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“Quem Foi Quem na Toponímia do Município da Sertã”

 

câmara municipal de sertãJosé Guilherme de PARADA e Silva LEITÃO, Professor e Militar,  nasceu na Freguesia de Cernache do Bonjardim (Sertã), a 09-06-1809, e faleceu no Porto, a 14-041880. Era filho do Capitão José da Silva Leitão e de D. Francisca Rita de Parada e Silva Leitão.

Estudou no Seminário das Missões de Cernache, depois no Convento de São Vicente de Fora e, aos 12 anos, no Colégio Militar. Como aluno da Faculdade de Matemática da Universidade de Coimbra liga-se aos grupos liberais, aos quais dá a sua contribuição como militar na Guerra Civil e, mais tarde, nas campanhas militares da Junta do Porto.

Combateu na Guerra Civil e nas campanhas da Junta do Porto. Esteve exilado na Galiza, em Plymouth, em Ostende e nos Açores. Foi um dos “Bravos do Mindelo”, vivendo o Cerco do Porto (1832-1833).

Professor da Academia Politécnica do Porto, é Lente da 8ª cadeira (Física Teórica e Experimental) entre 1837 e 1875. Participou activamente na construção social e política da Regeneração, quer enquanto técnico, quer enquanto agente educativo. Foi Director Interino, de 1853 a 1863, do Instituto Industrial do Porto, a Escola Estatal que substituiu a Escola Industrial Portuense, da qual foi um dos criadores. Parada Leitão foi, juntamente com Vitorino Damásio, um dos edificadores do Ensino Industrial da Regeneração, tendo sempre como referência a ideia que a expansão da Instrução, Primária e Profissional, trará benefícios económicos, sociais e políticos para a nação.

A sua produção pedagógica traduz este princípio de ligação entre o desenvolvimento educativo e económico, ao mesmo tempo que considerava a educação um dos principais factores de “felicidade”.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Porto (Freguesia da Vitória – Praça Parada Leitão); Sertã (Freguesia de Cernache do Bonjardim – Rua Doutor Parada Leitão)

Fonte: “Universidade do Porto – Antigos Estudantes Ilustres da Universidade do Porto”

Recordamos hoje Armando Cortesão, Professor e Historiador, no dia em que passa mais um aniversário do seu nascimento.

 

armando cortesãoARMANDO Frederico Zuzarte CORTESÃO, Professor e Historiador, nasceu na Freguesia de São João do Campo (Coimbra), a 31-01-1891, e faleceu em Lisboa, a 29-01-1977. Engenheiro Agrónomo, Historiador e Cartógrafo notável, cultivou, também, apaixonadamente, o desporto, conseguindo em Atletismo o título de campeão nacional dos 800 metros, em 1912, e dos 100 metros, em 1913, para além de ter sido classificado para as meias-finais dos 800 metros nos Jogos Olímpicos de Estocolmo, em 1912. Era filho do Filólogo, António Augusto Cortesão e irmão do Poeta e Historiador Jaime Cortesão.

Professor da Universidade de Coimbra, que lhe conferiu o grau de Doutor Honoris Causa, grau com que foi também agraciado por várias Universidades estrangeiras. Trabalhou com Gago Coutinho em S. Tomé e Príncipe, na Missão Geodésica, em 1914; em 1919 ingressou no Ministério das Colónias, aí desenvolvendo importante actividade, tendo sido, em 1924, nomeado Agente-Geral das Colónias. Membro do Instituto Colonial Internacional, foi Secretário-Geral de Portugal na Exposição Internacional de Antuérpia, em 1928.

Manifestando divergências em relação à política do regime de então, viu-se obrigado a deixar o País, através de fuga espectacular, passando o Rio Minho a nado, para Espanha, após derrubar o funcionário da fronteira, por ter sido alvo de perseguições, e viveu em Londres de 1935 a 1946.

Aí vocacionou a sua actividade de cientista para a investigação no campo da história da cartografia, da qual se tornou um dos mais eminentes especialistas mundiais. A sua obra de vulto, Portugaliae Monumenta Cartographica, realizada de colaboração com o Comandante Teixeira da Mota, é única no género e de mérito internacionalmente reconhecido.

Representou Portugal em vários congressos e conferências internacionais, e colaborou em revistas nacionais e estrangeiras, tais como a Seara Nova, The Geographical Review, The Contemporary Review, The Geographical Journal e The Connoisseur. Colaborou ainda na História da Expansão dos Portugueses no Mundo (1937-1940). Era sócio efectivo da Academia Internacional de Cultura Portuguesa e da Academia das Ciências de Lisboa, e foi distinguido com as medalhas de ouro da Royal Geographical Society, de Londres.

