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“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Montalegre”

 

Câmara Municipal de MontalegreJustiniano da Silva Fidalgo, JUSTINIANO DA PONTEIRA, nome pelo qual ficou conhecido. Desportista, nasceu na Ponteira, Freguesia de Paradela do Rio (Montalegre), a 05-10-1882, e faleceu nos Estados Unidos da América, a 23-11-1942. Era filho de um Almocreve, ofício comum nesses tempos difíceis, aos habitantes da Ponteira e arredores. Já na Aldeia a sua força hercúlea dera nas vistas. Depois foi-se até Lisboa e também aí mostrou o que valia, em actividades que exigiam grande físico. A dada altura emigrou para os USA. Aí dedicou-se à luta livre, chegando a ser campeão. A sua fama logo galgou fronteiras.

Era filho de um Almocreve, ofício comum nesses tempos difíceis, aos habitantes da Ponteira e arredores. Já na Aldeia a sua força hercúlea dera nas vistas. Depois foi-se até Lisboa e também aí mostrou o que valia, em actividades que exigiam grande físico. A dada altura emigrou para os USA. Aí dedicou-se à luta livre, chegando a ser campeão. A sua fama logo galgou fronteiras.

Era um português de Trás-os-Montes, mais propriamente de Barroso que dava cartas. Casou com Josefa Pereira. uma Barrosã de Padroso, de quem teve três filhos. Tinham familiares na Lapela e em Codeçoso. além da família directa de Padroso. A Comunidade Luso americana celebrou, por diversas vezes, esse herói Barrosão. Embora oficialmente se saiba de três filhos do casamento. o certo é que três suas filhas (Ana Silva Amaral. Sara Silva Baptista e Júlia Silva) em carta dirigida ao Povo de Barroso. de 31.3.92, dizem o seguinte: “Aqui nos Estados Unidos o nosso pai usava o nome de Justiniano da Silva para ser mais fácil quando fazia muitas viagens para lutar em Cuba. América Central e América do Sul. Tinha dez filhos (não três): José, Júlia, Américo. Mário (já falecido), Sara Maria, Sarmento. Justiniano (já falecido), Ana e Priscila. Dos cinco rapazes, quatro serviram na Segunda Guerra Mundial e um na Guerra da Coreia.

Na vida civil tiveram vários empregos: um foi negociante, outro foi director numa fábrica; um foi oficial no Tribunal, outro mecânico e o quinto foi Professor de Liceu. Este quando faleceu era director de uma Escola em Ludiow. Uma filha é tradutora no Tribunal, outra é proprietária do Ludlow Travel Agency, uma outra é empregada no Registo Predial, uma quarta é professora e uma quinta é chefe num liceu. Todos os filhos (vivos) continuam a viver na vila de Ludlow, Massachudetts. Destes 10 filhos existem 18 netos e 28 bisnetos. Dos netos, quatro são enfermeiras diplomadas, três professoras, um médico, um advogado, duas cabeleireiras, um vendedor de propriedades, uma conselheira no tribunal, um negociante, um segundo dirigente do Social Security, um artista, etc.”. Os dados que aqui reproduzimos e fiéis por serem fornecidos pelas Filhas, ajudam a compreender o relevante papel que exerceu Justiniano Fidalgo, um Barrosão da Ponteira que foi herói nos USA e que espalhou uma geração de ilustres luso americanos.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Montalegre (Rua Justiniano da Ponteira).

Fonte: “Dicionário dos Mais Ilustres Transmontanos e Alto Durienses” (I Volume, Coordenaçao de Barroso da Fonte, Editora Cidade Berço).

“Pai e Filho na Toponímia do Município de Leiria”

 

Câmara Municipal de LeiriaADOLFO Augusto LEITÃO, Professor e Comerciante, nasceu na Freguesia de Milagres (Leiria), a 30-06-1855,e faleceu em Lisboa, a 01-12-1924. Estudou em Lisboa, onde tirou o Curso Superior do Comércio, iniciando a sua vida na sede do Banco de Portugal; mais tarde regressa a Leiria, para ir ajudar seu pai na orientação da sua casa comercial. Por morte deste, Adolfo Leitão fica à testa dos negócios da casa, que ao tempo era uma das mais importantes, de venda por grosso, no Distrito de Leiria.

Entretanto fez concurso para Professor do Liceu, lugar que veio a desempenhar durante muitos anos no estabelecimento de Ensino Secundário da terra onde vivia, tendo sido várias vezes seu Reitor.

