivelas (Rua Artur Bual); Oeiras (Freguesia de Paço de Arcos – Rua Artur Bual); Seixal (Freguesia de Corroios – Rua Artur Bual); Sintra (Freguesia de Algueirão-Mem Martins – Rua Artur Bual; Freguesia de Rio de Mouro – Rua Artur Bual).

Fonte: “Dicionário de Pintores e Escultores Portugueses”; (Fernando Pamplona, Volume I, Livraria Civilização Editora, 4ª Edição, Março de 2000, Pág. 256)

Fonte: “Quem É Quem”, (Portugueses Célebres, Círculo de Leitores, Edição de 2008, Pág. 108 e 109).

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Caminha”

LOURENÇO INSUELAS – João Baptista Lourenço Insuelas, de seu nome completo. Padre e Professor, nasceu na Freguesia de Venade (Caminha), a 04-10-1884, e faleceu em Braga, a 01-10-1950. Concluíu o Curso Teológico no Seminário de Braga com distinção, ordenando-se de Presbítero.

Em 1913 seguiu para Roma onde cursou a Universidade Gregoriana, na qual se Doutorou em Filosofia e se Bacharelou em Direito Canónico.

Foi Pároco das Freguesias de Gralhas e Santiago da Cividade (Braga); Arcipreste e Professor do Seminário; Cónego da Sé; Arcedíago do Cabido; Examinador Sinodal; Juiz Sinodal; Juiz Auditor dos Tribunais da Cúria da Arquidiocese de Braga. Foi, também, Secretário do Arcebispo Primaz desde 28-08-1937.

Dedicou-se desde muito novo aos trabalhos de pregação, percorrendo a Arquidiocese de Braga e de outras Dioceses do Norte e Centro do País.

Trabalhou no Centro Católico Português desde 1937 até à sua extinção. Foi Assistente Eclesiástico da Junta Católica de Braga, no tempo da sua maior actividade, e Assistente Arquidiocesano da Acção Católica Portuguesa.

Sacerdote cultíssimo, de raras virtudes morais e de uma actividade ardente no apostolado na catequese, Professor ilustre e publicista notável, destacou-se como um dos principais colaboradores da obra do Arcebispo de Braga, D. Manuel Vieira de Matos, ordenando a reorganização da vasta Arquidiocese e, principalmente, tomando parte activa, em quase todos os Congressos que este Prelado realizou em Braga, Guimarães, Póvoa de Varzim e Viana do Castelo. Dirigiu, durante muitos anos, o jornal Actualidade.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Braga (Rua Cónego Insuelas); Caminha (Freguesia de Venade – Rua Cónego Insuelas).

Fonte. “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 15, Pág. 500 e 501)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Câmara de Lobos”

JOSÉ FIGUEIRA ORNELAS. Padre, natural do Estreito de Câmara de Lobos (Câmara de Lobos), nasceu a 11-12-1904, e faleceu a 21-12-1999. Era filho de Manuel Figueira de Ornelas e de Luísa Teodora de Ornelas. Depois de ter frequentado a instrução primária, ingressou no Seminário Diocesano, tendo-se ordenado Sub-Diácono a 20 de Setembro de 1930, Diácono a 28 de Setembro do mesmo ano e Presbítero a 05 de Outubro de 1930.

Depois da sua ordenação sacerdotal, a 14 de Outubro de 1930, foi nomeado pároco do Paul do Mar, funções que desempenhou somente durante dois anos, por motivos de saúde. Em 1958 assumiu as funções de Capelão da Casa de Saúde Câmara Pestana, desenvolvendo depois em paralelo as responsabilidades de Cura da Paróquia de São Gonçalo.

Permaneceu nesta instituição de saúde até 1986, data em que se reformou, isto é; durante 31 anos. Para além da sua vida sacerdotal, o Padre Ornelas, colaborou activamente na reedificação da capela de Santa Ana, existente próximo da sua residência, no sítio da Ribeira Fernanda e foi um dos principais impulsionadores do arranjo e alargamento do caminho que dava acesso à sua residência e que hoje tem o seu nome.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Câmara de Lobos (Freguesia do Estreito da Câmara de Lobos – Rua Padre José Figueira Ornelas).

Fonte: “Câmara de Lobos – Dicionário Corográfico”

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município da Calheta”

ANTÓNIO HOMEM DE GOUVEIA. Padre, Político e Professor, natural da Freguesia de Ponta do Pargo (Calheta), nasceu a 17-12-1869, e faleceu a 29-07-1961. Era filho de António Homem de Gouveia e de Josefa (ou Josefina) Augusta de Gouveia. Frequentou o Seminário do Funchal e obteve a ordenação sacerdotal em 23-09-1893.

