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NOVA TOPONÍMIA NA CIDADE DE LISBOA

AQUILINO RIBEIRO MACHADO (Avenida) – Freguesia do Parque das Nações; Via Recíproca à Avenida Infante Dom Henrique. Com início na Avenida Dom João II, frente à Avenida do Índico e fim na Avenida Infante Dom Henrique, frente à Rua Conselheiro Mariano de Carvalho.

ARTUR AGOSTINHO (Passeio) – Freguesia do Lumiar; Arruamento à Rua Francisco Stromp. Espaço pedonal que duas partes da Rua Francisco Stromp.

CONSTITUIÇÃO DE 1976 (Praça da) – Freguesia da Estrela; (Ex-Praça de São Bento). Entre a Calçada da Estrela e a Rua de São Bento.

FERNANDO LOPES (Rua) – Freguesia do Lumiar; Arruamento à Rua Silva Tavares, com acesso pedonal à Praça Bernardino Machado.

FILIPE CARREIRA ROSÁRIO (Largo Padre) – Freguesia de Carnide; Ao Largo à Estrada da Correia. Espaço compreendido entre a Estrada da Correia e a Estrada da Pontinha.

FREDERICO VALSASSINA (Largo) – Freguesia de Marvila; Ao Largo na Azinhaga da Bela Vista. Espaço compreendido entre a Avenida Avelino Teixeira da Mota e a Azinhaga da Bela Vista.

FUNDAÇÃO CHAMPALIMAUD (Largo da) – Freguesia de Belém; Largo à Avenida Brasília. Espaço que dá acesso à Fundação Champalimaud.

JOÃO JAYME FARIA AFFONSO (Passeio) – Freguesia de Belém; Arruamento ao Jardim da Torre de Belém, frente ao Museu do Combatente.

LUIZ FRANCISCO REBELLO (Largo) – Freguesia de Santa Maria Maior; Largo que parte da Rua Garrett, com entrada pelo nº 19.

MARIA JOSÉ MOURA (Jardim) – Freguesia das Avenidas Novas; ao Jardim do Palácio Galveias. Jardim interior do Palácio Galveias.

RAUL NERY (Rua) – Freguesia do Lumiar: Arruamento Pedonal, no Parque Oeste, com a Malha 6 do Projecto de Urbanização do Alto do Lumiar.

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Tavira”

ISIDORO Manuel PIRES, Poeta e Politico, natural de Tavira, nasceu a 23-01-1894 e faleceu a 22-07-1958. Filho de um modesto barbeiro, nasceu na Rua da Asseca, actual Rua João Vaz Corte Real. Cedo revelou capacidade para a escrita, tanto em prosa como em verso.

Começou por ser Secretário da redacção do semanário republicano O Povo do Algarve. Após a interrupção de sete meses, surge a II série a 08 de Agosto, tendo Isidoro Pires assumido pouco depois a direcção do periódico, que teve relevantes colaboradores, entre eles Júlio Dantas, Afonso Lopes Vieira e Raul Pousão Ramos. Isidoro Pires retira de O Povo do Algarve, a tónica de republicano, torna-o o chamado jornal independente. O Povo Algarvio, semanário de cariz nacionalista, é o 2º jornal que dirige, o que fará até ao fim da vida.

Afecto à política do Estado Novo, homem de confiança, é nomeado, por duas vezes, presidente da Câmara Municipal de Tavira.

Como Poeta, publicou, em 1932, Quadras, com uma carta-prefácio de Júlio Dantas. Em 1941 dá à estampa Ecos do Coração, também de quadras de sabor popular.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Tavira (Rua e Travessa Isidoro Pires)

Fonte: “Quem Foi Quem? 200 Algarvios do Século XX”, (de Glória Maria Marreiros, Edições Colibri, 1ª Edição, Dezembro de 2000, Pág. 415 e 416)

Comemora-se hoje o Centenário de Carlos Menezes, um dos primeiros Músicos Portugueses de Jazz com reconhecimento internacional.

CARLOS MENEZES, Músico, nasceu no Funchal, a 29-09-1920, e faleceu em Lisboa, a 18-12-2011. Descendente de uma família de músicos pelo lado paterno, começou a aprender viola com quatro anos de idade e guitarra com cinco anos. Foi um dos pioneiros da introdução da guitarra elétrica em Portugal.