Ensinou línguas, especialmente francês. Distinguiu-se sempre pelo seu saber, pela eficiência do ensino e pela disciplina e educação que exigia dos seus alunos, sem contudo deixar de os tratar afavelmente, e por isso foi excepcionalmente respeitado.

Leiria ficou-lhe devendo a fundação da Associação Comercial, dos Bombeiros Voluntários e do Grémio Literário e Recreativo.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Leiria (Rua Professor Adolfo Leitão)

Fonte. “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 14, Pág. 856)

Fonte: “Toponímia de Leiria – E Um Pouco da Sua História”, (de Alda Sales Machado Gonçalves, Editado pela Junta de Freguesia de Leiria, Edição de Julho de 2013, 2ª Edição revista e actualizada, Pág. 45)

 

 

 

 

ACÁCIO Teixeira LEITÃO, Advogado e Poeta, nasceu em Leiria, a 20-09-1895, e faleceu em Lisboa, a 08-09-1945. Era filho de Adolfo Augusto Leitão e de D. Laura de Almeida Teixeira Leitão. Terminados os seus estudos no Liceu daquela Cidade, matriculou-se na Universidade de Coimbra, onde se Bacharelou em Direito.

Era formado em Direito pela Universidade de Coimbra e foi Juiz dos Tribunais do Trabalho em Alcobaça e Leiria. Cronista e Poeta de valor e de talento, encheu os jornais de Coimbra e muitos de Lisboa, de uma colaboração de qualidade excelente, dispensando uma vastíssima produção. Enfileirou entre os primeiros colaboradores da Presença. Foi também apreciado conferencista, alcançando grande popularidade as suas Crónicas de Domingo, na ex-Emissora Nacional.

Deixou apenas publicada a obra: Ginástica da Humildade, (conferência feita no Teatro de D. Maria II, em Lisboa.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Leiria (Rua Poeta Acácio Leitão).

Fonte. “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 14, Pág. 856)

Fonte: “Dicionário dos Autores do Distrito de Leiria”, (Coordenação de Acácio de Sousa, Ana Bela Vinagre e Cristina Nobre; Actualização ao Século XX; Edições Magno, Leiria, 2004, Pág. 561)

Fonte: “Toponímia de Leiria – E Um Pouco da Sua História”, (de Alda Sales Machado Gonçalves, Editado pela Junta de Freguesia de Leiria, Edição de Julho de 2013, 2ª Edição revista e actualizada, Pág. 44)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Monforte”

 

Câmara Municipal de MonforteJOAQUIM JOSÉ RIBEIRO, Comerciante, nasceu na Freguesia de Vaiamonte (Monforte), em 1916, e faleceu em Portalegre. Aos 12 anos, rumou a Estremoz, onde tinha familiares, aí iniciou a actividade comercial e onde, em 2006, se manteve durante cinco anos. Aos 17 anos rumou a Portalegre, por intermédio de um irmão. Em Portalegre começou logo a trabalhar por conta própria numa loja na Rua 5 de Outubro, onde permaneceu, durante 68 anos. A 5 de Outubro de 1938 abriu as portas do seu estabelecimento, onde vendia mercearia, com o avanço do negócio começou a vender “um pouco de tudo”. Retirou-se para a Casa de Repouso da Penha, onde permaneceu até à sua morte. Apesar da sua avançada idade, 90 anos, era um homem dinâmico, ainda ajudava as empregadas da instituição, onde era conhecido como o “General do Lar”. Em 2005 foi agraciado com a Medalha de Mérito Municipal por ser o comerciante mais antigo de Portalegre.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Monforte (Freguesia de Vaiamonte – Rua Joaquim José Ribeiro).

“ARTÉRIAS QUE JÁ TIVERAM OUTROS NOMES”

 

Câmara Municipal de Lisboa1Sabia que a Rua e a Travessa Aboim Ascensão, na Freguesia de Alvalade, em Lisboa, já tiveram outras designações?.

A Rua Aboim Ascensão, já se designou por Azinhaga dos Coruchéus, mas por Edital de Municipal de 30-12-1931, passou a designar-se por Azinhaga Aboim Ascensão e, no ano seguinte, por Edital de 03-11-1932 a Câmara Municipal de Lisboa alterou-lhe o Tipo para Rua Aboim Ascensão.

Dezoito anos depois a Rua Aboim Ascensão foi aumentada, através do Edital de 14-06-1950, incluiu a Rua Luís Augusto Palmeirim (não a actual Rua Luís Augusto Palmeirim), neste Arruamento.