Foi Pároco de Porto Santo e Boa Ventura e no Funchal desempenhou as funções de Mestre de Cerimónias, Capelão e Cónego da Sé Catedral, Capelão e Provedor da Santa Casa da Misericórdia, Escrivão da Câmara Eclesiástica, Examinador Prossidonal e Professor do Seminário, do Liceu e da Escola Industrial e Comercial.

Esteve ainda ligado ao Museu Municipal e a diversas obras de caridade (Conferência de S. Vicente de Paulo, Sopa Económica, Asilo das Irmãzinhas dos Pobres, etc.).

Colaborou em vários jornais, tendo sido Redactor principal do jornal funchalense Correio da Tarde e fundador do diário católico O Correio do Funchal. Considerado poliglota (exprimia-se com fluência em espanhol, italiano, francês, inglês e alemão) e orador afamado, foi Capelão e amigo do antigo Imperador Carlos da Áustria e da sua mulher, a Imperatriz Zita, quando estes viveram exilados com os seus filhos na Madeira, após a I Guerra Mundial.

No plano político foi Presidente da Junta Geral do Distrito do Funchal e principal promotor do Centro do Partido Nacionalista na Madeira, do qual foi secretário desde 1901.

Foi eleito Deputado pelo círculo plurinominal do Funchal nas eleições de 1905.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Calheta (Freguesia do Arco da Calheta – Travessa Padre Gouveia).

Fonte. “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 13, Pág. 342)

Fonte: “Dicionário Biográfico Parlamentar, 1834-1910”, (Vol II, de D-M), Coordenação de Maria Filomena Mónica, Colecção Parlamento, (Pág. 355 e 356)”.

“Toponímia com Ligação ao Fado”

JOÃO DA MATTA. Fadista, Guitarrista e Poeta Popular, nasceu na Freguesia de São Domingos de Rana (Cascais), a 02-07-1906, e faleceu em Lisboa, a 04-09-1947. Foi proprietário da casa de pasto Arcádia Bairrista, ponto de encontro de fadistas e integrou o grupo artístico Canção Nacional. Dirigiu, entre 1927/1928, a publicação Canção Nacional cujo primeiro número saiu em Dezembro de 1927. É autor da letra do Fado Duas Cartas, interpretado por César Morgado, e alusivo à Primeira Guerra Mundial, que constituiu um tema de referência do cancioneiro sobre a participação portuguesa no conflito.

Em 1933, organizou uma digressão a África, levando consigo Madalena de Melo, Berta Cardoso, Armandinho e Martinho d’Assunção. Dessa viagem resultou o casamento de Margarida de Melo, de quem mais tarde se separou. Foram padrinhos Armandinho e Berta Cardoso.

Manteve, de 1935 a 1936, a edição de um opúsculo a que deu o título de “Ases do Fado”. Aí publicava a biografia e o repertório dos Fadistas da época. Em 1945, foi editor e redactor principal da II Série do jornal “Guitarra de Portugal”.

Escreveu  inúmeras letras para Fados que tiveram um enorme sucesso, como Pobre Bairro Alto, do repertório de Júlio Proença, e o Fado da Amargura para o repertório de Ercília Costa.

Os fados de João da Mata são densos, pesados. Há na maioria deles, uma mágoa implícita, na maior parte dos casos, explícita. Formalmente perfeito, dominando todas as metrificações e construções estróficas, usava os recursos de estilo para carregar as tintas, em quadros onde as suas personagens, quase sempre mulheres, carregavam penas.

São de sua autoria fados como: “Duas Glórias” (do repertório de Cidália Moreira); “Na Minha Infância” (do rerpertório de Ercília Costa); “Podemos Ser Amigos” (do repertório de Lucília do Carmo); “Ódio do Amor” (do repertório de Manuel de Almeida).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Cascais (Freguesia de São Domingos de Rana – Rua João da Matta).

