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Fernando Pessoa,faz hoje 80 anos que faleceu

Carnaxide 0018

I

Fernando António Nogueira Pessoa, Poeta,, natural de Lisboa, nasceu a 13-06-1888, e faleceu a 30-11-1935). Seu pai, com ascendentes judeus, foi crítico musical do Diário de Notícias. Órfão de pai desde 1893, sua mãe, de família açoriana, casou dois anos depois com o comandante João Miguel Rosa, cônsul de Portugal em Durban, na África do Sul. Nesta cidade sul-africana fez Fernando Pessoa os estudos primários e secundários e frequentou uma escola comercial. No exame de admissão á Universidade do Cabo, onde não chegou a ingressar, alcançou, em Dezembro de 1903, o Prémio Rainha Vitória, destinado ao melhor ensaio de redacção. Em Agosto de 1905 regressou a Lisboa, matriculando-se no Curso Superior de Letras, que frequentou pouco tempo. Após uma falhada tentativa no campo dos negócios, passou, em 1908, a assegurar a sua subsistência fazendo a correspondência estrangeira, sobretudo inglesa, para casas comerciais. Viveu nun círculo muito restrito, fechado ao amor (namorou em 1920 uma dactilógrafa)  e sem ambições (recusou o convite para ensinar na Universidade de Coimbra Língua e Literatura Inglesas e deixou inédita a quase totalidade da sua gigantesca obra literária), levou uma existência apagada, buscando a evasão na multiplicidade das suas criações literárias e no abuso do álcool, que lhe causou a cirrose hepática que o vitimou.  De 1903 a 1909 compôs poemas em inglês e em Dezembro de 1904 fez a sua estreia literária com um ensaio sobre Macauly, publicado na revista Durban High School. Em 1912 iniciou a sua colaboração na revista A Águia, órgão do saudosismo de Teixeira de Pascoaes, e na Renascença Portuguesa. É de 1913 o seu primeiro poema em português, intitulado »Pauis«, publicado em A Renascença e que marca o início do modernismo nas letras portuguesas,  em 1914 concebeu os heterónimos, que viriam a ser ao todo 17, sendo os principais Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis. Em Abril de 1915, com Mário de Sá-Carneiro e Luís de Montalvor, lançou a revista Orpheu (da qual só vieram a lume dois números), que fez vingar o modernismo. Colaborou nas revistas Portugal futurista, 1917, Contemporânea, 1922-1926 , que dirigiu com José Pacheco, e Atena, 1924-1925, de que foi director com Rui Vaz, etc. Para concorrer a um prémio de um organismo oficial publicou o seu único livro de poemas em  português, a que deu o nome de »Mensagem«, 1934 – obteve o Prémio Antero de Quental, mas na categoria B, por o livro não atingir o número de páginas requerido para a categoria A. Os escritos em prosa constam de ensaios estéticos e literários, textos filosóficos, páginas íntimas e cartas. A obra poética, em inglês e português, abrange 10 volumes: caracteriza-a um absoluto predomínio da inteligência perante a atrofia da vontade e do sentimento, inteligência que, para melhor exprimir a sua atitude perante a vida, recorreu à multiplicidade dos heterónimos, sendo estes, de facto, não as múltiplas facetas de um poeta dotado de uma comprensão englobante, mas a expressão de uma totalidade fragmentada sob a roupagem de múltiplos estilos personificados. Figura cimeira do modernismo literário, ninguém como ele influenciou  as gerações posteriores de poetas, tanto em Portugal como no Brasil.

