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Recordamos hoje o Artista Tóssan, que teria feito no passado dia 30 de Maio, 100 anos de idade. Aqui fica esta pequena Biografia e a sua famosa “Ode ao Futebol”.

 

TóssanTÓSSAN é o nome artístico de António Fernando dos Santos, Pintor, Ilustrador, Cararicaturista e Humorista, nasceu em Vila Real de Santo António, a 30-05-1918, e faleceu em Lisboa, a 10-08-1991. Estudou em Coimbra, tendo participado no TEUC, Teatro Experimental da Universidade de Coimbra, onde foi actor, cenógrafo e caracterizador. Com o teatro viajou por vários países e em algumas catedrais deixou a marca da sua arte e sensibilidade em pinturas de vitrais. Democrata e solidário com os perseguidos políticos, sempre recusou benesses, até mesmo empregos do Estado. Só após o 25 de Abril de 1974, aceira o lugar de director de publicações na Direcção Geral de Divulgação. Atento e generoso, a ele se deve a divulgação dos autos do poeta António Aleixo. António Aleixo tinha a inspiração, a filosofia, a moral, as palavras certas, mas faltava-lhe a técnica teatral. Tóssan foi o responsável gráfico do suplemento «Diário de Lisboa Juvenil» de boa memória. Foi ilustrador de livros e cartunista.

Publicou: Cãopêndio – Histórias de Homem Enquanto Cães e Vice-Versa. O actor Mário Viegas prestou-lhe a primeira homenagem póstuma de que temos conhecimento. Na sala-estúdio São Luiz, em Lisboa, levou à cena um espectáculo com mais de cem textos inéditos do homenageado.

Em Faro, em 1998, por iniciativa da Casa da Cultura da Juventude, integrada na «Semana das Artes», prestou homenagem ao artista multifacetado que foi Tóssan, com uma exposição das suas obras e um recital de poesia.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Amadora; Faro.

Fonte: “Quem Foi Quem?, 200 Algarvios do Século XX”, (de Glória Maria Marreiros, Edições Colibri, 1ª Edição, Dezembro de 2000, Pág. 479 e 480)

ODE AO FUTEBOL

 

Rectângulo verde, meio de sombra meio de sol

Vinte e dois em cuecas jogando futebol

Correndo, saltando, ziguezagueando ao som dum apito

Um homem magrito, também em cuecas

E mais dois carecas com uma bandeira

De cá para lá, de lá para cá

Bola ao centro, bola fora.

Fora o árbitro!

E a multidão, lá do peão

Gritava, berrava, gesticulava

E a bola coitada, rolava no verde

Rolava no pé, de cabeça em cabeça

A bola não perde, um minuto sequer

Zumbindo no ar como um besoiro,

Toda redonda, toda bonita

Vestida de coiro.

O árbitro corre, o árbitro apita

O público grita

Gooooolllllooooo!

Bola nas redes

Laranjadas, pirolitos,

Asneiras, palavrões

Damas frenéticas, gordas esqueléticas

esganiçadas aos gritos.

Todos à uma, todos ao um

Ao árbitro roubam o apito

Entra a guarda, entra a polícia

Os cavalos a correr, os senhores a esconder

Uma cabeça aqui, um pé acolá

Ancas, coxas, pernas, pé,

Cabeças no chão, cabeças de cavalo,

Cavalos sem cabeça, com os pés no ar

Fez-se em montão multidão.

E uma dama excitada, que era casada

Com um marinheiro distraído,

No meio da bancada que estava à cunha,

Tirou-lhe um olho, com a própria unha!

À unha, à unha!

Ânimos ao alto!

E no fim,

perdeu-se o campeonato!

Tóssan

Recordamos hoje, aquele que ficou conhecido apenas por Abade Faria. Padre, Cientista e revolucionário, que combateu e comandou uma das secções na Revolução Francesa, e foi imortalizado por Alexandre Dumas, na obra “O Conde de Monte Cristo”.