Fonte: “Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX” (Direcção de Salwa Castelo-Branco, 1º Volume, A-C, Pág. 753 e 754, Temas e Debates, Círculo de Leitores)

Fonte: “Poetas Populares do Fado Tradicional”, (de Daniel Gouveia e Francisco Mendes, Edição da INCM, 1ª Edição, Março de 2014)

“Pessoas Vinculadas aos CTT”

CAROS VALE – Carlos Santos Vale, de seu nome completo. Advogado e Escritor, natural da Freguesia de Santa Marinha (Vila Nova de Gaia), nasceu a 05-02-1911, e faleceu a 30-05-1991. Frequentou a Escola Primária, que na altura funcionava no Convento Corpus Christi e depois foi para o Porto onde frequentou o Liceu Rodrigues de Freitas até 1929, tendo como Mestres Carlos Santos e Leonardo Coimbra. Concluído o Ensino Secundário, depois de ter passado pela Escola Passos Manuel, chegou a assistir às aulas de “Desenho Ornamental”. Enquanto estudante, foi funcionário dos CTT, na Estação da Batalha, no Porto.

Em Lisboa, licenciou-se em Ciências Jurídicas na Faculdade de Direito, como voluntário, tendo como mestres os professores Marcelo Caetano e Artur Montenegro.

Em meados da década de 30 conhece a sua futura esposa, D.ª Virgínia Rodrigues de Matos, filha de um abastado comerciante da Rua Direita. Casou a 14 de Dezembro de 1939 tendo como padrinho, o conhecido pintor Manuel Maria Lúcio, que morava então na residência das Palhacinhas. Foi pai de três filhos, João Carlos de Matos Valle, Manuel Carlos de Matos Valle e Armando de Matos Vallle, que para sua infelicidade, faleceram todos antes dos pais, vítimas de acidentes de viação.

Viveu em Coimbrões, nas cercanias da Estação de Caminhos de Ferro das Devesas e mais tarde a pedido do sogro, Sr. Matos, que então tinha construído uma moradia na Avenida da Republica, mudou-se para essa casa largas décadas. Nos últimos anos da sua vida ergueu uma magnífica vivenda, na Serra do Pilar, onde residiu até falecer.

Advogado de grande prestígio, tinha escritório na Rua do Almada, no nº 36-2º andar, na cidade do Porto, acumulando também a vice-presidência da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, de 1939 a 1945.

Pertenceu à Ordem dos Advogados (da qual foi presidente durante 8 anos), à Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto, foi presidente da Assembleia-Geral da Sociedade Portuguesa de Numismática por mais de 20 anos, sócio da Associação de Escritores de Gaia, pertenceu ao Grupo de Estudos Brasileiros, sócio honorário do Círculo Industrial e Mercantil de Vigo e sócio do Instituto de Arqueologia, Etnografia e História de Lisboa.

Permaneceu durante muitos anos, como presidente da Assembleia-Geral da Real Companhia Vinícola do Norte de Portugal e foi presidente da Assembleia-Geral da Moagem de Gaia. Pertenceu aos Amigos da Serra do Pilar, ajudou a fundar a Associação Cultural “Amigos de Gaia”, Sócio do Rotary Club de Vila Nova de Gaia e colaborador do seu boletim: Após um ano do seu falecimento e em sua homenagem criaram o “Prémio Carlos Valle”, um prémio escolar, dedicado à área do ensino do Direito, no valor de 530.000$00. Administrou durante alguns anos a Fundação Rotária Portuguesa e foi membro do Ateneu Comercial do Porto. Fez parte dos corpos sociais das Creches de Santa Marinha, na qualidade de presidente do Conselho Fiscal e foi sócio honorário da Liga dos Combatentes da Grande Guerra.

Participou ativamente com diversos estudos nos boletins culturais das Associações “Amigos de Gaia” e “Rotary Club de Gaia” e em jornais e revistas, nomeadamente no jornal “O Comércio do Porto”, na década de 60 e no “Comércio de Gaia”, assim como na revista de Etnografia, editada pelo Museu de Etnografia e História. Foi presidente do Rotary Club do Porto-Douro e administrador da Fundação Rotária Portuguesa. Pelas suas qualidades beneméritas foi agraciado com a Grande Cruz de Benemerência da Cruz Vermelha Portuguesa e recebeu a Medalha de Ouro do Vilanovense Futebol Clube (em novo foi jogador deste clube).

Sempre esteve disponível para a comunidade onde vivia, não esquecendo a necessidade de partilhar com o país vizinho conhecimentos e amizades, ajudando a fundar a Associação Galaico-Portuguesa de Intelectuais, Escritores e Artistas, tendo recebido em 1968 a condecoração da “Comenda de Mérito Civil de Espanha” concedida pelo Chefe de Estado General Franco. Além de Espanha, a sua actividade literária ultrapassou as fronteiras até ao Brasil, onde fez parte do Grupo de Estudos Brasileiros, já acima mencionado. Deixou inéditos alguns trabalhos sobre lendas de Gaia, contos tradicionais, várias Conferências e um álbum de várias figuras.

