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“O Centenário”

Maria de la SALETTE Arraiano TAVARES de Aranda, Escritora, poetisa portuguesa, nasceu na Cidade de Lourenço Marques (actual Maputo, Moçambique), a 31-03-1922, e faleceu em Lisboa, a 30-05-1994. Era filha de Francisco Tavares Duarte e de Maria Guilhermina Amélia Arraiano.

Deixou aquela antiga colónia ainda criança (1932), embora na idade adulta ali tenha voltado por breves períodos. Licenciada em Ciências Histórico-Filosóficas (1948), pela Faculdade de Letras de Lisboa, dedicou-se a partir de 1949 a estudos especializados de filosofia estética, linguagem e teoria da arte, designadamente em França, Espanha e Itália, trabalhando directamente com, entre outros, Gabriel Marcel, Maurice Merleau-Ponty e Louis Lavelle. Publicou nos anos sessenta, na revista Brotéria, importantes ensaios de estética: «Forma e Criação», «Forma Poética e Tempo», «Teoria da Informação», etc. Um volume que colige esses trabalhos nunca passou do prelo. Também publicou estudos de filosofia, inspirados no signo do existencialismo cristão. A estreia poética deu-se com Espelho Cego (1957). A sua actividade no âmbito da poesia espacial começou no final dos anos quarenta, tendo colaborado em Poesia Experimental e Hidra e participado de Visopoemas (1965). Encontra-se representada em diversas antologias, nacionais e estrangeiras. Foi Presidente da secção portuguesa da Associação Internacional dos Críticos de Arte. A edição da sua obra poética completa, Poesia 1957-1971 (1992), valeu-lhe o Prémio do Pen Clube.

Obras principais: Poesia: Espelho Cego, (1957); Concerto em Mi Maior para Clarinete e Bateria, (1961); Letras de Pedro Sete, (1965); Quadrada, (1967); Lex Icon, (1971); Poesia 1957-1971, (1992); Poesia Gráfica, (1995, póstuma). Ensaio: Aproximação do Pensamento Concreto de Gabriel Marcel, (1948); Arquitectura, Semiologia e Mass Media, (1969); Menez, (1983).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Oeiras (Rua Salette Tavares).

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. V, Publicações Europa América)

Fonte: “Dicionário de Mulheres Célebres”, (de Américo Lopes de Oliveira, Lello & Irmão Editores, Edição de 1981, Pág. 1273).

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 505).

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Porto Santo”

António Rogério GROMICHO COUCEIRO, Militar e Político, nasceu em Elvas, a 13-03-1807, e faleceu em Lisboa, a 22-07-1862. Era filho de Joaquim Jerónimo Martins Couceiro e de Maria Benigna do Carmo Gromicho.

Alistou-se no Regimento de Infantaria nº 16, como Soldado, a 11 de Setembro de 1826. Quando frequentava a Academia de Marinha, em Maio de 1828, juntou-se no Porto, aos defensores da causa liberal, sendo integrado no Regimento de Cavalaria nº 10. Perdida a causa, vê-se obrigado a emigrar como aconteceu a muitos outros liberais, primeiro para a Galiza, e depois para Inglaterra. Daqui partiu para os Açores para integrar o Exército Liberal de D. Pedro, como adido do 1º Batalhão de Artilharia, integrado no qual viria a desembarcar na Praia de Pampelido (Mindelo), em Julho de 1832. Em Maio de 1831 passou para a Marinha de Guerra, e foi promovido a Guarda-Marinha. Em seguida, a 03 de Outubro de 1831, a 2º Tenente, passando de imediato a 1º Tenente, posto a que foi promovido, em 11 de Outubro de 1831. Como oficial de Marinha, combateu nas lutas liberais nos Açores e no cerco do Porto, onde foi ferido quando fazia parte da guarnição da escuna “Liberal”, pelo que foi agraciado com o Hábito da Torre e Espada (Julho de 1832).

