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“O Centenário de João Pinheiro”

JOÃO António PINHEIRO, Militar, nasceu em Bragança, a 31-07-1921, e faleceu em Oeiras, a 09-06-2009. Seu Pai, Francisco do Patrocínio Pinheiro, era funcionário dos Correios (CTT), tendo atingido a categoria de Diretor das circunscrições do Alto Alentejo, Ribatejo e Douro Litoral; sua Mãe, Teresa de Jesus Alves, era Professora da Instrução Primária; e teve dois irmãos. Casou em 1947 com Noémia Augusta Ferreira Pinheiro, licenciada em Farmácia e Investigadora no campo da saúde pública, e teve um filho, Jorge Manuel (1951), licenciado em Direito.

Aos seis anos lia e escrevia correctamente e fazia as quatro operações; frequentou o Liceu de Bragança, onde foi sempre o aluno mais classificado; tirou os preparatórios militares na Faculdade de Ciências de Lisboa e ingressou na Escola do Exército em 1941.

Queria ser Engenheiro, mas, por acasos do destino, acabou por ir parar à Escola do Exército, quando tinha 20 anos de idade. Terminado o Curso de Artilharia, seguiu-se uma rápida ascensão aos mais altos cargos da carreira militar. Para isso, contribuíram o Curso de Armas Especiais do Exército dos EUA, que tirou na Alemanha, e o Curso da École Supérieure de Guerre, em Paris. Aos 41 anos, então major, João Pinheiro foi nomeado subsecretário de Estado do Exército, cargo que exerceu durante oito anos de (1962 a 1970). Foi no período em que decorria a Guerra do Ultramar e tinha a seu cargo a administração, o apoio logístico, o armamento e o equipamento das Unidades do Exército que combatiam. Neste período, deve-se a ele a construção do Pavilhão da Família Militar, anexo ao Hospital da Estrela, em Lisboa. Outro marco importante na carreira deste militar-gestor foi a sua mobilização para Cabinda, em Angola, ao longo de dois anos, para exercer as funções de comandante do sector operacional e, por inerência, governador do distrito. Foi em 1971 e João Pinheiro tinha 50 anos. Da sua passagem por Cabinda, destaca-se a elaboração do CALABUBE, um plano de desenvolvimento socio-económico integrado, que trouxe a paz a este distrito. Regressado a Portugal, em 1973, João Pinheiro assumiu os cargos de director nacional de armamento e presidente do Grupo de Trabalho para o Estudo da Reorganização da Indústria Nacional de Armamentos e Munições. Quatro dias depois da Revolução do 25 de Abril, foi nomeado quartel-mestre general e, pouco depois, tornou-se adjunto do chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas. Já na reserva militar, enquanto presidente dos Serviços Sociais das Forças Armadas, cargo que assumiu de 1977 a 1990, João Pinheiro lançou um projecto pioneiro a nível nacional: o Complexo Social das Forças Armadas, em Oeiras. Hoje, este empreendimento alberga 400 idosos, dos quais 150 acamados. Em 1994, com 73 anos, já na reforma, João António Pinheiro assumiu a presidência da Fundação Marquês de Pombal, em Oeiras. Esta foi a última missão deste homem determinado, empreendedor, dedicado e preocupado com os problemas sociais, cumprida até ao passado dia 9 de Junho, quando faleceu, aos 87 anos.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Oeiras, (Freguesia de Barcarena – Rua Tenente-General João Pinheiro)

Fonte: “Agência Servilusa”

Fonte: “INFO-IASFA – Instituto de Acção Social das Forças Armadas, I.P., Dezembro de 2015, nº 42”

“O Centenário de Antunes da Silva”

Armando ANTUNES DA SILVA, Escritor e Político, natural da Freguesia de São Mamede (Évora), nasceu a 31-07-1921 e faleceu a 22-12-1997. Depois de concluído o Curso Comercial, radicou-se em Lisboa (só regressou definitivamente a Évora em 1986), onde trabalhou, como Empregado de Escritório, numa empresa fabril e onde iniciou a sua actividade literária, tendo publicado contos e crónicas em jornais diários.