Já quando à Travessa Aboim Ascensão, começou por designar-se por Travessa dos Coruchéus, mais tarde passou a designar-se por Travessa Aboim Ascensão e, pelo Edital de 04-12-1981, a Câmara passou a designá-la por Rua Ferreira de Castro (não chegou a ter “Placa Toponímia”).

No entanto, a Associação dos Amigos de Ferreira de Castro, solicitou à Câmara Municipal de Lisboa, que a homenagem se concretizasse em arruamento de maior dignidade, tendo a Comissão Municipal de Toponímia dado parecer favorável pelo que Ferreira de Castro seguiu para a Rua “E” da Malha N1 de Chelas e, ali ficou, a Travessa Aboim Ascensão, desde o Edital de 28/02/1984.

Fonte: “Câmara Municipal de Lisboa – Toponímia de Lisboa”

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Mondim de Basto”

 

Câmara Municipal de Mondim de BastoJOSÉ DE CARVALHO CAMÕES, Benemérito, natural de Mondim de Basto, nasceu a 10-03-1859 e faleceu a 13-11-1938. Era filho de família humilde, mas conseguiu impor se e inverter a situação, morrendo como benemérito e grande capitalista. Aos 13 anos de idade partiu para o Maranhão (Brasil), onde durante cerca de 40 anos foi Comerciante.

Regressou cheio de dinheiro e com ele fez grandes melhoramentos, a ponto de ser agraciado pelo governo com a Comenda de Benemerência. Construiu a Praça 9 de Abril, em terreno que era sua propriedade, ergueu monumento aos mortos, em jardim público, ofereceu um prédio aos Bombeiros Voluntários da Vila e doou significativas verbas ao Hospital da Misericórdia de Mondim de Basto.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Mondim de Basto (Rua José de Carvalho Camões)

Fonte: “Dicionário dos Mais Ilustres Transmontanos e Alto Durienses Volume I”, (Coordenação de Barroso da Fonte, Editora Cidade Berço)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Monção”

 

Câmara Municipal de MonçãoAntónio AVELINO GONÇALVES, Padre e Professor, nasceu na Freguesia de Santiago de Pias (Monção), a 01-05-1895, e faleceu em Lisboa, a 23-10-1981. Era filho de José Manuel Gonçalves e de Matilde Rodrigues da Cruz Gonçalves. Estudou em Segude e Monção e no Seminário em Braga, Licenciou-se em Teologia em 1915 e completou a sua formação, com distinção, em Filosofia e Teologia na Universidade Gregoriana, em Roma.

Foi Sub-diácono e Diácono, em 1917, Presbítero em 1918. Professor de Filosofia Dogmática e Sagrada Escritura, no Seminário de Braga. Em Lisboa, foi o primeiro Secretário Nacional da Acção Católica Portuguesa, fundador da Revista Lumen, Director do Diário Novidades, Director da União Gráfica, membro do Cabido da Sé Patriarcal de Lisboa, Membro da Comissão de Vigilância da Doutrina, membro da Comissão da Doutrina da Fé e Examinador Pró-Sinodal. Avelino Gonçalves, como escuteiro, esteve no estrangeiro, na peregrinação Internacional a Roma e Acampamento em Bolsena, em 1925; na peregrinação a Londres, em 1927; no Jamboree Mundial de Birkenhead, em 1928.

Percorreu o País divulgando o CNS e incentivando futuros dirigentes. Fundou e dirigiu durante oito anos a Flor de Lis, órgão oficial. Impulsionou os Acampamentos Nacionais, a festa do grande encontro dos Escuteiros.

Foi nomeado, em 04 de Janeiro de 1950, Procurador à Câmara Corporativa na V Legislatura (1949-1953), como representante da Igreja Católica designado pelo Episcopado Português, integrando a Secção de Interesses Espirituais e Morais.

Voltou a ser nomeado Procurador à Câmara Corporativa na VI Legislatura (1953-1957), em 25 de Novembro de 1953, em representação da mesma entidade e integrando a mesma Secção. Tomou uma última vez, e na mesma qualidade, lugar na Câmara Corporativa na VII Legislatura (1957-1961), em 25 de Novembro de 1957.

Em termos de actividade intelectual, é autor de obras de carácter religioso e social, delas destacando Mestre de Apóstolos, Dez Anos de Acção Católica, Homens de Deus e Mundo Novo, Almas Novas.