Em 1833, voltou para o Exército, e integrou os quadros da Artilharia, no posto de 1º Tenente, sendo promovido a Capitão, em 25 de Julho desse ano. Uma das missões de que foi incumbido, foi a construção do Forte do Duque de Bragança, na Torre de S. Julião da Barra. Assinada a paz em 1834, retomou os estudos e depois de concluído o curso de Artilharia, foi nomeado Lente da Academia Politécnica do Porto. Em 26 de Novembro de 1840, foi promovido a Major, em 01 de Julho de 1844; a Tenente-Coronel; e em 29 de Abril de 1851, a Coronel. Quando,, em Outubro de 1846, comandava o 3º Regimento de Artilharia, aderiu ao movimento da “Patuleia” e fez parte das tropas da Junta do Porto, tendo assumido o Comando-Geral dos Corpos Nacionais de Artilharia. Em Maio de 1847 assumiu o comando da 2ª Brigada da expedição comandada pelo Conde das Antas, que tentou romper o bloqueio feito por um esquadra inglesa à barra do Douro, para ir reforçar das tropas da Junta do Porto, no Sul do País, mas acabou por ser apresada.

Terminada a guerra civil, foi amnistiado e continuou a sua carreira militar. Por decreto de 29 de Setembro de 1852, foi graduado em Brigadeiro. Em 1856 era Governador Civil e Comandante Militar da Madeira, onde também exerceu o cargo de Director das Obras Públicas.

A carreira parlamentar de Gromicho Couceiro é a excepção à regra do constitucionalismo monárquico de que ser-se Deputado era um dos melhores trampolins para se chegar a Ministro. No seu caso, foi o inverso: o facto de ser um militar conceituado abriu-lhe as portas do Ministério da Guerra; e a circunstância de ser Ministro da Guerra levou a máquina eleitoral do governo histórico a lançar o seu nome nas listas para a Câmara dos Deputados aquando das eleições de Maio de 1858. Foi seguramente o peso do cargo ministerial que na latura ocupava que lhe permitiu ser eleito, para a Legislatura de 1858-1859, por nada menos do que quatro círculos: Lisboa, Porto, Portalegre e Funchal, preferindo o círculo de Portalegre.

No Parlamento Gromicho Couceiro nunca deixou de se revelar um Deputado a contragosto, pouc afeito à tribuna e às lutas políticas, notando-se-lhe mesmo um certo apagamento quando chamado a defender a sua política ministerial.

No ano seguinte foi chamado a assumir a Pasta da Guerra, cargo que exerceu até à passagem de reforma, em 16 de Março de 1859, com a patente de Marechal de Campo, sendo colocado como adido à Torre de Belém, em 05 de Julho de 1859. Como distinções que recebeu ao longo da vida contam-se a de Ministro de Estado honorário de Sua Majestade, tendo sido também agraciado com o grau de Comendador das Ordens Militares de São Bento de Avis e da Torre e Espada.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Funchal (Rua Brigadeiro Couceiro); Porto Santo (Beco e Rua Brigadeiro Couceiro)

Fonte: “Os Generais do Exército Português”, (II Volume, I Tomo, Coordenação do Coronel António José Pereira da Costa; Biblioteca do Exército, Lisboa, 2005, Pág. 464 e 465)

Fonte: “Dicionário Biográfico Parlamentar, 1834-1910”, (Vol I, de A-C), Coordenação de Maria Filomena Mónica, Colecção Parlamento, Pág. 896, 897 e 898”.

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Porto de Mós”

TEÓFILO José TRINDADE, Militar e Político, nasceu em Lagoa (Algarve), a 26-01-1856, e faleceu em Lisboa, a 10-12-1936. Era filho de Teófilo José Trindade e de D. Joaquina Emília Soares Carneiro.

Concluído o curso dos liceus, frequentou as Faculdades de Matemática e de Filosofia de Coimbra. Ingressou depois na Escola do Exército, onde cursou Engenharia Militar. Fez carreira como oficial, ascendendo a Alferes em 1880, a Tenente em 1882, a Capitão em 1888, a Major, em 1902, a Tenente-Coronel em 1906, a Coronel em 1910 e, finalmente, a General em 1918.