Escritor regionalista, inserido na corrente neo-realista,os seus primeiros volumes de contos, Gaimirra e Vela Adormecida, foram publicados, respectivamente em 1946 e em 1948.

Foi membro dos corpos gerentes da Sociedade Portuguesa de Escritores. Politicamente, pertenceu aos quadros directivos do MUD-Juvenil (Secção de Évora), pelo que foi preso pela PIDE, tendo estado em Caxias. Embora nunca tivesse sido julgado, compareceu várias vezes nos Tribunais Plenários como testemunha de defesa de vários réus acusados de crimes políticos.

Foi, mais tarde, membro do Conselho Nacional do MDP/CDE. Participou na campanha presidencial do Dr. Arlindo Vicente e, depois da desistência deste, na do General Humberto Delgado, em 1958.

Depois do 25 de Abril de 1974, foi candidato da APU à Assembleia da República pelo Distrito de Setúbal.

Colaborou em diversos jornais e revistas, designadamente Democracia do Sul, Comércio do Porto, Diário de Notícias, Colóquio e Vértíce e no Diário de Lisboa, onde publicou uma série de artigos, depois reunidos em volume sob o título Alqueva – A Grande Barragem, o que lhe mereceu o Prémio de Jornalismo do II Congresso Sobre o Alentejo, dirigiu também, em 1976, o Notícias do Sul, que se publicou em Évora.

Sobre a Reforma Agrária, escreveu uma série de reportagens, sob o título geral Terras Velhas Semeadas de Novo.

Obras principais: Contos: Gaimirra, (1946); Vila Adormecida, (1948); Sam Jacinto, (1950, 2ª edição, aumentada, 1978); O Aprendiz de Ladrão, (1954; Rosaria, (novela, contém também os contos «Província» e «Segredo», todos extraídos de Gaimirra e Vila Adormecida, 1956); O Amigo das Tempestades, (1958, 3ª edição, revista, 1978); A Visita, (1962); Alentejo É Sangue, (contos e narrativas, 1966); Uma Pinga de Chuva, (contos e narrativas, 1966); Exilado e Outros Contos, (1973). Romance: Suão, (Prémio dos Leitores do Diário de Lisboa, 1960, 6ª edição, revista, 1978); Terra do Nosso Pão, (1964, 2ª edição, refundida, 1975); A Fábrica, (1979). Crónica e reportagem: Terras Velhas Semeadas de Novo, (1976); Alqueva, a Grande Barragem, 81982). Diário: Jornal I, (1987); Jornal II, (1987). Poesia: Esta Terra Que É Nossa, (1952); Canções ao Vento, (1957); Rio Djebe, (1973); Senhor Vento, (inclui Esta Terra Que É Nossa, Canções ao Vento e Rio Djebe, bem como trinta poemas inéditos, 1982); Breve Antologia Poética, (1992).

Em 1991, a Câmara Municipal de Évora atribuiu-lhe a Medalha de Mérito Municipal e, em 1996, homenageou-o pelos seus cinquenta anos de vida literária.

Algumas das suas obras foram traduzidas em várias línguas, nomeadamente, para Checo, Alemão e Italiano.

O seu nome faz parte da Toponímia de Almada (Freguesia da Charneca de Caparica – Praceta e Rua Antunes da Silva), Beja (Praceta Antunes da Silva), Évora (Rua Armando Antunes da Silva*);  Seixal (Freguesia de Amora – Rua Antunes da Silva).

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Volume V, Organizado pelo Instituto Português do Livro e das Bibliotecas; Coordenação de Ilídio Rocha, Publicado por Publicações Europa-América, Edição de Julho de 2000, Pág. 168 e 169)

Fonte: “Candidatos da Oposição à Assembleia Nacional do Estado Novo (1945-1973). Um Dicionário”, (de Mário Matos e Lemos, Luís Reis Torgal, Coordenador, Colecção Parlamento, Edição da Assembleia da República, 1ª Edição, Lisboa, Outubro de 2009, Pág. 264 e 265).

