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IRMÃOS NA TOPONÍMIA”

 

Soeiro Pereira GomesJoaquim SOEIRO PEREIRA GOMES, Escritor nasceu na Freguesia de Gestaçô (Baião), a 14-04-1909, e faleceu em Lisboa, a 05-12-1949. Nasceu numa família rural, razoavelmente abastada. Era filha de Alexandre Pereira Gomes e de Celestina Soeiro, ambos agricultores, e era irmã do Matemático Alfredo Pereira Gomes, da Professora Berenice Pereira Gomes,

Não conhece a miséria na sua vida familiar, ao contrário dos que se chega a afirmar, com certeza devido ao impacto causado pela sua obra, sobretudo Esteiros. É o mais velho de seis irmãos. A todos ele foi proporcionada a oportunidade de estudar, com êxito diferente como é natural. Uma das suas irmãs, Alice Gomes, também foi Escritora de reconhecido talento, para além de Professora e Pedagoga. Outro dos seus irmãos foi o Matemático Alfredo Pereira Gomes.

Aos seis anos de idade Soeiro Pereira Gomes vai para casa da madrinha, tia da sua mãe, que vive e trabalha em Espinho. A família pretende que tenha uma educação mais apurada, que não consegue proporcionar-lhe em Gestaçô. Joaquim faz o Ensino Primário e frequenta o Liceu em Espinho.

Concluído o curso de Regente Agrícola em Coimbra, partiu para África em fins de 1930. De regresso a Portugal, fixou-se em Alhandra onde se empregou nos escritórios de uma fábrica de cimento.

Foi um dos pioneiros do neo-realismo português, colaborando no jornal O Diabo. O escritor ter-se-ia assumido como tendencialmente autor de contos e crónicas. Segundo o testemunho do prefaciador das suas obras completas, reunidas num só volume, em 1992, Luís Augusto Costa Dias (responsável igualmente pela organização e pela fixação do texto), Soeiro Pereira Gomes teria tentado publicar um primeiro conto, intitulado «O Capataz», em 1935, no semanário O Diabo, cujo original lhe teria sido devolvido sem publicação, e só entre 1939 e 1941 inicia ali a colaboração, sob os auspícios de Alves Redol. Da sua actividade como romancista, que por fim abraçou, apenas Esteiros (1941) foi publicado em vida, escrito «para os filhos dos homens que nunca foram meninos». Com uma linguagem despojada e expontânea, Soeiro Pereira Gomes ficciona, neste livro desde então paradigmático, os problemas e as lutas reais dos trabalhadores, através de uma história de meia dúzia de miúdos do Telhal Grande, em pleno Ribatejo, cuja idade oscilava entre os 10 e os 12 anos. Considerado um dos melhores livros escritos na década de 1940, em plena II Grande Guerra e concretamente em plena ditadura salazarista, este romance marcou profundamente o seu tempo.

Obras principais: Esteiros, (1941); Refúgio Perdido, (1950); Engrenagem, (1951); Contos Vermelhos, (1951); Contos e Crónicas, (1961).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Alcácer do Sal; Almada (Cidade de Almada e Freguesia da Charneca de Caparica); Amadora, Baião (Freguesias de Baião e Gestaçô); Barreiro (Freguesias de Coina, Lavradio e Santo António da Charneca); Benavente (Freguesia de Samora Correia); Cartaxo (Freguesia de Vila Chã de Ourique); Cascais (Freguesia de São Domingos de Rana); Castro Verde; Espinho; Ferreira do Alentejo; Grândola; Lisboa (Freguesia de Nossa Senhora de Fátima, Edital de 10-10-1977), Loures (Freguesias da Apelação, Bobadela, Camarate, Santa Iria da Azóia, Santo Antão do Tojal, São Julião do Tojal e Unhos), Matosinhos; Mértola; Moita (Freguesias de Alhos Vedros, Baixa da Banheira e Moita); Montemor-o-Novo; Montijo; Odivelas (Freguesias de Caneças, Famões, Póvoa de Santo Adrião e Ramada), Oeiras (Freguesias de Barcarena, Carnaxide e Porto Salvo), Palmela (Freguesia do Pinhal Novo); Ponte de Sôr (Vila de Ponte de Sôr e Freguesia de Foros de Arrão); Porto; Santarém; Santiago do Cacém (Freguesia de Alvalade); Seixal (Freguesias da Amora, Corroios e Fernão Ferro); Sesimbra (Freguesia da Quinta do Conde); Setúbal; Sines; Sintra (Freguesia de Mem Martins), Valongo (Freguesia de Ermesinde); Vila Franca de Xira (Freguesias de Alhandra, Alverca do Ribatejo, Forte da Casa, Póvoa de Santa Iria, São João dos Montes, Sobralinho, Vialonga e Vila Franca de Xira).

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. IV, Publicações Europa América)

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 254).

 

 

Alice Pereira GomesMaria ALICE PEREIRA GOMES, Professora, Escritora e Pedagoga, nasceu na Granjinha (Tabuaço), a 24-08-1910, e faleceu em Lisboa, a 16-10-1983. Era filha de Alexandre Pereira Gomes e de Celestina Soeiro, ambos agricultores, e era irmã do Matemático Alfredo Pereira Gomes, da Professora Benenice Pereira Gomes, e do Escritor Soeiro Pereira Gomes. Fez os Estudos Liceais e o Curso da Escola do Magistério Primário na cidade do Porto. Professora metodóloga no Instituto Normal Primário do Porto, muda-se depois para Lisboa, onde deu aulas no Ensino Infantil e nas Escolas Primárias do Liceu Charles Lepierre.

