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“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Vila Nova de Paiva”

EGAS MONIZ, Aio de Dom Afonso Henriques, natural de Guimarães, nasceu em 1080 e faleceu em 1146. Ínclito varão do Século XII. Vulgarmente dito «O Aio», chamado nos nobiliários medievais o «honrado» e o bem-aventurado Dom Egas Moniz de Ribadouro (por ter sido natural desta região e qui ter possuído os seus vastíssimos domínios), e conhecido nas inquisições do Século XIII, por «Meono Dom Egas». Era filho de  Monio Ermiges e de Ouroana, pertencia à família dos Gascos, das mais ilustres de Entre Douro e Minho, e era senhor de vastíssimos domínios em Riba Douro. Com seus irmãos Ermígio e Mendo já se encontrava na corte do conde Dom Henrique em 1106. Foi-lhe confiada a «criação» de Dom Afonso Henriques. Quando este assumiu o governo do Condado Portucalense, após a Batalha de São Mamede (24-06-1128), tornou-se o seu principal auxiliar. Dom Afonso Henriques, doou-lhe e coutou-lhe grande número de propriedades e fê-lo juntamente com seu irmão Ermígio seus primeiros mordomos. Fundou o Mosteiro de Tuías e foi patrono dos mosteiros de Pendurada e de Paço de Sousa, onde se encontra sepultado. O seu túmulo é célebre pelas esculturas e baixos-relevos, que parecem confirmar a lenda nobiliárquica segundo a qual ele, em 1127, conseguiu que o Exército leonês que cercava Guimarães levantasse o assédio prometendo que Dom Afonso Henriques prestaria a menagem exigida. Negando-se este a dar execução à promessa, Egas Moniz, com seus familiares, apresentou-se em Leão a Afonso VII que, vendo a estranha lealdade. Mais pôde, enfim, que iria a piedade.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Abrantes; Albufeira (Cidade de Albufeira e Freguesia da Guia); Almada (Freguesia da Charneca de Caparica); Amadora; Armamar (Freguesia do Fontelo); Arouca; Avis (Freguesia de Ervedal); Barcelos; Barreiro (Freguesias do Lavradio e Santo António da Charneca); Beja; Borba; Braga; Cartaxo (Freguesia de Valada); Cascais (Freguesias de Alcabideche, Estoril, Parede e São Domingos de Rana); Castelo Branco (Freguesia de Alcains); Coimbra; Entroncamento; Fafe (Freguesias de Fafe e Regadas); Faro; Felgueiras; Ferreira do Alentejo (Freguesias de Ferreira do Alentejo e Figueira de Cavaleiros); Gondomar (Freguesias de Fânzeres e Rio Tinto); Guarda; Guimarães (Cidade de Guimarães e Freguesias Lordelo, Ronfe, Vila Nova de Sande e Serzedelo); Ílhavo (Freguesia da Gafanha da Nazaré); Lagoa (Freguesia de Ferragudo); Lamego; Leiria; Lisboa (Freguesia do Alto do Pina); Loulé (Cidade de Loulé e Freguesia da Quarteira); Loures (Freguesias de Camarate, Santa Iria de Azóia, Santo Antão do Tojal e São João da Talha); Marco de Canaveses (Freguesia de Alpendurada e Matos); Marinha Grande; Moita (Freguesias da Baixa da Banheira e Moita); Montalegre; Montijo (Freguesias do Montjo e Sarilhos Grandes); Murtosa; Odivelas (Freguesias de Caneças, Famões e Ramada); Oeiras (Freguesias de Barcarena e Cruz Quebrada/Dafundo); Olhão; Oliveira de Azeméis (Vila de Cucujães); Palmela (Freguesia do Pinhal Novo); Paredes (Freguesia de Baltar); Penafiel (Freguesias de Bustelo, Galegos, Novelas, Paço de Sousa e Penafiel); Penamacor; Porto; Porto de Mós (Freguesia de Mira de Aire); Reguengos de Monsaraz; Resende (Rua Egas Moniz); Salvaterra de Magos (Freguesias de Muge e Salvaterra de Magos); Santa Maria da Feira (Freguesias de Mozelos e Nogueira da Regedoura); Santarém (Freguesia de Vale de Figueira); Seia (Freguesia de São Romão); Seixal (Freguesias da Amora e Corroios); Sesimbra (Freguesia da Quinta do Conde); Sintra (Freguesias de Algueirão-Mem Martins e Santa Maria e São Miguel); Valongo (Freguesias de Alfena e Arcozelo); Valpaços; Vendas Novas; Vila Franca de Xira (Freguesias de São João dos Montes e Vila Franca de Xira); Vila Nova de Famalicão (Vila Nova de Famalicão e Freguesia da Oliveira); Vila Nova de Gaia; Vila Nova de Paiva (Rua Egas Moniz).

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 367).

Fonte: “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 17, Pág. 624)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Vila Nova de Gaia”

ALFREDO Cristiano KEIL. Músico, Poeta e Pintor, Nasceu em Lisboa a 03-07-1850, e faleceu em Hamburgo (Alemanha) a 04-10-1907, filho de pais alemães optou pela nacionalidade Portuguesa. Músico, Poeta, Pintor e Arqueólogo, mas notabilizando-se sobretudo como Músico.

Desde muito novo que Alfredo Keil mostrou um talento invulgar para a música, tendo, aos 12 anos, escrito a sua primeira peça musical com o título Pensé Musicale, que dedicou à mãe.