Avelino Gonçalves tinha várias condecorações, tais como: Grande Oficial da Ordem de Benemerência (Vaticano); Grande Oficial da Ordem do Infante (Portugal); Cruz de Mérito Civil (Espanha); Cavaleiro da Ordem da Coroa (Bélgica) e Colar de Nun’Álvares (CNE).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Monção (Rua Professor Avelino Gonçalves).

Fonte: “Dicionário Biográfico Parlamentar, 1935-1974, (Volume I de A-L), Direcção de Manuel Braga da Cruz e António Costa Pinto, Colecção Parlamento, Pág. 720 e 721).

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município da Moita”

 

Câmara Municipal de MoitaJOÃO LUÍS DA CRUZ, Jornalista, nasceu na Moita, a05-12-1889, e faleceu no Algueirão (Sintra), a 10-05-1967. Era filho de João Luís e de D. Jesuína Rosa. Investigador e publicista de grande mérito e autodidacta. Aos 5 anos de idade, sua madrinha, D. Emília de Jesus Costa, ministrou-lhe o ensino das primeiras letras e das quatro operações de aritmética.

Aos 10 anos matriculou-se na Escola Primária do Conde Ferreira da sua terra natal, a qual se viu forçado a abandonar, em virtude da crise de professores, que originou, por vezes, o encerramento da mesma Escola. Sem mais auxílios, continuou a estudar sozinho. Em 1905, entre os 15 e os 16 anos de idade, é que, sob a responsabilidade do Professor Américo de Paiva, fez em Setúbal o exame do 2º grau de Instrução Primária.

Autodidacta infatigável, só mais tarde frequentou em regime de frequência livre os 3º e o 5º anos dos Liceus Bocage, de Setúbal, e de Passos Manuel, em Lisboa.

Embora solteiro, muito cedo se tornou chefe de família, como único amparo de seu pai e de duas irmãs.

Metodicamente e à medida que ia formando a sua rica biblioteca, prosseguia João Luís da Cruz nos seus estudos de língua e literatura clássica, sem mais se importar com a sequência dos cursos oficiais, os quais constituíam regalia exclusiva para os filhos de gente rica. Mais tarde, submeteu-se a um curso prático de cultura artística, estudando música teórica e prática, ministrado pelo Professor José Cifuentes de Orieta y Aguilar, o mais conceituado Regente de Bandas Civis dessa época e das quais João Luís da Cruz também foi destacado executante.

Na terra natal, desempenhou por duas vezes, em comissão de serviço, o cargo de Administrador do Concelho.

Da sua actividade jornalística local, deveu-se-lhe a fundação do segundo jornal moitense, A Vitória, e, após este, o semanário O Futuro.

Republicano e democrata de firme convicções, mas homem tolerante e nada sectário, em 1922, desgostoso com atitudes dos adversários políticos da sua terra, solicitou ao Governador Civil de Lisboa a sua demissão de Administrador. Aquele Magistrado, reconhecendo a capacidade de João Luís da Cruz, deu-lhe a escolher três Concelhos: Sintra, Loures e Almada. Optou por Almada.

A 27 de Maio de 1926, por concurso, foi nomeado Chefe da Secretaria da Câmara Municipal de Almada, cargo que desempenhou até à sua aposentação, em 1946.

Vasta e rica é a sua colaboração espalhada por inúmeros jornais. Como Escritor e Etnógrafo, a sua obra é hoje de inestimável valor para os estudiosos de Almada e seu Concelho. Pertence-lhe o estudo fundamental acerca da reivindicação da Fonte da Telha para Almada, no qual demonstrou que todo esse território pertencia a Almada e não a Sesimbra, desde os primórdios da nacionalidade.

Dos opúsculos que publicou ou que colaborou, destacam-se: Concelhos Ribeirinhos da Margem Sul do Tejo (Memorial, separata de Estremadura, Boletim da Junta de Província, nº 38/40, Lisboa, 1955); Imo Prectore (Duas falas de João Luís da Cruz, nas homenagens que a Moita do Ribatejo prestou, em 11 de Dezembro de 1938, a sua Excelência o Senhor Doutor Alexandre Magno de Araújo Sequeira), este editado em 1939, no Volume Memória do Monumento  e Cidade Cristo Rei, está inserido um Resumo Monográfico – Almada, de 15 páginas, imprescindível para um estudo de maior fôlego.

Foi Director do jornal O Almadense (7ª série), cujo primeiro número saiu a 15 de Julho de 1928.