Promoveu exposições de desenhos e outros trabalhos escolares infantis, escreveu teatro, contos e romances para crianças e traduziu, entre outros livros, O Príncipezinho de Saint-Exupéry.

Colaborou em jornais e revistas com poemas, contos e artigos de teor educativo. Em 1954, organizou e assinou o prefácio da antologia Poesia para a Infância. A partir de 1967, dedicou-se exclusivamente a escrever para crianças.

Pertenceu à Sociedade Portuguesa de Escritores, sócia fundadora da Associação Portuguesa para a Educação pela Arte, em 1957, com Calvet de Magalhães, João Couto, Cecília Menano e Maria Lúcia Namorado.

Em 1973, foi eleita candidata de Portugal ao Prémio Internacional de Literatura Infantil Hans Christian Andersen, sendo, à data da sua morte, Presidente da respectiva Assembleia-Geral.

Alice Pereira Gomes foi uma figura relevante da literatura para a infância, desenvolveu, desde meados dos anos cinquenta, um tipo de escrita inspirado nas mais modernas correntes estrangeiras e sempre atenta à opinião das crianças. Como Escritora, interessa-lhe ajudar a formar o carácter dos seus pequenos leitores, mas deseja também transmitir-lhes prazer da leitura, por isso busca na vida quotidiana das próprias crianças os motivos das suas histórias. Como Professora, fomenta e põe em prática o “método dos projectos” (recolha e apresentação na aula de materiais que facilitem e ilustrem a aprendizagem), bem como experiências de organização de Bibliotecas de permuta, Museus e festas Escolares.

Dinamizadora da educação pela arte, estimula o teatro infantil, os fantoches, o desenho e todas as manifestações de criatividade como formas de tornar o ensino mais atractivo. Como pedagoga, em Alice Gomes, destaca-se o esforço de conciliar e de interligar os papéis de Professora e de autora, a autora encontra no universo escolar, nas aulas e no recreio, alguns dos temas das suas histórias, a Professora ajuda a autora, permitindo-lhe compreender melhor o seu público. Alice Gomes, foi uma das mais activas colaboradoras da Revista Presença, na sua 2ª fase; antifascista (conheceu como seu marido, o escritor Adolfo Casais Monteiro, os calabouços da PIDE).

Obras principais: Teatro para Crianças. A Nau Catrineta. A Lenda das Amendoeiras. A Outra História do Capuchinho Vermelho, (1967); Douro Encantado, (1967); Aprender Sorrindo, (1970); Bichinho Poeta, (1970); Vidrinho de Cheiro, (contos para crianças, 1971); História de uma Menina: Romancinho, (romance em verso, 1971); Barco no Rio, (poema, 1977); A Literatura para a Infância, (ensaio, 1979); Alexandre e os Lobos, (1983).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Almada (Rua Alice Gomes), Cascais (Freguesia de São Domingos de Rana – Rua Alice Gomes); Tabuaço (Rua Alice Pereira Gomes).

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. IV, Publicações Europa América)

Fonte: “Dicionário de Mulheres Célebres, de Américo Lopes de Oliveira, Lello & Irmão Editores, Edição de 1981, Pág. 485 e 486”

 

 

Berenice Pereira GomesBERENICE PEREIRA GOMES, Professora, nasceu em Espinho, a 03-03-1913, e faleceu no Porto, a 21-02-2004. Professora do Ensino Primário. Era filha de Alexandre Pereira Gomes e de Celestina Soeiro Pereira Gomes, irmã de Joaquim, Alice, Alexandre, Jaime e Alfredo Pereira Gomes, nasceu, tal como os últimos quatro, em Espinho, na casa da tia-avó Leopoldina da Costa, que desempenhava o cargo de Chefe dos Telefones e era também parteira naquela localidade.

Oriunda de uma família da média burguesia rural do Concelho de Baião, cresceu e viveu em Gestaçô até 1924, ano em que o pai, proprietário rural de ideias republicanas, “que soube transmitir a todos os filhos amplos ideais de liberdade e democracia” [Giovanni Ricciardi, p. 116], se mudou com os quatro filhos mais novos para o Porto, onde Alice Pereira Gomes (1910-1983) estudava, enquanto Joaquim Soeiro Pereira Gomes (14/04/1909-05/12/1949) frequentava, em Coimbra, o Curso de Engenheiros Agrícolas da Escola Nacional de Agricultura.

Se a intervenção política de Berenice não pode ser equiparada à de Joaquim ou de Alice, em determinado momento a “passionária” da família e activista do Socorro Vermelho Internacional presa em outubro de 1936, juntamente com Adolfo Casais Monteiro [idem], foi, no entanto, uma das centenas de sócias da delegação do Porto da Associação Feminina Portuguesa para a Paz* . Residia então na Rua Francisco Barreto, 35, e estava registada como a sócia n.o 329.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Gondomar (Freguesia de Fânzeres – Rua Berenice Pereira Gomes).

Fonte: “Feminae – Decionário Contemporâneo”, (Direcção de João Esteves e de Zília Osório de Castro; Coordenação de Ilda Soares de Abreu e Maria Emília Stone; Edição da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, Pág. 145)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município da Ribeira Brava”

 

Câmara Municipal de Ribeira BravaJOÃO FARIA PAULINO, Médico, nasceu na Freguesia de Campanário (Ribeira Brava), a 09-02-1915, e faleceu na Ribeira Brava., a 01-08-2001 Por ocasião das celebrações dos 491 anos da criação da Freguesia do Campanário, assinalada na passada segunda-feira, dia 15, o Médico Dr. Jordão Faria Paulino, falecido no início desta década, foi homenageado pela população da freguesia, com o descerrar de um busto que perpetua a memória deste médico que durante muitos anos se dedicou a prestar assistência à população local.

contando ainda com a presença das autoridades locais e municipais, assim como de algumas dezenas de populares, foi evocada a memória deste Médico que marcou de forma incontornável a “história” de algumas das gerações de filhos da freguesia, sobretudo ao longo da segunda metade do século passado.