Membro da Comissão de Defesa de Lisboa e Porto (1885-1890) e responsável por vários trabalhos de construção militares, comandou a Companhia de Caminhos de Ferro do Regimento de Engenharia em 1893-1894. Após ter servido em Moçambique entre 1900 e 1905, e de aí ter sido governador de Manica e Sofala (1901-1903), desempenhou as funções de promotor de Justiça no julgamento dos conspiradores monárquicos, em 1914, e de comandante da Escola de Guerra, em 1917-1919. Regressou ao território moçambicano, ao serviço da Companhia de Moçambique, nos anos de 1921 e 1922. No domínio político, manteve uma postura extra-partidária.

Foi Ministro das Colónias entre 28 de Janeiro e 08 de Março de 1915, e titular da pasta dos Negócios Estrangeiros desde aquela última data até 14 de Maio seguinte.

Na vigência da Ditadura, viria a ocupar o cargo de Presidente da Junta Autónoma de Estradas desde 1927 até 1936, ano em que faleceu em Lisboa.

Da sua folha de serviços constam três louvores dos quais um pela boa direcção dada aos trabalhos da Escola Prática de Engenharia, revelada nos exercícios e trabalhos finais realizados em 11 de Junho de 1909 a que assistiu S. M. El-Rei.

Condecorado com a Medalha de Ouro, da Classe de Comportamento Exemplar, e de Prata, da Classe de Bons Serviços, foi ainda agraciado com os graus de Grã-Cruz da Ordem Militar de São Bento de Avis e de Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Alvito (Freguesia de Vila Nova da Baronia), Beja, Faro, Ferreira do Alentejo, Lagoa, Odemira, Portimão; Porto de Mós (Rua General Trindade).

Fonte: “Os Generais do Exército Português”, (III Volume, I Tomo, Coordenação do Coronel António José Pereira da Costa, Biblioteca do Exército, Lisboa, 2008, Pág. 189, 190, 187, 191 e 192).

Fonte: “Parlamentares e Ministros da 1ª República (1910-1926)”; (Coordenção de A. H. Oliveira Marques, Edições Afrontamento, Colecção Parlamento,Pág. 425 e 426).

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município do Porto”

ABEILARD GOMES DA SILVA, Militar, nasceu no Porto, a 11-11-1875, e faleceu na Beira (Moçambique), a 18-06-1930. Foi Pioneiro da Aviação em Moçambique. Era filho de José Gomes da Silva e de Branca Douguet Chaves da Silva. Foi considerado por muitos o primeiro pioneiro e inventor da Aviação em Portugal. Quando na Europa começava a falar-se em aeroplanos e em Portugal a aeronáutica era ainda um sonho, Gomes da Silva idealizou na Beira para onde tinha emigrado em Abril de 1902 e onde era funcionário aduaneiro da Companhia de Moçambique, muito em segredo, um aeroplano de sua invenção. Tendo isso em mente, dirigiu-se a Lisboa em Maio de 1909 e daí seguiu para Londres, onde, tomando contacto com a ciência aeronáutica do tempo, se deslocou a Paris em Julho de 1909, onde veio a construir o seu primeiro avião para representar Portugal no histórico “meeting” de Juvisy, de facto o primeiro certame de aviação real que se realizou no mundo, no qual tomaram parte vários pioneiros aviadores.

O avião inventado por Gomes da Silva era diferente de todos os outros até então conhecidos. O “Gomes da Silva I” nome com que foi baptizado o primeiro avião português, tinha uma envergadura de sete metros, um comprimento de seis metros e meio e uma superfície alar de vinte e cinco metros quadrados. Equipado com um motor Anzani de três cilindros e 28 cavalos de potência, possuía uma hélice de 1,9 metros de diâmetro que rodava a 1.600 rotações por minuto. A velocidade prevista era de 80 quilómetros por hora.

Com ele fez o corajoso pioneiro, de 18 a 22 de Outubro de 1909, várias experiências de voo. Foram estas coroadas do mais animador êxito, pois confirmaram, à evidência, a sua incontestável superioridade no que respeita à estabilidade, rapidez e segurança. Parece que os organizadores do concurso em que Gomes da Silva queria apresentar-se com o seu aeroplano em Paris, teriam visto nele um perigoso concorrente, e assim eliminaram-no simplesmente do concurso, por um atraso de 21 dias na entrega do motor.