Publicou várias obras de literatura, do género poesia, prosa e teatro, assim como monográficas, entre elas, a monografia de Gulpilhares e artigos de carater etnográfico local, cujos títulos passo a citar: Fumarada; Páginas Ácidas; Jogos Florais; Tradições Populares de Vila Nova de Gaia (Separatas da Revista de Etnografia do Museu de Etnografia e História): Rodas de cantar e bailar, Orações tradicionais, Jogos tradicionais, Passatempos, ditos e parlengas infantis, Romances tradicionais, Adágios e ditados, Adivinhas tradicionais, Os brinquedos tradicionais, As modas tradicionais de Gulpilhares, Contos tradicionais, Crenças e prescrições do povo, Narrações lendárias, Chás e mezinhas populares, A interpretação popular dos sonhos, Ditos e expressões populares; Tradições do Casamento e Superstições do Povo; Escritos e Ditos; o Castelo de Gaia e a Lenda de Rei Ramiro; Baile do José do Egipto; Relicário de Cantigas (2 Vols.); Tipos e Trajos; A Romaria de S. Gonçalo; A Freguesia de Santa Maria de Gulpilhares e algumas separatas com trabalhos de etnografia publicadas durante a 1.ª metade da década de 60: Tradições Populares de Vila Nova de Gaia, Separatas da Revista de Etnografia do Museu de Etnografia e História, da Junta Distrital do Porto: Romances tradicionais, Narrações lendárias, Contos tradicionais ou populares, Adágios e ditados, Adivinhas tradicionais, Ditos e parlengas infantis, Ditos e Expressões populares, Rodas de cantar e bailar, As modas tradicionais de Gulpilhares Orações tradicionais, Crenças e prescrições do povo, A interpretação popular dos sonhos, Ditos e expressões populares, Passatempos, ditos e parlengas infantis, Brinquedos tradicionais e Jogos tradicionais.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Vila Nova de Gaia (Rua Doutor Carlos Vale).

Fonte: “Biblioteca Municipal de Vila Nova de Gaia; Memórias Gaienses”

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município das Caldas da Rainha”

ANTÓNIO EMÍLIO – António Emílio Martins de Figueiredo, de seu nome completo. Padre e Professor, natural da Freguesia da Tornada (Caldas da Rainha), nasceu a 17-11-1926, e faleceu a 22-03-2008. Foi ordenado Sacerdote em 29 de Junho de 1953, no Seminário dos Olivais, em Lisboa, e cantou a primeira missa na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, a 05 de Julho de 1953. Mal foi ordenado, foi nomeado pároco interino de Caldas da Rainha e Tomada, na ausência do Padre Teodoro, recém transferido para S. João de Deus, e do novo pároco, Padre Tobias. Em fins de Outubro de 1953 foi para São João de Deus, como coadjutor, onde permaneceu até adoecer em meados de 1955. Ainda em convalescença na casa dos pais, foi nomeado pároco de Tomada e Salir do Porto. Ao mesmo tempo foi professor na Escola Comercial e Industrial Rafael Bordalo Pinheiro. Em 1959, foi convidado para director do Externato Ramalhor Ortigão pela Sociedade então proprietária do Colégio. No fim do ano lectivo de 1959/1960 e após a compra do do Externato Ramalho Ortigão pelo Patriarcado de Lisboa, iniciou a construção do edifício novo, ao cimo da Rua Diário de Notícias, hoje transformado em pólo da Universidade Católica. Esteve como director do Colégio até ao fim do ano lectivo de 1962/1963, quando foi transferido para a Casa Pia de Lisboa, primeiro como Capelão da secção Pina Manique, e mais tarde, a partir de Outubro de 1966, da secção de Maria Pia, em Xabregas, acumulando as funções de capelão com as de reitor da Igreja da Madre de Deus. Durante estes anos, foi também assistente religioso e professor dos surdos-mudos do Instituto Jacob Rodrigues Pereira.