Carlos Meneses foi um dos primeiros músicos de jazz a ser reconhecido internacionalmente. Estreou-se na guitarra elétrica, com amplificação improvisada, na boite Nina, em Lisboa, por volta de 1944, afirma o jornalista Luís Pinheiro de Almeida no blogue Ié-Ié.

Com uma carreira de mais de 70 anos, Carlos Meneses tocou com músicos como Don Byas, Max, Mário Simões, Tony Amaral, Jorge Costa Pinto e Shegundo Galarza, com que Carlos Menezes atuou nos Estados Unidos.

Carlos Menezes tem centenas de discos gravados na ex-Emissora Nacional, enquanto músico de orquestra ligeira, e esteve ligado ao Hot Clube de Portugal e a Luís Villas-Boas, protagonizando algumas jam sessions no clube de jazz. Desde o final dos anos 1940 que Carlos Menezes tinha também uma forte ligação ao concelho de Cascais, uma vez que foi por essa altura que começou a tocar no Casino Estoril

Em 2009, quando celebrou 89 anos de vida e 85 anos de guitarra – dado que começou a tocar em criança -, Carlos Meneses foi homenageado em Cascais, atuando ao lado de uma nova geração de músicos, como Bruno Santos, Filipe Melo e Demian Cabaud. António José de Barros Veloso (piano), Maria Anadon e Maria Viana (voz) foram os convidados especiais desse espetáculo. Na altura, a autarquia de Cascais descerrou uma placa dedicada ao músico. Carlos Meneses foi também homenageado pelo Festival Funchal Jazz (que se realiza desde 2000), ao lado de outros músicos madeirenses de renome, como Marino de Freitas, Zeca da Silva, Max e Hélder Martins.

Fonte: “Portal NetMadeira”

Fonte: “Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX” (Direcção de Salwa Castelo-Branco, 3º Volume, L-P, Temas e Debates, Círculo de Leitores, 1ª Edição, Janeiro de 2010, Pág. 771

“Samuel Ruah, Médico de referência em Otorrinolaringologia, se fosse vivo, faria hoje 100 anos de idade”

SAMUEL Allenby Bentes RUAH, Médico, natural de Lisboa, nasceu a 29-09-1920 e faleceu a 16-01-2016. Terminou o Curso na Faculdade de Medicina de Lisboa e fez os Internatos Geral e Intermédio de ORL dos Hospitais Civis de Lisboa, e fez a sua preparação no Serviço de ORL do Hospital de São José, tendo sido o último discípulo do Dr. Alberto Mendonça.

Em 1959 obteve aprovação no concurso para Assistente de ORL dos Hospitais Civis de Lisboa e foi colocado no Serviço do Hospital de D. Estefânia.

Desde 1965 foi Director do referido Serviço, cujas obras de remodelação e de renovação fortemente incentivou. Deve-se-lhe também o reapetrechamento do Serviço em termos de modernização.

Quando, nos anos de 1974 e 1975, houve ensino universitário nos HCL, o Dr. Ruah regeu Otorrinolaringologia.

Foi Vice-Presidente e Presidente da Sociedade Médica dos HCL Fundou o Departamento de Alergologia, adstrito ao Serviço de ORL e que, por isso, se encontrava também sob a sua direcção. Promoveu ciclos de conferências e cursos de aperfeiçoamento. Foi Presidente do Colégio da Especialidade de ORL da Ordem dos Médicos. Participou activamente nas reuniões da Sociedade Portuguesa de Otorrinolaringologia e de Patologia Cérvico-Facial, e em Congressos Nacionais e Internacionais. Foi representante de Portugal no European Working Group in Pediatric Otorhinolaryngology.

O seu nome fica indelevelmente ligado à história da Otorrinolaringologia e à Imunoalergologia portuguesas e ao Hospital Dona Estefânia onde foi diretor durante 35 anos. Ultrapassou e venceu lutas internas e externas no período conturbado da década de 70, no contexto de grande revolução e transformação social e política a que os serviços clínicos não eram impunes. Lutou arduamente pelo seu serviço no H. Dona Estefânia, evitando a sua extinção. Contava que, após ter esgotado todas as tentativas para ser recebido em audiência por um determinado ministro, te-se-á sentado diariamente na antecamara do gabinete do mesmo até que, por exaustão do opositor, conseguiu finalmente ser recebido e fazer valer as suas razões e argumentos.