Desiludido e de regresso a Portugal, corria o ano de 1910, foi Gomes da Silva intimado a comparecer no gabinete do Ministro da Guerra, General Cardeira, onde na presença de alguns oficiais do estado-maior foi calorosamente felicitado pelo êxito dos seus trabalhos e pela maneira como tinha representado o nosso país fora das suas fronteiras. Seguiu posteriormente para Tancos, onde permaneceu três meses como hóspede do Ministério da Guerra, procedendo a algumas alterações e experiências no seu aparelho.

Apresenta-o aos técnicos do Aero Clube de Portugal, regista-o na Repartição de Propriedade Industrial já com o nome de “Gomes da Silva II”, devido às alterações que entretanto lhe tinha introduzido. (Ministério das Obras Publicas, Comércio e Indústria, Titulo de Patente e Invenção nº 7145 de 20 de Janeiro de 1910).

Estas experiências de voo na carreira de tiro da escola em Tancos foram executadas na presença de um delegado oficial do governo, que era o Capitão Ribeiro de Almeida. Terminam mal para o aviador português, principalmente devido às más condições da pista improvisada, tendo numa descolagem o avião embatido num talude. A 21 de Abril de 1910 regressa a Moçambique a bordo do paquete Prinzessin, levando consigo o avião que tinha inventado.

Fora entretanto agraciado com o diploma de pioneiro aviador e sócio honorário do Aero Clube de França em 1909 e do Aero Clube de Portugal em 1910, sendo o primeiro piloto português a receber tal distinção. Gomes da Silva tirara o seu “brevet” de piloto na Alemanha. Em 1909 são editados em França dois postais do correio escritos em várias línguas. Dedicados a Gomes da Silva como pioneiro do ar.

Morre no Hospital Europeu da Beira (Moçambique) a 18 de Junho de 1930 com 55 anos de idade, vítima de peritonite tuberculosa, conforme consta do documento emitido pelo director daquela unidade hospitalar. Foi sepultado no cemitério de Santa Isabel desta cidade.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Porto (Freguesia de Paranhos – Rua Abeilard Gomes da Silva))

Fonte: “Arquivo de Toponímia da Câmara Municipal do Porto”

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Portimão”

TEÓFILO DUARTE, Militar e Político, nasceu em Oledo (Idanha-a-Nova), a 06-10-1892, e faleceu em Lisboa, a 16-05-1958. Era filho de Diogo Duarte e Piedade Proença Duarte. Concluído o ensino Secundário no Colégio de S. Fiel (Jesuítas), fez os estudos preparatórios para a Escola do Exército na Universidade de Coimbra. A 13 de Agosto de 1910 foi incorporado no Exército, tendo-se alistado, como Voluntário e, quatro anos depois era promovido a Oficial da Arma de Cavalaria.

Em 1915, foi castigado pelo Ministro de Guerra, Norton de Matos, por ter protestado publicamente contra um depuramento realizado no Exército.

Em 12 de Dezembro de 1916, participou activamente na conspiração encabeçada por Machado Santos, imediatamente debelada, sendo preso pela primeira vez.

Sidonista exaltado, Teófilo Duarte foi um dos mais entusiásticos colaboradores e um elemento importante da guarda pretoriana de Sidónio Pais, a quem facultou a entrada na Escola de Guerra e em Artilharia 1, no decurso da revolução dezembrista de 1917, durante a qual assumiu o comando de Cavalaria 7. Confirmada a vitória, foi incumbido de comunicar a Bernardino Machado a sua destituição das funções de Presidente da República, imposta pela Junta Revolucionária.

Em Março de 1918, foi nomeado Governador de Cabo Verde. Funções que, formalmente, desempenhou até 1919, embora se mantivesse mais empenhado na intervenção política na Metrópole do que na governação daquela Colónia. No dia 10 de Janeiro de 1919, eclodiu em Lisboa, Covilhã e Santarém uma revolta republicana, reunindo «todas as correntes da Democracia Portuguesa, desde a republicana às mais conservadoras, até socialistas», com o objectivo de «Salvar a República» (Proclamação da Junta Revolucionária).