Obras principais: poesia: Poesia de Fernando Pessoa (1942), e de Álvaro de Campos (1944), Poemas de Alberto Caeiro (1949); Odes de Ricardo Reis (1946); Poemas Dramáticos (1952); Poesias Inéditas (1955-1956); Quadras ao Gosto Popular (1965); Novas Poesias Inéditas (1973); Poemas Ingleses (1974); Prosa: Cartas a Armando Côrtes-Rodrigues (1944); Páginas de Doutrina Estética (1956); Cartas a João Gaspar Simões (1957); Páginas Íntimas e de Auto-Interpretação (1966); Páginas de Estética e de Teoria e Crítica Literárias (1966); Textos Filosóficos (1968); Cartas de Amor (1978); Sobre Portugal (1979); Da República (1979); Ultimatum e Páginas de Sociologia Política (1980); Textos de Crítica e de Intervenção (1980); O Banqueiro Anarquista (1981); Livro do Desassossego (por Bernardo Soares, 1982); Lisboa: O Que o Turista Deve Ver (1992).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Abrantes; Albergaria-a-Velha; Albufeira; Alcochete; Alenquer (Freguesia do Carregado); Almada (Cidade de Almada e Fregueiaas da Charneca de Caparica e Sobreda); Almeirim; Amadora; Amarante; Arruda dos Vinhos; Aveiro (Cidade de Aveiro e Freguesia do Eixo); Barreiro (Cidade do Barreiro e Freguesia de Santo António da Charneca); Beja; Benavente (Freguesia de Samora Correia); Braga; Bragança; Caminha (Freguesia de Vila Praia de Âncora); Campo Maior; Cantanhede; Carrazeda de Ansiães; Cascais (Freguesias de Alcabideche, Carcavelos, Cascais, Estoril, Parede e São Domingos de Rana); Castro Verde; Celorico da Beira; Coimbra; Constância (Freguesias de Montalvo e Santa Margarida da Coutada); Entroncamento; Évora (Cidade de Évora e Freguesia de São Sebastião da Giesteira); Fafe (Freguesias de Fafe e Regadas); Faro; Ferreira do Alentejo (Vila de Ferreira e Freguesia de Figueira dos Cavaleiros); Fronteira; Fundão; Gondomar (Freguesias de Gondomar, Rio Tinto e Valbom); Gouveia (Freguesia de Vila Nova de Tazem); Grândola; Guimarães (Cidade de Guimarães e Freguesias de Santo Estevão de Briteiros e Serzedelo); Ílhavo (Freguesia da Gafanha da Nazaré); Lagos (Cidade de Lagos e Freguesia de Odiáxere); Leiria; Lisboa (Fregueisas de Alvalade, antiga Freguesia do Campo Grande e Parque das Nações); Loulé; Loures (Freguesias de Bucelas, Camarate, Fanhões, Loures, Prior Velho, Santa Iria de Azóia, Santo Antão do Tojal, São João da Talha e São Julião do Tojal); Lousã; Macedo de Cavaleiros; Mafra (Freguesia da Venda do Pinheiro); Maia; Marco de Canaveses (Freguesia da Várzea do Douro); Marinha Grande; Matosinhos (Cidade de Matosinhos e Freguesia da Senhora da Hora); Mirandela; Moimenta da Beira; Moita (Freguesias dse Alhos Vedros, Baixa da Banheira, Moita e Vale da Amoreira); Montalegre; Montemor-o-Novo; Montijo (Freguesias do Montijo, Pegões e Sarilhos Grandes); Odivelas (Freguesias de Caneças, Famões, Odivelas e Ramada); Oeiras (Freguesias de Barcarena, Carnaxide, Oeiras e Paço de Arcos); Olhão; Oliveira de Azeméis (Freguesias de Vila de Cucujães e Macieira de Sarnes); Oliveira do Hospital; Ourém (Freguesia de Caxarias); Ovar; Paços de Ferreira (Freguesia de Seroa); Palmela (Freguesias de Palmela, Pinhal Novo e Quinta do Anjo); Paredes (Freguesia de Vandoma); Penafiel (Freguesias de Novelas e Penafiel); Peniche (Cidade de Peniche e Fregueias da Atouguia da Baleia e Ferrel); Pombal; Ponte de Sôr; Portimão; Porto; Reguengos de Monsaraz; Sabugal; Salvaterra de Magos (Freguesias de Foros de Salvaterra, Marinhais e Salvaterra de Magos); Santa Maria da Feira (Freguesias de Arrifana, Fiães, Lourosa e Nogueira da Regedoura); Santarém; Santo Tirso (Freguesias de Areias, Aves, Palmeira e Santo Tirso); São João da Madeira; Seixal (Freguesias de Corroios e Fernão Ferro); Sesimbra (Freguesias da Quinta do Conde e Sesimbra); Setúbal (Cidade de Setúbal e Azeitão); Sintra (Freguesias de Agualva-Cacém, Algueirão-Mem Martins, Almargem do Bispo, Casal de Cambra, Massamá, Rio de Mouro, São Pedro de Penaferrim, e Terrugem); Tavira; Torres Vedras; Trancoso; Trofa (Freguesias de Alvarelhos, Guidões, Muro, São Romão do Coronado e Trofa); Vagos (Freguesia da Fonte de Angeão); Valongo (Freguesia de Ermesinde); Valpaços; Vendas Novas; Viana do Castelo (Freguesia do Chafé); Vila do Conde (Freguesia do Mindelo); Vila Franca de Xira (Freguesias de Alverca do Ribatejo, Forte da Casa, Póvoa de Santa Iria, Vialonga e Vila Franca de Xira); Vila Nova da Barquinha; Vila Nova de Famalicão (Freguesias de Oliveira, Riba de Ave, Ribeirão, Santa Maria da Oliveira e Famalicão); Vila Nova de Gaia (Cidade de Gaia e Freguesias de Arcozelo e Pedroso); Vila Pouca de Aguiar; Vila Verde (Freguesia de Cabanelas); Viseu.