Estudou no Colégio de Santo António e, em 1858, já tinha lições de música com António Soller. Em 1860, com apenas 10 anos, frequentava o colégio Britânico na Rua Vale de Pereiro, em Lisboa. Teve lições de piano com o famoso pianista húngaro Óscar de La Cinna. Em 1869 viajou com o pai pela Europa, passando por Madrid, Paris, Genebra, Zurique, visitando museus e monumentos e acabando por ficar em Nuremberga, para frequentar a Academia Real de Belas Artes. A Guerra franco-prussiana, em 1870, força-o a regressar a Portugal, onde frequenta então aulas de pintura com Miguel Luppi. Teve ainda como professores de música, António Soares e Ernesto Vieira, e aulas de desenho com o professor Joaquim Prieto, da Academia Real de Belas Artes.

Em 1878 Keil concorreu à exposição de Paris com a tela “Melancolia”, que lhe valeu uma Menção Honrosa, e em 1879, recebeu a Medalha de Ouro na Exposição no Rio de Janeiro. Expôs também em Madrid com grande sucesso.

Em 1874 já Alfredo Keil recebera duas medalhas por trabalhos de pintura expostos na Sociedade Promotora de Belas Artes, a que se somaram nos anos seguintes mais prémios, nomeadamente com as telas com os temas “Sesta” e “Meditação”. Este quadro viria a ser adquirido pelo Rei D. Luís.

Em 1883 sobe ao palco, no Teatro Trindade, a sua ópera cómica em um acto, “Susana”, escrita em italiano, e em 1884 escreve a cantata “Pátria”, seguindo-se, em 1885, o poema sinfónico “Uma Caçada na Corte” e, em 1886, “As Orientais”. Inspirada no poema de Almeida Garrett, em Março de 1888, estreia-se a ópera em quatro actos, “Dona Branca”, dedicada ao rei D. Luís. Teve trinta representações de enorme sucesso e direito a reposição no ano seguinte. Esta ópera, também em italiano, foi igualmente aplaudida do outro lado do Atlântico, no Teatro Lírico do Rio de Janeiro. Os quadros de Keil foram expostas em mais de uma dezena de Exposições da Sociedade Promotora de Belas-Artes e é impossível enumerar todos os prémios que recebeu. Entretanto, na então chamada África Portuguesa, em finais do século XIX, havia graves conflitos com a Grã-Bretanha e o caso do “Mapa cor-de-rosa” que correspondia à perca de uma larga fatia do território português no continente africano, entre Angola e Moçambique, veio a desembocar, em 1890, no chamado “Ultimato inglês”. É então que Alfredo Keil, animado de sentimentos patrióticos, compõe a marcha “A Portuguesa” – ao som da qual, no ano seguinte, os revoltosos de 31 de Janeiro proclamaram a República no Porto.

Porém foi preciso aguardar mais uns anos para que o ciclo do regime monárquico desse lugar à República, a 5 de Outubro de 1910. Até esse dia, “A Portuguesa” esteve proibida de ser tocada em público. Depois, em 1911 é adoptada pela nova Constituição como Hino Nacional da República Portuguesa. Alfredo Keil, que viajava muito e passava temporadas em Itália, a pátria da ópera, conseguia dividir o seu tempo entre a pintura e a composição musical. Em 1893, foi cantada, em Turim a sua ópera “Irene”, baseada na lenda de Santa Iria. O sucesso foi enorme e o rei Humberto de Itália condecorou o compositor. Esta ópera foi, três anos mais tarde, levada à cena no Real Teatro de São Carlos de Lisboa.

Como pintor, Alfredo Keil deixou mais de 2000 obras, entre telas e desenhos, como conhecedor de arte foi um grande coleccionador. Adquiriu telas de pintores como Lucca Giordano e diz-se que talvez possuísse um Brueghel. A sua colecção de instrumentos musicais antigos (cerca de 500) encontra-se no Museu da Música, em Lisboa. Este autor, multifacetado legou-nos também obras escritas, contos e romances dos seus verdes anos e estudos como “Breve História dos Instrumentos de Música Antigos e Modernos” (1904), Colecções e Museus de Arte em Lisboa (1905), “Breve Notícia da Colecção Keil” de 1905 e um livro editado postumamente, “Tojos e Rosmaninhos”.

Alfredo Keil foi o compositor de “A Portuguesaque viria a ser o Hino Nacional, com poema de Henrique Lopes de Mendonça. Da sua produção dramática, deve destacar-se, ainda, a ópera “Dona Branca” sobre libreto extraído do poema de Almeida Garrett, “Irene” e “Serrana”.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Alcanena; Alcobaça (Freguesia de Pataias); Almada (Cidade de Almada e Freguesia da Charneca de Caparica); Amadora; Barreiro (Freguesia do Alto do Seixalinho); Benavente (Freguesia de Samora Correia); Cascais (Freguesia da Parede); Ferreira do Zêzere (Freguesias de Águas Belas e Ferreira do Zêzere); Lagoa; Leiria; Loures (Freguesia de Santo António dos Cavaleiros); Montijo; Odivelas (Freguesias de Odivelas e Ramada); Oeiras (Freguesias de Linda-a-Velha e Oeiras); Olhão; Portimão; Porto; Seixal (Freguesia de Aldeia de Paio Pires); Sesimbra; Setúbal; Sintra (Freguesias de Colares e Monte Abraão); Vila Franca de Xira; Vila Nova de Gaia (Rua Alfredo Keil).

Fonte: “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 14, Pág. 439 e 440).