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 483).

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Tavira”

DOMINGOS SALVADOR MENDES, Compositor e professor, nasceu na Fuzeta (Olhão), a 31-08-1930, e faleceu em Faro, a 07-02-1998. Por um erro Médico, quando ainda bebé, aplicaram-lhe, nos dois olhos, gotas de tintura de iodo, em vez de argirol, por essa razão, até aos 9 anos de idade ainda conseguia aperceber-se de alguma luminosidade, permitindo-lhe distinguir o dia da noite.

Em 1939, numa intervenção cirúrgica sem sucesso, perdeu essa ténue capacidade visual. Aos 11 anos de idade entrou para o Instituto Branco Rodrigues, onde aprendeu braile e, em dois anos, fez os quatro anos da Instrução Primária. Matriculou-se, depois, no Conservatório de Música, onde fez o Curso Superior de Piano. Achando que a sua formação intelectual estava incompleta preparou-se para os exames do Curso dos Liceus, que completou em três anos.

Entrou para a Faculdade de Letras de Lisboa, onde se licenciou em Românicas. Antes de conseguir ingresso no ensino fez traduções de francês, língua que dominava na perfeição.

Leccionou em Lisboa, no liceu Passos Manuel, em Setúbal, na Covilhã, em Portimão, durante dez anos, e em Faro, onde terminou o estágio pedagógico que lhe permitiu a efectivação em Tavira.

Na Fuzeta, foi organista na Igreja, orientador do Coro da Telescola e do Coro da Igreja e colaborava nas marchas, musicando os versos do seu amigo, o poeta João de Deus d’Andrade. Em Tavira colaborou com a escola primária nº 2 nas festas «As Flores de Maio», que se realizavam na última ou na penúltima semana de Maio.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Tavira (Praceta Domingos Salvador Mendes).

Fonte: “Quem Foi Quem? 200 Algarvios do Século XX”, (de Glória Maria Marreiros, Edições Colibri, 1ª Edição, Dezembro de 2000,Pág. 319 e 320)

Faleceu ontem Português Pedro Tamen, o Poeta que foi muito mais que um Poeta.

PEDRO Mário Alles TAMEN. Poeta português, nascido em Lisboa, nasceu a 01-12-1934 e faleceu a 29-07-2021. Nos anos 50, fundou e dirigiu o cineclube Centro Cultural de Cinema. Exerceu actividade docente no ensino secundário, tendo sido ainda director da Editora Moraes (1958-1975) e um dos administradores da Fundação Calouste Gulbenkian. Pertenceu à direcção da Associação Portuguesa de Escritores (1973-1975). Tem colaboração dispersa por jornais e revistas, como o Diário de Notícias, a Colóquio/Letras e o Expresso. Foi ainda director-adjunto da Flama. Na sua escrita, esteve inicialmente ligado a tendências experimentalistas. Na sua escrita, há uma exploração das possibilidades sintácticas da linguagem, conseguindo por vezes criar efeitos de surpresa ou de uma peculiar ambiguidade. Ligado inicialmente a uma temática de raiz religiosa, o sentimento amoroso tem tido, na sua obra posterior, um lugar mais destacado.