Abade FariaJosé Custódio de Faria, que ficou conhecido por ABADE FARIA, Padre e Cientista, nasceu em Candolim de Bardês, Goa (Índia), a 30-05-1746 e faleceu em Paris (França), a 20-09-1819. Era filho de Caetano Vitorino de Faria e de Rosa Maria de Sousa. Abade Faria, foi um cientista luso-goês que chegado a Lisboa em 1771, partiu no ano seguinte para Roma, onde foi ordenado e se formou em Teologia e Filosofia (1780). Regressado a Portugal granjeou fama de pregador mas em 1788 já vivia em Paris, onde se tornou apoiante da Revolução Francesa e comandou mesmo uma das secções que atacaram a Convenção.

Ardoroso revolucionário, em 1789 comandou uma das secções que atacaram a Convenção; O Abade Faria era Professor de Filosofia da Universidade de França e foi eleito membro da Academia de Medicina sem nunca ter sido Médico, tendo iniciado as práticas do magnetismo com o Marquês de Puységur, em Paris, abrindo mesmo um gabinete de magnetizador.

Foi o primeiro a descrever com precisão os métodos e os efeitos da hipnose e as possibilidades da sugestão hipnótica no tratamento das doenças nervosas e, foram as práticas da hipnose que lhe granjearam fama imediata junto do público, a par da reprovação da igreja, além de muita controvérsia motivada pelas teses ousadas que defendia.Os últimos anos passou-os como Capelão de um Convento de Religiosas. Demonstrou o carácter puramente natural do hipnotismo, tendo sido ele o primeiro a descrever com precisão os métodos e os efeitos da hipnose. Soube entrever as possibilidades da sugestão hipnótica no tratamento das doenças nervosas.

José Custódio Faria acabou os seus dias numa modesta Ordem Religiosa e, contudo, Chateaubriand faz uma alusão de Faria na sua obra Memórias de Além-Túmulo e, Alexandre Dumas imortalizou-o no seu romance O Conde de Monte Cristo, colocando-o a indicar ao protagonista Edmundo Dantes a localização do fabuloso tesouro de Monte Cristo, inspirado pelo exemplo do Abade Faria quando por razões desconhecidas este foi preso em 1797 e remetido à solitária no temido presídio Chateau d’If.

Publicou “De la cause du sommeil lucide ou étude de la nature de l´homme por l’abbé Faria, brahmine, docteur en théologie” (1819) (o 2º e 3º tomos ficaram inéditos).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Amadora, Lisboa (Freguesia de Alto do Pina, Edital de 07-02-1957), Porto, Sesimbra (**), Sintra (Freguesia de Algueirão-Mem Martins).

Fonte: “O Grande Livro dos Portugueses” (Círculo de Leitores, 1990, Pág. 006)

Fonte: “Câmara Municipal de Lisboa – Toponímia de Lisboa”

Recordamos hoje Manuel de Oliveira, Desportista, que se distingiu como Treinador de Futebol.

Manuel de Oliveira SantosMANUEL DE OLIVEIRA Santos, Desportista, nasceu na Freguesia de Pinhal Novo (Palmela), a 29-05-1932, e faleceu no Hospital do Barreiro (Barreiro), a 20-06-2017. Jogador e Treinador de Futebol. Como jogador, foi juvenil no Futebol Clube Barreirense, júnior e sénior no Sporting Clube de Portugal – de leão ao peito durante oito anos –, foi internacional, em oito ocasiões, pela Selecção Militar, jogou no atlético Clube de Portugal e CUF, na qual ingressou “olhando pela vida”.

Ao serviço da Companhia União Fabril, em Dezembro de 1962, com 30 anos, ainda jogador, surgiu a oportunidade de abraçar a carreira de treinador que durante metade da sua vida o levou aos quatro cantos do País, continental e insular, e estrangeiro.

O apuramento para as competições europeias ao serviço de dois clubes do Concelho cumpridas as épocas 1965/66 e 1969/70, fruto de um 3º lugar dos fabris no Campeonato Nacional – a dois pontos do 2º; a melhor classificação de sempre do clube – e um 4º lugar dos barreirenses na mesma prova, é algo que nunca esquece.

Trabalhou na formação técnico-táctica de treinadores desde 1963. Integrou o Conselho de Treinadores da Federação Portuguesa de Futebol para o Processo de Formação, em 1983. Foi prelector e responsável de curso de treinadores de futebol de diversos níveis.