Na Freguesia de Campanário existe um Busto em homenagem ao Médico Jordão Faria Paulino.

O seu nome faz parte da toponímia de: Ribeira Brava (Freguesia de Serra de Água – Rua Doutor Jordão Faria Paulino.

Fonte: Junta de Freguesia de Campanário”

“DESAMBIGUAÇÃO TOPONÍMIA”

 

Quem, como eu, tentar andar atento à Toponímia, depara-se, por vezes, com Artérias com nomes iguais, mas, apesar de serem iguais, nem sempre se trata da mesma personalidade que se pretendeu homenagear. É o caso seguinte, da Rua António Quadros, existente na Toponímia dos Municípios de Almada; Amadora, Cascais; Lisboa; Oeiras e Sesimbra, que nada tem a ver com a Rua António Quadros, nos Municípios de Tondela e de Viseu.

António Quadros (escritor)ANTÓNIO Gabriel de QUADROS Ferro, Escritor e Pensador português, natural de Lisboa, nasceu a 14-07-1923 e faleceu a 21-03-1993. Era filho do Jornalista António Joaquim Tavares Ferro e da Escritora Maria Fernanda Teles Castro e Quadros. Licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas.

Foi fundador e director do Instituto de Artes e Design (IADE), em Lisboa, onde foi, também Professor, funções que exerceu com largo espírito liberal, e a Sociedade Portuguesa de Escritores. Foi director das revistas Acto, 57 e Espiral, nos anos 50. Influenciado por Leonardo Coimbra, esteve ligado ao movimento da chamada »filosofia portuguesa«. Romancista, poeta e ensaísta, distingui-se sobretudo nesta última área com os estudos sobre filosofia, história, figuras e mitos importantes da cultura portuguesa (como o sebastianismo), analisados numa perspectiva especulativa, pontuada por um certo misticismo. Um dos temas que mais atenção lhe mereceram foi o da vida e obra de Fernando Pessoa, que muito o marcou.

Estreou-se, em 1947, com o ensaio »Modernos de Ontem e Hoje«. Trabalhou no Serviço de Bibliotecas Itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian (1958-1981); foi Professor de Deontologia de Comunicação, na Universidade Católica de Lisboa; membro fundador e dirigente da extinta Sociedade Portuguesa de Escritores (1957-1959) e Vice-Presidente da Fundação Lusíada; pertenceu à direcção do Círculo Eça de Queirós; participou de inúmeros congressos e simpósios, no País e no estrangeiro; fez parte da comissão organizadora da Associação portuguesa de Escritores; foi sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa (Classe de Letras), sócio efectivo da Academia Internacional de Cultura Portuguesa e sócio efectivo e perpétuo da Academia Brasileira de Filosofia. Foi condecorado com a Ordem Britânica da Rainha Vitória. Tradicionalmente conotado com as teses sebastianistas do «Quinto Império» e genuinamente preocupado com «uma ideia de Portugal», a sua obra impo-se pelo carácter especulativo e tolerante.

Obras principais: Pensamento e teoria da cultura: A Angústia do Nosso Tempo e a Crise da Universidade, (1956); O Movimento do Homem, (1963); A Teoria da História em Portugal, (2 volumes, 1967-1968); Introdução à Filosofia da História, (1982); Poesia e Filosofia do Mito Sebastianista, (Prémio de Ensaio da Câmara Municipal de Lisboa, 2 volumes, 1982-1983); Uma Arqueologia de Tradição Portuguesa, (1º volume de Portugal, razão e Mistério, 1986); O Projecto Áureo ou o Império do espírito Santo, (2º volume, 1987); A Filosofia Portuguesa, de Bruno à Geração de 1857, (1987); O Primeiro Modernismo Português, 81989); A Ideia de Portugal na Literatura Portuguesa dos Últimos 100 anos, (1989); Memória das Origens, Saudade do Futuro, (1992). História e Filosofia Política: Portugal, entre Ontem e Amanhã, (1970); A Arte de Continuar Português, 81978). Ensaio Literário: Modernos de Ontem e de Hoje, (1947); Crítica e Verdade, (1957); A Existência Literária, (1959); Ficção e Espírito, (1971); Estruturas Simbólicas do Imaginário na Literatura Portuguesa, (1992). Ensaio de Estética: Introdução a uma Estética Existencial, (1954); Carlos Botelho, (1965). Ficção: Anjo Branco, Anjo Negro, (1960); Histórias do Tempo de Deus, (Prémios Ricardo Malheiros e de Novelística, 1965). Contos Infantis: Pedro e o Mágico, (Prémio Nacional de Literatura Infantil, 1973). Poesia: Além da Noite, (1949); Viagem Desconhecida, (1952); Imitação do Homem, (1966); Ó Portugal, Ser Profundo, (1980); Trovas Para o Menino Imperador do Espírito Santo, (1991). Monografia: Fernando Pessoa, (1960, a 4ª edição, refeita em 1992, obteve o Prémio de Ensaio da Câmara Municipal de Lisboa); António Ferro, (1963); Leonardo Coimbra e os Seus Discípulos, (1988). Reportagem: Uma Viagem à Rússia, (1969). Crónica: Franco-Atirador, (1970).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Almada (Cidade de Almada e Freguesia da Charneca de Caparica); Amadora; Cascais; Lisboa (Freguesia do Lumiar); Oeiras (Freguesia de Barcarena); Sesimbra.