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 417).

Nota: A “Placa Toponímica” é da Praceta existente na Freguesia de Carnaxide.

Carolina Beatriz Ângelo, a primeira mulher a praticar cirurgia em Portugal.

 

Massamá 1206Carolina Beatriz Ângelo, Médica, nasceu na Guarda, a 16-04-1877, e faleceu em Lisboa, a 03-10-1911. Era filha de Emília Clementina de Castro Barreto e de Viriato António Ângelo. Ingressou no Liceu da Guarda em 1891, revelando-se uma aluna distinta, concluíu o curso em apenas 4 anos. Frequentou a Escola Politécnica e a Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa onde se formou em 1902. Foi a primeira mulher a praticar a Cirurgia em Portugal.

Em 1903, apresentou a sua dissertação inaugural “Prolapsos Genitais (Apontamentos) ” e iniciou a sua prática, como a primeira cirurgiã portuguesa, feito notável que contraria a tendência fortemente sexista dos blocos operatórios da época. Especializou-se em ginecologia, dedicando-se intensamente a esta actividade.

No ano em que se formou, casou com o Médico Januário Gonçalves Barreto Duarte, seu condiscípulo. Presidiu à Associação de Propaganda Feminista e à Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, dedicando-se á luta pela emancipação feminina.

Paralelamente à sua carreira Médica, Carolina Ângelo reforçou a sua visão social com um activismo cívico, político e principalmente feminista acérrimo, defendendo a emancipação da mulher e acreditando em ideias como a educação para a independência e o divórcio, sendo mencionada numa das publicações do “Jornal da Mulher” de “O Mundo” a este respeito.

Mostrou-se interessada na inovação dos cuidados de saúde, lutando para um melhor apoio aos Médicos e defendendo, neste sentido, a separação da Igreja do Estado. Em 1907, participou na fundação do Grupo Português de Estudos Feministas, conduzido por Ana de Castro Osório, de que foram membros também Maria Veleda e as Médicas Sofia Quintino e Adelaide Cabete, com quem se havia cruzado na Faculdade.

Foi iniciada na Maçonaria, na Loja Humanidade, sob o nome simbólico de Lígia. Dois anos depois, integrou a Assembleia-Geral da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, onde foi eleita Vogal Suplente da Direcção.

O Código Administrativo, então vigente, dava direito de voto, na eleição para as Câmaras Municipais, aos chefes de família. A Médica Carolina Beatriz Ângelo, viúva e mãe, considerou-se como tal, pedindo a sua inscrição no eleitorado, o que lhe foi negado a princípio. Obteve a concessão do direito de voto por sentença do Juiz Doutor João Baptista de Castro, pai da escritora Ana de Castro Osório, e foi a primeira mulher a votar em Portugal, no dia 28 de Maio de 1911, nas eleições para as Constituintes. Como consequência, a lei foi alterada, impedindo as mulheres de votar.

A Doutora Carolina Beatriz Ângelo, juntamente com Adelaide Cabete, fizeram a bandeira hasteada em 05 de Outubro de 1910.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Almada (Freguesia da Charneca de Caparica); Amadora, Guarda, Lisboa (Fregueisa de São Francisco Xavier, Edital de 20-04-1988, ex-Rua 1 do Bairro de Caselas), Moita (Freguesia de Alhos Vedros), Odivelas (Freguesias de Famões e Odivelas); Setúbal (Azeitão *), Sintra (Freguesia de Massamá *), Tavira.

Fonte: “Médicos Nossos Conhecidos, de Ana Barradas e Manuela Soares, Editor: Mendifar, 2001, Pág. 178”

Fonte: “A Mulher na Toponímia de Lisboa”, (de Luiz Silveira Botelho, Edição da Câmara Municipal de Lisboa, Edição de 1998, Pág. 45 e 46)

Fonte: “Dicionário de Médicos Portugueses”, (Ana Mota, Filipe Prates, Francisco Borges e João Aquino).