Foi, ainda Presidente do Sindicato de Treinadores de Futebol, fundador da Associação Nacional de Treinadores de Futebol – seu Vice-Presidente e membro do Sector de Formação – e teve várias participações em colóquios da modalidade. O futebol tem sido, reconhece, a sua vida.

Actualmente, o seu nome consta da Comissão de Honra das Comemorações do Centenário do Futebol Clube Barreirense.

Dirigiu na 1ª divisão, Leixões, Belenenses, Sanjoanense, Farense, Olhanense, Beira Mar, Marítimo, Portimonense, Vitória de Setúbal, Fafe, Nacional da Madeira, além de CUF e Futebol Clube Barreirense. No 2º escalão orientou: Lusitano de Évora, Sporting de Espinho, Sport Clube Vila Real, Louletano, Varzim, Sintrense, Montijo, Desportivo de Beja, Imortal de Albufeira e Gondomar. Em África treinou o Benfica de Huambo e a Selecção da Guiné Bissau. Salvou mais de uma dezena de clubes da descida de divisão.

Considerado o ‘mestre da tática’, Manuel de Oliveira destacou-se com os terceiros lugares no campeonato de 1964/65, qualificando pela primeira vez a CUF para a Taça dos Clubes de Cidades com Feiras, antecessora da Taça UEFA, e de 1969/70, pelo Barreirense, mas também com a salvação de várias equipas da descida de divisão.

Presidiu ao Sindicato de Treinadores de Futebol e foi fundador da Associação Nacional de Treinadores de Futebol, tendo sido igualmente comentador desportivo.

Fonte: “Diário de Notícias”

Recordamos hoje, José de Mello e Castro, um homem do “Estado Novo”, com preocupações sociais, a quem se deve a criação do Centro de Reabilitação de Alcoitão e criação do “Totobola”, criado para gerar receitas para a manutenção do Centro de Reabilitação de Alcoitão.

José de Mello e CastroJOSÉ Guilherme Rato DE MELLO E CASTRO, Político, nasceu na Covilhã, a 28-05-1914, e faleceu em Lisboa, a 27-09-1972. Era filho de Guilhermino de Melo e Castro e de Maria do Nascimento Matos Rato de Melo e Castro. Licenciado em Direito pela Faculdade de Direito, da Universidade de Coimbra, foi Presidente da Associação Académica de Coimbra (anos lectivos de 1937-1938 e 1938-1939). Exerceu a Advocacia, em Lisboa, desde Janeiro de 1941 a Fevereiro de 1944.

José de Mello e Castro, Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, foi Advogado (1944-1947), Governador Civil de Setúbal (1944-1947), Subsecretário da Estado da Assistência Social (1954-1957), Presidente da Comissão Executiva da União Nacional (1968-1972), Juiz Conselheiro do Tribunal de Contas e ainda, Deputado na Assembleia Nacional pelo Distrito de Setúbal, de 1949 até à data do seu falecimento, tendo em 3 Legislaturas sido Presidente da Comissão Parlamentar de Política e Administração Geral e Social, sendo considerado até o mais «liberal» dirigente da União Nacional por ter incluído nas listas de 1969 os nomes dos mais significativos membro da Ala Liberal como Francisco Sá Carneiro.

Desempenhou as seguintes funções: Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, de Dezembro de 1957 até 11 de Outubro de 1963, Juiz Conselheiro do Tribunal de Contas. Exerceu, ainda, o cargo de Governador Civil de Setúbal, desde Novembro de 1944 a Maio de 1947.

Enquanto Provedor da Santa Casa da Misericórdia foi o grande impulsionador do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão, onde entrou o primeiro doente em 1966, dez anos depois do início da construção do edifício.

Este Centro procurava dar resposta às necessidades dos mutilados da guerra colonial, possibilitando-lhes a sua integração na sociedade e, por outro lado, criava um Centro Especializado em Medicina de Reabilitação que também garantia a formação em Portugal de pessoal especializado .