Obras principais: A Teoria da Mutação e Melhoramento das Plantas, (1913); O Problema Colonial Português, (1925); Realidades e Devaneios Africanos, (1926); Subsídios para a História de Cabo Verde e Guiné, (1931); Os Homens Cartógrafos Portugueses do Século XVI, (1932); Cartografia e Cartógrafos Portugueses dos Séculos XV e XVI, (dois volumes, 1935); Carta das Novas Que Vieram a El-Rei Nosso Senhor do Descobrimento do Preste João, (1938); The Suma Oriental of Thome Pires and the Book of Francisco Rodrigues, (dois volumes, 1944); The Nautical Chart of 1424, (1954); Cartografia Portuguesa Antiga, (1960); Portugaliae Monumenta Cartographica, (6 volumes, 1960-1962); Cartografia Portuguesa e a Geografia de Ptolomeu, (1964).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Almada; Coimbra (Freguesia de São João do Campo – Rua Doutor Armando Cortesão).

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. III, Organizado pelo Instituto da Biblioteca Nacional e do Livro, Coordenação de Eugénio Lisboa, Publicações Europa América, Edição de 1990, Pág. 424 e 425)

Fonte: “Dicionário do 25 de Abril”; (Verde Fauna, Rubra Flor, de John Andrade, Editora Nova Arrancada, Sociedade Editora, S.A.. 1ª Edição, Setembro de 2002, Pág. 96 e 97).

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 164).

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Serpa”

 

câmara municipal de serpaANTÓNIO CARLOS CALISTO, Jornalista e Político, nasceu em Serpa, a 03-03-1863, e faleceu em Lisboa, a 21-06-1913. Filho de António Carlos Calisto e de Ana Maria das Dores Calisto. Foi fundador e primeiro Secretário-Geral do Automóvel Club de Portugal (A.C.P). Foi uma figura política de relevo e conhecido Jornalista, para além de ter sido um dos principais impulsionadores do automobilismo nacional.

Jornalista e propagandista da ideologia republicana, foi redactor de O Século, Vanguarda, Paiz, Lanterna, Debate, Marselheza, Pátria e A Lucta. Dirigiu também a Revista Republicana.

Na administração pública, exerceu o cargo de Chefe de Repartição da Secretaria da Assembleia Nacional Constituinte.

Pertenceu à direcção do Centro Fraternidade Republicana. Colaborador de Brito Camacho, foi seu Chefe de Gabinete quando este ocupou a pasta do Fomento (1910-1911), sendo eleito Deputado à Assembleia Constituinte pelo círculo de Beja.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Lisboa (Freguesia de São Francisco Xavier – Rua Carlos Calisto); Serpa (Rua António Carlos Calisto).

Fonte: “Parlamentares e Ministros da 1ª República” (1910-1926); (Coordenação de A. H. Oliveira Marques, Colecção Parlamento; Edições Afrontamento, Pág. 138)

Recordamos hoje, o Médico e Autarca, Artur Vaz, no dia em passam 100 anos do seu nascimento.

 

artur vazARTUR Guilherme Trigo VAZ, Médico e Autarca, nasceu em Moncorvo , a 30-01-1919, e faleceu em Vila Flor, a 07-11-2002. Vila Flor recebeu-o, já com quatro anos de idade, acompanhando seus pais que aqui se estabelecem profissionalmente. Médico pela Escola Médica do Porto, onde terminou o curso em Julho de 1944. A Câmara, em sua sessão de 08-05-1988, deliberou prestar, por unanimidade, justa homenagem àquele distinto Médico.

Além de desempenhar a sua missão com muito empenho, tem exercido diversos cargos públicos nesta Vila, destacando-se o de Presidente da Câmara, desde Setembro de 1970 a Junho de 1974. Vereador da Câmara, nos quadriénios de 1951-1954 e 1964-1967.