Fonte: “Canal de Biografias do Portal O Leme”

“O Centenário do Artesão Domingos Mistério”

Domingos Gonçalves Lima, conhecido por DOMINGOS MISTÉRIO, Artesão, natural da Freguesia de São Martinho de Galegos (Barcelos), nasceu a 29-08-1921 e faleceu a 25-03-1995. Cedo foi morar para a Freguesia vizinha de Galegos de Santa Maria, no lugar de Santo Amaro. Ganhou a alcunha mistério por ser criança franzina, frágil e delicada. Aos três anos de idade ainda não conseguia andar, pelo que se dizia ser um mistério ter sobrevivido.

Filho de mãe solteira, foi criado pela avó materna com quem aprendeu o ofício de barrista. Inicialmente, fazia coisas simples, mas aos doze anos já mexia no barro com mais afeição e determinação, graças à sua tia Teresa Carumas, uma barrista experiente com quem melhorou a sua arte.

Observando o que o rodeava, dava quase sempre às suas peças um toque de ironia. O artesão inspirava-se no mundo rural para reproduzir matanças do porco, juntas de bois e outros animais.

Ficou conhecido pela vertente da religiosidade ao modelar santos populares, presépios, reis magos, e o nascimento e morte de Jesus.

Do mundo do fantástico destacam-se as peças do diabo com forquilha. Teve uma profícua produtividade sendo-lhe atribuídas cerca de 600 criações diferentes. Ganhou o primeiro prémio no III Salão de Artesanato do Casino do Estoril em 1983.

Fonte: O Real e o Imaginário – Memória e Identidade no Figurado de Barcelos”, (Coordenação de Maria Cláudia Milhazes, Edição da Câmara Municipal de Barcelos)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Vila Nova de Foz Côa”

Manuel António de Almeida, , 1º Visconde e 1º CONDE DE PINHEL, Político, nasceu no lugar de Touca, Freguesia de Alpedrinha (Fundão), em 1860, e faleceu no seu Palácio do Conde-Barão, em Lisboa, a 09-08-1929.

Formou-se em Farmácia no Porto (1ª classe) e foi um grande proprietário em Pinhel e Foz Côa, possuindo uma assinalável fortuna e vastos bens imobiliários, calculados em mais de 900 imóveis sitos em sete comarcas do País.

Recebeu as Comendas de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa e de Mérito Agrícola, os graus de Cavaleiro da Ordem de Cristo e de fidalgo de cota de Armas (Cartas de 10-11-1889 e 07-03-1910) e foi agraciado com os títulos de Visconde (12-07-1888) e de Conde de Pinhel (06-04-1893).

Durante muitos anos foi Presidente da Assembleia Geral das Companhias Reunidas de Gás e Electricidade.

Era membro do Partido Regenerador e foi eleito Deputado para uma única Legislatura, em 1895, em representação do círculo plurinominal da Guarda.

À data da implantação da República estava proposto para o pariato. Nos anos finais da sua vida perdeu a razão e a ausência de testamento provocou uma prolongada querela judicial entre os filhos legítimos e ilegítimos.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Pinhel (Rua Condes de Pinhel); Vila Nova de Foz Côa – (Bairro e Rua Conde de Pinhel).

Fonte: “Dicionário Biográfico Parlamentar, 1834-1910”, (Vol I, de A-C), Coordenação de Maria Filomena Mónica, Colecção Parlamento, Pág. 147”.

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Vila Nova de Famalicão”

TOMÁS PEREIRA, Missionário, nasceu na Freguesia de São Martinho do Vale (Vila Nova de Famalicão), a 01-11-1645, e faleceu em Pequim (China), a 24-12-1708. Jesuíta desde 25-09-1661, partiu para o Oriente em 15-04-1666, tendo concluído os estudos em Goa e Macau.

A sua fama de perito em Música e Matemática fez com que o Imperador chinês Kang Hi o convidasse, em 1673, para a Corte de Pequim. Nesta ensinou Música, construiu órgãos e compôs música em estilo europeu e em estilo chinês e de 1668 a 1694 foi Presidente substituto do Tribunal das Matemáticas.

Em 22-03-1689 obteve do Imperador, de quem era conselheiro, o que ninguém até então conseguira, o Edicto da Tolerância da Religião Católica.

Foi o principal obreiro do Tratado de Nerchinsk, assinado em 1689, que delimitou a fronteira entre a China e a Rússia, deste modo evitando a guerra, que se apresentava iminente. De 1691 a 1695 exerceu o cargo de superior dos jesuítas da China. Quando faleceu tinha a categoria de mandarim. Compôs, em chinês, o Tratado de Música Prática e  Especulativa, em três tomos, que viria a lume em 1746, mandado traduzir pelo imperador para a língua tartárica.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Vila Nova de Famalicão (Freguesia de São Martinho do Vale – Avenida Tomás Pereira).

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 416)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Vila Nova de Cerveira”

José LUCIANO DE CASTRO Pereira Corte Real, Jornalista e Político, nasceu na Freguesia do Eixo (Aveiro), a 14-12-1834, e faleceu em Anadia, a 09-03-1914. Era filho de Maria Augusta Meneses da Silveira e de Francisco Joaquim de Castro Pereira Corre Real, último morgado da Casa da Oliveirinha, Vogal da Junta Governativa de Aveiro e Presidente da Câmara Municipal desta Cidade. Era irmão de Francisco de Castro Matoso da Silva Corte Real, Juiz do Supremo Tribunal de Justiça, Deputado e Vice-Presidente da Câmara dos Pares e tio de Augusto de Castro, Advogado, Jornalista e Deputado, que se destacou como uma das principais figuras da imprensa e da propaganda do Estado Novo.