Em 1955, o Dr. José de Mello e Castro, então Secretário de Estado da Assistência, defendeu a ideia de através das apostas mútuas se financiarem os serviços de reabilitação a nível nacional e ao mesmo tempo, criar uma nova fonte de receita para as modalidades desportivas, com que o Governo concordou em 30 de Novembro de 1960 e, assim foi nomeado o Director do departamento das Apostas Mútuas Desportivas, o Dr. Ricardo Jorge Correia da Fonseca que em Abril de 1961 deu início à organização e montagem do que constituiria o Totobola. E em 1966 foi inaugurado o Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão.

Cooperou na reconversão da agricultura alentejana, tomando parte em actividades cooperativas agrícolas, foi membro de diversas associações internacionais de Saúde e Assistência Social, e foi Presidente da Comissão Eexcutiva da União Nacional, durante o Governo de Marcelo Caetano.

No exercício deste cargo Melo e Castro apoia, claramente, a instauração de um regime de tipo ocidental, defendendo, ainda, o rotativismo partidário. No Parlamento posiciona-se do lado da «ala liberal» da União Nacional.

Desde 1949 e ao longo de seis Legislaturas foi Deputado à Assembleia Nacional, tendo presidido à Comissão Parlamentar de Política e Administração Geral e Local. De 1954 a 1957 foi Subsecretário de Estado da Assistência Social.

Eleito em 13 de Novembro de 1949 V Legislatura (1949-1953), pelo círculo de Setúbal. Foi 2º Secretário da Mesa da Assembleia Nacional, função que desempenhou até Maio de 1954. Integrou a Comissão de Trabalho, Previdência e Assistência Social. Durante esta Legislatura teceu considerações acerca dos problemas da cidade e região de Setúbal, durante a discussão do Plano de Fomento, e interveio no debate sobre as crises de trabalho no Alentejo, tecendo críticas à actividade do Ministério das Obras Públicas.

Reeleito em 08 de Novembro de 1953, VI Legislatura (1953-1957),pelo círculo de Setúbal, integrou as seguintes Comissões: Verificação de Poderes; Legislação e Redacção; e Trabalho, Previdência e Assistência Social.

Reeleito em 03 de Novembro de 1957, VII Legislatura (1957-1961), pelo círculo de Setúbal. Integrou as seguintes Comissões: Legislação e Redacção; Trabalho, Previdência e Assistência Social; Política e Administração Geral e Local.

Reeleito na VIII Legislatura 81961-1965), pelo círculo de Setúbal. Fez parte das Comissões de Política e Administração Geral e Local; Legislação e Redacção e, ainda, da Comissão Eventual para o estudo da proposta de lei que introduz alterações à Lei Orgânica do Ultramar Português.

Na IX Legislatura foi reeleito pelo círculo de Setúbal, tendo integrado as Comissões de Finanças e de Política e Administração Geral e Local (como Presidente).

Reeleito, pela última vez, na X Legislatura, desta vez, pelo círculo de Lisboa. Fez parte da Mesa da Assembleia Nacional como 1º Vice-Presidente, e das Comissões de Legislação e Redacção e de Finanças.

Fundou em Coimbra o jornal académico Via Latina e foi director da revista Estudos.

Possuía a Comenda da Ordem Pontifícia de S. Gregório Magno e a Grã-Cruz da Ordem Grega de Fénix.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Lisboa (Freguesia do Lumiar, Edital de 09-12-1988, ex-Rua A à Quinta do Lambert, ou à Rua Amílcar Cabral).

Fonte: “Dicionário Biográfico Parlamentar, 1935-1974, (Volume I de A-L), Direcção de Manuel Braga da Cruz e António Costa Pinto, Colecção Parlamento, Pág. 398, 399 e 400).

Fonte: “Dicionário do 25 de Abril”; (Verde Fauna, Rubra Flor, de John Andrade, Editora Nova Arrancada, Sociedade Editora, S.A.. 1ª Edição, Setembro de 2002, Pág. 233).

Fonte: “Quem É Quem”, (Portugueses Célebres, Círculo de Leitores, Edição de 2008, Pág. 143).