É autor de vasta bibliografia, e é em 2010 o Sócio Nº 1 da SPORL. Durante o ano de 1975, houve alguns desentendimentos no Serviço que culminaram com o pedido de transferência do Prof. Augusto Marinheiro para o Hospital de S. José, por permuta com o Dr. Lídio da Fonseca Amaral que transitou desse Hospital. O quadro dos Assistentes, nessa época, era formado pelo Prof. Augusto Marinheiro Júnior e o Dr. Vasco Rosas da Costa, chefiando cada um uma Equipa de Médicos, tal como o Director do Serviço, como era tradição nos Hospitais Civis de Lisboa. O Dr. Samuel Ruah manteve-se como Director do Serviço desde o ano de 1959 até Junho de 1990. Sob a sua Chefia, o Serviço passou por um período de grande renovação científica e tecnológica. Foram melhoradas as instalações da enfermaria, procederam-se a importantes aquisições de material de diagnóstico, de observação e de cirurgia, foi criada a secção de Alergologia, anexa ao Serviço. No entanto, a grande obra, a que mais marcou esse período, foi a construção do Edifício onde ficou instalado o Centro de Diagnóstico de Otorrinolaringologia e Imuno-Alergologia, que foi aberto em Dezembro de 1988. O Dr. Ruah atingiu limite de idade em Junho de 1990 e a direcção do Serviço foi confiada ao Assistente mais antigo, o Dr. LÍDIO AMARAL, em Julho de 1990.

Fonte: “Otorrinolaringologia e Cirurgia Cervico-Facial”, (Revista Portuguesa, Órgão Oficial da Sociedade Portuguesa de Otorrino Laringologia e Cirurgia Cervico-Facial, Volume 48, nº 4, Dezembro de 2010)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Tarouca”

VASCO de Almeida MOREIRA, Padre, nasceu em Sernancelhe, a 30-12-1879, e faleceu em São João de Tarouca (Tarouca), a 30-09-1932. Filho do alfaiate Francisco Joaquim de Almeida e de Maria dos Prazeres Moreira. Frequentou o curso preparatório no Colégio dos Jesuítas, no Santuário da Lapa, de 1893 a 1898, transitando depois para o Liceu de Lamego, onde teve um percurso académico brilhante.

Destinando-se à vida eclesiástica, estudou preparatórios no colégio de Nossa Senhora da Lapa desde 1893 até 1898, e como era talentoso de natureza e aplicado, alcançou nos exames que fez no Liceu de Lamego algumas distinções. Em 1898 matriculou-se no curso teológico do Seminário de Lamego, que concluiu com a classificação de nemine discrepante e, em 30 de Setembro de 1901, ordenou-se presbítero. Paroquiou a freguesia de Paço, concelho de Moimenta da Beira, desde 04 de Outubro daquele ano até 01 de Janeiro de 1904, em Agosto do mesmo ano colocou-o o bispo de Lamego como abade de S. João de Tarouca, onde se manteve até falecer. Colaborou em vários jornais, como: “Aurora” da Pesqueira; e publicou, entre outras, as seguintes obras: “Monografia do Concelho de Tarouca” e “Terras da Beira”. Colaboru estreitamente com o insigne sábio Dr. Leite de Vasconcelos que, a seu pedido, se encarregou das escavações arqueológicas no castro de Mondim-Paçô, cujo espólio faz parte do Museu Etnológico Dr. Leite de Vasconcelos. Em 1929 foi-lhe entregue a regência da cadeira de Arqueologia do Seminário Diocesano de Lamego, onde ensinou Arqueologia geral, sobretudo sacra, e História da Arte. No mesmo ano foi eleito sócio da Associação dos Arqueólogos Portugueses.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Tarouca (Rua Abade Vasco Moreira).

Fonte: “Quinta do Terreiro – Turismo de Habitação”

Faleceu o hoje Jorge Salavisa, um dos pioneiros da dança em Portugal. Aqui fica uma pequena biografia.