Nota: Esta “Placa Toponímica”, respeita Praceta Carolina Beatriz Ângelo, na Freguesia de Massamá, que existe a partir de uma proposta minha (14)

Wanda Ramos, uma Escritora na Toponímia nacional.

 

Massamá 1205Wanda Ramos, nasceu no Dondo (Angola), a 18-02-1948, e faleceu em Lisboa, a 29-08-1998. Era filha de pais portugueses, mudou-se para Portugal, em 1957, aos nove anos de idade, e aqui prosseguiu os seus estudos. Licenciou-se em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras de Lisboa e fez uma pós-graduação em Ciências Documentais. Colaboradora de diversas publicações, entre as quais: A Capital, Diário de Notícias, Diário de Lisboa, Diário Popular, Fenda, Loreto 13 e África. A sua estreia literária deu-se com o livro de poemas »Nas Coxas do Tempo«, (1970), seguido por »E Contudo Cantar Sempre«, (1979), e »Poemas-com-Sentido«, (1986), obras em que o tema central é o tempo. Este tema tem prevalecido, também, ao longo da sua caminhada ficcional.

O seu primeiro romance »Percursos« (Do Luachimo ao Luena), (1981), galardoado com o prémio da Associação Portuguesa de Escritores, consagrou a autora como um dos nomes mais importantes da ficção portuguesa dos últimos anos. Construíndo a partir das suas memórias pessoais, recorda a sociedade colonial e dá a conhecer a sua visão da guerra colonial, sob um ponto de vista feminino.

Publicou de seguida o romance »As Incontáveis Vésperas«, (1983). Fez uma incursão pelo território do fantástico no livro de contos »Os Dias Depois«, (1990) e regressou ao romance com »Litoral« (Ara Solis) (1991), obra com referências autobiográficas.

Obras principais: E Contudo Cantar Sempre, (1979);  Intimidade da Fala, (1983); As Incontáveis Vésperas, (1983); Poe-mas-com-sentidos, (1986), Os Dias Depois, (1990); Litoral (Ara Solis), (1991).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Almada (Freguesia da Charneca de Caparica); Lisboa (Freguesia do Areeiro, antiga Freguesia o Alto do Pina); Seixal (Freguesia de Corroios); Sintra (Freguesia de Massamá *).

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 439).

Nota: A “Placa Toponímica” pertence à Rua Wanda Ramos, na Freguesia de Massamá, existe por proposta minha feita à Junta de Freguesia, para a, então chamada, “Unidade Residencial de Tercena”. (13)

 

Faz hoje (27-11-2015) 74 anos que faleceu o Escritor Manuel Ribeiro

 

Manuel António Ribeiro, Escritor, nasceu na Freguesia de Albernoa (Beja), a 13-12-1878, e faleceu em Lisboa, a 27-11-1941. Aluno da Escola Politécnica, viu-se forçado a interromper os estudos. Foi durante anos Professor do Ensino Livre.

Funcionário da CP, a partir de 1911 notabilizou-se nos movimentos reivindicativos e com os seus artigos no semanário »O Sindicalista«, de tendências bolchevistas. Veemente defensor das reivindicações dos operários, foi demitido da Companhia e preso por se ter solidarizado com a greve de ferroviários.

Foi funcionário da Biblioteca Nacional, a partir de 1932, e Conservador da Torre do Tombo. Em 1913 fundou o jornal »A Bandeira Vermelha«, de tendências bolchevistas. Preso no Limoeiro, deu a lume o romance »A Catedral«, 1920, que constituiu enorme êxito literário e revelou o início da sua conversão ao catolicismo. Retrata, com profunda afeição, cenários, usos e mesmo certas psicologias características da sua província natal, o Alentejo.

Publicou depois, entre outras obras: »O Deserto«, 1922, »A Ressurreição«, 1923, »Colina Sagrada«, 1925, »A Planície Heróica«, 1927, e »Os Vínculos Eternos«, 1929.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Beja; Ferreira do Alentejo; Seixal (Freguesias da Amora e Seixal); Sintra (Freguesia de Algueirão-Mem Martins).

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. III, Organizado pelo Instituto da Biblioteca Nacional e do Livro, Coordenação de Eugénio Lisboa, Edição de 1990, Publicações Europa América, Pág. 212 e 213)

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág.  451).

Helena de Aragão, Escritora e Jornalista

 

Massamá 1200HELENA Augusta Teixeira DE ARAGÃO Breia, natural de Lisboa (16-07-1880 – 20-02-1961). Escritora e Jornalista. Neta paterna do Numismata  Augusto Carlos Teixeira de Aragão, casou com Aníbal Ferreira Breia.