Bacharel formado em Direito, em 1854, terá tido uma fugaz passagem pela Maçonaria, com o nome simbólico de Washington, na Loja Pátria e Caridade (anos de 1852-1853).

À semelhança de outros colegas, tentou uma carreira académica. Em 1858 prestou provas para ingressar na Academia Politécnica do Porto, mas foi preterido. Optou então pelo Jornalismo e pela Advocacia.

Desde os tempos da Universidade dedicou-se ao Jornalismo e colaborou em O Observador e no Conimbricense e em jornais da região de Aveiro. No Porto, escreveu em O Comércio do Porto e no Nacional e fundou o Jornal do Porto (1859) onde travou conhecimento com Ramalho Ortigão.

Em Lisboa esteve ligado à imprensa partidária, como A Gazeta do Povo, O País, O Progresso e à fundação do jornal que reflectia as suas posições políticas, o Correio da Noite, futuro jornal oficioso do Partido Progressista.

O seu interesse pelas questões da imprensa levou-o a editar uma Colecção de Legislação Reguladora da Liberdade de Imprensa, (Porto, 1859). Em 1856 havia publicado A Questão das Subsistências. Ainda no Porto fez a sua entrada no foro, mas foi em Lisboa que, com António Alves da Fonseca, fundou em 1868, O Direito – Revista de Legislação e Jurisprudência. Mais tarde, em 1892, tornou-se Vogal efectivo do Supremo Tribunal Administrativo.

A carreira política começou muito cedo. Apenas com dezanove anos de idade foi eleito Deputado pelo círculo plurinominal da Feira, com o patrocinato do seu futuro sogro e de José Estevão (eleição suplementar de 03-12-1854). Em 25-01-1855, tomou assento na Câmara dos Deputados. Até 1887 seria sucessivamente eleito pelo círculo uninominal da Feira (1856) e depois pelos círculos uninominais de Vila Nova de Gaia (1861 e 1864), Viana do Castelo (1865), Aveiro (1869 e Março de 1870) e Anadia (Setembro de 1870, 1871, 1874, 1878, 1879, 1881, 1884 e 1887). Em Março de 1870 foi também eleito Deputado por Lisboa, mas optou por ficar a representar o círculo de Aveiro.

Em 31-03-1887 foi elevado a Par do Reino e tomou posse a 20-04-1887. Começou por alinhar com os regeneradores, mas entrou em ruptura com Fontes Pereira de Melo em 1859, por não lhe ser dado um lugar no funcionalismo compatível com a sua posição de Bacharel e ex-Deputado Regenerador.

O ano de 1861 consagrou a mudança do Partido Regenerador para o Parido Histórico. Em pouco tempo destacou-se como reforço da sua nova bancada parlamentar. Em 30-01-1863 o seu discurso de resposta ao discurso da Coroa foi considerado um triunfo oratório. Passou a integrar diversas comissões, com particular destaque para a da Fazenda, e foi relator de importantes projectos, tais como os referentes à «lei hipotecária» e aos vínculos (1863); à lei de desamortização (1865), ao imposto do consumo e ao Código Civil (1867).

Em 1863 foi nomeado Director-Geral dos Próprios Nacionais e nesse mesmo ano recebeu também a carta de Conselho.

Na sequência da Fusão viveu momentos de ostracismo partidário e perdeu as eleições de 1868 em ambos os círculos em que se candidatou: Vila Nova de Gaia e Anadia.

Em 11-08-1869 foi chamado pelo Duque de Loulé para seu Ministro da Justiça, mas a “Saldanhada” de 19-05-1870 pôs termo à sua primeira passagem pelo Governo.

Até ao Pacto da Granja (07-09-1876), afirmou-se como terceira figura dos históricos, depois de Loulé e Braamcamp. Em 1872, apresentou um projecto de reforma da Carta Constitucional; e do Pacto da Granja saiu como relator do que seria o futuro programa político do partido. Quando os progressistas, em 01-06-1879, finalmente ascenderam ao poder, foi ocupar o cargo de Ministro do Reino, a principal pasta política do governo de Braamcamp.

Depois da demissão do Governo e da estrondosa derrota progressista nas eleições de 1881, quase desistiu da política. Porém, era já nítido o seu alinhamento com as posições mais conservadoras no seio do partido.

A partir de 1885 torna-se um protagonista permanente em cena na política portuguesa até à queda da Monarquia. Até 1910, liderou cinco Governos durante três períodos: de 20-02-1886 a 14-01-1890; 07-04-1897 a 25-06-1900; 20-10-1904 a 20-03-1906.

Com Hintze Ribeiro, executou um rotativism perfeito: alternância política e alternância na gestão de uma das mais importantes instituições bancárias do País. José Luciano de Castro era Governador do Crédito Predial Português, cargo para que foi eleito em 31-03-1887, ocupando o lugar deixado vago pela morte de Fontes, e tinha como Vice-Governador Hintze Ribeiro. Quando um estava no Governo, o outro presidia aos destinos do Crédito Predial Português. Quase tudo era combinado e acertado previamente entre os dois chefes políticos.

Em 1905, teve de enfrentar o seu antigo delfim, José de Alpoim, cuja ambição e propósitos radicais provocaram uma ruptura no partido e originou a Dissidência Progressista. A tumultuária sessão da Câmara dos Pares de 25-08-1906 constituiu o momento alto do enfrentamento público entre os dois homens. A fragmentação partidária proporcionou a subida de João Franco ao poder, o qual, aliás, começou por contar com o apoio parlamentar progressista até entrar em ditadura (11-05-1907).

