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“Quem Foi Quem na Toponímia do Município do Bombarral”

MARTIM NOEL MONTEIRO, Contabilista e Professor, natural do Bombarral, nasceu a 21-10-1916 e faleceu a 31-12-1980. Era filho de Martim Monteiro e de Isandra da Conceição Rodrigues Monteiro. Noel Monteiro, como era geralmente tratado, muito novo ainda tirou o Curso de Guarda-Livros por correspondência, empregando-se algum tempo depois como Chefe de Escritório de uma Empresa de Transporte de Passageiros Capristano & Ferreira, Ldª, com sede no Bombarral. Mais tarde, em Lisboa, frequentou o Instituto Nacional de Crédito e obteve o Diploma de Professor.

 Em 1951 prestou provas nos termos previstos na época, na Escola Veiga Beirão, em Lisboa, e aí exerceu funções docentes, como Professor de Contabilidade. Foi também Professor no Instituto de Novas Profissões e no Centro de Estudos e Organização de Escritório, no Sindicato Nacional de Profissionais de Oficinas do Distrito de Lisboa. Foi membro do Sindicado Nacional de Professores, onde se distinguiu, particularmente pelo empenho na defesa da contabilidade e dos contabilistas. Pertenceu à SPC – Sociedade Portuguesa de Contabilidade, fez parte do grupo fundador da APOTEC – Associação Portuguesa dos Técnicos de Contabilidade, foi fundador e presidente do Conselho Directivo do JtcE – Jornal Técnico de Contas e da Empresa e fundador e director da ACICE – Associação Científica Internacional de Contabilidade. Teve a seu cargo a página de contabilidade e gestão do jornal do Comércio, onde escreveu regularmente artigos, resposta a consultas e notícias sobre livros, na Revista de Contabilidade e Comércio.

Noel Monteiro foi agraciado, a título póstumo, com a Comenda da Ordem do Infante.

Obras principais: Contabilidade das Empresas de Camionagem de Passageiros, (1947); Contabilidade das Oficinas Metalúrgicas e Metalo-Mecãnicas, (1940); A Técnica da Peritagem e Revisão de Contas, (1950); Aspectos Gerais e Contabilidade das Cooperativas de Habitação, (1952); Contabildiade e Administração de Clubes Desportivos, (1953 e 1959); Aspectos da Contabilidade da Indústria de Curtumes, (1960); Organização Contabilística das Fábricas de Moagem, (1959); Empresas de Construção Civil, Obras Públicas e Imobiliárias, (s/d); Planos de Contas (Empresas, Associações e Organismos Económicos), (1960); Curso de Contabilidade para Agentes de Administração, (1960); Peritagem e Revisão de Contas, (s(d); A Organização e Prática de Escritório nas Empresas, (1961); Teoria Relativista da Contabilidade, (s/d); A Contabildiade em Face da Lei Fiscal, (2 Volumes, s/d); Contabilidade Industrial, (1964); Economia e Contabildiade Agrícola, (1965); A Contabildiade Industrial e o Seu Mundo, (1965); Organização da Empresa Estrutura e Prática de Serviço, (s/d); Plano de Contas Básico segundo Normas Fiscais, (s/d); Plano Oficial de Contabilidade, Economia e Contabilidade das Empresas de Turismo, (1969); Contabilidade Geral das Sociedades, (1975); Contabilidade Aplicada, (1975); Pequena História da Contabilidade, (1979).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Bombarral (Rua Martim Noel Monteiro).

Fonte: “Revista Electrónica INFOCONTAB n.º 1, de Julho de 2005, pp. 1-12”

Fonte: “Dicionário dos Autores do Distrito de Leiria”, (Coordenação de Acácio de Sousa, Ana Bela Vinagre e Cristina Nobre, Actualização ao Século XX, Magno Edições, Leiria, 2004, Pág. 75 e 76)

Recordamos hoje o Professor e Autarca Luís Gordinho Moreira no dia em que, se fosse vivo, faria 100 anos de vida.

