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“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Pedrógão Grande”

MIGUEL LEITÃO DE ANDRADA. Escritor, nasceu em Pedrógão Grande, a 28-09-1553, e faleceu em Lisboa, a 07-09-1630. Era filho de Belchior de Andrada e de Catarina Leitoa. Aprendeu rudimentos de Gramática Portuguesa e Latina com os Religiosos da Ordem dos Pregadores no Convento de Nossa Senhora da Luz, na sua terra natal.

Estudou Direito Canónico nas Universidades de Salamanca e Coimbra. Acompanhou Dom Sebastião na expedição africana de 1578. Prisioneiro em Alcácer Quibir, sofreu penoso cativeiro em Fez, donde conseguiu evadir-se, chegando a Lisboa em 1580. Veio a ser juiz da Alfândega de Malaca. Poeta e prosador, dele restam 20 diálogos, que constituem a Miscelânea do Sítio de Nossa Senhora De Pedrógão Grande, 1629. Contém factos históricos e lendários, tradições e costumes populares, sendo notável pela viveza do colorido e pela objectividade a descrição da Batalha de Alcácer Quibir.

A sua obra assenta num esquema literário que teria a sua melhor realização nas Viagens de Almeida Garrett. O seu livro, de feição barroca, espelha bem a vida culta, agitada e intensa do seu autor.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Pedrógão Grande (Avenida Miguel Leitão de Andrada).

Fonte: “O Grande Livro dos Portugueses” (Círculo de Leitores, 1990, Pág. 44)

Fonte: “Dicionário dos Autores do Distrito de Leiria”, (Coordenação de Acácio de Sousa, Ana Bela Vinagre e Cristina Nobre; Actualização ao Século XX; Edições Magno, Leiria, 2004, Pág. 328, 329 e 330).

“Os Prémios Nobel da Literatura na Toponímia

TAGORE – Rabindranath Tagore, alcunha Gurudev, de seu nome completo. Escritor, natural de Jorasanko Thakurbari, Calcutá, (Índia Rabindranath Tagore), foi um polímata bengali, nasceu a 07-05-1861 e faleceu a 07-08-1941. Como poeta, romancista, músico e dramaturgo, reformulou a literatura e a música bengali no final do século XIX e início do século XX. Compositor, pintor e escritor de expressão bengali e inglesa, foi galardoado com o Prémio Nobel da Literatura em 1913 (foi o 13º Prémio Nobel da Literatura).

Enquanto escritor introduziu novas formas de prosa e de verso na literatura bengali. Simultaneamente foi um mestre espiritual, um reformador social e um importante polemista, tentando promover um ideal de cultura e tolerância baseado na tradição hindu. Defendendo que a educação era a base de toda a sociedade, em 1901 fundou uma escola experimental em Shantiniketan que se transformaria, anos mais tarde, numa universidade onde se conjugava a tradição hindu com a ocidental.

Durante toda a sua vida lutou por um projecto de cooperação internacional, realizando várias conferências por diversos países.

O conjunto da sua obra é bastante variado: composições líricas Manasi (1890), Sonar Tari (1894), Chitra (1892), Gitanjli (1910), romances Gora (1910), Ghare-Baire (1916) Yogayog (1929), contos, ensaios, obras dramáticas Raja (1910), Dakghar (1912) e autobiografias.

Tagore foi sobretudo um poeta em cujas composições de expressão mística e patriótica, como em Gitanjali, se destacam as imagens simbólicas e um tom poético refinado e lírico.

Além do prémio Nobel da Literatura, foi-lhe atribuído o título de cavaleiro do Império Britânico (1915), o qual renunciou como forma de protesto contra a repressão britânica na Índia.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Espanha (Catalunha – Carrer Rabindranath Tagore); França (Paris – Rue Tagore); Índia (Street Tagore); Itália (Villaverla – Via R. Tagore); Reino Unido (Manchester – Close Tagore).