O regicídio recolocou-o no centro da política. Ao jovem rei D. Manuel II, impreparado para o exercício do cargo, não restou mais do que entregar-se nos braços dos chefes dos partidos tradicionais. Era a «Monarquina Nova» feita por políticos velhos. E sobretudo por José Luciano de Castro. Em menos de dois anos sucederam-se seis governos. De todos, menos o último, José Luciano de Castro foi figura titular.

No 05 de Outubro de 1910, a sua casa foi invadida, mas não foi molestado. A República assegurou-lhe um final de vida sem sobressaltos. Mesmo a «questão do Crédito Predial» seria resolvida a seu contendo.

Permaneceu em Lisboa algum tempo, dado o seu frágil estado de saúde. No Verão de 1913, retirou-se definitivamente para a Anadia, onde faleceu no ano seguinte.

Publicou: Questões de Subsistência, (1856); Legislação Sobre a Liberdade de Imprensa, (1859); Discursos (1863-1877, em três volumes).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Almada (Freguesia da Charneca de Caparica), Anadia, Aveiro, Chamusca, Estarreja, Vila Nova de Cerveira (Avenida José Luciano de Castro).

Fonte: “Dicionário Biográfico Parlamentar, 1834-1910”, (Vol I, de A-C), Coordenação de Maria Filomena Mónica, Colecção Parlamento, (Pág. 836, 837, 838 e 839)”.

Fonte: “História da Maçonaria em Portugal, Política e Maçonaria 1820-1869”, (A.H. Oliveira Marques, Editorial Presença, III Voluma, 2ª parte, 1997, Pág. 509).

Fonte: “Quem É Quem”, (Portugueses Célebres, Círculo de Leitores, Edição de 2008, Pág. 142).

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Vila Nova da Barquinha”

VASCO DA GAMA, Navegador, nasceu em Sines, em 1468, e faleceu em Cochim (Índia), a 24-12-1524. Filho ilegítimo de Estevão da Gama, Alcaide-Mor daquela Vila alentejana, e de Isabel de Sodré, chegou a pensar na carreira eclesiástica, recebendo por isso a tonsura clerical a 05-11-1480.

Navegador experiente, já Dom João II o encarregara de várias missões. Dom Manuel confiou-lhe o comando da expedição que descobriu o caminho marítimo para a Índia. Compunha-se ela de três naus e de um navio velho com mantimentos. Largou em 08-07-1497 e em 02-03-1498 aportou a Moçambique. Obtida em Melinde a colaboração do piloto árabe Ahamed ben Madjid, deixou o continente africano em 24-04-1498, tendo chegado à vista de Calecute, an Índia, em 17-05-1498. Devido a intrigas dos mercadores árabes, os portugueses correram sérios riscos, que Vasco da Gama mais uma vez enfrentou com calma e coragem.

Não dispondo de meios militares para se impor às autoridades indianas, iniciou o regresso em 05-10-1498, durante o qual o escorbuto dizimou as tripulações. Em 10-07-1499 a nau Bérrio chegou a Lisboa com a nova do descobrimento há tantas décadas pretendido, mas Vasco da Gama entrou na capital somente em 18-09-1499.