Luís GORDINHO MOREIRA, Professor, Autarca e Político, nasceu em Silves, nasceu a 30-12-1920, e faleceu em Lisboa, a 14-02-1969. Era filho de Luís Moreira, Solicitador, e de Georgina do Carmo Gordinho Moreira, Professora Diplomada. Após Licenciar-se em Filologia Românica, fixou-se na cidade natal como Professor. A 11/09/1943 contraiu matrimónio, em Silves, com Maria Teresa Correia Cabrita, natural de São Bartolomeu de Messines.

Afecto aos ideais do Estado Novo, foi nomeado presidente da Câmara de Silves, cargo que desempenhou entre 1951 e 1955. Enquanto edil teve particular ação na construção do novo edifício para albergar a Escola Industrial e Comercial, hoje Secundária de Silves, bem como do Mercado Municipal daquela cidade. Foi também presidente da Assembleia Geral do Silves Futebol Clube, de 1953 a 1956.

O brilhante trabalho que vinha a desenvolver à frente dos destinos da autarquia silvense levou à sua nomeação, em maio de 1955, para presidente da Câmara Municipal de Faro. Sucessivamente reconduzido no cargo, a sua presidência ficou assinalada, entre outros aspetos, pela desafetação da Ilha, elaboração do plano de urbanização da cidade, construção da ponte de ligação à Praia, municipalização dos serviços de electricidade e de saneamento e pelo seu notável contributo em defesa da construção do aeroporto. Conta-se que terá ficado duas noites à porta de um Ministério em Lisboa, até que lhe fosse garantido que aquela infraestrutura ficava localizada em Faro e não em qualquer outro ponto do Algarve. Pugnou ainda pelo Sporting Clube Farense, nomeadamente pela iluminação do estádio.

Professor na Escola Comercial e Industrial de Faro e Delegado regional da Mocidade Portuguesa foi, entre 1957 e 1961, procurador à Câmara Corporativa, onde subscreveu/relatou diversos pareceres (oito). A sua acção em prol dos interesses de Faro foi reconhecida pelos farenses, que lhe atribuíram o título de cidadão honorário, bem como a Medalha de Ouro da mesma cidade. Insígnias que lhe seriam entregues numa cerimónia presidida pelo ministro do Interior, em 11/05/1963. Um ano depois pedia a exoneração da presidência da edilidade, fixando-se no Funchal como delegado da TAP.

Foi Professor da Escola Industrial e Comercial de Silves, tendo sido o quarto Director. Foi Presidente da Câmara Municipal de Silves e da Câmara Municipal de Faro. Foi Director da TAP, em Faro e no Funchal. Foi Presidente da Assembleia Geral do Silves Futebol Clube de 1953 a 1956 e teve uma acção preponderante em todo o processo que levou à construção pelo Estado do edifício onde hoje funciona a chamada Escola Nova.

Foi Procurador à Câmara Corporativa, na XII Secção (Autarquias Locais), pelos «restantes municípios urbanos do continente, expressão que designava um grupo do qual só excluíam Lisboa e Porto).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Faro (Avenida Doutor Gordinho Moreira (troço do IC4)

Fonte: “Sítio da Escola Industrial e Comercial João de Deus, de Silves”

Fonte: “Dicionário Biográfico Parlamentar, 1935-1974, (Volume II de M-Z), Direcção de Manuel Braga da Cruz e António Costa Pinto, Colecção Parlamento, Pág., 183).

Fonte: “Terra Ruiva – Jornal do Concelho de Silves”, (por Aurélio Nuno Cabrita)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Benavente”