Fonte: “Infopédia – Dicionários Porto Editora”

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Paredes de Coura”

PEREIRA DA CUNHA – Sebastião Pereira da Cunha, de seu nome completo. Escritor e Fidalgo, natural da Freguesia de Portuzelo (Viana do Castelo), nasceu a 09-02-1850. E faleceu a 20-09-1896. Filho de António Pereira da Cunha e, tanto quanto o pai, “fidalgo no proceder, no sangue e nas letras”. Deu à estampa dois dramas históricos em verso, na mesma linha ultra-romântica da obra de seu pai. Localizando ambos na Idade Média, o cenário do primeiro é o da sua província natal, o Minho, cuja paisagem retrata com a sensibilidade de quem fala da casa onde nasceu, passando-se o segundo na cidade de Granada, que o autor conheceu bem, tendo o cuidado de se documentar cuidadosamente sobre os personagens, na sua maioria transpostos da vida real.

Obras principais: Saio de Malha (drama histórico e original, em 3 actos), 1893; A Cidade Vermelha (poema hispano-árabe), 1894; A Tarde de Um César; Heróis de África (poemeto),

O seu nome faz parte da Toponímia de: Paredes de Coura (Rua Pereira da Cunha); Viana do Castelo (Rua Sebastião Pereira da Cunha).

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. II, Organizado pelo Instituto Português do Livro e da Leitura, Coordenação de Eugénio Lisboa, publicado por Publicações Europa América, Edição de 1990, Pág. 328 e 329)

“Quem Foi Qem na Toponímia do Município de Paredes”

ROSALINA GUIMARÃES – Rosalina Maria de Sousa Guimarães, de seu nome completo. Benemérita, nasceu na Baía (Brasil), em 1840, e faleceu na Casa da Granja (Paredes), a 04-12-1921. Deixou como herdeira universal sua sobrinha D. Rosalina Maria da Conceição Mendes da Silva, casada com o Dr. Diogo Corrêa Teixeira de Vasconcellos Portocarrero. Era irmã da Viscondessa de Paredes, com quem veio para Portugal, ambas filhas naturais de Francisco de Souza Guimarães e D. Joana Baptista da Conceição Nolasco da Silva, nascidos e moradores na Baía.

O Rei D. Carlos mandou que em seu nome e do Reino o Governador Civil do Porto “confira à doadora os louvores que lhe são devidos pelo seu benemérito e relevante serviço”. Com a obrigação de se chamar sempre igreja de Nª Sª da Conceição, D. Rosalina Maria de Souza Guimarães fez esta oferta à paróquia “atendendo ao estado ruinoso e pequenez da Egreja parochial desta fregª”.

O projecto de construir uma nova igreja remonta pelo menos a 1881, ano em que o Conselheiro José Guilherme Pacheco adquiriu uns terrenos, dizendo a escritura que os terrenos se destinavam a “melhoramentos indespensáveis que projecta realizar n’esta villa, tanto para a construção da nova egreja, como para a abertura de ruas e outros fins de utilidade publica”.

E o mesmo conselheiro vendeu a 5.11.1886 ao futuro visconde de Paredes, por 40.000 réis, o direito de este aí construir uma mina de água (para abastecimento da Casa da Granja), salvaguardando, contudo, que esta mina teria de ser feita em pedra, subterrânea e na parte exterior “dos alinhamentos das ruas projectadas na planta parcellar levantada para construção da nova igreja desta villa”.

Morreu, entretanto, o Conselheiro e o projecto não avançou, certamente por falta de verba. Até que D. Rosalina Maria de Souza Guimarães comprou a 16.5.1895, por 400.000 réis, à filha herdeira do conselheiro, D. Sofia Clotilde de Magalhães Pacheco, e seu marido Manuel Vaz de Miranda, o referido terreno que estava destinado à nova igreja.