Teófilo Duarte, à data ainda Governador de Cabo Verde e, simultaneamente, Alto-Comissário do Governo para o Distrito de Castelo Branco, de que era natural, para que fora nomeado em 1918, dominou a revolta na Covilhã à frente da Coluna Negra por si organizada e desceu depois para participar no cerco aos revoltosos concentrados em Santarém, tendo sido por estes escolhido para aceitar a respectiva capitulação.

No clima de crise generalizada que caracteriza este período, acaba por se revoltar contra o Governo, sendo preso, condenado a seis meses de prisão militar em julgamento realizado a 11 de Julho de 1919 e, em 1920, demitido do Exército, no qual só foi reintegrado depois do golpe militar de 28 de Maio de 1926. Mas a sua irrequietude política levou os dirigentes da Ditadura Militar a nomeá-lo para o cargo de Governador de Timor, funções que desempenhou entre 1926 e 1929.

Em 1943 foi nomeado Vogal do Conselho do Império, no qual ocupou o cargo de Vice-Presidente desde 1950 até à data da sua morte.

Ideologicamente, Teófilo Duarte apresenta o perfil típico dos «cadetes de Sidónio», tendo passado pelo Integralismo Lusitano, pela União Liberal Republicana e pelo Nacional-Sindicalismo. Em 1936 foi um dos Vogais da primeira Junta Central da Legião Portuguesa.

A partir do fim do seu mandato de Governador de Timor, retirou-se da actividade política à qual só voltaria quase 10 anos depois. Em 1943 foi nomeado Director, por parte do Governo, da Companhia de Moçambique e da Companhia dos Caminhos-de-Ferro de Benguela, e, em 1954, Administrador do Banco Nacional Ultramarino.

No dia 04 de Fevereiro de 1947 assumiu as funções de Ministro das Colónias, substituindo Marcelo Caetano, de quem partiu, aliás, a sugestão para a nomeação, mantendo-se no cargo até 02 de Agosto de 1950.

Da sua actividade como Ministro, merece destaque a sua ideia de criar Escolas nas Colónias para a formação das autoridades gentílicas, em cujo espírito se enquadra a criação em Angola, em 25 de Maio de 1948, de duas Escolas com essa finalidade, uma para cada sexo.

À semelhança do seu irmão, Artur Proença Duarte, também Teófilo Duarte foi Deputado à Assembleia Nacional nas IV (1945-1949), V (1949-1953), VI (1953-1957) e VII (1957-1961) Legislaturas, tendo pertencido à Comissão das Colónias.

Para além da colaboração em jornais como O Século, A Voz, Mundo Português, Diário de Notícias, é autor de várias obras, a saber: Timor, (1930); Timor: Ante-Câmara do Inferno, (1930); Timor: Aspectos de Administração Colonial, (1930); O Rei de Timor, (1931); Sidónio Pais e o seu Consulado, (1941); Estudos Coloniais, (1942); Ocupação e Colonização Branca de Timor, (1944).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Portimão (Rua Capitão Teófilo Duarte)

Fonte: “Dicionário Biográfico Parlamentar, 1935-1974, (Volume I de A-L), Direcção de Manuel Braga da Cruz e António Costa Pinto, Colecção Parlamento, Pág. 562, 563 e 564).

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Portel”

LUÍS Maria Teixeira de GOUVEIA BELTRÃO, Militar e Desportista, nasceu em Lisboa, a 18-02-1872, e faleceu no Vale de Gaio, Torrão (Alcácer do Sal), a 31-10-1940. Era filho de José Joaquim Teixeira de Lucena Beltrão, natural de Condeixa-a-nova, e de Maria Joana Benedita Barbosa Sá Pinto de Vasconcelos. Casou, com Maria de Jesus Gil de Borja de Macedo e Meneses, de quem teve três filhos: Sebastião Gil de Gouveia Beltrão (1907-1985), José Gil de Gouveia Beltrão (1905-1948); e Luís Maria Gil de Gouveia Beltrão (1911-1999).

Concluiu o Curso na Escola do Exército, em 1898, sendo promovido a Alferes, em 20-10-1898 e atingindo o posto de Coronel, em 24-02-1922. Passou à situação de Reserva, em 31-03-1930.