Tornou à Índia em 1502, comandando uma armada de 20 velas. Fez tributário o rei de Quiloa, castigou o rei de Calecute, firmou aliança com os reis de Cochim e Cananor, e, tendo assegurado a hegemonia portuguesa no oceano Índico, carregou especiarias e regressou a Portugal em 1504. Conde da Vidigueira desde 1499, Dom João III recorreu a ele para pôr cobro a abusos e desordens que comprometiam a presença portuguesa na Índia. Investido do cargo de vice-rei e com latos poderes, deixou Lisboa em 09-04-1524 e em Setembro seguinte chegou à Índia. Em três meses estabeleceu  a ordem, fazendo justiça com mão de ferro. Morreu vitimado por um antraz na região cervical. Galardoado com o título de Dom, extensivo à família, foi almirante do mar da Índia, 1º conde da Vidigueira , 6º governador e 2º vice-rei da Índia. O seu nome, unido ao do Infante Dom Henrique, ficou para sempre gravado na história universal pelas incidências que teve para a humanidade o descobrimento do caminho marítimo para a Índia.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Abrantes; Águeda; Albergaria-a-Velha; Alcácer do Sal (Vila de Alcácer e Freguesia do Torrão); Alcobaça (Cidade de Alcobaça e Freguesias deAlfeizerão, Pataias e São Martinho do Porto); Albufeira; Alenquer (Freguesia do Carregado); Alcochete (Freguesias de Alcochete e Samouco); Aljustrel (Vila de Aljustrel e Freguesia de São João de Negrilhos); Almada (Cidade de Almada e Freguesias da Caparica, Charneca de Caparica, Costa de Caparica e Trafaria); Almeirim (Vila de Almeirim e Freguesia de Fazendas de Almeirim); Alpiarça; Alvito; Amadora; Arraiolos (Freguesia da Igrejinha); Aveiro (Cidade de Aveiro e Freguesia de Cacia); Barcelos; Barrancos; Barreiro (Fregusias do Barreiro, Coina e Santo António da Charneca); Beja; Benavente (Freguesias de Benavente e Samora Correia); Bombarral (Cidade de Bombarral e Freguesias de Roliça e Vale Covo); Braga; Bragança; Cadaval (Freguesia da Vermelha); Caldas da Rainha (Cidade das Caldas e Freguesia de Serra do Bouro); Campo Maior; Carrazeda de Ansiães; Cartaxo (Vila do Cartaxo e Freguesia de Pontével); Cascais (Freguesias de Alcabideche, Carcavelos, Cascais, Estoril, Parede e São Domingos de Rana); Castro Verde (Vila de Castro Verde e Freguesia de Santa Bárbara de Padrões); Chamusca; Coimbra; Coruche (Freguesia de São José da Lamarosa); Covilhã; Entroncamento; Esposende; Estremoz; Évora (Cidade de Évora e Freguesia de São Sebastião da Giesteira); Fafe (Freguesias de Fafe e Regadas); Faro; Felgueiras; Ferreira do Alentejo (Vila de Ferreira e Freguesias de Alfundão e Figueira dos Cavaleiros); Ferreira do Zêzere; Figueira da Foz; Fronteira (Freguesia de Cabeço de Vide); Fundão; Gondomar ( de Baguim do Monte, Fânzeres, Gondomar, Rio Tinto e Valbom); Grândola; Guarda; Guimarães (Cidade de Guimarães e Freguesias de Brito, Infantas e Lordelo); Idanha-a-Nova (Freguesia do Ladoeiro); Ílhavo (Cidade de Ílhavo e Freguesia da Gafanha da Nazaré); Lagoa (Cidade de Lagoa e Freguesias de Ferragudo, Estômbar e Parchal); Lagos; Leiria; Lisboa (Freguesia de Belém); Loulé (Cidade de Loulé e Freguesias de Almancil e Quarteira); Loures (Freguesias da Bobadela, Bucelas, Camarate, Frielas, Loures, Moscavide, Portela, Prior Velho, Santa Iria de Azóia, Santo António dos Cavaleiros, São João da Talha e São Julião do Tojal); Lourinhã; Macedo de Cavaleiros; Maia; Mangualde; Manteigas; Marco de Canaveses; Marinha Grande; Matosinhos (Freguesia da Senhora da Hora); Mealhada; Mértola; Mira (Freguesia da Praia de Mira); Mirandela; Moita (Freguesias de Alhos Vedros, Moita e Vale das Amoreira); Monção (Freguesia de Cortes); Montalegre; Montemor-o-Novo (Vila de Montemor e Freguesia de Santiago do Escoural); Montijo (Freguesias do Montijo, Samouco e Santo Isidro de Pegões); Mora (Freguesia de Cabeção); Mortágua; Moura; Mourão; Murtosa; Nazaré; Nelas (Vila de Nelas e Freguesia de Carvalhal Redondo); Nisa; Odivelas (Freguesias de Famões, Odivelas e Pontinha); Oeiras (Freguesias de Caxias, Barcarena, Linda-a-velha, Oeiras e Porto Salvo); Olhão; Oliveira de Azeméis (Freguesias de Vila de Cucujães e Macieira de Sarnes); Ourém (Freguesias de Alburitel, Caxarias, Fátima e Seiça); Ovar (Cidade de Ovar e Freguesia de Esmoriz); Paços de Ferreira; Palmela (Freguesias de Águas de Moura, Palmela, Pinhal Novo, Poceirão e Quinta do Anjo); Paredes (Freguesias de Baltar, Gandra, Ricarei e Vilela); Penafiel (Freguesia de Novelas); Penalva do Castelo; Peniche (Cidade de Peniche e Freguesias de Atouguia da Baleia e Ferrel); Pombal; Ponta Delgada; Ponte de Lima; Ponte de Sôr (Vila de Ponte de Sôr e Freguesias Foros de Arrão e Vale de Açôr); Portimão (Cidade de Portimão e Freguesia de Alvor); Porto; Porto de Mós ( Freguesias de Mira de Aire e Porto de Mós); Póvoa de Varzim; Redondo; Reguengos de Monsaraz; Salvaterra de Magos (Freguesias de Foros de Salvaterra e Muge); Santa Comba Dão; Santa Maria da Feira (Freguesias de Arrifana, Lobão, Mozelos e Nogueira da Regedoura); Santarém; Santiago do Cacém (Freguesias de Alvalade e Santigo do Cacém); Santo Tirso (Freguesias de Rebordões e Santo Tirso); São Brás de Alportel; São João da Madeira; Seia (Freguesia de Loriga); Seixal (Freguesias de Aldeia de Paio Pires, Corroios, Fernão Ferro e Seixal); Serpa (Freguesia de Pias); Sesimbra (Vila de Sesimbra e Freguesia da Quinta do Conde); Setúbal (Cidade de Setúbal e Azeião); Silves (Freguesias de Armação de Pêra e Pêra); Sines (Freguesias de Porto Covo e Sines); Sintra (Vila de Sintra e Freguesias de Agualva-Cacém, Algueirão-Mem Martins, Almargem do Bispo, Casal de Cambra, Colares, Pêro Pinheiro, Queluz e Rio de Mouro) Tavira (Freguesia de Cabanas de Tavira); Torre de Moncorvo; Torres Vedras (Cidade de Torres Vedras e Freguesias de A-dos-Cunhados, Ponte de Rol, São Pedro da Cadeira e Silveira); Trofa (Freguesias de Alvarelhos, São Romão do Coronado e Trofa); Vagos (Freguesia de Calvão); Vale de Cambra; Valongo (Freguesias  de Alfena, Campo, Ermesinde e Valongo); Vendas Novas; Viana do Alentejo (Freguesia de Alcáçovas); Viana do Castelo; Vidigueira (Vila da Vidigueira e Freguesia de Selmes); Vila do Bispo (Freguesia de Sagres); Vila do Conde (Freguesias do Mindelo, Retorta, Touguinha e Vila do Conde); Vila Flor; Vila Franca de Xira (Freguesias de Alhandra, Alverca do Ribatejo, Póvoa de Santa Iria, São João dos Montes, Vialonga e Vila Franca de Xira); Vila Nova da Barquinha (Rua Vasco da Gama); Vila Nova de Famalicão (Cidade de Famalicão e Freguesias de Ribeirão e Ruivães); Vila Nova de Gaia (Cidade de Gaia e Freguesias de Arcozelo, Avintes e Pedroso); Vila Real de Santo António (Freguesia de Monte Gordo); Vila Verde (Freguesias de Barbudo e Cabanelas)

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág.  243 e 244).