Fonte: “Câmara Municipal de Lisboa – Toponímia de Lisboa”

Recordamos hoje Albano Taborda Curto Esteves, dito assim, poucos saberão de quem se trata, mas se disser-mos “Tarzan Taborda”, muitos se lembraram dele. Tarzam Taborda foi muito mais que um lutador, também ajudou a divulgar o nome de Portugal no estrangeiro.

 

Tarzan TabordaTARZAN TABORDA é o pesudónimo de Albano Taborda Curto Esteves, Desportista, nasceu na Vila do Bispo (Penamacor), a 27-05-1935, e faleceu na Charneca da Caparica (Almada), a 09-09-2005. Penta campeão Mundial e tetra campeão Europeu, em Luta Livre, fez uma carreira inigualável.

Tarzan Tabirda destacou-se na Luta Livre, nas décadas de 60 e 70 do Século XX, tendo sido Campeão do Mundo por cinco vezes e Campeão da Europa em quatro ocasiões.

Tarzan Taborda venceu a maioria dos cerca de quatro mil combates em que participou até 1981, ano em que abandonou a competição.

Embora tenha ficado conhecido por Tarzan Taborda, usou, ao longo da sua carreira, nomes como Tarzan Cutis e Taborda Sputnik.

Os últimos grandes combates de Tarzan datam de 1981 quando terminou em grande a sua carreira de lutador no Coliseu dos Recreios, derrotando sucessivos adversários em espectáculos que arrastavam multidões.

Tarzan Taborda obteve o segundo lugar como Mister Europa, foi bailarino no Lido de Paris e duplo de cinema em Hollywood, onde contracenou com Brigitte Bardot, Alain Delon, John Wayne e Robert Mitchum. Terminada a carreira, escreveu um livro “Como prolongar a Vida com Força, Saúde e Beleza”, onde indicava conselhos sobre cultura e bem-estar físico.

Em Penamacor, Tarzan Taborda, “emprestou” o seu nome para a realização de uma prova desportiva a meia-maratona “Tarzan Taborda”.

Tarzan Taborda, escreveu um livro intitulado: Como Prolongar a Vida com Força, Saúde e Beleza.

Fonte: “Jornal Correio da Manhã”

Fonte: “Infopédia – Dicionários Porto Editora”

Recordamos hoje, Daniel Bacelar, um dos pioneiros do Rock’n’roll em Portugal, no dia em que faria 75 anos de idade.

 

Daniel BacelarDANIEL Eugénio de Sousa BACELAR, Músico, natural de Lisboa, nasceu a 26-05-1943 e faleceu a 29-09-2017. Cantor e Compositor. Daniel Bacelar foi um dos primeiros Músicos cultores do Rock’n’roll em Portugal, na linha do teen idol, movimento americano iniciado por Pat Boone, Paul Anka e Ricky Nelson.

Estreou-se, em 1960, no concu8rso Caloiros da Canção organziado pelo programa radiofónico Clube das Dez (Rádio Renascença). Vencedor da categoria de intérprete (voz), realizou a sua primeira gravação para a Editora Valentim de Carvalho, duas canções de sua autoria com arranjos de Jorge Machado, num fonograma partilhado com o Duo Os Conchas.

Num período em que os fonogramas de pop-rock começavam a surgir em Portugal e emque os bailes de estudantes constituíam os únicos espaços de performação para os novos estilos do rock, este EP com duas canções de Daniel Bacelar: Fui Louco Por Ti e Nunca, constituiu uma das primeiras manifestações dos estilos da pop music em Portugal, abrindo caminho para a gravação de outros Músicos como Zeca do Rock.

Compsitor de muitas canções que gravou, Daniel Bacelar contribuiu para a criação de um repertório rock em português.

Por imposição da Editora Marfer, Daniel Bacelar cantou também em espanhol (Mi Canción del Recuerdo), a par das canções em inglês.

Foi acompanhado pelo Conjunto de Jorge Machado, pelo Grupo Abril em Portugal e pelo Conjunto Gentlemen, formado pelos irmãos Claude (guitarra eléctrica) e Jorge Carp (baixo eléctrico, Jaime Queimado (guitarra eléctrica) e António Freitas Jr (bateria), que se tornou no Grupo acompanhador do Cantor.