Foi distinto Cavaleiro, tendo alcançado o 1º Prémio no “raid” Hípico da Volta a Portugal, organizado pela Ilustração Portuguesa, em 1907. Pertenceu ao C.E.P. (Corpo Expedicionário Português), de 05-05-1917 a 07-09-1918.

Comandou a Escola Prática de Engenharia, de 31-03-1927 a 17-05-1929. Foi Inspector das Tropas e Serviços Pioneiros, de 18-05-1929 a 20-01-1930. Possuía as seguintes condecorações: Medalhas de Prata e de Ouro de Comportamento Exemplar; duas Medalhas de Prata de Bons Serviços; Medalha de Ouro de Bons Serviços letra C; Medalha Comemorativa do C.E.P., com a legenda “França 1917-1918”; Medalha da Vitória, com Estrela de Prata; Cruz de 1ª Classe do Mérito Militar, de Espanha; Cruz de 3ª Classe da Ordem da Coroa da Prússia; e os graus de Cavaleiro e Grande Oficial da Ordem de Avis e Comendador das Ordens de Cristo e de Sant’Iago.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Portel (Rua Coronel Beltrão).

Fonte. “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 38, Pág. 921)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Portalegre”

MANUEL MARIA MILHINHOS, Barbeiro, natural de Portalegre, nasceu a 04-05-1905 e faleceu a 24-12-1988. Era filho de Domingos Emílio e de Mara dos Remédios Milhinhos. Com dez anos de idade iniciou a aprendizagem de Barbeiro, em Estremoz. Posteriormente transferiu-se para Portalegre, onde foi seu Mestre Francisco de São Lourenço. A sua actividade profissional foi desenvolvida principalmente no Internato de Santo António e no Sanatório Dr. Rodrigues Gusmão, até atingir o direito à aposentação.

Foi Actor Amador de qualidade, tendo pisado todos os palcos das casas de espectáculos da época na região, sendo de realçar as suas exibições no Teatro Popular de Portalegre, principalmente na altura do Carnaval.

Foi um crítico construtivo. Para qualquer anomalia que encontrava pela Cidade, tinha o cuidado de, respeitosamente, chamar a atenção dos respectivos responsáveis.

Contudo, foi no campo desportivo que mais se notabilizou, pois foi um dos homens que debaixo do Plátano da Avenida da Liberdade, fundou Sport Clube Estrela, que muito amou. Ali desempenhou os mais diversos cargos, desde roupeiro (chegou a lavar os equipamentos em casa), a treinador e a director.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Portalegre (Rua Manuel Maria Milhinhos)

Fonte: “Portalegre a Cidade e a sua Toponímia”, (de Fernando da Cruz Correia Carita, Edições Colibri e Câmara Municipal de Portalegre, Editado em 2003, Pág. 140 e 141)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Ponte de Sôr”

ANTÓNIO RIBEIRO, Cardeal Patriarca de Lisboa. Nasceu na Freguesia de Basto, São Clemente (Celorico de Basto), a 21-05-1928, e faleceu em Cascais, a 24-03-1998. Era filho de José Ribeiro e de Ana Gonçalves.

Era filho único e sua mãe ficou muito cedo viúva. Educado nos Seminários de Braga, formou-se em Teologia na Universidade Gregoriana de Roma, com a apresentação da tese “A Doutrina do Eva em São Tomás de Aquino: Ensaio sobre a Duração da Alma Separada”.

Regressado à Arquidiocese de Braga, foi transferido, a pedido do Cardeal Cerejeira, para o Patriarcado de Lisboa, onde iniciou a sua vida pastoral.

Foi Assistente Nacional e Diocesano da Liga Universitária Católica e das Associações Profissionais de Médicos, Farmacêuticos, Juristas, Engenheiros e Professores (1958-1967). Convivia, então, com as elites intelectuais católicas, interessando-se vivamente pelas manifestações culturais da capital.

De 1959 a 1964 apresentou na RTP o programa «Encruzilhadas da Vida», sobre temas da actualidade. Mais tarde (1967), realizará um outro programa semanal, «O Dia do Senhor», de que se demitiu ao ver censurado o seu texto sobre a viagem do Papa à Índia.