Director da Enfermaria-Abrigo de Assistência aos Tuberculosos, Director Clínico do Hospital, Professor do Colégio de Santa Luzia, Provedor da Santa Casa da Misericórdia, Presidente do Sport Clube de Vila Flor. Publicou: Conferência, 1963 e, O Passado e o Presente, 1949.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Vila Flor (Rua Doutor Artur Vaz)

Fonte: “Médicos Nossos Conhecidos, de Ana Barradas e Manuela Soares, Editor: Mendifar, 2001, Pág. 156”

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Sernancelhe”

 

câmara municipal de sernancelheMIGUEL AUGUSTO de Almeida, Militar, natural da Freguesia de Ferreirim (Sernancelhe), nasceu a 03-04-1894 e faleceu em 1969. Filho de Alípio Augusto e de Casimira Joaquina. Desde muito novo evidenciou curiosidade e desejo de saber mais. Com 12 anos de idade partiu para o Porto, onde trabalhou no comércio até aos 18 anos.

Assentou praça como soldado raso, no Quartel de Sapadores Caminhos-de-Ferro, em Lisboa, corria o ano de 1912. Na capital, onde viveu esses anos da juventude, tornou-se um autodidacta, apresentando-se a exames no Colégio Militar. Foi, desta forma, sendo a promovido, no âmbito do quadro, tendo atingido o posto de Major, onde passaria à reserva na Direcção da Arma de Engenharia, já na década de cinquenta. Além de Lisboa, esteve no Entroncamento e em Évora.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Sernancelhe (Freguesia de Ferreirim – Avenida Major Miguel Augusto)

Recordamos hoje José Luís de Pina, Bombeiro e professor, no dia em que passa mais um aniversário do seu nascimento.

 

josé luís de pinaJOSÉ LUÍS DE PINA, Bombeiro e Professor, natural da Freguesia de S. Paio (Guimarães), nasceu a 29-01-1874 e faleceu a 29-12-1960. Era filho de Luís de Pina e de Eugénia Maria. Foi Arqueólogo, Professor de Desenho e era dotado e grandes qualidades artísticas. Frequentou o Liceu de Guimarães e Escola Industrial Francisco de Holanda, assim como, no Porto, a Academia Politécnica onde tirou as cadeiras de Geometria Descritiva e Desenho.

Em 1896, José Luís de Pina foi nomeado Professor interino da disciplina de Desenho no Liceu de Guimarães. Em 1901, passou a Professor efectivo no Liceu de Vila Real. No ano seguinte, conseguiu a transferência para o Liceu de Guimarães onde foi Reitor de 1910 a 1929. Jubilou-se a seu pedido em 1942, sendo-lhe prestada grandiosa homenagem pelos seus antigos alunos.

Durante muitos anos, pertenceu à Direcção da Sociedade Martins Sarmento, dirigindo o Museu Arqueológico e as estações da Citânia de Briteiros e de Sabroso. Estudou o castro da Penha. Foi Vereador da Câmara Municipal de Guimarães e lutou sempre pela restauração do vetusto castelo e edifício dos Paços dos Duques de Bragança. Foi membro da Comissão de Turismo e da sua profícua acção resultaram os melhoramentos verificados na estância da Penha onde se encontra num dos rochedos o monumento aos aviadores Gago Coutinho e Sacadura Cabral, obra sua. Foi o criador das figuras articuladas da Marcha Luminosa das Festas Gualterianas e um dos fundadores destas manifestações culturais.

Alistado em 1891 nos Bombeiros Voluntários de Guimarães, José Luís de Pina foi 2º Comandante em 1910; e 1º Comandante em 1933, passando a Comandante Honorário em 1948, assim como Inspector do Concelho.

Em vida, recebeu as seguintes condecorações: Cavaleiro da Ordem de Benemerência, Medalha de Bons e efectivos serviços, Medalha de Socorros a Náufragos, Medalha de Ouro de 50 anos de relevantes serviços, Medalha de Ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses, Santa Casa da Misericórdia. É cidadão de Ponte de Lima. A Câmara Municipal de Guimarães pelos altos serviços prestados à sua Terra conferiu-lhe em 1948 a Medalha de Ouro da Cidade, assim como o descerramento de um busto em bronze na Penha, no ano de 1963.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Guimarães (Largo, Rua e Travessa Comandante José Luís de Pina)

Fonte: “AAELG – Associação dos Antigos Estudantes do Liceu de Guimarães – Velhos Nicolinos”

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município do Seixal”

 

câmara municipal de seixalCÂNDIDO Coelho TAVARES,  Desportista e Militar, natural do Seixal, nasceu a 30-12-1911 e faleceu a 18-06-1997. Casapiano e 1º Sargento do Exército Português. Na sua actividade desportiva, participou como Atleta, como Árbitro e como Treinador.

Como Jogador de Basquetebol, representou o Lusitano de Évora, na época de 1931/1932.