O seu último fonograma, de 1967, no qual é acompanhado pelo Grupo Fliers, aproximava-se já dos estilos do rock psicadélico, de que é exemplo a canção I Wonder Why.

Funcionário da TAP desde 1965, deiuxou a carreira musical ainda antes do fim desse década, mas continuou a apresentar-se pontualmente na televisão. Em 1979, foi convidado do grupo Sheiks no prigrama Sheiks com Cobertura, onde cantou acompanhado pelo Grupo. Já na década de 90, integrou o núcleo fundador dda Associação Anos 60, apresentando-se em vários espectáculos.

Em Agosto de 2009, a cantora e compositora Rita Redshoes convidou Daniel Bacelar para cantar consigo “Lonesome Town”, um clássico dos anos 1950, de Ricky Nelson, na abertura do Festival dos Oceanos, em Belém, em Lisboa.

Também em 2009, o grupo brasileiro Autoramas resgatou uma canção de Daniel Bacelar para o seu repertório, “Se eu enlouquecer”, que se tornou num dos êxitos do seu EP “Brasil na CEE”.

Daniel Bacelar participou no documentário de Eduardo Morais “Meio Metro de Pedra”, a primeira produção independente sobre a contracultura do rock’n’roll português desde o final da década de 1950, produzido em 2011, e uma das suas últimas aparições públicas foi na apresentação do livro do jornalista Luís Pinheiro de Almeida “Biografia do ié-ié”, apresentado em 2014, em Lisboa.

Fonte: “Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX”, (Direcção de Salwa Castelo-Branco, Temas e Debates, Edição do Círculo de Leitores, 1ª Edição de Janeiro de 2010, I Volume A-C, Pág. 95 e 96)

Fonte: “Jornal Diário de Notícias”

Recordamos hoje Carlos Bleck, Desportista e o primeiro Aviador Civil Português, na Toponímia de Sintra.

 

Carlos BleckCARLOS Eduardo BLECK, Desportista e Piloto, nasceu no Dafundo (Oeiras), a 22-05-1903, e faleceu em Lisboa, a 07-12-1975. Aviador Civil. Era filho do Desportista Charles Henry Bleck (inglês), e de Helena Pedroso dos Santos, natural de Lisboa. Foi praticante de Vela, Motonáutica, Hipismo, Motociclismo e Automobilismo, chegando a ocupar lugar de destaque nas modalidades praticadas. Em 1922 foi admitido na Escola Militar de Aviação em Sintra, para obter o “brevet” de piloto civil. Por motivos de ordem particular só completou o curso em Julho de 1925. O primeiro diploma de piloto civil obtido em Portugal numa Escola Militar.

Aos 19 anos de idade fez o seu baptismo de voo, no Grupo de Esquadrilhas de Aviação da República, com a duração de 15 minutos. A 21 de Novembro de 1922, foi admitido na Escola Militar de Aviação com o intuito de obter o estatuto de Aviador Civil. Contudo, o desejo teve de ser adiado por razões de ordem particular relacionadas com o seu estado de saúde. Carlos Bleck foi forçado a abandonar o curso, poucos dias depois de ter sido admitido, mas regressou em 1925 para conseguir o primeiro Diploma Português de Aviação Civil, tirado numa Escola Militar.

Dois anos mais tarde fez a sua primeira viagem (Londres-Tancos-Lisboa) a pilotar um Moth/Cirrusde 90 cavalos. Em 1923 tentou voar até à Índia mas um problema no motor impediu-o de ir mais longe que o deserto da Arábia, a metade do percurso. Nees mesmo ano tentou fazer a travessia do Atlântico Norte mas não obteve os apoios necessários. Fez nova tentativa em 1929 e voltou a não conseguir.

Os anos de 1930 e 1931 ficaram marcados como os anos em que Carlos Bleck fizera a ligação aérea Lisboa-Angola-Lisboa, juntamente com o Piloto Humberto da Cruz.

Em 1930 fez parte da Direcção do Aeroclube de Portugal que fundou a primeira Escola de Aviação Portuguesa.