Logo o visconde de Paredes mandou fazer o projecto a Francisco Leite Dourado, que a 1.2.1898 lhe entregou os respectivos traço e planta, e que haveria de dirigir a construção da igreja. Os últimos terrenos necessários foram comprados a 11.6.1899, tendo-se iniciado as obras pouco depois, demorando vários anos a concluir. A “igreja nova” já se documenta numa escritura de 30.8.1908 e a bênção solene foi a 6.11.1908. Não há contas finais do custo por que ficou a igreja, mas pode estimar-se que no conjunto tenham sido gastos mais de 20 contos de réis, uma avultada fortuna para a época. Invocando a muita devoção que tinha para com Nª Sª da Conceição, D. Rosalina Maria, na doação da igreja à paróquia, exigiu algumas condições, desde logo que ela conservasse perpetuamente a invocação de Nª Sª da Conceição. E reservando para si, seu cunhado e os descendentes dele as honras de “protectores da igreja”, com o direito de poderem, a todo o momento, mandar aí realizar as obras que entendessem necessárias. Ficou igualmente reservado um lugar na capela-mor, junto ao presbitério, do lado Sul, para aí ser colocado um estrado vedado por uma grade, com entrada pela igreja, mas também com uma porta para a sala das sessões, lugar esse que teria bancos e cadeiras e ficaria perpetuamente reservado para a família, não podendo nunca este privilégio ser quebrado ou perdido, o que foi feito. A igreja confinava então com terrenos pertencentes à Casa da Granja e Quinta do Souto.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Paredes (Rua D. Rosalina Guimarães)

Fonte: “Câmara Municipal de Paredes – Dicionário das Figuras Históricas de Paredes”; (Suplemento distribuído com a edição da Revista Cultural Orpheu Paredes 2021)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Palmela”

ANTOINE VELGE. Engenheiro e Empresário. nasceu em Bruxelas (Bélgica), em 1901, e faleceu em Setúbal, em 1974. Antoine Velge e Frederic Jacobs, criaram na Cidade de Setúbal, a unidade industrial da Sapec, ligada ao sector agroquímico, em funcionamento há mais de oito décadas.

A criação, em 1926, da unidade fabril da Sapec materializa o início da relação do empresário belga com Setúbal, cidade que ajudou a desenvolver, não só na esfera económica, como no campo social, com a atribuição de várias ajudas mecenáticas em prol da população.

O apoio financeiro à construção do Estádio do Bonfim, que lhe valeu, mais tarde, a atribuição do seu nome ao pavilhão do Vitória Futebol Clube, a atribuição de subsídios a outras agremiações desportivas e o apoio ao apetrechamento do Hospital de São Bernardo são exemplos de contributos de Antoine Velge.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Palmela (Avenida Antoine Velge); Setúbal (Rua Antoine Velge).

Fonte: “Câmara Municipal de Setúbal”

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Paços de Ferreira”

RAMIRO DO ROSÁRIO – Ramiro Antunes Ribeiro do Rosário, de seu nome completo. Engenheiro e Político, nasceu na Freguesia de Sobral do Campo (Castelo Branco), a 19-07-1921, e faleceu em Paços de Ferreira, a 09-02-2014. Licenciou-se em Engenharia Agronómica na Universidade de Wisconsin (Estados Unidos da América), no ramo da Indústria de Lacticínios.

Em 1956 foi empossado Director da Estação de Lacticínios de Paços de Ferreira (Agrária) para o desenvolver novos produtos derivados do leite, onde fomentou cursos de formação, que foi reconhecido retém assumido um papel importante para que, desde a adesão de Portugal ao Mercado Comum Europeu, o leite nacional e produtos lácteos tenham sido capazes de se manter em concorrência dentro daquele Mercado.

Em 1961 ocupou o cargo de Presidente da Câmara Municipal de Paços de Ferreira, onde permaneceu até 1969, regressando, como Presidente da Comissão Administrativa, a 10 de Julho de 1974 até 07 de Agosto do mesmo ano.

Integrando as listas do CDS-PP às Eleições Autárquicas de 1982, tomou posse como Vereador em 20 de Janeiro de 1983.

Destacou-se pela elaboração de estudos de reconhecida importância na área social e económica, no sentido de se inteirar das realidades e carências do Concelho.

Destacou-se, ainda, noutras áreas, nomeadamente nas transformações do ensino. Uma vez que em Paços de Ferreira existia na época apenas o Ensino Primário, tendo ainda criado, em colaboração com a Fundação Calouste Gulbenkian, uma Biblioteca.

Do empenhamento da Autarquia de então, nasceu o Futebol Clube de Paços de Ferreira, tendo adquirido os terrenos onde actualmente está implantado o Estádio Capital do Móvel.

Com o solhos postos no crescimento do Concelho, adquiriu para o Município a Quinta de Picafrio, onde se encontra implantada a Escola Secundária de Paços de Ferreira, a casa e o espaço envolvente, onde se encontra instalada a Biblioteca Municipal Professor Vieira Dinis, bem como o edifício hoje ocupado pelo Museu Arqueológico da Citânia de Sanfins.