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. V, Publicações Europa América, Organizado pelo Instituto Português do Livro e das Bibliotecas, Coordenação de Ilídio Rocha, Edição de Julho de 200, Pág. 292, 293, 294 e 295)

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 434).

 

 

António Quadros (Pintor)ANTÓNIO Augusto de Melo Lucena e QUADROS, Pintor e Escultor, natural da Freguesia de Santiago de Besteiros (Tondela), nasceu a 09-07-1933 e faleceu a 02-07-1994. Pertencia a uma velha família tradicional (da fidalguia provincial) de médios proprietários rurais, condição social que nunca alardeou (antes, escondeu sob pobre farpela), simples camponês se apresentando, com sábia e singela lhaneza.

Diplomou-se em Pintura na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, onde exerceu a actividade docente antes de partir para Moçambique, no início dos anos 60, depois de ter seguido cursos de Gravura e de Pintura a Fresco na Escola de Belas-Artes de Paris (1958-1959).

Revelou-se um dos mais originais criadores de uma imagética que, herdeira ainda de uma certa formulação onírica (de cariz surrealizante), não o aproximava menos de um subtil e inteligente entendimento de certa arte dita «primitiva», cuja poética assimilou numa obra breve de intensíssima presença prática.

Expôs individualmente: no Porto, JTCS, 1957; em Lisboa, em 1958; em Lourenço Marques, Moçambique, em 1969; e novamente em Lisboa, na Galeria Moira, nos princípios dos anos 90(?)7.

Exposições Colectivas: na Sociedade Nacional de Belas-Artes, SNBA, em Lisboa, em 1956, 1959, 1960 e 1974. Em outras colectivas em Lisboa, também, entre 1956 e 1974. No Porto, entre 1953 e 1961, ainda em 1973. Em Almada, em 1957 e 1958. Em Amarante, em 1960, 1966 e 1969. Nas Caldas da Rainha, em 1960. Em Faro, em 1968. Em Lourenço Marques, Moçambique, em 1969. Em Luanda, Angola, em 1970. Em Oliveira do Conde, em 1960. Em Viana do Castelo, em 1959. E no Estoril, Póvoa de Varzim e Viseu, nos anos cinquenta, sessenta e setenta. Em Viseu, ainda nos anos oitenta e princípios de noventa.

Esteve representado em grandes mostras: I Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1958; Salão dos Novíssimos, no SNI, Lisboa, 1959; II Exposição de Artes Plásticas, da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1961; Artistas Portugueses Residentes no Estrangeiro, na Galeria Almada Negreiros, Lisboa, 1984; Pintura Portuguesa, na Galeria Almada Negreiros, Lisboa, 1985.

Exposições no Estrangeiro: I Bienal de Paris, 1959;V e VII Bienais de S. Paulo, 1969 e 1965; VI Bianco e Nero, Exposição Colectiva em Lugano, 1960; e ainda em 1959, em Roma, em 1960, em Génova, em 1965, em Pretória, em 1966, em Durban, em 1967, em Bruxelas e Hanover, e em 1968, em Madrid, Barcelona e Paris.

Recebeu as seguintes distinções: Prémio Marques de Oliveira, 1955; Prémio Armando de Basto, 1956; Prémio Domingos Sequeira, 1960; Prémio Nacional de Design, 1966; Prémio da Crítica, Paris, 1969. E ainda o Grande Prémio, da Fundação Calouste Gulbenkian de 1958/59.

Está representado em Colecções do Estado (nomeadamente no Ministério da Cultura), na Colecção Permanente da Fundação Calouste Gulbenkian, e em prestigiadas colecções particulares, nacionais e estrangeiras.

De regresso de África, onde fez também notável obra como Poeta, com o pseudónimo Grabato Dias, retomou a obra plástica, agora em registo abstracto. Recebeu os Prémios Marques de Oliveira (1955), Domingos Sequeira (1960), Nacional de Design (1966) e da Crítica (em Paris, 1969). Está representado no Museu da Fundação Gulbenkian.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Tondela (Cidade de Tondela – Rua António Quadros; e Freguesia de São Tiago de Besteiros – Rua Doutor António Quadros)

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 189).

“Quem foi Quem na Toponímia do Município de Resende”

 

Câmara Municipal de ResendeJoaquim CAETANO PINTO, Professor e Escritor, nasceu na Freguesia de Vinhós (Resende), a 02-02-1891, e faleceu em Resende, a 12-08-1985. Escreveu e publicou um vasto conjunto de obras, que se dividem entre a Literatura, a Propedêutica e o Monografismo Local, de que se destacam os trabalhos sobre a sua terra natal.

Na obra “Resende e as Letras”, uma das melhores Antologias Regionais publicadas, deixou como representativa da sua obra obra literária um poema sobre a Senhora dos Remédios, referente à sua lembrança de ter ido, pela primeira vez à Festa dos Remédios.