Usou por duas vezes o pseudónimo Agarena de Leão. A partir de 1925 dirigiu Modas e Bordados (suplemento do jornal O Século). Fundou e dirigiu as revistas Eva e Feminina. Foi redactora do jornal O Mundo e colaboradora dos jornais Século da Noite e O Primeiro de Janeiro e das revistas Ilustração, Ilustração Portuguesa e Civilização.

Compôs obras musicais e poéticas. Cultivou a ficção e a literatura infantil. Publicou, em volume, »Sombras e Claridades (contos), »Caminhos da Vida«, (novelas), »Ruínas e A Filha do Mendigo« (romances), »Mozart, Amyot – O Pequeno Vagabundo«, e as obras para crianças »Quem não Quer Ser Lobo«, e »Travessuras«, entre outros.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Almada (Freguesia da Charneca de Caparica); Lisboa (Freguesia de Benfica, Edital de 10-04-1969, ex-Rua 18 do Bairro de Santa Cruz); Odivelas; Seixal (Freguesia de Corroios); Sintra (Freguesia de Massamá).

Fonte: “Quem É Quem”, (Portugueses Célebres, Círculo de Leitores, Edição de 2008, Pág. 55 e 56).

Nota: esta “Placa Toponímica” pertence à Freguesia de Massamá, por proposta minha, dirigida à Junta de Freguesia. (12)

Elina Guimarães, uma grande Advogada, defensora dos direitos das mulheres (11)

 

 

Massamá 1207Elina Júlia Pereira Guimarães da Palma Carlos, natural de Lisboa (08-08-1904 – 24-06-1991). Advogada. Licenciada em Direito pela Universidade de Lisboa, onde ingressou em 1921, Elina Guimarães foi, toda a sua vida, uma destacada activista dos direitos da mulher. Dedicou-se fundamentalmente àquilo a que ela própria chamava “feminismo jurídico”, ou seja, a pôr em linguagem comum e acessível a todos, explicando-os e dando-lhes a maior divulgação possível, textos jurídicos e legislação relativos aos direitos das mulheres, direitos que eram desconhecidos pela maioria delas.

Foi assim que, por exemplo, o seu livro, datado de 1937, A Lei em Que Vivemos, Noções de Direito Usual Relativo à Vida Feminina se esgotou rápida e completamente quando foi dado à estampa. A sua ligação ao movimento feminista português de tradições republicanas aprofundou-se ao integrar, em 1925 e a convite de Adelaide Cabete, o Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, organismo com ligações internacionais a associações sufragistas, responsável, em 1928, pela realização de um Congresso Feminista em Portugal. Este conselho virá a ser extinto pelo Estado Novo em 1946, extinção que porá igualmente termo à colaboração de vinte anos que a autora manteve com a revista Modas e Bordados, dirigida por Maria Lamas, que foi nesta altura igualmente afastada do seu posto.

A colaboração de Elina Guimarães em revistas e periódicos foi, aliás, vasta, registando colaborações, para além da revista Modas e Bordados, em Gazeta da Ordem dos Advogados, Jornal do Foro, Gazeta da Relação de Lisboa, Civilização, Portugal Feminino, Seara Nova, Os Nossos Filhos, La Française, Le Droit des Femmes, Diário de Lisboa, Diário de Notícias, Máxima e Análise Social. As crónicas de temática jurídica e social que foi publicando na imprensa diária entre 1970 e 1975 foram reunidas em livro sob o título Coisas de Mulheres (1975).

A preocupação com o movimento dos direitos das mulheres como necessidade global está bem patente na sua associação a vários organismos internacionais, como sejam o International Council of Women, a Fédération Internationale des Femmes Diplomées en Droit e a Phi Delta Legal Society. Terá sido em parte esta preocupação que fez surgir Elina Guimarães, em 1988, como uma das candidatas ao Prémio Mulheres da Europa.

Foi agraciada, em 1985, no Dia Internacional da Mulher, com a Ordem da Liberdade. Foi casada com o Advogado Adelino da Palma Carlos.

Obras principais: Dos Crimes Culposos, (1930); O Poder Maternal, (1933); La Condition de la Femme au Portugal, (1938); Guilherme de Azevedo em Família, (biografia, 1940); A Condição Jurídica da Mulher no Direito de Família perante as Nações Unidas, (1962); Mulheres Portuguesas: Ontem e Hoje, (1978); Sete Décadas de Feminismo, (1991).