Afastado das funções na Casa Pia, foi nomeado Pároco de Santo Estevão e São Miguel, em Alfama, onde esteve de 1971 a 1976. Entretanto, após o 25 de Abril de 1974, exerceu ao mesmo tempo, no ano lectivo de 1974/1975, as funções de Director da Secção de Pina Manique, que deixou, a seu pedido. Em Novembro de 1976, voltou às Caldas para dinamizar a Pastoral da Juventude tirando partido do edifício do Externato. Não foi bem-sucedido, pelo que pediu para voltar a paroquiar. Foi parar a Colares, onde esteve até Setembro de 1986. Nessa altura, mudou-se para a freguesia de Algueirão-Mem Martins, onde permaneceu até 1996, com imenso sacrifício dada a doença grave que entretanto contraíra. Voltou então a casa, foi nomeado pároco de Salir do Porto, onde esteve até 2007. Prestou enão assistência religiosa graciosamente, na Santa Casa da Misericórdia das Caldas, para onde foi viver em Setembro de 2006. Faleceu no Lar da Misericórdia das Caldas da Rainha.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Caldas da Rainha (Cidade das Caldas da Rainha – Rua Padre António Emílio; Freguesia de Salir do Porto – Rua Padre António Emílio).

Fonte: “Jornal Gazeta das Caldas”

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município do Cadaval”

JOSÉ INÁCIO PEREIRA. Padre, natural do Cadaval, nasceu a 01-02-1838, e faleceu a 18-07-1924. Era filho de Joaquim Pereira, natural da Freguesia da Carvoeira (Torres Vedras) e de Firmina Raimundo, natural do Cadaval. Estudou no Seminário de Santarém e, posteriormente, na Universidade de Coimbra.

Após a ordenação, a sua primeira missa foi celebrada no Cadaval, tendo o seu pai oferecido um banquete comemorativo aos muitos amigos da família que compareceram.

Foi nomeado Pároco da sua Freguesia natal e tomou posse do cargo em Janeiro de 1967. Joaquim Camilo Pereira Soares, seu sobrinho, foi a primeira criança a receber o baptismo pela sua mão na Freguesia que viria a paroquiar até 1905.

O Padre José Inácio Pereira foi, igualmente, Juiz Presidente da Irmandade do Santíssimo Sacramento do Cadaval, tendo adquirido um sacrário em talha dourada, paramentos e alfaias com que dotou a igreja paroquial.

Homem da Igreja, José Inácio Pereira foi também um homem da sociedade, tendo exercido cargos civis como o de Tesoureiro do Concelho e Presidente da Junta. Integrou igualmente a comissão de protesto contra a supressão do Concelho do Cadaval em 1895.

Foi um grande proprietário, residindo uma boa parte da sua vida na Quinta do Brigadeiro, oferecida por seu pai.

No seu testamento fez importantes doações com o fim de se fundar na Vila um Hospital denominado de Nossa Senhora da Conceição, Hospital esse que foi aberto ao público em 1926 e viria anestar na origem da Santa Casa da Misericórdia do Cadaval em 1930.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Cadaval (Rua Padre José Inácio Pereira).

Fonte: “Cadaval História e Memória – Toponímia da Vila do Cadaval, I Volume”; (Edição da Câmara Municipal do Cadaval; Coordenação de André Filipe Vítor Milícias e António João Várzea Corrêa)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Cabeceiras de Basto”

JOAQUIM SANTOS – Joaquim Gonçalves dos Santos, de seu nome completo. Padre e Musicólogo, natural da Freguesia de Ribadouro (Cabeceiras de Basto), nasceu a 13-04-1936, e faleceu a 24-06-2008. Filho e neto de “amantes da música” – o pai e o avô tocavam guitarra, flauta transversal e harmónica. Após a conclusão do ensino primário, foram-lhe reconhecidas qualidades e capacidades suficientes para prosseguir os estudos. Por sugestão da professora primária e com aprovação da família, Joaquim do Santos fez o pedido da admissão ao Seminário de Braga1, a 3 de outubro de 1950. Nessa instituição de ensino realizou o Curso de Humanidades, cujo currículo de 5 anos incluía, à época, as disciplinas comuns dos cursos lecionados no ensino público, tais como matemática, português e diversas línguas. Com um percurso escolar sem retenções, Joaquim dos Santos adotou no Seminário o gosto pelo trabalho ao raiar do dia e a vontade em desenvolver o estudo pela música:

Joaquim dos Santos estudou no Seminário de Braga e após a sua ordenação sacerdotal foi nomeado professor de música no Seminário de Filosofia de Braga, frequentando no Conservatório da cidade, além de outros, os cursos de Composição, Canto e Solfejo.

Em 1963 seguiu para Roma, a expensas próprias, conseguindo uma bolsa de estudo do Estado Italiano. Logo a seguir em 1964, até final do curso à data de 1969, da Fundação Calouste Gulbenkian.