Como Jogador de Futebol, na posição de Guarda-Redes, representou o Casa-Pia Atlético Clube, na época de 1931, 1934/1935 e, 1938/1939; o Lusitano de Évora, nas épocas de 1932 a 1934; Sport Lisboa e Benfica, nas épocas de 1934 a 1937; o Clube União Sportiva (São Miguel – Açores), na época de 1941/1942.

Como Treinador e Preparador Físico, representou o Sport Lisboa e Benfica, em 1952, como Treinador Adjunto e como Treinador Principal, tendo, nesta função, ganho uma Taça de Portugal ao Sporting e logo por 5-4; Vitória Sport Clube de Guimarães, na época de 1953/1954; no Lusitano Ginásio Clube, na época de 1954/1955; Federação Portuguesa de Futebol, na época de 1954/1956; Sport Clube União Torriense, na época de 1956; Grupo Desportivo da Companhia União Fabril, na época de 1957/1958.

Também deu a sua colaboração a alguns jornais, nomeadamente ao Diário Popular, na época de 1947/1948.

Enquanto Militar praticou Esgrima, com licença de Praticante Internacional Amador, emitida em Setembro de 1920, pela Fédération Internationale d’Escrime, sedeada na Bélgica e, como Árbitro no Campeonato Militar de Futebol de 1965, tendo dirigido 6 jogos.

Foi louvado pelo Comando Militar, na Ordem de Serviço 274, de 17 de Dezembro de 1965, pode lêr-se o seguinte: “Que, louva o primeiro-sargento do QSSGE (Quadro Sargentos Serviço Geral Exército), CÂNDIDO COELHO TAVARES, desempenhando há cerca de dois anos as funções de Amanuense da 1ª Repartição deste Comando Territorial Independente, especialmente na fase incipiente na sua organização e particularmente nos serviços do RDM (Regulamento de Disciplina Militar) adstrito, suportou sempre um trabalho intenso, havendo-se com excepcional aprumo militar, ponderação, zelo, honestidade e prontidão nos múltiplos serviços de que tem sido encarregado. Muito ordenado nos serviços a seu cargo, manifestou constantemente no contacto cotidiano com os assuntos do pessoal, apurado espírito de justiça, isenção, especial cuidado e humanidade no processo de normalização da situação militar, muitas vezes bastante confusa, não só dos nativos como dos oriundos de outras Províncias, a todos atendendo com o melhor interesse e orientando do modo mais conveniente. O seu empenho de bem cumprir, o seu porte disciplinado, franco e leal, a sua correcção de maneiras e de trato, completam em si um conjunto de qualidades que o impuzeram á estima geral e o tornam exemplo a apontar a todos os seus camaradas e inferiores”.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Seixal (Rua Cândido Tavares).

Fonte: “Alberto Hélder.Blogspot.pt” (Cândido Tavares, Um Bom Homem, Um Bom Desportista)

Recordamos hoje Álvaro Fernandes,Capitão de Abril, no dia em que faria 76 anos de idade.

 

àlvaro fernandesÁLVARO Henrique FERNANDES, Militar,  nasceu em Luanda (Angola), a 28-01-1943, e faleceu em Lisboa, a 07-05-2018. Era filho de Álvaro Fernandes e de Ana Rosário Dias. Ambos naturais de Angola. Em Luanda concluiu os Estudos Secundários no Liceu Salvador Correia. Aí foi Director do jornal O Estudante no qual publicou alguns escritos. Integrou a colectânea “Força Nova-Antologia de Novos Poetas Angolanos”, editada em 1960.

Aos 17 anos de idade veio para Portugal, ingressando no Instituto Superior Técnico. Em Lisboa, frequentou a “Casa dos Estudantes do Império”, envolvendo-se na contestação ao regime, no quadro da crise académica de 1962.

Foi preso e impedido de se matricular, facto que motivou a sua mudança para Coimbra, Cidade onde frequentou a Faculdade de Ciências. Nesta época conheceu Isabel do Carmo, futura dirigente do PRP – Partido Revolucionário do Proletariado, conhecimento que não será alheio a sua aproximação a esta corrente política no “Verão Quente” de 1975.

Ingressou no Exército em Janeiro de 1964. De 1965 a 1968 fez comissões de serviço em Moçambique e em Angola de 1970 a 1972.

Aderiu ao Movimento dos Capitães em Julho de 1973, quando frequentava um curso no Instituto de Altos Estudos Militares.

Integrado no Movimento das Forças Armadas, participou nas operações militares que ditaram o derrube do regime.