O seu nome faz parte da Toponímia dos Concelhos de: Amadora, Cascais (Freguesia de São Domingos de Rana), Lisboa (Freguesia do Lumiar, Edital de 12-11-1991), Odivelas (Freguesias de Odivelas e Pontinha), Seixal, Setúbal; Sintra (Freguesia de Massamá *).

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. IV, Publicações Europa América)

Fonte: “Dicionário de Mulheres Célebres, de Américo Lopes de Oliveira, Lello & Irmão Editores, Edição de 1981, Pág. 517”.

Fonte. “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 12, Pág. 894 e 895)

Nota; Designação aprovada pela Junta de Freguesia de Massamá, a partir de uma proposta minha, para uma das Artérias da, então, chamada Unidade Residencial de Tercena.

Alexandre Cabral, um Escritor na Toponímia de Massamá, através de uma proposta minha dirigida à Junta de Freguesia, para uma Artéria da, então; Unidade Residencial de Tercena (10)

Massamá 1203Alexandre Cabral de seu verdadeiro nome José dos Santos Cabral, natural da Freguesia da Ajuda (Lisboa) (17-10-1917 – 21-11-1996). Aos 14 anos, abandonou os estud
os no Instituto Profissional dos Pupilos do Exército (o pai era oficial de carreira) e transformou-se num verdadeiro homem dos sete ofícios. Foi paquete numa agência de leilões, apontador na Carris de Lisboa, empregado de balcão e comercial. Empregou-se  aos 15 anos e acabou  por emigrar para África, onde permaneceu três anos. Frequentou Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Foi Redactor de uma Agência Noticiosa, Delegado de Propaganda Médica e Chefe de Escritório. Trabalhou depois numa Agência de Publicidade antes de se consagrar em exclusivo à actividade literária. Continuar a ler

Há mar e mar, há ir e voltar, esta frase, tantas vezes batida (não é a do Sérgio Godinho), é da autoria do Poeta Alexandre O’Neil, que trabalhou em publicidade e a criou para uma campanha de Verão. Hoje muita gente a conhece de cor e aplicam este rifão, sem saber quem foi o seu autor.

Massamá 1204ALEXANDRE Manuel Vahia de Castro O’NEILL de Bulhões, natural de Lisboa (19-12-1924 – 21-08-1986). Filho do bancário José António Pereira de Eça O’Neill de Bulhões e de Maria da Glória Vahia de Castro O’Neill de Bulhões, dona de casa. Alexandre O’Neill, passou muito tempo da sua juventude e adolescência em Amarante, onde tinha familiares e onde conviveu com Teixeira de Pascoaes e Alexandre Pinheiro Torres, de quem se tornou amigo. Frequentou a Escola Náutica. Profissionalmente foi técnico de publicidade. Co-fundador do chamado Grupo Surrealista de Lisboa, surgido em 1947, estreou-se com o poema gráfico “A Ampola Milagrosa”, em 1948. Desvinculado do surrealismo, publicou “Tempo de Fantasmas”, em 1951. No seu itinerário poético chegou do entusiasmo ao desengano através do divertimento, da ironia e do humor negro, como pode ver-se em “Poesias Completas” (1951-1983 e 1984). Colaborou na década de sessenta nos suplementos literários “Vida Literária”, do Diário de Lisboa, e “Cultura e Arte”, de O Comércio do Porto, e dirigiu com João Palma-Ferreira e Carlos Ferreira a revista “Critério” (1975-1976). Tem ainda colaboração poética dispersa, entre outros, pelos seguintes jornais e revistas literárias: “Litoral (1944-1945), “Mundo Literário” (1946-1948), “Unicórnio” (1951), “Pentacórnio” (1956), “Europa” (1957), “Diálogo” (1957-1958), “Notícias do Bloqueio” (1957-1962), “Cadernos do Meio-Dia” (1958), “Cronos” (1965-1970), “Sílex” (1980), e “Jornal dos Poetas e Trovadores (1983). Recebeu em 1982 o Prémio da Associação de Críticos Literários e no ano da sua morte ainda deu a lume “O Princípio da Utopia”, em 1986. Reuniu as suas crónicas no volume “Uma Coisa Em Forma de Assim”, em 1980. Saiu póstuma a antologia “Tomai Lá Do O’Neill!”, em 1986.