Fonte: “Grande Enciclopédia do Conhecimento”, (Volume 7, Pág. 1147)

“O Centenário”

RAUL Fernandes de Morais e CASTRO, Advogado, Escritor e Político, natural da Freguesia de Cedofeita (Porto), nasceu a 25-08-1921 e faleceu a 21-08-2004. Era filho de Amílcar de Morais e Castro e de Irene Fernandes.

Licenciou-se em Direito pela Universidade de Coimbra, em 1945. De regresso ao Porto e durante o Estado Novo, defendeu junto dos tribunais vários processos relativos às liberdades e garantias fundamentais dos cidadãos.

Em Março de 1957, foi um dos 72 Advogados de Lisboa e do Porto que assinaram uma representação ao Ministro da Presidência pedindo um «inquérito à PIDE».

Em 1969, apresentou ao II Congresso Republicano de Aveiro uma tese intitulada «Actualidade dos Princípios Gerais de Direito estabelecidos pelo Regime Republicano em 1910». Participou também no III Congresso da Oposição Democrática, igualmente realizada em Aveiro, com uma tese intitulada «Ideologia e Democracia – Para Desmascarar a Desmontagem de Mitos Ideológicos do Corporativismo».

Depois do 25 de Abril de 1974, Foi Deputado independente, eleito pela CDU (Coligação Democrática Unitária), de 1980 a 1995. Foi Vereador da Câmara e membro da Assembleia Municipal do Porto. Tem colaboração em Vértice, Pensamento, Gazeta de Coimbra, O Comércio da Póvoa de Varzim, Jornal do Foro. Utilizou diversos pseudónimos, entre os quais o de Saúl Fernandes.

Obras principais: As Avaliações de Estabelecimentos Comercias e Industriais, (1950); Transformações de Sociedades Comerciais, (1955); Podriqueira, o Nome Lhe Basta, (1960); A Proibição da Comissão Eleitoral Democrática do Porto (em colaboração, 1969); Medidas de Segurança: Liberdade Condicional: Dois Pareceres em Processo Penal de Natureza Política, (1970); Lesado, Sim: Arguido Não, (1970); Estudantes de Coimbra (em colaboração, 1972); Bezerro de Ouro, (1973); Estudantes do Porto no Tribunal de Polícia, (1973); Reunião Ilegal ou Acusação Irreal?, (1974); Duas Teses Anti-Fascistas, (1974); Coração-Povo: Poemas, 1951-1953, (1979); A Generala e Outros Contos, (1995).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Porto (Rua Raul Castro).

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Volume V, Publicações Europa América”.

Fonte: “Candidatos da Oposição à Assembleia Nacional do Estado Novo (1945-1973) Um Dicionário”, (Coordenação de Luís Reis Torgal, Texto Editora, Colecção Parlamento, 1ª Edição, Outubro de 2009, Pág. 144).

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Vila Franca do Campo”

GONÇALO VELHO CABRAL, Navegador, nasceu em 1371 e faleceu em 1460. Freire da Ordem Militar de Cristo, foi Comendador de Almourol e Senhor de Pias, Cardiga e Beselga.

Guerreiro e Navegador, salientou-se no Norte de África, no estudo das correntes marítimas e na travessia do cano Não. Íntimo colaborador do Infante Dom Henrique, recebeu deste a missão de povoar os Açores.

Foi o primeiro Capitão-Donatário das ilhas de Santa Maria e São Miguel, onde lançou o primeiro gado antes de 1439. Estabeleceu depois as primeiras famílias nestas ilhas, regressando depois ao Reino.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Almada (Freguesia da Charneca de Caparica); Amadora; Angra do Heroísmo; Barreiro; Cascais (Freguesias de Carcavelos e Cascais); Coimbra; Estremoz; Figueira da Foz; Lagoa (São Miguel); Lisboa (Freguesia de São Francisco Xavier); Loulé (Freguesia de Quarteira); Loures (Freguesia de São Julião do Tojal); Moita (Freguesia de Vale da Amoreira); Montemor-o-Novo; Olhão (Cidade de Olhão e Freguesia da Fuseta); Ovar; Palmela (Freguesia da Quinta do Anjo); Ponta Delgada; Portimão; Porto; Povoação; Ribeira Grande (Freguesia de Rabo de Peixe); Setúbal (Azeitão); Sintra (Cidade de Agualva-Cacém e Freguesia de Queluz); Tavira; Torres Vedras (Freguesia de São Pedro da Cadeira); Valongo; Viana do Castelo; Vila Franca do Campo (Rua Gonçalo Velho); Vila Nova de Gaia; Vila Real de Santo António (Freguesia de Monte Gordo).

Fonte: “Quem É Quem”, (Portugueses Célebres, Círculo de Leitores, 2008, Pág. 112).