Jorge Salavisa, Bailarino e Coreógrafo, natural de Lisboa, nasceu a 13-11-1939 e faleceu a 28-09-2020. Abandonou os estudos na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa para se dedicar ao Bailado. Jorge Salavisa iniciou os estudos de dança com Ana Máscolo e prosseguiu a sua formação artística em Paris, com Victor Gsovsky e Lubov Egorova, ingressando a seguir no Grand Ballet du Marquis de Cuevas, onde permaneceu até à extinção dessa companhia, em Junho de 1962.

Entre 1977 e 1996 foi Director do Ballet Gulbenkian, companhia que acabou por ser extinta em 2005.

Em 1998, assumiu a direcção da Companhia Nacional de Bailado, mantendo-se no cargo até 2001. Jorge Salavisa também presidiu ao Organismo de Produção Artística, entidade gestora do Teatro Nacional de São Carlos e da Companhia Nacional de Bailado, entre Maio de 2010 e Janeiro de 2011.

Foi Director Artístico do Ballet Gulbenkian e da Companhia Nacional de Bailado (CNB) e presidente da Opart – Organismo de Produção Artística que gere o Teatro Nacional São Carlos e a Companhia Nacional de Bailado

Ao longo da carreira, Jorge Salavisa trabalhou com bailarinos e coreógrafos de renome como Bronislava Nijinska, Robert Helpmann, Daniel Seillier, Nicholas Beriosoff, Maria Fay, Roland Petit, Mary Skeaping, John Taras, entre outros.

Além disso, foi também Professor de Dança em Portugal, no Reino Unido e em várias cidades nos Estados Unidos da América (EUA), actuou em filmes e séries de televisão em França, Espanha, Hong-Kong e Japão.

Pelo seu trabalho à frente do Ballet Gulbenkian foi condecorado com o Grande Oficialato da Ordem do Infante D. Henrique e com a Medalha de Mérito Cultural.

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 462).

Fonte: “Jornal Público”

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Tabuaço”

ISMAEL José de Araújo VILELA, Padre e Arqueólogo, nasceu em Bujões, Freguesia de Abaças (Vila Real), a 23-11-1873, e faleceu em Barcos (Tabuaço), a 27-06-1938. Ordenou-se padre no Seminário de Lamego, de pois de ter estudado em Guimarães e em Braga. Celebrou a sua primeira missa no Santuário dos Remédios aos 20 anos.

Depois de paroquiar diversas Freguesias, foi Professor no Seminário Maior de Lamego, substituindo o Abade Vasco Moreira, na leccionação da cadeira de História da Arte. Também ensinou Português, Latim e História.

Foi presidente da Câmara Municipal de Tabuaço durante o atribulado governo de Sidónio Pais, em 1918. Pertenceu à Comissão Concelhia da União Nacional.

Colaborou em diversos jornais e revistas: Região Duriense (Régua); Jornal de Beira (Viseu); Voz de Lamego; Correio de Tabuaço; Ecos de Paiva (Castro Daire); Estudos Duriense, etc.

Publicou, em 1924, as seguintes obras: Análise ao ofício do Ministro da Justiça ao Senhor Bisco-Conde, e A Colegiada dos Barcos, opúsculo monográfico de 42 páginas. Deixou três filhos que perfilhou.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Tabuaço (Freguesia de Barcos e Vila de Tabuaço – Rua Padre Ismael Vilela).

Fonte: “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 36, Pág. 105)

Fonte: “Dicionário dos Mais Ilustres Transmontanos e Alto Durienses, Volume I, Editora Cidade Berço, Ano de 1998, (Pág. 648), Coordenação de Barroso da Fonte”

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Tábua”

FRANCISCO de Vasconcelos e Carvalho BEIRÃO, Médico, nasceu na Freguesia de São João das Areias (Santa Comba Dão), a 05-06-1848, e faleceu em Tábua, a 17-05-1924. Era pai da Escritora Sara Beirão. Francisco Beirão cursou medicina em Coimbra e, em Lisboa, terminou o curso em 1891, já com 43 anos de idade, na Escola Médico-Cirúrgica, do Porto, com a tese “Gravidez Ectópica”.

Socorria, como médico, ricos e pobres; a estes últimos deixava por vezes, discretamente, dinheiro para comprar os remédios. Daí que se falasse de um homem santo. A tudo isto, juntava-se a forte ligação ao ideal republicano que ajudou a difundir em Santa Comba Dão e em Tábua, nomeadamente através dos jornais “Beira Alta” (de Santa Comba Dão, do qual era redactor) e “O Tabuense” (do qual era director).