A 06 de Novembro de 2002, foi alvo de uma Homenagem da Junta de Freguesia de Paços de Ferreira pelos relevantes serviços prestados ao Concelho.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Paços de Ferreira (Rua Engenheiro Ramiro do Rosário)

Fonte: “Gazeta de Paços de Ferreira”

“Toponímia com Ligações ao Fado”

ANTÓNIO ARROIO – António José Arroio, de seu nome completo. Engenheiro, Escritor e Político, nasceu no Porto, a 19-02-1856, e faleceu a 25-03-1934 e faleceu em Lisboa. Filho de Rita Xavier de Rosola Arroio e de José Francisco Arroio. O seu pai era Músico Militar e Compositor, com ligações à esfera política, tendo composto em 1851 um hino que fez executar no Teatro de São João, quando Saldanha entrou triunfante na cidade do Porto. Era irmão de dois parlamentares: José Diogo Arroio (que nasceu em 1854), Doutor em Filosofia, Lente de Zoologia da Academia Politécnica do Porto, Jornalista e Político, foi Deputado e Governador Civil do Porto (de 27 de Junho de 1910 a 05 de Outubro de 1910); e João Marcelino Arroio (que nasceu em 1861), Doutor em Direito, Jornalista, Deputado desde 1884, grande orador parlamentar e Ministro.

Engenheiro pela Academia Politécnica do Porto (1878), trabalhou na construção dos Caminhos de Ferro da Beira Alta, da Beira Baixa e do Sul e Sueste, até que, em 1881, ingressou no quadro das Obras Públicas como Engenheiro-Chefe de 1ª Classe, sendo, em 1926, promovido a Inspector do Conselho das Obras Públicas.

Foi também Inspector do Ensino Comercial e Industrial, que muito lhe ficou a dever, e membro do Conselho das Obras Públicas. As missões a que o exercício da carreira de Engenheiro o obrigavam, levaram-no a viajar em Espanha, França, Bélgica, Alemanha e Inglaterra e proporcionaram-lhe o convívio com músicos e artistas de nomeada na época. Chegou a residir em Bruxelas, onde conheceu Fierens Geraert, o Violinista Isaïe e o Pintor Godewsky. Regressou a Portugal em 1890, sendo então nomeado Inspector do Ensino Comercial e Industrial.

Entre 1890 e 1892 foi Deputado às Cortes, eleito pelo círculo de Paredes, concorrendo na lista do Partido Regenerador, foi Deputado na Legislatura de 1890-1892. Integrou as Comissões de Verificação de Poderes (1890); das Obras Públicas (1890, 1891 e 1892); da Guerra (1890); da Fazenda (1890, 1891 e 1892); do Ultramar (1890); da Instrução Superior e Especial (1891); do Comércio e Artes (1891) e da Instrução Primária e Secundária (1892).

Deixou vasta bibliografia, que inclui estudos sobre temas literários e artísticos prevalentemente do sector da música. Colaborador da revista A Águia, os seus escritos de índole vária (memórias, relatórios, polémicas, ensaios, críticas), revelam uma inteligência culta, prejudicada por certo diletantismo nas ideias.

Entre outras obras, publicou: Moreira de Sá, Perfil Artístico, (1895); Parisina, (poema sinfónico, segundo Byron, de Leopoldo Miguéns, esboço crítico, 1896); J. Viana da Mota, Perfil Artístico, (1896); Estética do Frei Luís de Sousa, (1899); Soares dos Reis e Teixeira Lopes, 1899, A Música de Wagner e a Arte do Canto, 1906-1907, O Canto Coral e a Sua Função Social, 1909, A Tetralogia de Wagner, 1909, O Caso do Monumento ao Marquês de Pombal, 1914, e Singularidades da Minha Terra, 1917; Cruzadas das Mulheres Portuguesas de Torres Novas. Palestrando, (1917).

António Arroio, não gostava de Fado, e propôs a sua troca pelo Canto Coral.