Estreou-se com »Poemas Para Todos os Dias«, (1956), publicando ainda »O Sangue, a Água e o Vinho«, (1958), »Primeiro Livro da Lapinova«, (1960), »Poemas a Isto«, (1962), »Daniel na Cova dos Leões«, (1970), »Escrito de Memória«, (1973), »Os Quarenta e Dois Sonetos«, (1973), »Horácio e Coriáceo«, (1981, Prémio Dom Dinis da Fundação Casa de Mateus), »Agora Estar«, (1984), »Delfos Opus 12«, (1987), e »Caracóis«, (1993, conjuntamente com Júlio Pomar), entre outras obras. O volume »Tábua das Materias« (recolha de obras datando entre 1956 e 1991), ganhou o Prémio da Crítica e o Grande Prémio de Poesia Inapa. Colaborou com o pintor Manuel Amado na exposição »Um Poeta/Um Pintor«, (1994). Em 1995, publicou »Depois de Ver«, obra centrada sobre a apreciação de objectos artísticos. A sua produção poética foi ainda alvo de uma nova selecção, sob o título »Guião de Caronte«, (1997). Tem, ainda, dedicado parte da sua actividade à tradução.

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. VI, Organizado pelo Instituto Português do Livro e das Bibliotecas, Publicações Europa América, Pág. 303, 304 e 305).

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 504).

“O Centenário”

JOÃO CARVALHO, Autarca, nasceu na Nazaré, a 30-07-1921, e faleceu na Freguesia de Santo André (Santiago do Cacém), a 21-08-2014. João Carvalho distinguiu-se pelo trabalho que desenvolveu ao serviço da causa pública. Ao longo da sua vida exerceu a profissão de Topógrafo e radicou-se em Santo André pouco depois da sua edificação, fixando residência até hoje no Bairro da Atalaia-Norte.

João Carvalho foi Autarca, no Município de Santiago do Cacém, entre 1983 e 1997, tendo desempenhado cargos enquanto Presidente da Junta de Freguesia de Santo André, Vereador na Câmara Municipal de Santiago do Cacém, membro da Assembleia de Freguesia de Santo André e membro da Assembleia Municipal.

Fonte: “Junta de Freguesia de Santo André”

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Tarouca”

Armando de ALMEIDA FERNANDES, Professor e Escritor, nasceu na Freguesia de Britiande (Lamego), a 26-11-1917, e faleceu em Tarouca, a 20-02-2002. Era filho do comendador João de Almeida Fernandes e de Aurora da Conceição Rodrigues. Professor, Escritor e Investigador, Armando de Almeida Fernandes dedicou-se especialmente a estudos de história medieval portuguesa de âmbito local. Depois de concluir a Instrução Primária na sua terra natal, frequentou o Curso Liceal no Colégio de Lamego e nos Liceus José Falcão e D. João III, em Coimbra. Inclinado inicialmente para o estudo as ciências exactas, fez os preparatórios na Faculdade de Ciências do Porto, onde ingressou no Curso de Engenharia Civil. Interrompido o Curso a que se destinava, matriculou-se na Escola do Magistério do Porto, vindo a diplomar-se em 1947. No mesmo ano, é Professor Primário em Castro Daire e, a partir de 1950, passa a integrar o quadro geral, exercendo a docência primária em Riba de Âncora, primeiro, e na Meadela (Viana do Castelo) depois, onde fixou residência. Na Escola do Magistério Primário de Viana do Castelo, foi Professor de Didáctica Especial e de Legislação e Administração Escolares e no Liceu Nacional da mesma cidade leccionou Geografia, ciência em que veio a licenciar-se na Universidade de Lisboa. Almeida Fernandes é autor de diversos trabalhos no âmbito da investigação histórica, notabilizando-se sobretudo como medievalista, sendo também de realçar os estudos publicados no domínio da Toponímia, possuindo diversa colaboração dispersa por vários jornais e revistas, como O Comércio do Porto, Voz de Lamego, Beira-Douro (Lamego), Acção Católica (Braga), Douro-Litoral, Beira Alta, Cadernos Vianenses, Roteiro de Viana, Arquivo do Alto Minho, Caminiana e O Tripeiro. É também colaborador da Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. Paralelamente à sua paixão pela história, a música, de que era um profundo conhecedor, a poesia e a ficção em prosa, sobretudo o romance histórico, foram outros dos interesses que cultivou.