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Vila Franca de Xira”

FERNÃO DE MAGALHÃES, Navegador, nasceu no Porto, a 03-02-1480, e faleceu nas Filipinas, a 07-04-1521. Navegador português, ao serviço de Castela na época dos Descobrimentos. Nasceu no Norte de Portugal, no Porto ou em Sabrosa, não se sabe ao certo, e faleceu em Mactan (Filipinas). Pajem da rainha Dona Leonor e morador da casa de el-rei, alistou-se na Armada de Dom Francisco de Almeida, que largou para a Índia em 1505, dali regressando em 1513. Participou na batalha naval de Diu (1509) e tornou-se muito amigo de Francisco Serrão, que veio a ser Feitor nas Molucas e seu informador quanto aos lugares produtores de especiarias. Tomou parte na conquista de de Azamor (1513).

Não vendo reconhecidos os seus méritos, despediu-se da corte e foi servir os reis de Castela. Em 20-10-1517 apresentou-se em Sevilha acompanhado do Cosmógrafo Rui Faleiro, oferecendo aos Castelhanos a possibilidade de atingir as Molucas por mares não reservados aos Portugueses pelo Tratado de Tordesilhas. Aceite a sua proposta por Carlos V, o contrato foi assinado em 22-03-1518. Aprontados os cinco navios da sua esquadra, reunuiu os 265 homens da tripulação e a partir de San Lúcar de Barrameda em 20-09-1519 – na preparação e execução da que seria a primeira viagem de circum-navegação, teve a colaboração de Cosmógrafos, Cartógrafos e Pilotos portugueses.

Em 31-03-1520 atingiu o estreito que hoje ostenta o seu nome e decidiu hibernar. Reprimiu uma revolta (condenou dois dos revoltosos à morte e outros dois abandonou-os na praia) e perdeu dois navios (um naufragado e outro por deserção). Após cinco meses de pausa retomou a travessia do estreito e em 26 27-11-1520 iniciou a longa travessia do Pacífico, durante a qual a fome, a sede e o escorbuto dizimaram a tripulação dos três navios.

Em 16-03-1521 ancorou em Cebu, nas Filipinas, tendo iniciado as trocas comerciais após ter sido bem recebido pelo chefe local. Este, porém, andava em guerra com o da ilha de Mactan; ao ajudá-lo na luta, perdeu a vida, assim como muitos companheiros que não quis abandonar e que tinham caído numa emboscada.

Sem honra nem glória, durante muito tempo com a sua memória esquecida. O seu diário de bordo e as suas anotações desapareceram depois da sua infeliz ingerência nas guerras tribais na ilha de Mactan, incidente que lhe tirou a vida, às mãos do régulo nativo Lapu-Lapu. Acabava assim um périplo que cobrira já dois longos oceanos e um sem número de infortúnios, problemas, mortes e revoltas entre os seus subordinados.

A viagem de circum-navegação acabou por ser concluída por Sebastião Del Cano, que aportou a San Lúcar de Barrameda em 06-09-1522 com apenas um navio e 18 homens de tripulação. Coube-lhe conceber, preparar e realizar uma das mais extraordinárias viagens marítimas jamais efectuadas.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Abrantes; Albufeira; Alcobaça; Almada (Freguesia da Costa de Caparica); Alpiarça; Amadora; Barreiro; Caldas da Rainha; Cascais (Freguesias de Alcabideche, Carcavelos e São Domingos de Rana); Coimbra; Évora; Fafe (Freguesia de Regadas); Figueira da Foz; Gondomar (Freguesia de Rio Tinto); Guimarães (Cidade de Guimarães e Freguesia de Serzedelo); Ílhavo (Freguesia da Gafanha da Nazaré); Lagoa (Freguesia do Parchal); Lagos (Freguesia de Santa Maria); Leiria; Lisboa (Freguesia de Santa Engrácia); Loures (Freguesias de Loures, Portela, Santo António dos Cavaleiros, São Julião do Tojal e Unhos); Lourinhã; Maia; Mangualde; Marco de Canaveses (Freguesia de Várzea do Douro); Matosinhos; Moimenta da Beira; Montijo; Murtosa (Rua Fernão de Magalhães); Odivelas (Freguesia da Pontinha); Ourém (Freguesia de Caxarias); Ovar (Cidade de Ovar e Freguesia de Esmoriz); Palmela (Freguesia de Pinhal Novo); Peniche; Ponte da Barca; Ponte de Lima; Portimão; Porto; Reguengos de Monsaraz; Sabrosa; Seixal (Freguesias de Corroios, Fernão Ferro e Seixal); Sesimbra (Freguesia da Quinta do Conde); Setúbal (Azeitão); Silves (Freguesia de Armação de Pêra); Sintra (Freguesias de Colares, Queluz e Rio de Mouro); Tavira; Torres Vedras (Freguesias de São Pedro da Cadeira e Silveira); Trofa; Valongo (Freguesia de Campo); Valpaços; Vendas Novas; Viana do Castelo; Vila do Conde (Cidade de Vila do Conde e Freguesias do Mindelo, Retorta e Touguinha); Vila Franca de Xira (Freguesia de Alverca do Ribatejo – Rua Fernão de Magalhães); Vila Nova de Gaia (Cidade de Gaia e Freguesias de Arcozelo e Pedroso); Vila Real de Santo António (Freguesia de Monte Gordo).

Fonte: “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 15, Pág. 891, 892, 893, 894 e 895)

Fonte: Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 326).

Fonte: “Vultos na Toponímia de Lagos”, (de Silvestre Ferro, Edição da Câmara Municipal de Lagos, 2007, Pág. 292 e 293)