No primeiro número do jornal “Beira Alta”, datado de 26 de Maio de 1901, inicia a publicação de um conjunto de biografias intituladas “Galeria de homens ilustres da Beira Alta”, encetando com a biografia de José da Silva Carvalho, a que se seguiram a de João da Silva Mendes e de José Freire de Serpa Pimentel, todos  grandes figuras da freguesia de S. João de Areias.

O Dr. Francisco Beirão era um apaixonado pela Filarmónica de S. João de Areias. Bem como pela festa da sua terra – a romaria de Santo António de Silvares, uma das mais concorridas da região.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Tábua (Rua Doutor Francisco Beirão)

Fonte: “140 Anos da Filarmónica de São João das Areias”, (por António Neves)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Sousel”

MÂNCIO CANELAS, Médico, nasceu na Freguesia de Cabeção (Mora), em 1908, e faleceu na Freguesia de Casa Branca (Sousel), em 1975. Foi Médico dedicado na Freguesia de Casa Branca, no Concelho de Sousel. Tinha consultório privado e mais tarde foi também Médico na Casa do Povo e no Hospital de Sousel.

Como a Freguesia era muito extensa e os caminhos difíceis, deslocava-se de carroça pelos montes. Por vezes ficava por lá de um dia para o outro, para atender doentes que dele precisavam.

Era casado com a Professora Maria Amélia Ratão e ambos gozavam de grande estima da população. Tiveram uma filha. Faleceu de ataque cardíaco, em casa, ao fim de quase 35 anos de serviços médicos.

O seu busto, edificado em 1976, está na Freguesia de Casa Branca, no Largo da Escola Primária, sobre um pedestal de mármore com a inscrição «Dr. Mâncio Canelas. Homenagem do povo de Casa Branca».

O seu nome faz parte da Toponímia de: Sousel (Freguesia de Casa Branca – Largo Doutor Mâncio Canelas).

Fonte: “Médicos Nossos Conhecidos, de Ana Barradas e Manuela Soares, Editor: Mendifar, 2001, Pág. 138”

Comemora-se hoje o Centenário do Engenheiro e Professor Malato Beliz

José Vicente Cordeiro MALATO BELIZ, Engenheiro e Professor, natural de Lisboa, nasceu a 25-09-1920 e faleceu a 05-07-1993. Era filho de Francisco Maria Beliz e de Maria de Assumpção Malato Beliz. Licenciado pelo Instituto Superior de Agronomia de Lisboa, em 1946, desenvolveu assinalável actividade científica. Concluiu o Curso de Engenheiro Agrónomo no Instituto Superior de Agronomia, de Lisboa, em 16 de Dezembro de 1946, com a tese “Sementes de Arroz. Contribuição para o estudo de sementes seleccionadas com garantia oficial”, com a classificação de 16 valores. Em 1 de Março de 1947 é colocado na Estação de Melhoramento de Plantas, em Elvas, como chefe do Laboratório de Fitossistemática e Ecologia Vegetal. Naquela cidade fixou residência e ali viveu até ao fim dos seus dias.