No dia 25 de Abril de 1974, foram-lhe atribuídas as funções de ligação entre o posto de comando do MFA, na Pontinha e as diversas unidades operacionais que actuavam em Lisboa. No quadro dessa missão, foi responsável pelo desalojamento do esquadrão de cavalaria blindada que guardava as antenas da Televisão, em Monsanto.

No COPCON, criado em Junho de 1974, desempenhou as funções de oficial de informação política e de oficial de segurança.

Foi coautor do chamado Documento do COPCON subscrito por Oficiais próximos da esquerda radical.

Participou no processo de constituição da Frente de Unidade Revolucionária (FUR), projecto frentista que chegou a integrar o PCP e a maioria dos partidos de extrema esquerda.

Numa conferência de imprensa, a 24 de Setembro, a comissão organizadora do Congresso Nacional das Comissões de Trabalhadores anuncia que um dos temas a serem discutidos neste congresso será “o armamento da classe operária”. O desvio de mil armas G3 DO Depósito Geral de Material de Guerra de Beirolas, ocorrido em 11 de Setembro de 1975, precede em poucos dias o congresso referido, hegemonizado pela esquerda revolucionária.

No dua 25 de Novembro, com a derrota do COPCON e dos partidos da esquerda radical, 0 Capitão Fernandes é obrigado a fugir do País, passando por Inglaterra, Argélia, França e Espanha.

Consegue obter o estatuto de refugiado político das Nações Unidas, nos termos da Convenção de Genebra, de 1951.

Regressa a Portugal em Setembro de 1978. É encarcerado no Forte da Trafaria e depois em Caxias numa cela ao lado do ex-chefe da PIDE Silva Pais.

Libertado em 1979 e expulso do Exército. Após a saída da prisão travará uma longa e dura batalha jurídica mão só pela reintegração mas também pela actualização das promoções a que teria direito, caso a expulsão não se tivesse concretizado. É reintegrado no activo em 1982, com a patente de Tenente-Coronel.

Fonte: “Dicionário de História de Portugal O 25 de Abril”, (Volume 4, Coordenação de António Reis, Maria Inácia Rezola e Paula Borges Santos, Editado por Livraria Figueirinhas, 1ª Edição, 2016, Pág. 53 e 54)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Seia”

 

câmara municipal de seiaANTÓNIO FERNANDES CAMELO, Industrial, , natural da Freguesia de São Romão (Seia), nasceu a 28-08-1881 e faleceu a 10-08-1971. Era filho de Manuel Francisco Camelo, Industrial de Lanifícios, e de D. Teresa Luís de Brito, natural de Alvoco da Serra.

Dedicou toda a sua vida à Indústria de Lanifícios, actividade desenvolvida em São Romão desde o 3º quartel do Século XIX (entre 1850 e 1855), quando Manuel Camelo, seu avô paterno, construiu as primeiras instalações fabris com o auxílio financeiro de sua esposa, D. Ana de Gouveia.

Integrou a 4ª Direcção do Asilo de Nossa Senhora do Socorro (Folhadosa) de 14 de Maio de 1931 a 26 de Agosto de 1937 no cargo de Vice-Provedor, sendo Provedor o Dr. Albino Cabral Saldanha, de Torroselo.

Além de Industrial, dedicou-se também à política local, tendo desempenhado o cargo de Presidente da Câmara Municipal de Seia durante mais de um mandato.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Seia (Freguesia de São Romão – Praceta António Fernandes Camelo)

Fonte: “Personalidades e Figuras Típicas da Vila de São Romão – Serra da Estrela” (de Carlos Manuel Ribeiro da Silva Dobreira, 1993, Pág. 129, 130, 131, 132, 133 e 134)

Faleceu no passado dia 14 do corrente, Fonseca Ferreira, um grande democrata a quem o País muito deve, aqui fica a nossa homenagem

 

 

fonseca ferreiraAntónio FONSECA FERREIRA, Engenheiro e Político, nasceu em Trancoso, a 20-08-1943, e faleceu em Lisboa, a 14-01-2019. Foi dirigente do Partido Socialista, Vereador da Câmara de Lisboa e Presidente da Comissão de Coordenação de Lisboa e Vale do Tejo. António Fonseca Ferreira foi figura política destacada no País e na Região de Lisboa e Vale do Tejo enquanto Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT), onde esteve durante quase 11 anos, entre 1998 e 2008.