ALFREDO BETÂMIO DE ALMEIDA, Pedagogo e Professor, nasceu em Benavente, a 17-02-1920, e faleceu em Lisboa, a 15-02-1985. Aos 24 anos de idade concluiu o curso de desenho da Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa e, de imediato, iniciou a sua actividade profissional no Liceu Pedro Nunes, ficando para sempre marcado pela intensa dinâmica pedagógica que caracteriza a instituição. Em 1944, fez o exame de estágio com o ensaio crítico Desenho à Vista e passou a leccionar a disciplina de Desenho naquele Liceu. A reforma do ensino de 1947 deu-lhe uma primeira oportunidade para elaborar o programa de Desenho Livre (1º e 2º anos), assim como para produzir um manual escolar Compêndio de Desenho para o 1º Ciclo dos Liceus, o qual, como livro único conhecerá sucessivas actualizações entre 1948 e 1967. O ano lectivo de 1957/1958 foi um marco a vários títulos importante para a sua afirmação como pedagogo; torna-se professor metodólogo do 9º Grupo (Desenho e Trabalhos Manuais); dá início a uma reflexão sistemática ora sobre a natureza e função da educação estética, ora, mais especificamente, sobre a didáctica do desenho; surge, juntamente com o Reitor Francisco Dias Agudo e o Professor António Gomes Ferreira, como co-organizador de Palestra – Revista de Pedagogia e Cultura (1958-1973), não abandonando jamais o núcleo restrito de personalidades que asseguram a edição desta prestigiada publicação dos professores do Liceu Pedro Nunes. No começo da década de sessenta abre-se novo ciclo de actividade, agora como técnico especializado que participa nas decisões tomadas pelo Ministério da Educação. Aceita ser membro da Junta Nacional da Educação (4ª Secção – Ensino Superior), preparando, no interior deste organismo de aconselhamento, as linhas orientadoras do novo programa de Desenho para o 2º Ciclo (1970).

Logo após o 25 de Abril de 1974 foi nomeado Director-Geral do Ensino Liceal e surge, no ano seguinte, como um dos responsáveis pelo lançamento do novo Ensino Secundário Unificado, naquela que será uma das primeiras grandes apostas educativas do jovem regime democrático.

Foi nomeado Presidente do Instituto de Tecnologia Educativa em 1977, cargo que desempenhou até ao final da vida. Mas Betâmio de Almeida, além da sua vida de Professor e Pedagogo foi, ainda, artista plástico, tendo participado nas duas primeiras “Exposições Gerais de Artes Plásticas” (1946/1947), organizadas pelo MUD (Movimento de Unidade Democrática).

No período compreendido entre 1950 e 1958 investiga e publica vários estudos de natureza histórica, todos centrados em Benavente, a sua terra natal.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Benavente (Rua e Travessa Alfredo Betâmio de Almeida).

Fonte: “Dicionário de Educadores Portugueses”, (Direcção de António Nóvoa, Edições Asa, 1ª Edição, Outubro de 2003, Pág. 53, 54, 55 e 56).

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Belmonte”

JOSÉ Augusto Soares Ribeiro DE CASTRO, Advogado e Político, nasceu na Freguesia de Valhelhas (Guarda), a 07-04-1848, e faleceu em Lisboa, a 30-06-1929. Era filho de José Luís Soares Ribeiro de Castro e de Maria do Patrocínio Ribeiro Leitão de Castro. O seu filho, Álvaro Xavier de Castro, foi uma destacada figura da I República, Chefe do Partido Reconstituinte e Presidente do Conselho de Ministros.

Repartiu os primeiros estudos entre Coimbra, Guarda, Fundão e Lisboa. Viria a cursar Direito em Coimbra, formando-se em 1877. A carreira de advogado levou-o a estabelecer-se na Guarda (1877-1885), no Fundão (1885-1890) e em Lisboa (a partir de 1890). Destacou-se nas barras dos Tribunais da Guarda, Funchal e Lisboa e foi membro da Associação dos Advogados de Lisboa e da Associação Internacional Económica dos Amigos da Paz para o Estabelecimento de uma União Mediterrânica.

Iniciado na Maçonaria em 1869, na loja Federação, com o nome simbólico de Lamartine, foi Grão-Mestre adjunto entre 1908 e 1915. Filiado, de 1878 a 1881, no Partido Progressista (a cuja Comissão Executiva do Centro pertenceu), aderiu, neste último ano, ao Partido Republicano Português. Fundou o Centro Republicano e o primeiro semanário republicano da Guarda, O Povo Portuguez (1882-1884).