Obras principais: Poesia: A Ampola Milagrosa, (poema gráfico, 1948); Tempo de Fantasmas, (1951); No Reino da Dinamarca, (1958); Abandono Vigiado, (1960); Poemas com Endereço, (1962); Feira Cabisbaixa, (1965); De Ombro na Ombreira, (1969); Entre a Cortina e a Vidraça, (1972); A Saca de Orelhas, (1979); As Horas Já de Números Vestidas, (1981); Poesias Completas 1951-1981, (1982); O Princípio da Utopia, (1986); Tomai lá do O’Neill!, (antologia póstuma, 1986). Narrativas: As Andorinhas Não Têm Restaurante, (1970); Uma Coisa em Forma de Assim, (1980).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Amadora, Aveiro (Freguesia do Eixo), Beja, Cascais (Freguesias de Cascais e São Domingos de Rana), Grândola, Lisboa (Freguesia da Ajuda, Edital de 03-11-1986, era a antiga Travessa Pinto Ferreira, antes tinha sido Rua A à Quinta do Almargem ou à Rua Pinto Ferreira), Loures (Freguesias de Prior Velho e São Julião do Tojal), Matosinhos (Freguesia de Senhora da Hora), Montijo, Odivelas, Oeiras (Freguesia de Barcarena), Seixal (Freguesias de Aldeia de Paio Pires e Fernão Ferro), Sesimbra, Sintra (Freguesia de Massamá *), Vila Franca de Xira, Vila Nova de Gaia.

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. V, Publicações Europa América, Organizado pelo Instituto Português do Livro e das Bibliotecas, Coordenação de Ilídio Rocha, Edição de 2000, Pág. 350, 351 e 352).

Nota: A Foto da Placa Toponímica é da Freguesia de Massamá, cuja designação partiu de uma proposta minha dirigida à Junta de Freguesia de Massamá. (9)

Armando Cortez, um grande Actor e Encenador, na Toponímia da Freguesia de Paço de Arcos (Oeiras), por proposta minha, feita a 04-05-2005.(8)

Paço de Arcos 1137Armando Cortez e Almeida, Actor e Encenador, natural de Lisboa (23-01-1928 – 11-04-2002). Era filho de Luís Carlos da
Cunha e Almeida e de D. Heloísa dos Santos Cortez da Cunha e Almeida.

Começou a fazer Teatro Radiofónico nos seus tempos de aluno no Liceu Pedro Nunes, altura em que decidiu que em vez de estudar Medicina iria para o Conservatório. Ainda a estudar, começou por «fazer umas coisinhas», uma das quais sob a direcção de Giono Saviotti. Estreou-se profissionalmente em 1949, em Um Chapéu de Palha de Itália, de Labiche, no Teatro Apólo. Desde então trabalhou com os grandes nomes do teatro português. Esteve ao lado de Ribeirinho em À Espera de Godot (uma das suas melhores recordações, segundo a sua opinião), contracenou com Vasco Santana, Alves da Cunha, Maria Matos, António Silva. Fez revista, com Raul Solnado e Ivone Silva. No cinema, actuou, por exemplo, em O Dinheiro dos Pobres, de Artur Semedo, O Homem do Dia, de Henrique Campos, ou Sem Sombra de Pecado, de Fonseca e Costa. Apesar de todas as dificuldades, nunca pensou em mudar de profissão. No início dos anos 80, à frente do Teatro Maria Matos, foi o responsável por êxitos como A Tragédia da Rua das Flores; foi também membro da cooperativa Reportório, que acabou por sucumbir por falta de subsídio. Além de serem um dos casais mais emblemáticos do teatro, Armando e Manuela Maria, sua segunda companheira (a primeira tinha sido Fernanda Borsatti) também trabalharam juntos, por exemplo em Casar Sim, Mas Devagar, em 1984, Criada Para Todo o Serviço, em 1987, reposição de um espectáculo que fez sucesso 25 anos, ou em telenovelas como Chuva na Areia ou Palavras Cruzadas (onde interpretavam um casal). Foi na televisão que ultimamente mais vezes os vimos. Armando Cortez, faleceu vítima de doença cardíaca, na Casa do Artista, da qual era presidente e à qual tinha dedicado todo o seu tempo. Agraciado com o Grande Oficialato da “Ordem do Infante D. Henrique” (2000), foi co-fundador da Casa do Artista, sociedade de apoio aos artistas, juntamente com Raul Solnado.