Obra principal: “Resende nas Letras”, Edição de Autor, Publicada em Braga, em 1985.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Resende (Rua Caetano Pinto)

Fonte: “Câmara Municipal de Resende”

“As Placas Toponímicas e o Excesso da Simplificação”

 

O excesso da simplificação da Toponímia, ou o pouco cuidado, leva-nos a situações como esta que aqui deixo: Quem passar por Albergaria-a-Velha e por Santarém, e se interessar pela problemática da Toponímia, encontrará, em Albergaria-a-Velha, um Largo General Torres e, em Santarém, uma Praça Visconde da Serra do Pilar, sem que os elementos identificativos inseridos nas respectivas “Placas Toponímicas” nos indiquem nem a data de nascimento, nem a data do falecimento e, no caso de Santarém, nem a profissão.

Embora não tenha a certeza absoluta, julgo que em ambos os casos pretendeu-se homenagear José António da Silva Torres Ponce de Leão, que ficou conhecido por General Torres e foi elevado Visconde da Serra do Pilar.

 

Largo General TorresJosé António da Silva TORRES Ponce de Leão, 1º Barão do Pico do Seleiro eVISCONDE DA SERRA DO PILAR, Militar, natural de Santarém, nasceu a 16-03-1782 e faleceu a 06-09-1848. Era filho de Lázaro da Silva Torres, Cavaleiro da Ordem de Cristo e Correio-Mor de Santarém, e de Feliciana Rosa de Oliveira. Foi Correio Assistente de Santarém.

Assentou praça como Cadete no Regimento de Cavalaria nº 1 a 09 de Abril de 1800, sendo promovido a Alferes, em 15 de Agosto de 1805, a Tenente Ajudante em 13 de Janeiro de 1809 e a Capitão em 11 de Abril de 1810. Com a patente de Capitão tomou parte nas Campanhas da Guerra Peninsular, tendo-se distinguido nas batalhas de Albuera e Vitória.

Praça Visconde Serra do PilarFoi promovido ao posto de Major, em 04 de Maio de 1814, e Tenente-Coronel, em 24 de Julho de 1820. Pelas suas posições liberais, em 22 de Junho de 1821, foi afastado das actividades militares. Apenas voltou à efectividade do serviço militar em 21 de Setembro de 1826, sendo então nomeado Comandante do Regimento de Cavalaria nº 8, na cidade do Porto.

Em 1828, aderiu ao movimento revolucionário que se opôs à aclamação de D. Miguel, tendo sido nomeado Comandante-Chefe das forças de Cavalaria das tropas liberais. Combateu nos recontros da Cruz de Morouços, Marnel e Ponte do Vouga, tristes momentos para a causa liberal, vendo-se obrigado a retirar com as suas tropas para o Porto.

Refugiado em Inglaterra, dali partiu para a ilha Terceira, juntando-se às forças liberais ali reunidas. Tomou parte no Combate do Pico Celeiro, comandando as forças que derrotaram as tropas fiéis a D. Miguel. Foi então nomeado para integrar a Junta Provisória que governou a ilha em nome de D. Maria II e Governador do Castelo de São João Baptista de Angra.

Quando, em 1832, o exército liberal desembarcou no Mindelo, acompanhava essas tropas, tendo tomado parte nas batalhas de Souto Redondo e de Ponte Ferreira. Promovido a Brigadeiro, em 06 de Agosto de 1832, assumiu o comando da Serra do Pilar, numa altura em que esta posição era violentamente atacada pelas forças absolutistas. Conseguiu evitar a tomada daquela fortaleza pelas forças afectas a D. Miguel, apesar de dispor de tropas com escasso treino militar. Em 1833 foi incumbido de fortificar de defender a Torre de Belém, quando as tropas de D. Miguel atacavam Lisboa. No seguimento destas vitórias esmagadoras e decisivas foi-lhe dado o Comando Militar da Província do Douro e, interinamente, o da Província do Minho. Foi graduado no posto de Marechal de Campo e, em 03 de Julho de 1845, a Tenente-General.

Nomeado Par do Reino, em Dezembro de 1834, um ano depois, era Tenente-Rei da Torre de Belém. O título de 1º Barão do Pico do Celeiro, foi-lhe concedido por decreto de 04 de Abril de 1833 e o de Visconde (1º Visconde da Serra do Pilar) por decreto de 01 de Dezembro de 1834.

Foi agraciado com o grau de Oficial da Ordem Militar da Torre e Espada e condecorado com a Cruz de Ouro das Campanhas da Guerra Peninsular e com as Medalhas das Batalhas de Albuera e Vitória.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Albergaria-a-Velha (Praça General Torres); Santarém (Praça Visconde da Serra do Pilar).

Fonte: “Os Generais do Exército Português”, (II Volume, I Tomo, Coordenação do Coronel António José Pereira da Costa; Biblioteca do Exército, Lisboa, 2005, Pág. 231 e 232)

Fonte: “Dicionário Biográfico Parlamentar, 1834-1910”, (Vol II, de D-M, Coordenação de Maria Filomena Mónica, Colecção Parlamento” (Pág. 514 e 515).

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Reguengos de Monsaraz”

 

Câmara Municipal de Reguengos de MonsarazAUGUSTO Xavier DE MELO, Actor, natural de Lisboa, a 13-07-1853 e faleceu a 29-01-1933. Levado aos três anos de idade para Reguengos de Monsaraz, ali ficou confiado aos cuidados de um tio Médico que se encarregou da sua educação. Depois de frequentar as escolas de Mourão e Moura, completou os seus estudos no Liceu de Évora.

Regressando a Lisboa em 1861, onde pouco tempo conviveu com seu pai, que morreu meses depois, viu-se na necessidade de prestar serviços num escritório comercial, a fim de granjear o seu sustento.