Esteve na Madeira, em 1884-1885, defendendo 70 presos resultantes dos tumultos causados pela eleição de Manuel de Arriaga (processo que lhe inspiraria um livro). Deputado independente por Santiago do Cacém, em 1890, foi, nesse ano, Delegado Parlamentar ao Congresso Internacional da Paz e Arbitragem de Roma.

Participou na organização da comissão de resistência que precedeu o 05 de Outubro de 1910, encontrando-se, aquando da revolução republicana, em Clermont-Ferrand. No ano de 1911, além dos lugares de Deputado, pela Covilhã, e de Senador, integrou a Comissão Constitucional.

Após a revolução de 14 de Maio de 1915 sobraçou o Ministério da Instrução entre 15 e 17 de Maio desse ano e daí ascendeu a Senador por Castelo Branco e à Presidência do Governo (17 de Maio de 1915), acumulando, até ao final do mandato (18 de Junho de 1915), as pastas da Guerra e do Interior. Chefiando novo governo desde 18 de Junho de 1915 até 29 de Novembro desse ano, foi também responsável pelos Ministérios da Marinha (ao longo de todo esse período) e, novamente, da Guerra (de 18 de Junho a 22 de Julho).

Na sua bibliografia, além da redacção principal de O Distrito da Guarda e da conferência sobre o Marquez de Pombal e o Jesuitismo (1882), contam-se os títulos: As Victimas d’El Rei, história dos Processos Movidos Contra os Perseguidos Políticos na Ilha da Madeira (1885), e O Maior Crime do Regimen (1910).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Belmonte (Rua Doutor José de Castro); Guarda (Freguesia de Valhelhas – Praça Doutor José de Castro).

Fonte: “Dicionário Biográfico Parlamentar, 1834-1910”, (Vol I, de A-C), Coordenação de Maria Filomena Mónica, Colecção Parlamento, (Pág. 749 e 750)”.

Recordamos hoje o Associativista Luís Vieira Gomes, no dia em que, se fosse vivo, faria 100 anos de vida.

LUÍS VIEIRA GOMES, Associativista, natural da Freguesia da Fazenda (Lajes das Flores), nasceu a 28-12-1920 e faleceu a 02-11-2004. Era filho de José Pereira Gomes e de Maria da Conceição Vieira Gomes, ele Agricultor e ela Doméstica. Concluiu aí a Instrução Primária com excelente aproveitamento e o seu grande desejo era cursar o Seminário. Todavia, como já tinha um irmão Sacerdote, o Padre José Vieira Gomes (1915-1989), e nele ia ser matriculado outro irmão – que veio a ser o Padre Fernando Vieira Gomes (1922-2002), então protegido pela Prof. D. Maria de Freitas Vieira – não terá obtido o apoio familiar necessário para que se cumprisse esse seu desejo, certamente por dificuldades financeiras.

Entretanto, casou com Carmina Nunes Gomes, de cujo casamento nasceram os filhos: José Fernando Vieira Gomes, Funcionário da Direcção de Finanças de Ponta Delgada; Maria de Fátima Gomes Gonçalves, Professora Oficial nas Flores; Maria da Conceição Gomes, Assistente Administrativa de Desenvolvimento Agrário das Flores; António Luís Vieira Gomes, já falecido, que foi Funcionário dos Serviços Pecuários das Flores; Fernanda Maria Gomes Rosa, Técnica de Radiologia do Hospital de Ponta Delgada; e Paula Maria Gomes Amaral, com o curso de Técnica de Turismo Residente em Ponta Delgada.

Trabalhando e orientando com sabedoria o seu extenso agregado familiar, conseguiu propiciar aos filhos a educação e os estudos com que cada um hoje se realiza profissionalmente. Todos são excelentemente bem formados. Uns ficaram-se pelo Liceu e pelo Magistério Primário, mas outros conseguiram, salvo erro, fazer cursos médios com equivalência universitária, como foi o caso das duas filhas mais novas. 