Obras principais: Dom Egas Moniz de Ribadouro, (1946); Céu Amargo, (poesia, 1957); Como Nasceu Viana, (1959); Ponte de Lima na Alta Idade Média, (1960); Acção das Linhagens no Repovoamento, (1960); As Origens das Igrejas da Diocese Lamecense, (1963); Do Porto Veio Portugal, (1965); Arouca na Idade Média Pré-Nacional, (1965); Notas às Origens Portugalenses, (1968); Paróquias Suevas e Dioceses Visigóticas, (1968); Esparsos de História: Documentos Inéditos, (1970); A Honra de Gouviães e Sua Estirpe, (1971); Território e Política Portugalenses, (1972); Política no Período Vimaranense, (1972); Acção dos Cistercienses de Tarouca: As Granjas, (1976); Amantes e Odientos, (romance histórico, 1977); O Último Trovador, (romance, 1977); Adosinda e Ximeno, (1982); Considerações acerca de Santa Iria, (1985); Os Primeiros Documentos de Salzeda, (1985); A História de Lalim: Homenagem de Lalim ao Conde D. Pedro, (1990); Tarouca na História de Portugal, (1990); Faria e Não Feira: 1127-1128, (história e crítica, 1991); Viseu: Agosto de 1109: Nasce D. Afonso Henriques, (1993); A «Arquimanha» Feirense de José Mattoso & Cª Ldª, (crítica e polémica, 1994); Meadela Histórica, (1994).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Tarouca (Rua Doutor Almeida Fernandes); Viana do Castelo (Rua Armando Almeida Fernandes).

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. IV, Publicações Europa América)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Tabuaço”

JOSÉ AUGUSTO COELHO, Professor e Pedagogo, nasceu em Sendim (Tabuaço), a 02-01-1850, e faleceu no Porto, a 18-06-1925. Os seus estudos decorreram em Sendim, até aos 15 anos, ocasião em que ingressou no Seminário de Lamego com o intuito de prosseguir uma carreira eclesiástica. Inscreveu-se no Curso de Teologia, em Outubro de 1867, mas desistiu, passado pouco tempo, logo após a conclusão do 2º ano.

Por essa altura, inicia, com a ajuda de um amigo, a sua actividade como professor do ensino particular, nos colégios de Nossa Senhora da Glória e de São Lázaro, no Porto, onde leccionou as disciplinas de Filosofia e de História.

Em 1875, matriculou-se na Universidade de Coimbra, na Faculdade de Teologia, mas não completou o curso. Regressou ao Porto e, dedicou-se de novo, ao ensino particular e entra, como redactor político, para os quadros do jornal Actualidade.

José Augusto Coelho foi membro fundador, em 1880, da Sociedade de Geografia Comercial do Porto (mais tarde Ateneu Comercial), conjuntamente com Oliveira Martins e Emídio de Oliveira. Pela reputação que goza, relativamente às suas qualidades como pedagogo, é convidado em 1882 para ser professor na recém-instalada Escola Normal do Porto.

A seu cargo fica a regência da cadeira de Físico-Químicas, sendo-lhe confiada, mais tarde, a responsabilidade da cadeira de Pedagogia. Assegura, igualmente, colaboração na Revista Pedagógica, dirigida por alunos da Escola Normal do Porto, e em O Ginasta, também publicada no Porto. Em 1894, solicita a transferência para Lisboa, a fim de acompanhar os estudos do seu único filho, Arnaldo Coelho de Magalhães, admitido num curso da Escola Naval. Nesse mesmo ano ingressa na Escola Normal de Lisboa, onde exerceu as funções de director interino para o sexo masculino e, pouco depois, assuniu a direcção da Escola Nornal para o sexo feminino de Lisboa, cargo que desempenhou entre 1903 e 1910.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Tabuaço (Rua José Augusto Coelho)

Fonte: “Município de Tabuaço”

“O Centenário”

ERNESTO Nogueira OLIVEIRA, Desportista, natural de Lisboa, nasceu a 28-07-1921 e faleceu a 24-02-2016. Futebolista, jogou como Guarda-Redes. A sua estreia pelo Atlético ocorreu a 12 de Maio de 1946, em jogo a contar para a 20ª Jornada do Campeonato Nacional da 1ª Divisão, num empate a uma bola contra a União Desportiva Oliveirense.