Atraído pela Arte Dramática, valeu-lhe a influência do seu amigo, Actor Vale, para ingressar no Teatro Ginásio, onde se estreou na comédia Informações, em 11-06-1870. Empregado comercial, ingressou no Ginásio, tendo-se estreado na comédia Informações, em 11-06-1870. Não tardou a entrar para o Teatro de Dona Maria II, tendo-se evidenciado na peça Princesa Jorge. Distinguiu-se como actor, ensaiador e director de cena. Em 1901 foi nomeado Professor da Aula Dramática do Conservatório e membro do Conselho Dramático. Colaborou em jornais, escreveu o romance O Senhor Alferes e a comédia A Descoberta do Doutor Quaresma e publicou O Manual do Ensaiador Dramático e O Actor e o Teatro.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Évora (Rua Augusto de Melo); Lisboa (Freguesia de Marvila, Edital de 26-03-1971 – Rua Actor Augusto de Melo), Reguengos de Monsaraz (Rua Actor Augusto de Melo)

Fonte. “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 16, Pág. 794)

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 352).

A Poetisa e Professora Natércia Freire, se fosse viva, faria hoje 100 anos de vida.

 

Natércia FreireNATÉRCIA Ribeiro de Oliveira FREIRE dos Santos, Escritora e Professora, nasceu em Benavente, a 28-10-1919, e faleceu em Lisboa, a 18-12-2005. Oriunda de uma família de raízes republicanas (o seu pai, João Ribeiro de Oliveira Freire, chefe de conservação da Hidráulica Agrícola, foi um dos mais ativos entusiastas da República na região do Ribatejo), a última de quatro filhas (uma das suas irmãs, Maria da Graça Freire* , distinguiu-se no romance).

iniciou-se na poesia aos 17 anos, com a publicação, em 1936, do primeiro livro, Castelos de Sonho, posteriormente rejeitado do conjunto da sua obra poética. Já nesse volume se revelava uma aguda mestria da forma e uma sensibilidade musical sugestiva, de cariz encantatório e raiz simbolista, que tiveram plena maturação em Horizonte Fechado (1942). Esse vetor formal e musical divide, em termos de construção poemática, as duas fases da sua obra: a primeira englobando Horizonte Fechado, Rio Infindável (1947) e Anel de Sete Pedras (1952), e a segunda iniciando-se com o livro seguinte, Poemas (1957), e prolongando-se até ao fim da sua obra poética. Se esse vetor apenas formalmente as divide, uma profunda coerência temática densamente une e vivifica a sua obra poética, de uma singularidade rara na poesia portuguesa, ou, como refere David Mourão-Ferreira, “uma das mais densas da nossa história literária”. Densidade que se manifesta não apenas no senso do misterioso, mas na precisão com que fenómenos interiores, psicológicos e sobrenaturais são sugeridos e delineados, em “momentos em que parece ver para dentro, contemplar o intramundo”, como aponta António Quadros. Se essa singularidade de realismo do sobrenatural, bem como a sugestão músico-formal, relega a poesia de Natércia Freire às fontes mais profundas da poesia portuguesa (Camilo Pessanha, Teixeira de Pascoaes), num pós- -Simbolismo perturbado e alquímico, a permanente tensão de fuga do espaço/tempo e a divisão interior do sujeito entre a vida terrena e a segunda imagem do seu eu antes e depois do corpo, densamente constitutiva da sua obra, tornam- -na, mais do que uma pergunta permanente sobre o homem e o seu destino, uma verdadeira aventura de pesquisa sobrenatural

Obra onde os contos [A Alma da Velha Casa, 1942 e Solidão sobre as Searas, 1963], não ocupando papel central, contribuem decisivamente para a definição de um feminino forte, recriador, na atmosfera da ficção feminina portuguesa [vide Ana Paula Ferreira, A Urgência de Contar]. Se, de uma forma mais textualmente explícita, podemos ler no volume inédito encontrado no seu acervo, O Eixo de Ouro (recolha e seleção pessoal da autora de textos periodísticos e outros, num registo diarístico espiritual), uma descrição de vários planos da condição feminina nos anos 1940-1960, nunca ocupa esta o primeiro plano, mas liga-se e relaciona-se com uma vivência cósmica do instante, ou uma aprendizagem espiritual. Aprendizagem espiritual que as recentes descobertas dos investigadores no seu espólio literário vieram verificar, conhecidas que foram as ligações a uma corrente rosa-cruz americana, a troca de correspondência com mães de santo brasileiras; ou ainda o auxílio que deu à fundação, nos anos 80, do Renovamento Carismático da Igreja Católica em Portugal. Mais do que cristianismo, é um vetor de inquieta pesquisa sobrenatural que liga a vida e a obra de Natércia Freire. Se um patamar de consciência (de si, do sujeito no mundo, da potência da palavra) se pode indicar no jogo claro de sombras que a poesia implica, talvez fosse possível desenhar, com estes versos, o programa iniciático da obra de Natércia Freire [“Crime de Música”, Intrusos, 1971]: “A palavra que falo, não se fala. / Se me escondo, me fujo, me sepulto / De garganta cortada, invisível ou parda, / Antes da sombra, é que matei o vulto.” A obra de Natércia Freire, assente no “vago, no fantasmático” (como refere Jorge de Sena), estranho caso na poesia portuguesa do século XX, para a qual qualquer baliza periodológica parece insuficiente, mas cuja dimensão feminina e modernista, aliada a um visionarismo, lhe deixa um lugar ímpar e extraordinário no friso de poetas femininos que a língua portuguesa pode recolher.