 É extenso o seu curriculum no que respeita à sua importante actividade científica. Porque o espaço não permite publicá-lo na íntegra, dele salienta-se aqui apenas: em 1949, depois de um estágio no Departamento de Fitossistemática e Geobotânica da Estação Agronómica Nacional, participou numa excursão científica a Montpellier; como bolseiro da Estação de Melhoramento de Plantas, efectuou em 1950 um estágio em França na “Station Internationale de Geobotanique Méditerranée et Alpine (Montpellier); em 1953 é nomeado para fazer parte do Grupo de Trabalho para os Problemas de Pastagens e Forragens da Comissão Nacional da FAO, no qual passou a exercer as funções de secretário; em 4 de Dezembro de 1958 proferiu uma conferência no Círculo Agronómico da Federação Nacional dos Produtores de Trigo, intitulada “A fitossociologia e as zonas económicas da cultura do trigo”; pronunciou uma outra conferência, em 1959, na Alemanha, sobre “A vegetação da Ilha da Madeira”, ilustrada com um filme colorido da sua autoria; participou em 1960, como delegado português, em Roma, na 6.ª Reunião do Grupo da FAO para o Desenvolvimento das Pastagens e Forragens da Zona Mediterrânica; na cidade de Madrid, em 1963, participou na 7ª Reunião do mesmo Grupo de Trabalho, em que foi eleito presidente da subcomissão para o inventário e estudo das pastagens naturais; de 2 de Novembro a 2 de Dezembro de 1964, procedeu em Cabo Verde ao estudo das pastagens naturais e da vegetação da Ilha de Maio; como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, esteve em São Paulo, Brasil, no 9º Congresso Internacional de Pastagens, em 1975; em 1965/1966 realizou o levantamento total da vegetação do Algarve, para fixação de zonas de protecção com vista ao plano de valorização turística daquela província; presidiu em Roma, em 1966, à Reunião da Comissão para o Inventário dos Recursos de Pastagens e sua Avaliação, promovida pela FAO; por alvará da Chancelaria das Ordens Portuguesas, de 10 de Outubro de 1967, é-lhe concedido o grau de Comendador da Ordem do Mérito Agrícola e Industrial (Classe de Mérito Agrícola); em Fevereiro de 1972, em Paris, foi eleito representante português no conselho de administração do “Centre International pour la Coopération des Recherches en Agriculture”, com sede em Zurique; em 1976 é nomeado presidente da Secção de Biogeografia da Sociedade de Geografia de Lisboa; em 1980 passou a leccionar as cadeiras de Biologia Vegetal II, Aplicação de Material Vegetal I e Ecologia II, na Universidade de Évora, como Professor Associado Convidado desta Universidade; Director da Academia Mediterrânea de Ciências em 1982; em 21 de Maio de 1984 realizou nas instalações da FAOJ, em Portalegre, uma conferência intitulada: “Valor Científico e Interesse Didáctico da Flora e da Vegetação da Serra de São Mamede”; tomou posse em 22 de Agosto de 1986 de Professor Associado da Universidade de Évora; no salão do Quartel dos Bombeiros Voluntários de Castelo de Vide, em 28 de Março de 1987, proferiu uma palestra com o título “O Castanheiro na Economia e na Paisagem”; em 1987 no decurso dum encontro sobre soutos e castinçais, realizado em Castelo de Vide, Marvão e Portalegre, fez uma exposição sob o título “As Sociedades Vegetais e a Origem do Castanheiro em Portugal”; tomou posse em 1989 de membro da Comissão Científica do Parque Natural da Serra de São Mamede, em representação da Universidade de Évora; a partir de 1 de Julho do mesmo ano, passou a exercer as funções de Professor Catedrático da Universidade de Évora; ainda em 1989, é nomeado Presidente do Conselho Científico da área Departamental de Ciências da Natureza e do Ambiente da mesma universidade. Pertenceu a mais de 20 sociedades científicas, nacionais, e estrangeiras, ascendendo os trabalhos publicados a mais de 120. Vindo com muita frequência a Castelo de Vide, a terra de seus pais, e de certo modo também sua, aí exerceu durante alguns anos o cargo de Presidente da Câmara Municipal.

Foi também Deputado à Assembleia Nacional, mas a política não o seduzia, nem para ela sentia vocação. Só a consciência de que lhe cabiam também esses deveres cívicos, o levou a aceitar esse múnus, que, aliás, exerceu por pouco tempo. José Vicente Malato Beliz casou em Castelo de Vide, em 29 de Janeiro de 1948, com Maria Isabel Cordeiro Ramos, filha de Manuel Godinho de Moura Ramos e de Berta Augusta de Almeida Durão Cordeiro Ramos.

Por motivo de doença, solicitou a aposentação antecipada da função pública em Novembro de 1983, sendo-lhe concedida em definitivo no mês de Março de 1985, continuando no entanto a sua empenhada actividade científica e docente. Agravando-se o seu estado de saúde, faleceu com 72 anos de idade, a 05 de Julho de 1993, em Lisboa, onde procurara assistência hospitalar.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Castelo de Vide (Parque Malato Beliz).

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 88 e 329).

Fonte: “Dicionário Biográfico Parlamentar, 1935-1974, (Volume I de A-L), Direcção de Manuel Braga da Cruz e António Costa Pinto, Colecção Parlamento, Pág. 254 e 255).