Entre 1963 e 1964, organizou três importantes encontros que, para o regime, ficaram conotados com a «ideologia marxista». Neles reuniu, entre outros, Nuno Portas, Nuno Teotónio Pereira, Nuno Abecassis, Sidónio Pais.

De 1964 a 1967, foi Professor de Psicologia Social, Filosofia Moral e Filosofia Social no ISCSPU (Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina), dirigido por Adriano Moreira. Dirigiu o Instituto de Cultura Superior Católico, onde ensinou entre 1965 e 1967.

Em 1967, Salazar vetou o seu nome para Bispo da Beira (Moçambique). Roma respondeu a Salazar nomeando-o Bispo Auxiliar de Braga, com o título de Tigilava. Sendo Bispo auxiliar, o governo de Lisboa nada podia fazer, segundo a Concordata. D. António Ribeiro assumiu, então, a Presidência da Comissão Episcopal dos Meios de Comunicação Social. Em 1969 foi nomeado Auxiliar do Cardeal-Patriarca de Lisboa, encarregado do Apostolado dos Leigos a nível nacional e Assistente Geral da Acção Católica. Em 1971, com quarenta e dois anos, foi nomeado Patriarca de Lisboa e constituído Magno Chanceler da Universidade Católica de Lisboa.

Nos meios progressistas, a sua nomeação causou grande expectativa, pois tinha «prestígio e o perfil de uma pessoa aberta» Geriu com subtiliza e distância as perturbações surgidas no período que precede o 25 de Abril. No célebre caso da ocupação da Capela do Rato (1972), embora não contentasse nem a esquerda nem a direita, revelou um grande sentido de independência em relação ao poder temporal, exigindo da PIDE/DGS a libertação dos Padres e a abertura da Capela, encerrada pela polícia política. Afastou, no entanto, o Padre Alberto Neto, que presidira à vigília.

Ao distanciamento que marcou a sua relação com o regime de Salazar/Caetano seguiu-se o período de sabedoria e firmeza com que enfrentou os desafios da transição de regime, sobretudo nos casos da tomada do Seminário de Almada (1974), da ocupação da Rádio Renascença (1975) e durante o cerco do Patriarcado (1975).

Tendo participado em Sínodos dos Bispos, foi durante vários anos Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, no âmbito da qual tentou implementar e consolidar no País as directrizes saídas do Concílio Vaticano II (1975-1981; 1987-1993). Eleito sócio da Academia das Ciências de Lisboa (Classe de Letras), em 1989. Entre 1991 e 1996 foi, por diversas vezes, enviado especial do Papa João Paulo II e seu representante. Ocupou diferentes cargos no Vaticano, foi membro de várias congregações romanas e comissões pontifícias.

Obras principais: O Conceito de Socialização na Encíclica «Mater et Magistra», (1963); A Natureza Religiosa do Apostolado, (1965); Caminhos de Unidade, (Lisboa, 1967, Coimbra. 1968); Existência e Utilização dos Tempos Livres: Problema Social e Cristão, (1967); O Padre na Igreja, (1992); Documentos Pastorais, (Volume I, 1996).

Dois anos mais tarde, foi nomeado para exercer as funções de Auxiliar do Patriarca de Lisboa, vindo a ascender ao Patriarcado em 1971 e, posteriormente, ao cardinalato, em 1973. Depois da sua morte, foi substituído por Dom José Policarpo, então reitor da Universidade Católica de Lisboa. Dom António Ribeiro foi o 15º Cardeal Patriarca de Lisboa.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Amadora; Braga; Cabeceiras de Basto; Cascais (Freguesia do Estoril); Celorico de Basto; Lisboa; Oeiras (Freguesia de Algés); Ponte de Sôr (Rua Cardeal António Ribeiro); Sintra (Agualva-Cacém, Freguesias de Queluz e São João das Lampas); Vila Nova de Gaia (Freguesia de Arozelo).