Assim, ficou-se pela pequena lavoura do pai, embora na expectativa de conseguir uma vida que lhe permitisse não ter de estar exclusivamente dependente da dureza do trabalho rural, já que era de estatura frágil para o efeito.

Em meados da Década de 1940, começa a trabalhar na Tesouraria das Finanças de Lajes das Flores, como Ajudante do Tesoureiro, José Nóia Vieira, cargo que de início exercia gratuitamente. Em 25 de Março de 1945, passa a ser remunerado – com a consequente entrada nos respectivos quadros, como proposto de tesouraria – embora de forma insuficiente para a sua vida futura. Deste modo, sempre manteve aquele trabalho rural, feito fora dos horários normais daquele Serviço.

Com a aposentação do respectivo Tesoureiro, ocorrida na Década de 1950, assumiu por diversas vezes esse cargo, na falta do respectivo titular, já que, embora sem ter cursado o Liceu, possuía e desenvolvia constantemente a sua excelente Instrução Primária.

Beneficiando da sua privilegiada inteligência e da muita experiência adquirida, sempre na ânsia de saber mais e sempre mais, acabaria por assumir, por diversas vezes, o cargo de Tesoureiro, cargo esse que exerceu com dedicação e competência até à sua aposentação, a qual ocorreu em 19 de Agosto de 1988.

Socialmente esteve ligado gratuitamente à Direcção de diversas Instituições, designadamente da Irmandade do Espírito Santo, da Cooperativa Agrícola de Lacticínios, do Centro de Recreio Popular Fazendense, todas da Fazenda, e da Santa Casa da Misericórdia de Lajes das Flores. Embora com uma agenda muito cheia, encontrava sempre tempo para tudo, já que gostava de servir e de ser útil à sociedade. Era um trabalhador incansável e um cidadão exemplar. Amando a vida, sempre lúcido e interessado nas actualidades, depois de doença prolongada e progressiva, faleceu a 2 de Novembro de 2004, tendo os seus restos mortais ficado sepultados no cemitério da Fazenda das Flores, como era seu desejo.

Fonte: “Bibl: Jornal “O Monchique”, de 30-11-2004, artigo de José Arlindo Armas Trigueiro; Trigueiro, José Arlindo Armas,”Fazenda das Flores, Um Século de Sucesso – 1900-2000”, (2008), pp. 317, ed. da Câmara Municipal das Lajes das Flores”

Recordamos hoje a Professora Aurora Castelo, no dia em que, se fosse viva, faria 100 anos de vida.

AURORA Blandina Almeida CASTELO, Professora, nasceu na Freguesia da Praia do Ribatejo (Vila Nova da Barquinha), a 28-12-1920, e faleceu em Rio Maior, em data que não consegui apurar. Era filha de um Militar, pelo que passou por várias localidades, como Entroncamento, Moscavide e Lisboa, onde viveu a maior parte da sua vida até casar. Aurora Castelo passou 40 anos no sistema de Ensino como Professora de Lavores Femininos na Escola Comercial de Rio Maior e foi Professora de Trabalhos Manuais na Escola Preparatória Latino Coelho, na mesma Cidade, de 1968 a 1986.

Já professora há muitos anos, frequentou na Telescola o Curso de Formação e Actualização de Futuros Professores do Ciclo Preparatório do Ensino Secundário, tendo sido considerada apta em Setembro de 1968.A sua carreira docente começou em 1948, tendo sido uma das fundadoras da Escola Comercial de Rio Maior leccionando a cadeira de Lavores Femininos. Na vila não havia até então ensino público a partir da escola primária. De 1968 a 1986 (ano em que se reformou da função pública) foi Professora de Trabalhos Manuais na Escola Preparatória de Latino Coelho, na mesma cidade

Depois da reforma não calçou as pantufas. Foi formadora em acções promovidas pela Câmara de Rio Maior e juntas de freguesia de Asseiceira e Benedita. Há muitas décadas que dá aulas particulares de bordados e dá aulas da mesma arte na Universidade Sénior de Rio Maior