Tornou-se um dos mais importantes actores da televisão portuguesa, ao interpretar várias peças de teatro (“A Sapateira Prodigiosa” de Lorca, “A Importância de Ser Leal” de Oscar Wilde, “A Cova de Salamanca” de Miguel de Cervantes e “Português, Escritor, 45 Anos de Idade” de Bernardo Santareno). Mais tarde participou em séries e novelas muito populares (“Chuva na Areia”, “Passerelle”, “Lá em Casa Tudo Bem”, “Nem o Pai Morre Nem a Gente Almoça”, “Cinzas”, “Roseira Brava”, “Filhos do Vento”, “Vidas de Sal”, “Terra Mãe”, “Alves dos Reis” e “O Processo dos Távoras”).

No cinema participou em cerca de dez películas, entre elas “O Dinheiro dos Pobres” de Artur Semedo (1956), “O Cerco” de António da Cunha Telles (1958), “Sem Sombra de Pecado” de Fonseca e Costa (1982), “O Desejado” de Paulo Rocha (1986), “Passagem por Lisboa” de Eduardo Geada (1992) e “Das Tripas Coração” de Joaquim Pinto (1992).

O nome de Armando Cortez faz parte da Toponímia de Almada (Freguesia da Sobreda); de Cascais (Freguesia de São Domingos de Rana); de Lisboa, (Freguesia de Campolide, Edital de 20-11-2003); de Loures, (Freguesias de Santa Iria de Azóia e Unhos); do Montijo; de Odivelas (Freguesia de Famões); de Oeiras (Freguesia de Paço de Arcos *); de Vila Franca de Xira (Freguesia da Póvoa de Santa Iria e Vila Franca de Xira).

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 164).

Fonte: “Teatro Moderno de Lisboa (1961-1965) Um Marco na História do Teatro Português, de Tito Lívio, com a colaboração de Carmen Dolores, Editorial Caminho, 2009, pp. 116 e 117”.

António do Couto, Arquitecto, foi um dos autores da Estátua do Marquês de Pombal (Lisboa).(7)

Barcarena 0068ANTÓNIO DO COUTO Abreu, Arquitecto, nasceu na Freguesia de Barcarena (Oeiras), em 08-04-1874, e faleceu em Lisboa, em 03-07-1946. Era filho de António do Couto Abreu. Órfão desde os 9 anos de idade, entrou, com essa idade, para a Casa Pia de Lisboa, que frequentou de 05-12-1883 a 01-05-1897, foi o aluno nº 1455.

Na Provedoria de Simões Margiochi, foi escolhido, pelas suas excepcionais aptidões já então reveladas, para frequentar a Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, tendo sido premiado no final do curso de Arquitectura, em 1899, com a mais alta distinção dada, ao tempo, por essa Escola: Vinte Valores, Medalha de Prata e 30$000. Foi seu Professor de Arquitectura José Luís Monteiro.

Em 1900 entrou, como Arquitecto tirocinante dos estudos de remodelação do edifício das Cortes, servindo sob a direcção do Arquitecto Ventura Terra, autor desse projecto. Em Março de 1910 foi nomeado Arquitecto de 3ª Classe para o quadro das Obras Públicas. Nove anos depois ascendeu a Arquitecto de 2ª Classe e, em 1934, Arquitecto de 1ª Classe, servindo, em 1942, nesta categoria, na restauração da Sé Patriarcal de Lisboa, para onde foi nomeado em 1911.

António do Couto obteve, em 1907, o Prémio Valmor, pela melhor habitação particular construída, nesse ano, em Lisboa. Foi o autor do Pavilhão Português na Exposição Universal de S. Francisco (Panamá-Pacífico) de 1914.; do Monumento ao Marquês de Pombal (inaugurado em 13-05-1934), de colaboração com o Arquitecto Adães Bermudes, e do Escultor Francisco dos Santos; do Monumento Equestre a Joaquim Mouzinho de Albuquerque, de colaboração com o Escultor Simões de Almeida (Sobrinho), que foi inaugurado em Lourenço Marques (Moçambique), em 29-12-1940.

Era sócio da Sociedade Nacional de Belas Artes de Lisboa e sócio honorário correspondente do Real Instituto dos Arquitectos Britânicos, de Londres.

O seu nome faz parte da Toponímia de Oeiras (Freguesia de Barcarena *)

Fonte: “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira”

Fonte: “Dicionário de Autores Casapianos”, (de António Bernardo e José dos Santos Pinto, Biblioteca-Museu Luz Soriano, Ateneu Casapiano, Lisboa, Edição de 1982, Pág. 79)

Nota: O nome de António do Couto, foi, por mim, proposto à Junta de Freguesia de Barcarena, a 17-07-2008.