Embora se tenha destacado como poeta, Natércia Freire foi também jornalista e nessa área de actividade afirmou-se, sobretudo, com a direção da página de “Artes e Letras” do Diário de Notícias durante 20 anos, cumprindo essa função de 1954 a 1974, altura em que, por vontade própria, resignou funções. Posteriormente, ainda foi colaboradora assídua de publicações como O Tempo, O Século e O Dia, sobretudo na área da crónica e do ensaio. Ainda antes da colaboração com o Diário de Notícias, Natércia Freire colaborou assiduamente com o Diário Popular e o Diário de Lisboa, para além de assinar regularmente artigos de crítica em diversas outras publicações. No Diário de Notícias, para onde foi a convite do então diretor, Augusto de Castro, salientam- -se as suas colunas “Balança”, “Breves Notas”, “Calendário” e “Largos Dias Têm os Anos”. As primeiras rubricas encontram-se dentro de um género de crítica artística, com especial relevo para a crítica literária, ao passo que a última rubrica apresenta a jornalista num registo mais pessoal e intimista, quase ao jeito de um diário cultural. A “Página”, como era conhecido o suplemento semanal, foi, na realidade, um marco da vida de Natércia Freire e dela disse um dia que “deu vida à vida literária e dessa vida vivi”. Neste suplemento conviviam as mais variadas manifestações da arte portuguesa e internacional e Natércia Freire procurou sempre manter-se relativamente distante da problemática em torno da política e das escolas, aproximando-se de um contributo de “arte pela arte”. Como tal, a censura visou muito pouco este suplemento, mesmo quando publicava artistas opositores do regime do Estado Novo.

Obras principais: Poesia; Meu Caminho de Luz, (1939); Estátua, (1941); Horizonte Fechado, (1942); Rio Infindável, (1947, Prémio Antero de Quental); Anel das Sete Pedras, (1952, Prémio Antero de Quental); Poemas, (1957); Poesias Escolhidas, 1942-1952, (introdução de Jacinto do Prado Coelho, 1959); Liberta em Pedra, (1964); A Segunda Imagem, (1969); Os Intrusos, (1971, Prémio Nacional de Poesia ex-aequo com David Mourão-Ferreira); Liberdade Solar, (1978); Obra Poética (prefácio de David Mourão-Ferreira, 1º volume 1991). Prosa: A Alma da Velha, Casa, (contos, 1945); Infância de Que Nasci, (1955, Prémio Ricardo Malheiros da Academia das Ciências); Não Vás Minha Gazela, (novela, 1957); e Solidão sobre as Searas, (contos, 1961).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Benavente; Lisboa (Freguesia de São Domingos de Benfica, Edital 33/2014, de 30 de Abril de 2014, arruamento B à Rua José Maria Nicolau); Setúbal (Freguesia de São Lourenço, Azeitão); Vila Franca de Xira (Freguesia da Póvoa de Santa Iria).

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. V, Publicações Europa América)

Fonte: “Dicionário de Mulheres Célebres, de Américo Lopes de Oliveira, Lello & Irmão Editores, Edição de 1981, Pág. 437”

Fonte. “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 11, Pág. 829)

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág.  235).

Fonte: “FEMINAE – Dicionário Contemporâneo”, (Direcção de João Esteves e de Zília Osório deCastro; Coordenação de Ilda Soares de Abreu e de Maria Emília Stone, Editado pela Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género, Edção de 2013, Pág 762, 763 e 764))

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município do Redondo”

 

Câmara Municipal de RedondoDOMINGOS Vítor Cordeiro ROSADO, Advogado, Político e Professor, nasceu no Redondo, a 24-10-1889, e faleceu em Évora, a 13-02-1956. Era Filho de Joaquim António dos Santos Rosado e de Maria Carolina Cordeiro. Conluiu o Curso do Ensino Liceal em Évora, licenciando-se em Direito pela Universidade de Coimbra (1914). Durante a sua estadia em Coimbra foi membro do Centro Republicano Académico.

Instalou-se em Évora, com escritório de advogado, tendo granjeado prestígio pelos seus dotes de orador e experimentado advogado nas Comarcas do Distrito de Évora, apresentando-se muitas vezes em Tribunal a defender gratuitamente os interesses dos cidadãos mais carenciados e pobres.

Eleito Deputado ao Congresso Republicano (IV Legislatura, 1919-1921) pelo círculo de Estremoz, foi membro das Comissões dos Negócios Eclesiásticos, Estatística, do Comércio e Indústria, e 2º vice-secretário da Câmara dos Deputados. Desempenhou o cargo de Governador Civil de Évora em 1921 e, depois, em 1924. Em 1926 foi presidente da Câmara Municipal de Évora. Foi importante dirigente dos partidos Evolucionista e Liberal, bem como dirigente da Comissão Distrital do Partido Republicano Nacionalista (1926). Com Hernâni Cidade fundou no Redondo o jornal O Avante. Prosador apreciável e poeta, deixou colaboração dispersa na imprensa regional. Exerceu funções docentes na Escola Primária Superior de Évora, na Escola Normal e, finalmente, na Escola Comercial e Industrial Gabriel Pereira, tendo sido aposentado compulsivamente pelo regime da ditadura, dadas as suas actividades e pensamento democrático (chegou a conhecer a prisão política, na cadeia do Aljube em Lisboa). Foi apreciado pelo ensaísta António Sérgio, que manifestou desejo de o conhecer quando exercia o cargo de Governador Civil, e conviveu bastante tempo, durante as suas deslocações a Lisboa, com o poeta Fernando Pessoa. A maior parte da sua produção poética ficou inédita. Em 1984, a obra “Poetas Alentejanos do Século XX”, antologia organizada por Francisco Dias Costa, publicou algumas composições inéditas da sua autoria. Deixou alguma colaboração dispersa na Ilustração Alentejana e na Democracia do Sul.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Évora (Rua Doutor Domingos Rosado; Redondo (Avenida Doutor Domingos Rosado).