O seu nome faz parte da Toponímia de: Rio Maior (Largo Aurora Castelo)

Fonte: “Jornal O Mirante”

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Beja”

ANTÓNIO RAPOSO TAVARES, Bandeirante, nasceu em Beja, em 1598, e faleceu em São Paulo (Brasil), em 1658. Em 1618 seguiu para o Brasil com seu pai, que ia como Administrador da Capitania de São Vicente. Após a morte do progenitor (1622) fixou-se em São Paulo. Lutou pela supremacia dos colonos sobre a influência dos jesuítas junto dos Índios e chefiou a bandeira que em (1628-1629) aniquilou as reduções dos jesuítas espanhóis de Guairá (actual Estado do Panamá) e a que em 1636 destruiu as reduções do Tape (actual Estado do Rio Grande do Sul).

Participou na defesa da Baía contra os Holandeses, em 1639, tendo sido feito Mestre-de-Campo. Em 1648 empreendeu nova bandeira em busca de minas de prata e de índios do Peru. Atingiu a região andina da Bolívia e, seguindo pelo rio Madeira, chegou ao Amazonas, tendo aportado a Belém do Pará em 1651; o percurso totalizou 12 000 Km. Este feito contribuiu para a expansão do território brasileiro para oeste da linha de Tordesilhas.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Beja (Praça e Rua António Raposo Tavares); Lisboa (ex-Freguesia de São Francisco Xavier, actual Freguesia de Belém – Rua António Raposo Tavares); Sintra (Freguesia de Rio de Mouro -Praceta António Raposo Tavares).

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 504).

Recordamos hoje o Escritor e Professor João Evangelista, no dia em que, se fosse vivo, faria 100 anos de vida.

JOÃO Pereira EVANGELISTA, Professor e Escritor, natural da Freguesia de A-dos-Negros (Óbidos), nasceu a 27-12-1920 e faleceu a 17-02-2011. Após a conclusão dos Estudos Primários nas Caldas da Rainha, empregou-se como marçano num estabelecimento comercial, frequentando em simultâneo o Curso Nocturno da Escola Industrial e Comercial Rafael Bordalo Pinheiro. Entretanto, cumpre o serviço militar, onde pôde ingressar como Furriel, “enquanto os outros rapazes de A-dos-Negros optavam por outro tipo de mealheiro para as despesas militares – cultivando para si uns pés de vinha, fazendo searas em pequenos tratos de terreno que o pai cede juntamente com sementes e adubos ou criando um porco ou um borrego para vender na feira”, salientou Carlos Orlando na apresentação deste professor. De regresso à actividade comercial, prossegue simultaneamente os seus estudos completando o curso liceal. “Ainda estava longe de ver o seu sonho concretizado, mas o facto de ser oriundo duma família humilde de A-dos-Negros não era justificação para não ser capaz de tirar um curso superior”, afirmou Carlos Orlando.

No início da década de 50, o Professor João Evangelista matricula-se na Faculdade de Letras de Lisboa, onde tira a licenciatura em Ciências Geográficas. Entretanto foi bolseiro no Instituto de Alta Cultura e na Fundação Calouste Gulbenkian e colaborador do Centro de Estudos Geográficos de Lisboa. Ainda nesta altura inicia as suas actividades de assistente e professor na Faculdade de Letras de Lisboa e de colaborador da Enciclopédia Luso-Brasileira, até 1967. É nesta fase que João Evangelista escreve a obra “A-dos-Negros – Uma aldeia da Estremadura”. Posteriormente vai para Angola, onde continua as funções de docente na Universidade e no Instituto Comercial de Luanda. Ainda neste país faz diversos estudos de Planeamento e de Defesa do Ambiente. De regresso a Portugal, em 1975, entra para a Comissão Nacional do Ambiente, tornando-se um percursor na formação e reciclagem de professores para a área de “Educação Ambiental”.