Nas colectividades de cultura e recreio de Almada pronunciou várias conferências e palestras, tais como: Princesa dos Nervos de Oiro (Vida e Obra de Florbela Espanca); A Vida Famosa de Rossini; O Grupo dos Cinco; Aspectos do Individualismo (reflexões sociológicas); Bibliografia da Obra do Grande Maestro Baltazar Manuel Valente; A Obra da Liga dos Bombeiros Portugueses; À Volta da Palavra Assistência, etc.

Pertenceu à Sociedade Histórica de Almada e à Comissão Municipal de Arte e Arqueologia de Almada.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Almada (Rua João Luís da Cruz); Moita (Rua João Luís da Cruz)

Fonte: “Homens e Mulheres Vinculados às Terras de Almada, Nas Artes, nas Letras e nas Ciências” (De Romeu Correia, Edição da Câmara Municipal de Almada, 1978, Pág. 61 e 62)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Moimenta da Beira”

 

Câmara Municipal de Moimenta da BeiraCAROLINA Cândida GUEDES Osório de Gouveia e Vasconcelos, Benemérita, nasceu em Moimenta da Beira, a 13-12-1874, e faleceu no Porto, a 30-03-1925. Foi herdeira da Casa de seus pais “Casa Guedes”. Faleceu solteira e o seu corpo foi trasladado para Moimenta da Beira.

Jerónimo de Gouveia de Sarmento Falcão e Josefa Benedicta Pereira de Vasconcelos (bisneta de Pedro Gomes Cortês) mandaram construir para si a Casa dos Guedes. Em 1874, foi herdada por uma bisneta do casal do fundador, D. Carolina Cândida Guedes Osório de Gouvea e Vasconcelos. Em 1925, D. Carolina morre sem descendentes, legando a Casa à Câmara Municipal de Moimenta da Beira, com a intenção de aí se fazer um Hospital ou Escola, por testamento feito a 25 de Outubro de 1923, conforme noticiava o jornal Correio Beirão, n.º 162, Outubro de 1962.

“Que dispõe todos os seus bens ou valores à Câmara Municipal de Moimenta da Beira ou qualquer outra corporação que porventura a represente de futuro para que nesta vila ou arredores onde a Câmara melhor julgar ser construído um edifício para Hospital. Se todo o produto da herança da testadora não chegar para a construção do referido edifício poderá tal produto ser junto a qualquer subsídio da Câmara ou ainda a fundo ou benefícios de qualquer natureza que possam ter igual destino”.

“Se com o produto da herança da testadora mesmo ajudado pela Câmara não for possível construir o edifício do hospital, em tal caso a Câmara empregará todo o produto da herança da testadora na construção de um edifício para casa de escola dos dois sexos desejando a testadora que ele seja o mais higiénico e confortável para as crianças e no caso de chegar que a escola seja dotada com todo o mobiliário. O edifício da escola deve ser nesta vila e era vontade da testadora que a escola tivesse o nome de Escola Carolina Guedes. Que o edifício do Hospital ou na sua falta o da Escola deverão ser construídos dentro de dez anos a contar do falecimento da testadora… Que as despesas de funeral e bens de alma sairão do produto da herança. Que institui para seu testamenteiro para o cumprimento deste testamento o Presidente da Câmara do Concelho de Moimenta da Beira ou quem legitimamente o represente”.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Moimenta da Beira (Rua Dona Carolina Guedes)

Fonte: “Junta de Freguesia de Moimenta da Beira”

Maria Archer e Fernando de Pádua, “Tia e Sobrinho”, na Toponímia do Município de Almodôvar”

 

Maria ArcherMARIA Emília ARCHER Eyrolles Baltasar Moreira, Escritora e Jornalista, natural de Lisboa, nasceu a 04-01-1905 e faleceu a 23-01-1982. Em 1910, partiu com a família para África, onde viveu grande parte da sua vida.

Iniciou-se, como Jornalista, em Moçambique e Angola, continuando a desenvolver a actividade em Portugal. Este deambular permitiu-lhe uma produção vasta e variada sobre temas africanos em periódicos: O Oriental, de Moçambique, Angola Desportiva, Comércio de Angola, Pátria e Última Hora, de Luanda; O Correio do Sul e O Sul, de Faro, Jornal de Notícias e O Primeiro de Janeiro, do Porto, Eva, Fradique, Ilustração, Modas & Bordados, O Mundo Português e Portugal Colonial, de Lisboa, completando a sua actividade com conferências radiofónicas e na Sociedade de Geografia.