Licenciado em Engenharia Civil pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto em 1969. Era Doctorat du 3ème Cycle na École Pratique des Hautes Études, da Sorbonne, Paris, 1973-1974. Professor Associado Convidado na Universidade Atlântica (UATLA), 1997-2013; professor Auxiliar Convidado no Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), de 1976 a 1996.

António Fonseca Ferreira, foi um dos Estudantes que, com apenas 14 anos de idade, recebeu nas escadarias do Hotel Turismo, o General Humberto Delgado estendendo a capa que o levou a militar nas Associações de Estudantes de Coimbra e da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

Fonseca Ferreira iniciou a sua carreira no Laboratório Nacional de Engenharia Civil, tendo seguido, depois, para o Fundo de Fomento da Habitação, onde foi Director de Serviços, e mais tarde, foi Director Municipal e Assessor do Presidente da Câmara Municipal de Lisboa. Presidiu, durante mais de uma década, à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo e esteve à frente da Empresa Arco Ribeirinho Sul, entre 2010 e 2011. Fez, também, parte desta casa, tendo assumido o papel de Vereador da Câmara Municipal de Palmela pelo Partido Socialista, no mandato 2009-2012.

A cumprir serviço militar em Mafra, e mais tarde, no Lumiar, a actividade política valeu-lhe novo castigo, em 1973, recebendo ordem de cumprimento do serviço militar, em regime disciplinar, em Moçambique. Desertou para França, onde obteve asilo político, regressando a Portugal apenas em Dezembro de 1974.

Em 1969, integrou a CDE [Comissão Democrática Eleitoral] nas eleições para a Assembleia Nacional, dois anos depois, esteve preso em Caxias pela PIDE, e em 1972 foi condenado em Tribunal Plenário a cinco anos de prisão remíveis a dinheiro pela sua actividade política na CDE.

Membro Fundador do GIS – Grupo de Intervenção Socialista, com Jorge Sampaio, João Cravinho, Nunes de Almeida, Joaquim Mestre, etc.

Após sair do GIS fundou o Centro de Estudos Socialistas que viria a participar, entre 1983 e 85, na Frente Republicana Socialista, liderada pelo PS. Esteve com Maria de Lurdes Pintasilgo no Movimento para o Aprofundamento da Democracia, tendo integrado a Comissão Política da candidatura à Presidência da República da antiga primeiro-ministro.

Depois de aderir ao PS, foi membro da Comissão Política, fundador do grupo de reflexão Margem Esquerda e candidato a secretário-geral do partido liderando a moção “PS vivo, Portugal positivo” no Congresso de Matosinhos.

Neste âmbito, Fonseca Ferreira esteve à frente, entre outras tarefas, da coordenação do projecto Usos e Apropriação do Alojamento em Telheiras, do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e Empresa – ISCTE, onde foi Professor convidado de Sociologia Urbana. Do mesmo modo, trabalhou na revisão dos planos regionais de ordenamento do território da Área Metropolitana de Lisboa, do Oeste e Vale do Tejo e participou na equipa que elaborou os primeiros planos directores municipais em Portugal.

Fonseca Ferreira era condecorado como Grande Oficial da Ordem do Infante D, Henrique e com a Chave de Ouro da Cidade das Caldas da Rainha.

O profundo interesse pelas políticas de habitação e a gestão estratégica das cidades está no cerne da sua vasta obra literária e deu o mote, também, para a Revista Sociedade e Território, que fundou em 1985 e dirigiu até 2012,

Publicou várias obras, entre as quais: Gestão Estratégica de Cidades e Regiões (Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 3ª Edição, 2015); Contributos para a Reforma do Estado (em Co-Autoria, CidSenior, Lisboa, 2015); Habitação, Portugal Anos 1950-1980 (Volume I, Principia, Lisboa, 2009); Livro Branco sobre a Política de Habitação em Portuga (ENH, Edições Afrontamento, Porto, 1993); Por uma Nova Política de Habitação (Edições Afrontamento, Porto, 1987); Perfil Social e Estratégias dos Clandestinos – Estudos Sociológico da Habitação na Área Metropolitana de Lisboa (CIES/ISCTE, Lisboa, 1985); Cooperativas de Habitação em Portugal (CDI/FFH, Lisboa, 1979), Política de la Vivienda (Editorial Ayuso, Madrid, 1977, em Co-Autoria); dados para a Caracterização da Indústria da Construção em Portugal (GEPAE/SNA, Lisboa, 1972).

Fonte: “Jornal Público”

Fonte: “Diário da Região Setubalense”

Fonte: “Jornal do Pinhal Novo”