Não foi apenas no Atlético que Ernesto exibiu as suas qualidades, também na selecção portuguesa o guardião mostrou a sua classe. Estreou-se no Estádio do Jamor, contra a poderosa Inglaterra de Alf Ramsey. Portugal perdeu por 3-5, e Ernesto fez a sua primeira internacionalização. Seguir-se-iam mais cinco.

Este senhor, que jogava a guarda-redes, era conhecido pelos seus instintos felinos e agilidade, que tantas vezes salvaram a sua equipa. De 1945/46 a 1955/56 defendeu as redes da Tapadinha, onde efectuou 133 jogos a contar para o Campeonato Nacional da 1ª Divisão, onde alcançou um terceiro lugar em 1949/50 e duas finais da Taça de Portugal (1946 e 1949).

Representou a Selecção Nacional na época de 1950/1951, em seis jogos. Ernesto Oliveira, jogou também no Atlético Clube de Portugal, onde também foi Basquetebolista.

Fonte: “Atlético Clube de Portugal”

Fonte: “Abarca – Jornal Regional”

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Tábua”

José CAEIRO DA MATA, Professor e Político, nasceu na Freguesia do Vimieiro (Arraiolos). A 06-01-1877, e faleceu em Lisboa, a 03-01-1963. Era filho de Francisco José da Mata e de Maria da Conceição Gomes Caeiro da Mata, proprietários e comerciantes em Arraiolos. Casou com Maria da Glória Freire Caeiro da Mata, de cuja união resultou o primogénito Basílio Freire Caeiro da Mata.

Licencia-se em Direito na Universidade de Coimbra e aí lecciona entre 1907 e 1919. Ainda enquanto estudante publica em Coimbra alguns estudos de natureza académica, que prosseguirá naturalmente enquanto Professor, entre os quais se destacam: Direito Civil Português. Parte Geral, (1910); Direito Comercial Português, (1912); Direito Criminal Português, 2 volumes, 1912) e História do Direito Português, (1912).

Durante este período é eleito Deputado aos 25 anos de idade na penúltima Legislatura da Câmara dos Deputados da Monarquia (1908-1910), passando, segundo a sua biografia oficial, pela Comissão Interparlamentar de Colonização em 1908.

Já sob o regime republicano, participa em 1916 numa Comissão preparatória da reforma dos Cursos de Direito, noutra de reforma penal e prisional (1912 e 1920) e é consultor jurídico da Administração do Porto de Lisboa entre 1920 e 1922.

Desde 1910 que é Vogal do Conselho Superior de Instrução Pública, a cuja presidência ascende com a ditadura, em 1926, conservando-a até 1936.

De sensibilidade monárquica, maçon, o seu «gosto apaixonado pelo poder» poderá explicar que não partilhe as mesmas militâncias abertamente anti-republicanas dos membros do CADC ou de colegas monárquicos, entre os quais os quatro Professores de Direito de Coimbra, incluídos Salazar e Carneiro Pacheco, sujeitos a um inquérito do governo republicano em 1919, com os quais não deixa de se solidarizar. No mesmo ano transita para a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, onde leccionará Direito Internacional Privado, Estatística, Finanças e História do Direito Português.

Curiosamente, é o regresso dos democráticos ao governo, em 1922, que proporciona os seus primeiros desempenhos como representante internacional de Portugal numa Conferência Internacional sobre as dívidas russas e numa sessão do Tribunal Permanente de Justiça Internacional da Haia, além de assumir um posto na administração do Banco de Portugal.