Licenciado em Canto Gregoriano e Composição. Possuidor do Curso Complementar de Órgão pelo Pontifício Instituto di Musica Sacra de Roma e do Curso de Direção e Interpretação Polifónica do Conservatório de Santa Cecília de Roma. Em 1965 foi premiado com uma viagem de estudos à Alemanha, pelas suas composições (várias para órgão, piano, violino e dois pianos e coro), executadas em concertos nas salas do Pontifício Instituto di Musica Sacra.

Regressado a Portugal exerceu a sua actividade musical no Seminário Conciliar de Braga e depois no Colégio Arquidiocesano de Cabeceiras de Basto, bem como em várias escolas do Estado e na Escola Superior de Fafe. A partir de 1983 leccionou História da Música no Instituto Superior de Teologia de Braga, e Composição, Piano e Órgão no Seminário. A 13 de abril de 1984 estreou-se, em versão orquestral.

Das suas criações de maior vulto destaca-se um bom número de obras corais sinfónicas (Passio et mors D.N. lesu Christi secundum Lucam, Stabat Mater, Te Deum, Cantatas, etc.) assim como não menos significativo conjunto de obras de câmara (algumas com recurso as instrumentos menos usuais, como marimba, bandolim, bandolocelo, etc).

É também abundantíssima a sua produção coral, desde simples harmonizações de canções populares, passando por trechos litúrgicos de vários níveis de exigência, até grandes obras para coro, com acentuado poder descritivo e arrojadas soluções, que revelam considerável maturidade no conhecimento e domínio da técnica vocal específica, para além de uma capacidade expressiva extraordinária, com recursos relativamente simples.

Do conjunto já inabarcável da sua produção musical, poderia destacar-se o tratamento da orquestra, que demonstra de forma suprema na sinfonia «Roma Eterna». Possivelmente por ter crescido numa família em que o som da flauta acompanhava o dia-a-dia; talvez por essa infância ter decorrido num dos recantos mais bucólicos do Minho (de onde, aliás, continuam a brotar todas as suas criações); talvez também pelas influências musicais dos seus inspiradores (com saliência para Stravinski), é especialmente exemplar o seu tratamento dos sopros.

Por um lado, salienta-se a mestria com que introduz e combina os metais, que demonstra uma convivência de décadas, através da prática de direcção de bandas; por outro lado, sobressai sobretudo a beleza bucólica e simultaneamente arrojada com que joga com as madeiras, em continuação pessoal e inovadora de passagens típicas de Stravinski. Ritmicamente, para além do compositor russo, é clara a influência de Britten, que também deixou a sua marca em certa predilecção pela percussão.

Em obras coesas, perfeitamente unitárias e completas, consegue um estilo que acolhe, sem preconceitos nem discriminações, os contributos de diversas fases da história da música, desde o gregoriano à dodecafonia, sem a falsidade da mera citação, mas também sem estéreis subjugações a escolas ou estilos rígidos. De forma singelamente pessoal e única, deixando para trás academismos de todo o género, antecipou e prossegue, numa coerência rara, uma espécie de «pós-modemidade» musical, muito para além de qualquer modernidade forçada ou de qualquer classicismo anacrónico. É, pelo contrário, a sinceridade do seu pensamento musical que determina os recursos a utilizar, resultando disso obras claramente contemporâneas e, simultaneamente, naturais, evidentes, por isso acessíveis ao público com um mínimo de sensibilidade musical.

O seu «isolamento» numa aldeia da montanha portuguesa representou, durante muitos anos, a injustiça do esquecimento a que normalmente são condenados vultos culturais de envergadura. Contudo, isso permitiu também que Joaquim Santos mantivesse o entusiasmo puro da sua utopia musical, sem as contaminações que marcam o conturbado mundo artístico actual. Disso resulta uma atitude humana e musical que nos coloca constantemente em contacto com a origem simples do mais profundo daquilo que somos, sem artificialismos afectados. Simultaneamente, a sua música representa um sinal de esperança para um contexto de produção artística que parecia esgotado, desgastado com as suas próprias experimentações, sem nada mais ter a dizer, a não ser cantar a sua morte inevitável. Representa, por isso, um aceno importante para o futuro da música, como modo sublime de o ser humano se dizer a si mesmo e ao mundo que habita.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Cabeceiras de Basto (Freguesia de Cavez – Rua Doutor Joaquim Santos)

Fonte: “Município de Cabeceiras de Basto”

Fonte: “Meloteca”