Sozinho fez o voo de Portugal a Goa, em 1934. Mais tarde tornou-se fundador da Companhia de Transportes Aéreos, antecessora da TAP, e integrou o Conselho de Administração da TAP (Transportadora Aérea Portuguesa).

As suas proezas mereceram-lhe, entre outros galardões, a condecoração de Oficial com Palma da Ordem da Torre e Espada.

Carlos Bleck, Publicou, em 1962, uma obra intitulada por: Rumo à Índia.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Sintra (Freguesia de Algueirão-Mem Martins e São Pedro de Penaferrim).

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. IV, Organizado pelo Instituto Português do Livro e das Bibliotecas, Publicações Europa América, Coordenação de Ilídio Rocha, Edição de Março de 1998, Pág. 163 e 164)

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 94).

Fonte: “Infopédia – Dicionários Porto Editora”

Faleceu no passado dia 20 do corrente, o Professor Henrique de Pina, o homem que estudou e divulgou o Cromeleque dos Almendes, um verdadeiro ex-libris do megalitismo alentejano.

 

cromeleque dos almendresHENRIQUE Leonor DE PINA, Professor e Arqueólogo, nasceu em Almeirim, em 1930, e faleceu em Santarém, a 20-05-2018. Henrique de Pina, o homem que estudou e divulgou, nos anos 60, nomedamente o Cromeleque dos Almendres e a Anta Grande do Zambujeiro (Évora), verdadeiros ex-libris do megalistimos alentejano, constituem hoje focos importamtes de actratividade turistico-cultural.

Foi em Almeirim, onde passou parte da sua infância pois acompanhou os seus pais em trabalho por Montemor-o-Novo e Évora. Foi nesta Cidade que terminou o Ensino Secundário e o Magistério Primário, aí casou e com 20 anos regressou à sua terra natal como Professor Primário.

Em Évora, foi companheiro de figuras como Mário Ruivo, Lima de Freitas, Fernando Bragança Gil e, em particular de Galopim de Carvalho, com quem colaborou, no ínício dos anos 60, em vários trabalhos de campo, nomeadamente na elaboração da Folha de Évora da Carta Geológica de Portugal na escala de 1:50.000, identificando e cartografando importantes sítios arqueológicos.

A necessidade de emprego não invalidou a sua vontade inquebrantável de prosseguir os estudos no Ensino Universitário que concretizou como trabalhador estudante: matriculou-se em Direito mas, logo depois, o seu gosto pela História falou mais alto vindo a Licenciar-se em Histórico-Filosóficas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Foi Chefe de departamento de Recursos Humanos na empresa “Efacec” em Estarreja/Porto transferindo-se depois para Santiago do Cacém e Lisboa.

Nas suas férias, passadas em Évora, dedicou-se com paixão à descoberta, estudo e escavações de monumentos megalíticos da pré-História (Antas, menhires e Cromleques) da região alentejana, em trabalhos de campo que implicavam a constituição de equipas e estreitos contactos com pastores e trabalhadores rurais. Nos anos 70 voltou a leccionar no Ensino Secundário em Lisboa, na Escola Técnica Machado de Castro e Liceu Maria Amália Vaz de Carvalho.

As suas escavações na Anta Grande do Zambujeiro, um dolmen de escala monumental, única e nos grandes recintos de menires dos Almendres e da Portela de Mogos, uma realidade arqueológica até então praticamente ignorada em Portugal, conferiram grande visobilidade social e cultural aos seus trabalhos, os quais conduziu sempre fora dos meios académicos e em estreita ligação com a sentidades e populações locais, que ainda hoje conservan a sua memória.

Homem de cultura, democrata e cidadão interveniente. Desde jovem foi leitor compulsivo e sedento de conhecimentos,sensível às desigualdades e injustiças sociais. Com um elevado sentido cívico foi oposicionista e resistente à ditadura salazarista.

Enquanto Professor em Almeirim deixou nos seus alunos uma abertura de ideias inovadoras e pouco habituais. Em 1957 quando decorria a campanha eleitoral para a Presidência da República convidou os seus alunos a saudarem o Gen.Humberto Delgado, candidato da oposição à ditadura, quando este passou por Almeirim sabendo que os resultados eleitorais viriam a ser falsificados pelo regime da opinião única. Foi um momento de grande euforia e esperança popular que perpassou por todas as gerações até aos mais jovens.