Para a colecção Cadernos Coloniais escreveu os volumes: Sertanejos, Singularidades Dum País Distante; Ninho de Bárbaros, todos de 1936; Angola Filme, 1937; Caleidoscópio Africano e Colónias Piscatórias em Angola, 1938. Também a literatura para a infância teve nesta autora uma substancial importância, como demonstra a sua Viagem à Roda de África, 1937, volume de aventuras e viagens. Para o teatro escreveu a comédia, inédita, O Leilão, 1937, e colaborou na revista do ano Lá Vai Lisboa.

Traduziu Cândido ou o Optimismo de Voltaire, Eu Sou a Sua Mulher de Hellen Grace Carlisle e O Bom Assassino de Antoon Coolen.

Mas os trabalhos literários de Maria Archer viriam a ganhar notoriedade sobretudo através da sua visão dos problemas femininos, à luz do Código Civil, numa via realista, expressos em romances, contos e crónicas que denunciaram a opressão da mulher portuguesa. Disso são exemplo os romances Filosofia de Uma Mulher Moderna e Há-de Haver Uma Lei, (1939), Ela É Apenas Mulher, (1944), e Eu e Elas (Apontamentos de romancista, saídos primeiro em O Sol, de Lelo Portela; 1945), entre outras obras.

Cerca de 1960, na impossibilidade de subsistir, em Portugal, do seu trabalho literário, aliás intenso, e incompatibilizada com o regime, fixa residência no Rio de Janeiro (Brasil), onde chega a editar alguns livros, mas, após longa e martirizante luta, regressa a Portugal, enferma e desiludida, em 1977, acabando por falecer, na miséria, no Asilo de Santa Maria de Marvila, em Lisboa.  Os seus livros estão frequentemente ligados a problemas sociais e às questões da condição feminina, aproximando-a, por vezes, do neo-realismo.

As suas obras vão da ficção: Três Mulheres, (1935), África Selvagem, (Etnografia, 1936); Ida e Volta de Uma Caixa de Cigarros, (novela, 1938); Filosofia de Uma Mulher Moderna, (1939), Há-de Haver Uma Lei, (1939), Há Dois Ladrões sem Cadastro, (1940); Roteiro do Mundo Português, (1940); Fauno Sovina, (contos, 1941), Bom Assassino, (1943); Memórias da Linha de Cascais, (de colaboração com Branca de Gonta Colaço, 1943); Aristocratas, (romance, 1943); Ela É Apenas Mulher, (1944); A Morte Veio de Madrugada, (romance policial, 1946); Casa Sem Pão, (1947); O Mal Não Está em Nós, (1950); Bato às Portas da Vida, (1951); Nada lhe Será Perdoado, (1953); A Primeira Vítima do Diabo, (1954) à literatura infantil e juvenil. Viagens à Roda de África, (Prémio Maria Amália Vaz de Carvalho, 1937); Volta ao Mundo num Cartucho, (1940). Teatro: O Leilão, (s/d); Felícia Caldeira, (1950). Ensaio, viagens, memórias: África Selvagem, (1935); Sertanejos, (1935); Selva e Selvagens, (1936); Angola Filme, (1937); Ninho de Bárbaros, (1939); Caleidoscópio Africano, (1939); Colónias Piscatórias em Angola, (1939); Rotriro do Mundo Português, (1940); Os Parques Infantis, (1943); Eu e Elas: Apontamentos de Romancista, (1945); Filosofia de uma Mulher Moderna, (1950). Durante o seu exílio no Brasil, escreveu vários livros de carácter político de combate ao regime de Salazar, que só circularam em Portugal e nas suas colónias em raros exemplares e clantestinamente.

O seu nome faz parte da Toponímia de Almada (Freguesia da Charneca de Caparica), Almodôvar; da Amadora; Cascais (Freguesia do Estoril); Faro; Ferreira do Alentejo; de Oeiras (Freguesia de Linda-a-Velha), do Seixal (Freguesias da Amora e Corroios).

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Organizada pelo Instituto Português do Livro e das Bibliotecas, Coordenaão de Ilídio Rocha,Vol. IV, Publicações Europa América, Edição de Março de 1998, Pág. 209 e 210).

Fonte: “Dicionário de Educadores Portugueses”, (Direcção de António Nóvoa, Edições Asa, 1º Edição, Outubro de 2003, Pág. 111)

Fonte: “Quem É Quem”, (Portugueses Célebres, Círculo de Leitores, Edição de 2008, Pág. 57 e 58).