Três anos após o golpe militar do 28 de Maio retoma a actividade de representação internacional de Portugal, que só terminará praticamente em 1953, atravessando assim um período muito intenso da vida política internacional deste Século.

Até 1933, ao mesmo tempo que é Juiz suplente do Tribunal Permanente de Justiça Internacional da Haia (1931-1945), suceder-se-ão as conferências, sobretudo em Genebra e na Haia, a que é enviado. Simultaneamente, acumula funções na Comissão de Direito Público Marítimo (1928), na Comissão Permanente de Direito Público Internacional (1930-1953) ou até no Conselho Superior de Estatística (1930).

Ao seu percurso académico acrescenta a Reitoria da Universidade de Lisboa entre 1929 e 1946. Salazar, para cuja ascensão académica contribuíra, fazendo parte de todos os Júris que avaliaram cada uma das respectivas etapas,, chama-o em 1933 para o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), ao reformar o seu primeiro governo após a aprovação do texto constitucional fundador do «Estado Novo», aí se mantendo dois anos (até Março de 1935), durante os quais se destaca a sua presença na Conferência Monetária e Económica que se reúne no Verão de 1933 em Londres e a sua participação nas sessões do Conselho da Sociedade das Nações (SDN) em Setembro de 1934 para se opor à entrada da União Soviética no organismo sediado em Genebra e em Abril de 1935 para defender os esforços para a reentrada da Alemanha nazi.

No final de 1938 ingressa pela primeira vez na Câmara Corporativa, representando na Secção de Ciências e Letras as Universidades, uma vez que era Reitor da de Lisboa. Nessa Legislatura é nomeado Vogal do Conselho da Presidência e em Dezembro de 1940 substitui Júlio Dantas na assessoria da Secção de Belas-Artes.

Só em Junho de 1941 retomará Caeiro da Mata algum protagonismo na política externa portuguesa. Com a morte do anterior titular, Salazar chama-o para a condução da Legação Portuguesa em Vichy, cargo que desempenhará até ao final do regime pétainista, ou seja, a libertação de Paris, em Agosto de 1944.

Durante o seu mandato no Ministério da Educação Nacional abandona definitivamente a Reitoria da Universidade de Lisboa (1946), mas assume, até à sua morte, a presidência da Academia Portuguesa de História (1945-1963).

Deu vasta colaboração a diversas publicações e, em especial, à Revista da Universidade de Coimbra e à Revista de Legislação e de Jurisprudência.

Era detentor de inúmeras condecorações portuguesas e estrangeiras.

Obras principais: “Condição Legal das Ordens e Congregações Religiosas em Portugal, desde 1834”, em 1903, “História do Direito Português”, em 1912, “Colecção de Textos de Direito Penínsular”, em 1912, e “A Comunidade Luso-Brasileira”, em 1955.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Arraiolos (Freguesia do Vimieiro), Tábua (Rua Professor Doutor Caeiro da Mata).

Fonte: “Dicionário Biográfico Parlamentar, 1935-1974, (Volume II de M-Z), Direcção de Manuel Braga da Cruz e António Costa Pinto, Colecção Parlamento, Pág. 78, 79, 80, 81 e 82).

Fonte: “Dicionário Biográfico Parlamentar, 1834-1910”, (Vol II, de D-M, Coordenação de Maria Filomena Mónica, Colecção Parlamento” (Pág. 796, 797, 798 e 799)”

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 347 e 348).

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Sousel”

António Bento PAIS de Andorinho FALCATO, Militar, nasceu na Freguesia do Cano (Sousel) e faleceu, em combate, na Batalha de La Liz (França), a 09-04-1918. Capitão do Exército, pertencia ao 4º Grupo de Metralhadoras, do Estado Maior de Infantaria. Ficou sepultado no Cemitério de Richebour l’Avoué, Talhão D, Fila 14, Coval 18.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Sousel (Freguesia do Cano – Rua Capitão Pais Falcato).

Fonte: “AHM – Arquivo de História Militar”