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. V, Publicações Europa América, Organizado pelo Instituto Português do Livro e das Bibliotecas, Coordenação de Ilídio Rocha, Edição de Julho de 200, Pág. 627, 628, 629 e 630)

Fonte: “Dicionário do 25 de Abril”; (Verde Fauna, Rubra Flor, de John Andrade, Editora Nova Arrancada, Sociedade Editora, S.A.. 1ª Edição, Setembro de 2002, Pág. 337).

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 448).

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Ponte de Lima”

Francisco de Paula RODRIGUES ALVES, Advogado e Político, nasceu na Cidade de Guaratinguetá (São Paulo – Brasil), a 07-07-1848, e faleceu no Rio de Janeiro (Brasil), a 16-01-1919. Era filho de Domingos Rodrigues Alves, natural de Ponte de Lima (Portugal), e de Isabel Perpétua, natural de Guaratinguetá (Brasil). Era o 3º dos 13 filhos do casal e o único a estudar na Corte. No Colégio Pedro II, considerado o melhor de Lisboa, foi colega de classe de Joaquim Nabuco e teve aula de história com Joaquim Manoel de Macedo. Durante os seis anos de curso, foi considerado o primeiro aluno da classe por cinco vezes.

Formou-se em Direito em São Paulo antes de ingressar na vida pública, em 1872, como Deputado provincial pelo Partido Conservador. Em 1887 chegou a Presidente da Província de São Paulo (o equivalente ao Governador), cargo que voltaria a ocupar em 1900 e 1916. Após a Proclamação da República, foi Deputado Constituinte, em 1890, e Ministro da Fazenda duas vezes no Governo de Floriano Peixoto e no de Prudente de Morais.

Eleito Presidente da República em 1902 (foi o 5º Presidente eleito do Brasil), deu continuidade à política de valorização do cultivo do café que vinha sendo adotada no Brasil.

Durante sua gestão, Rodrigues Alves manteve as finanças do País, construiu estradas de ferro e portos. Teve como proposta implementar a reurbanização e saneamento do Rio de Janeiro, mas enfrentou problemas após uma epidemia de varíola que atingiu a população.

A fim de combater a doença, instituiu uma campanha de vacinação obrigatória. A medida, porém, gerou revolta junto à população que considerou o acto autoritário por não ter recebido esclarecimento prévio. A rebelião popular ficou conhecida como Revolta da Vacina, em 1904, e enfraqueceu a imagem do Presidente.

Voltou a ser eleito novamente para Presidente em 1918, mas não chegou a tomar posse por ter contraído a gripe espanhola. Morreu no dia 16 de janeiro de 1919, no Rio de Janeiro.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Ponte de Lima (Rua Francisco de Paula Rodrigues Alves)

Fonte: “Junta de Freguesia da Correlhã”

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Ponte da Barca”

JOSÉ Pimenta de Castro de LACERDA E MEGRE, Advogado, nasceu em Coimbra, a 12-07-1909, e faleceu em Ponte da Barca, a 18-06-1992. Faleceu na Casa Nobre do Correio-Mor, em Ponte da Barca, redsidência de todos os seus antepassados ilustres desde o Século XVII. A sua ascendência vem da parte de sua mãe D. Angélica Pereira Pimenta de Castro Teixeira.

No centro histórico da vila medieval de Ponte da Barca, surge a Casa do Correio Mor, com um majestoso enquadramento, avistando o vale, o rio Lima e o Parque Nacional da Peneda-Gerês.

De origem seiscentista, destaca-se o panorama das nove sacadas filipinas em ferro forjado, em tempos associadas à igreja matriz. A família da casa dos Lacerdas e Megre, recuperou o património arquitectónico adaptando para turismo de habitação, em 1999. A história da casa, nos princípios do século XIX, testemunha a história do seu proprietário, importante Correio-Mor da região.

A casa oferece dez quartos confortáveis, sala de leitura e lareira, sala de jogos e adega com vinho verde. A sua localização estratégica no seio da região do Minho, permite descobrir a gastronomia tradicional e os produtos deliciosos desta terra fértil, dispondo de um conjunto de actividades de animação, desde passeios na natureza e itinerários culturais, canoagem, cicloturismo, turismo equestre, golfe e percursos pedestres encantadores.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Ponte da Barca (Rua Doutor José Lacerda e Megre).

Fonte: “Jornal Aurora do Lima”