 

 

 

 

Fernando de PáduaFERNANDO Manuel Archer Moreira Paraíso DE PÁDUA, Médico e Professor, Cardiologista e Professor Universitário, natural de Faro, nasceu a 29-05-1927. Era filho de Carlos Maria Paraíso de Pádua (02-02-1902 Loulé – 22-02-1976 Amadora), e de Irene Archer Moreira (16-11-1903-23-02-1999, natural de Lisboa). Com apenas um ano de idade, e dado que o pai perdera o emprego na Fábrica de Conservas de seu tio, que, entretanto, falecera, veio, com a mãe e os irmãos, viver primeiro para casa da tia Eugénia e depois em casa própria em Almodôvar. Em Almodôvar, a sua verdadeira terra da sua infância, viveu até cerca de 1933, isto é: até aos 6 anos de idade.

Entretanto, o pai foi juntar-se a seu irmão Fernando, no Brasil, em busca de melhor vida para a família. O pai, do Brasil, foi viver com o avô para Angola e, quando dali regressou sem sucesso, foi, com a família, para o Tramagal (Abrantes), onde todos os irmãos continuaram a instrução Primária.

No Tramagal, com seu pai, começou uma das grandes paixões de toda a sua vida: a sua Colecção de Selos que manteve ao longo da vida.

Mas Almodôvar e a casa dos tios Eugénia e Gregório, e depis da tia Génita e do marido, Jose Baltazar Costa, nunca foram esquecidas. Durante muits anos para lá continuaram a ir passar os três meses de férias.

Frequentou a Instrução Primária no Tramagal, Almodôvar e Lisboa e, nesta cidade, os Liceus de Gil Vicente e Passos Manuel. Do Tramagal, onde só havia uma Escola Primária, o pai trouxe-opara Lisboa, primeiro para a Rua Capitão Humberto de Ataíde e depois para a Calçada Marquês de Abrantes, de onde todos saíram oara casar, e onde os pais permaneceram até irem viver para Benfica, já sexagenários.

Frequentou o Liceu Gil Vicente, em Lisboa, onde, segundo as suas próprias palavras, não se empenhou grandemente, pode mesmo dizer-se que foi mau aluno, mais interessado em jogar à bola, apanhar caracóis, brincar aos polícias e ladrões ou até namoriscar. Só perto do final do ano é que se lembrou que, se chumabasse o ano, perderia o direito à bolsa de estudos.

Foi nesta época que começou também a frequentar, nas férias grandes, a Colónia Balnear Infantil O Século, já que a Escritora Maria Archer, sua tia, era amiga de João Pereira da Rosa, do jornal O Século, e ofereceu-se para tentar inscrever Fernando e seus irmãos na mesma.

Por volta ds 12 anos de idade, a família mudou-se para a Calçada Marquês de Abrantes, mais perto dos Escritórios da Metalúrgica Duarte ferreira, na qual o pai trabalhava.

Em 1944, terminou o 7º Ano, como o melhor aluno do últmo ano do Liceu Passos Manuel. Aproximava-se a entrada na Universidade, mas não sabia ainda que rumo seguir. Optou por tentar o exame de admissão em Medicina, em Junho, e depois, em Outubro, tentara o de Engenharia, no Instituto Superior Técnico. Entretanto, soube que passara no ecxamde de Medicina e decidiu não se esforçar mais.

Em 1950 Lcenciou-se na Faculdade de Medicina de Lisboa. Após o internato nos Hospitais Civis de Lisboa (1950-1952), especializou-se em cardiologia em Boston (1952-1953).

Doutorou-se em 1959 e em 1967 ascendeu a Professor Catedrático de Medicina Interna, sendo incumbido da direcção dos serviços de terapêutica médica no Hospital de Santa Maria.

Jubilou-se após 47 anos devotados ao ensino da Medicina, 33 anos na Direção de Serviços Hospitalares de Medicina no Hospital de Santa Maria (onde se treinaram muitas centenas de internos e especialistas em Medicina, Cardiologia, Diabetes, Reumatologia e Gastroenterologia) e 30 anos de Professor Catedrático da Faculdade de Medicina de Lisboa (Terapêutica Médica, Propedêutica, Patologia e Clínica Médicas, e Cardiologia), contribuindo assim para a formação de milhares de alunos e meia centena de Professores).