Obras principais: A-dos-Negros – Uma Aldeia da Estremadura, (1947); Um Século de População Portuguesa, 1654-1950, (1971); Razão e Porvir da Educação Ambiental, (1992).

Fonte: “Gazeta das Caldas, Edição de 25 de Fevereiro de 2011”

Fonte: “Dicionário dos Autores do Distrito de Leiria”, (Coordenação de Acácio de Sousa, Ana Bela Vinagre e Cristina Nobre, Actualização ao Século XX, Magno Edições, Leiria, 2004, Pág. 87)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município da Batalha”

ALFREDO Neto RIBEIRO, Canteiro, natural da Freguesia de São Pedro (Porto de Mós), nasceu a 12-04-1931 e faleceu a 30-08-2003. Descendente de uma geração de Canteiros, iniciada pelo seu bisavô João Ramos que, por intermédio do Arquitecto Luís da Silva Mouzinho de Albuquerque, terá vindo para a Batalha, com o encargo no restauro do Mosteiro de Santa Maria da Vitória. Alfredo Jacinto Ramos Ribeiro, seu Pai, morre muito cedo vítima de tuberculose. Sendo Mestre Alfredo Ribeiro, muito novo, ficou a cargo dos seus avós paternos; Cecília Ramos e Pedro Jorge Ribeiro, Mestre Canteiro encarregado de uma Escola de Canteiros que existiu na Batalha nos anos 20.

Este teve um acidente e não pode continuara. Sua actividade de Canteiro, tornando-se então Guarda do Mosteiro. A sua mãe casou novamente com o seu cunhado Almerindo Ramos Ribeiro (tio do Mestre Alfredo), e deste segundo casamento teve um filho José Manuel Ribeiro.

Desde muito cedo que o Mestre despertou um enorme interesse pela cantaria, que se revelou logo aos 7 anos de idade. A instrução de Mestre Alfredo ter-se-á conseguido ao 5º ano do Liceu, depois trabalhou como Canteiro com o padrasto.

Muitas das suas obras e intervenções encontram-se no Mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha. Em todas salienta-se uma das mais importantes que foi a reconstrução do Pelourinho da Vila da Batalha.

Foi responsável pela Oficina de Cantaria, desde 1993, da Escola de Artes e Ofícios Tradicionais da Batalha, onde se dedicou até ao fim dos seus dias. A EPAOTB teve uma grande importância na sua vida.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Batalha (Rua Alfredo Neto Ribeiro)

Fonte: “batalhapedra.blogspot.com”, (por Daniela F)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município do Barreiro”

Maria TERESA da Conceição BORGES, Bordadeira, nasceu no barreiro, a 13-04-1753, e faleceu em Lisboa, em 1837. Era filha de João Borges, Sangrador, e de sua mulher Luzia Maria Joaquina, também nascidos no Barreiro. Bordava primorosamente a matiz. Copiou com técnica, a estampa Ceia do Senhor, de Leonardo da Vinci.

Bordou, aos 80 anos de idade, uma imagem de Nossa Senhora da Conceição que, meio século depois, figurou na Exposição das Indústrias Caseiras, realizada no Porto. Mas os seus dotes haveriam de chegar à corte, com os retratos bordados de D. João VI e D. Carlota Joaquina, por volta de 1824, o que lhe valeu uma pensão de 12 mil réis por ano, o que equivaleria, nos dias de hoje, a cerca de 500 euros. Uma miséria, convenhamos. Mesmo assim, depois das convulsões das lutas liberais, D. Pedro IV cortou-lha, quatro anos antes da morte da artista, em 1837.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Barreiro (Freguesia do Alto do Seixalinho – Rua Teresa Borges).

Fonte: “Dicionário Histórico e Biográfico de Artistas e Técnicos Portugueses”, (de Arsénio Sampaio de Andrade, 1ª Edição, Lisboa, 1959, Pág. 31 e 32)

Fonte: “O Barreiro Antigo e Moderno – As Outras Terras do Concelho”, (de Armando da Silva Pais, Edição da Câmara Municipal do Barreiro, Editado em 1963, Pág. 358 e 359)