Fonte: “Dicionário de Notáveis Eborenses”, (1900-2000, Recolha e Selecção de Joaquim Palminha Silva, Diário do Sul, 2004).

Fonte: “Parlamentares e Ministros da 1ª República, (1910-1926)”; (Coordenação de A. H. Oliveira Marques, Edições Afrontamento, Colecção Parlamento, Pág. 382).

“Os Centenários”

 

Fernando RebeloFERNANDO Pereira REBELO, Advogado e Político, natural de São Pedro (Gouveia), nasceu a 27-10-1919 e faleceu a 31-07-2002. Licenciou-se em Direito pela Universidade de Coimbra. Presidente da Direcção Geral da AAC entre 1949-1950. Eleito uma primeira vez em Fevereiro de 1949, era número dois da sua lista Mário Luís Mendes, um cantor muito apreciado pelo guitarrista Pinho Brojo. Com Fernando Rebelo se procedeu à desafectação da Bastilha durante o mês de Agosto de 1949 e à transferência da sede para o Colégio dos Grilos (Agosto de 1949).

Oriundo de uma família republicana de Gouveia, o estudante de Direito Fernando Pereira Rebelo, foi Presidente da AAC (1949-50), membro do TEUC, animador de cineclubes e escritor de expressão neo-realista. Em 1942 publicou em Lisboa “Contos e Poemas”. Durante o seu mandato como Presidente da AAC participou na luzidia homenagem da Academia de Coimbra a Egas Moniz, realizada em 1950 na Sala dos Capelos. Terminado o curso de Direito, Fernando Rebelo dedicou-se longamente à advocacia.

Distanciado da ideologia do Estado Novo, participou no 2º comício da Oposição Democrática às eleições de Outubro de 1969. Em 12 de Agosto de 1974 tomou posse como primeiro Governador democrático da Madeira. Em 10 de Junho de 1999 recebeu as insígnias de Grande Oficial da Ordem da Liberdade.

Foi membro da comissão democrática de Coimbra de apoio à candidatura do General Norton de Matos e das comissões distrital da Guarda e concelhia de Gouveia de apoio à candidatura do General Humberto Delgado.

Exerceu a advocacia em Gouveia e, posteriormente, no Funchal.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Funchal (Rua e Travessa Doutor Fernando Rebelo); Gouveia (Rua Doutor Fernando Rebelo).

Fonte: “Candidatos da Oposição à Assembleia~Nacional do Estado Novo (1945-1973). Um Dicionário”, (de Mário Matos e Lemos, Luís Reis Torgal, Coordenador, Colecção Parlamento, Edição da Assembleia da República, 1ª Edição, Lisboa, Outubro de 2009, Pág. 236 e 237).

Fonte: “guitarradecoimbra.blogspot.com”, (por Octávio Sérgio)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Proença-a-Nova”

 

Câmara Municipal de Proença-a-NovaÁLVARO DA CUNHA, Médico, nasceu no Rossio ao Sul do Tejo (Abrantes), a 17-10-1910, e faleceu em Montes da Senhora (Proença-a-Nova), a 21-02-1968. Foi diplomado pela Faculdade de Medicina de Lisboa em 12 de Novembro de 1938, inscrito na ordem dos Médicos desde 14 de Maio de 1940 e casou, na Igreja Paroquial de Montes da Senhora, no ano de 1960, com a senhora D. Maria da Conceição Ribeiro da Cunha. Faleceu em 21 de Fevereiro de 1968.Veio viver para Montes da Senhora no início da década de 40 e aqui viveu até 21 de Fevereiro de 1968, data do seu falecimento.

A sua vinda para a nossa terra é ainda uma incógnita, no entanto poderemos apontar duas razões: uma de natureza pessoal e outra de natureza política. Ao radicar-se nos Montes da Senhora poderia ficar perto da sua mãe que vivia em Proença-a-Nova, sede do concelho a que pertence a freguesia de Montes da Senhora. Para além disso nos Montes da Senhora poderia praticar a medicina, de uma maneira humana, e a sua forma de estar na vida, sempre procurando ajudar os mais necessitados, faziam-no sentir realizado. Houve no entanto outra razão: não nos podemos alhear da situação política vivida na época. Poderemos afirmar que uma das causas da sua vinda para os Montes da Senhora foi a situação de semi-clandestinidade  em que teve de viver, desde que se licenciou até à data do seu falecimento, isto é, cerca de 30 anos. Nunca pôde exercer funções para o Estado (Centros de Saúde, Hospitais, etc.) atendendo a que as suas ideias políticas eram contrárias ao Regime vigente.

Exerceu medicina nesta aldeia do interior do país, em plena zona do pinhal, durante toda a sua vida, encontrou aí uma forma de ajudar os mais necessitados e possivelmente uma maneira de se refugiar à PIDE, onde tinha um processo e um boletim abertos, e que se encontram arquivados na Torre do Tombo. Esteve envolvido na campanha eleitoral do General Humberto Delgado à Presidência da República.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Proença-a-Nova (Freguesia de Montes da Senhora – Rua Doutor Álvaro da Cunha)

Fonte: “Junta de Freguesia de Montes da Senhora”