Organizou Cursos de Pós-graduação em Geriatria e colaborou noutros de Cardiologia, Bioética, Reumatologia e Diabetes. Recebeu a Medalha de Ouro por Serviços Distintos das mãos da Ministra da Saúde Dra. Maria de Belém, ao final das cerimónias de Jubilação (29 de Maio de 1997) que culminaram com a lição que intitulou de “2027”, informando todos de que voltaria nessa data para verificar o que era feito das suas propostas inovadoras de 1967 que só no final dos anos 90 teriam começado a ser perfilhadas pela Faculdade.

1987-2002 – Coordenador Cientifico em Portugal do Programa CINDI-Euro (Countrywide Integrated Noncommunicable Diseases Intervention) da OMS que abriu novos caminhos para a prevenção das doenças cardiocerebrovasculares e demais doenças crónicas não transmissíveis com idênticos fatores de risco: prevenção integrada, multidisciplinar e intersectorial

Foi Presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia e da Fundação Portuguesa de Cardiologia. Autor de mais de 150 trabalhos de investigação, tem-se dedicado à divulgação científica, nomeadamente através da televisão e da imprensa.

Ao logo da sua carreira recebeu vários prémios e condecorações: Prémio Rotary Club de Lisboa para o melhor aluno finalista da Faculdade de Medicina de Lisboa; Prémio Melhor Professor do Ano (1980) das Academias de Medicina; Medalha de Ouro de Serviços Distintos do Ministério da Saúde; “Who’s Who” in América in Medicine and Health Care; Great Mind of the 21st Century – Master of Preventive Cardiology; Lifetime Achievement One Hundred (International Biographical Centre, England); Lifelong Tenure of the Einsteinian Chair of Science, World Academy of Letters (American Biographical Institute); Colar de Grande Oficial da Ordem de Santiago da Espada da República Portuguesa; Gold Medal for Portugal, American Biographical Institute; Professor Rheumeritus, Sociedade Portuguesa de Reumatologia; Prémio Nacional de Saúde do Ministério da Saúde; Prémio Voz da Sociedade Portuguesa de Otorrinolaringologia; Prémio Gulbenkian de Educação da Fundação Calouste Gulbenkian.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Almodôvar (Rua Professor Doutor Fernando de Pádua).

Fonte: “Fernando de Pádua – O Professor Coração”, (de Dina Botelho, Âncora Editora, 2ª Edição de Março de 2018)

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 399).

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Mogadouro”

 

Câmara Municipal de MogadouroMANUEL Martins MANSO, Bispo, nasceu na Freguesia da Bemposta (Mogadouro), a 21-11-1793, e faleceu na Guarda, a 01-12-1878. Concluiu o curso de Teologia no Seminário de Bragança, recebendo as ordens de Presbítero após ter obtido o Bacharelato em Direito Canónico na Universidade de Coimbra, em 1822.

Nomeado Cónego da Sé de Bragança, foi Examinador Sinodal e Vigário Capitular desta Diocese. Nomeado Bispo do Funchal em 1849, governou este Bispado até 1858, no meio de graves convulsões clericais e sociais. Procurou manter a disciplina capitular, visitou a Diocese e protegeu os pobres, as instituições de caridade social, do mesmo modo que combateu doutrinalmente a implantação do protestantismo na Ilha da Madeira. Por motivos de saúde, resignou deste Bispado, sendo colocado na Diocese da Guarda (18-03-1858), que governou até à sua morte, contando com o apoio do sobrinho Francisco Manuel Martins Manso.

Na Guarda, renovou o Seminário, evangelizou a diocese mediante o trabalho apostólico de missionários contratados. Participou na criação do Asilo da Infância Desvalida e restaurou parte da Sé Catedral. A sua maior obra foi, porém, a conservação da Diocese. Desde meados do Século XIX que se pensava extinguir a diocese da Guarda.

Em 22 -05-1860, na Câmara dos Pares, foi apresentado pelo Bispo da Guarda, Manuel Martins Manso, pedindo para tomar assento naquela Câmara. Foi então nomeada uma Comissão, constituída pelo Visconde de Sá da Bandeira, Marquês de Nisa e Visconde de Castro para, em conformidade com o regimento, examinar o pedido. A Comissão, reconhecendo a identidade da pessoa, foi de parecer que deveria ser admitido, prestar juramento e tomar posse, o que ocorreu nesse mesmo dia.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Mogadouro (Rua Bispo Dom Manuel Manso)

Fonte: “Dicionário Biográfico Parlamentar, 1834-1910”, (Vol II, de D-M), Coordenação de Maria Filomena Mónica, Colecção Parlamento, (Pág. 738 e 739)”.