Fonte: “Jornal Público”

Recordamos hoje, o Jornalista e Escritor, Mário Ventura Henriques, fundador e director do “Festróia” – Festival Internacional de Cinema de Tróia.

 

Mário Ventura HenriquesMÁRIO VENTURA HENRIQUES, Jornalista e Escritor, natural de Lisboa, mas radicado em Setúbal para onde seguiu o seu corpo o funeral seguirá para o cemitério de Nossa Senhora da Piedade, em Setúbal, nasceu a 24-05-1936 e faleceu a 16-06-2006. Concluído o Liceu, entrou para a Redacção do Diário Popular (1958), de onde saiu em 1972 para gerir uma empresa de publicações.

Em 1975 entrou para a Redacção do Diário de Notícias, de onde veio a sair nesse mesmo ano, fundando, com alguns colegas de trabalho, o semanário de curta existência, Extra. Fez também parte do quadro redactorial da revista Seara Nova.

Reingressou no Diário de Notícias em 1979, onde trabalhou até 1988. Foi enviado especial do Diário de Notícias para Espanha, Correspondente da Imprensa Espanhola em Portugal e Editor para Portugal da prestigiada revista espanhola Cambio 16.

Fundador do Festival Internacional de Cinema de Tróia, a que presidiu, foi também dirigente da Associação Portuguesa de Escritores e do Sindicato Nacional dos Jornalistas. A sua ficção, que se iniciou a partir dos anos sessenta, insere-se na corrente denominada neo-realismo, mas numa fase tardia desta. É autor de volumosa e dispersa obra jornalística e literária, publicada em jornais e revistas. Ganhou os prémios Pen Clube e Cidade de Lisboa em 1986 e, novamente, Pen Clube em 1991.

Obras principais: A Noite da Vergonha, romance (1963, 2ª edição, 1974); A Sombra das Árvores Mortas, romance (1966); Água Parada nas Abertas da Lezíria, novela (1966); O Despojo dos Insensatos, romance (1968); Quantas Vezes nos Amámos, novela (s/d); Alentejo Desencatado, narrativas (1969, 2ª edição, 1972); Morrer em Portugal, narrativas (1979); Outo Tempo Outra Cidade, romance (1979); Vida e Morte dos Santiagos, romance (1985, 2ª edição 1993); Conversas; Diálogos com Escritores, 1986; Março Desavindo, 1987; Évora e os Dias da Guerra, 1991; A Revolta dos Herdeiros, romance (1997). Mário Ventura Henriques designava-se a si próprio um alentejano “por afeição”. Democrata participou em diversas jornadas cívicas em defesa da democracia, com especial destaque durante o período da ditadura.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Setúbal.

Fonte: “Candidatos da Oposição à Assembleia~Nacional do Estado Novo (1945-1973). Um Dicionário”, (de Mário Matos e Lemos, Luís Reis Torgal, Coordenador, Colecção Parlamento, Edição da Assembleia da República, 1ª Edição, Lisboa, Outubro de 2009, Pág. 183).

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 524).

“RUAS QUE JÁ TIVERAM OUTROS NOMES”

 

Sabia que a Rua João Pereira da Rosa, em Lisboa, já foi designada por Calçada Nova dos Caetanos e por Calçada dos Caetanos?

João Pereira da RosaEsta Artéria, antes designada por Calçada Nova dos Caetanos, passou, através do Edital de 08-06-1889, a designar-se por Calçada dos Caetanos, passou, através do Edital de 26-01-1963, a designar-se por Rua João Pereira da Rosa, em homenagem a João Pereira da Rosa que fez toda a sua vida a trabalhar no Jornal O Século, onde foi, desde Empregado Administrativo; Inspector-Geral das Oficinas, Jornalista, Sub-Director; Director e Proprietário do referido Jornal.

Fonte: “Câmara Municipal de Lisboa – Toponímia de Lisboa”