Foi condecorado com o Oficialato da Legião de Honra.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Cascais (Freguesia da Parede – Avenida António Arroio); Lisboa (existe a Escola António Arroio); Porto (Freguesia do Lordelo do Ouro – Rua António Arroio).

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. II, Publicações Europa América, Organizado pelo Instituto Português do Livro e da Leitura, Coordenado por Eugénio Lisboa, 1990, Pág. 386, 387 e 388)

Fonte: “Dicionário Biográfico Parlamentar, 1834-1910”, (Vol I, de A-C), Coordenação de Maria Filomena Mónica, Colecção Parlamento, Pág. 221 e 222”.

Fonte: “Dicionário de Educadores Portugueses”, (Direcção de António Nóvoa, Edições Asa, 1º Edição, Outubro de 2003, Pág. 112)

Fonte: “Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX” (Direcção de Salwa Castelo-Branco, 1º Volume, A-C, Temas e Debates, Círculo de Leitores, 1ª Edição, Janeiro de 2010, Pág. 73 e 74)

“Pessoas Vinculadas aos CTT”

DAVID CORAZZI – David Augusto Corazzi, de seu nome completo. Funcionário dos CTT e Editor, natural de Lisboa, nasceu a 04-07-1845, e faleceu a 28-11-1896. Era filho de Maria da Piedade da Costa Martins Corazzi, e de David António Caetano Corazzi (1799-1858)15 de origem italiana. O pai era Médico-Cirurgião formado na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa. Aos 15 anos, David Corazzi ficou órfão de pai, e dispunha de poucos recursos. Mas, D. Maria da Piedade, sua mãe, conseguiu que o filho seguisse estudos com um pequeno património deixado pelo marido.

Em Novembro de 1863, com 18 anos, Corazzi foi admitido como praticante da Administração Central dos Correios de Lisboa, onde o tio, seu tutor, era Chefe de Repartição. Ao longo da carreira, mesmo com “pouca inclinação para o funcionalismo público” , foi sendo promovido a 3º oficial da Administração, em Dezembro de 1872, e a 2º oficial, em Janeiro de 1878.

No início da década de 70, o percurso de vida de Corazzi direcionou-se para a actividade editorial. Então, recorreu ao que lhe restava do património herdado, vendendo por 70 mil réis o direito à propriedade do livro da autoria de seu pai.

Iniciou a sua carreira como editor aos 27 anos, depois de ter vendido os direitos sobre a obra de seu pai, Novo consultador cirúrgio-médico e farmacêutico. David Corazzi foi um dos mais importantes fenómenos de divulgação científica e cultural no Século XIX. Dirigiu a colecção durante duas décadas (1870-1890), ainda que o projecto se tenha prolongado por mais alguns anos. Esta colecção, que tem como objectivo fazer chegar conhecimentos úteis às classes mais desfavorecidas, rapidamente recebe aplausos nacionais e internacionais. A dinâmica editorial, o largo conjunto de colaboradores e a grande tiragem, aliados a um preço de capa bastante acessível, almejam-lhe nome e lugar na sociedade da época. A “Biblioteca do Povo e das Escolas” obteve um tremendo êxito a que não se pode deixar de relacionar o formato enciclopédico, quer pela variedade das temáticas focadas, quer pelo grande número de volumes publicados. David Corazzi era sócio honorário da Associação Tipográfica Lisbonense e Artes Correlativas, apenas dois anos depois de iniciada a colecção em causa.

Ainda em 1883 surgiu o reconhecimento internacional. Primeiro foi a Sociedade napolitana Propaganda di Scienza Popolare Luce e Veritá que o nomeia sócio a 24 de Setembro. Depois foi o Círculo Promotore Partenopeo Giambattista Viço que o nomeia benemérito e atribui à colecção a Grande Medalha de Ouro.

Em 1884 foi agraciado com o grau de Cavaleiro da Ordem de S. Tiago, do Mérito Científico, Literário e Artístico.

Fonte: “Instituto Politécnico de Portalegre Escola Superior de Educação de Portalegre”, (Curso de Mestrado Formação de Adultos e Desenvolvimento Local Olímpia de Jesus de Bastos Mourato Nabo; Orientadora: Professora Doutora Maria João Mogarro, Portalegre 2012

“Quem Foi Quem na Toponímia do Muicípio de Ovar”

FREDERICO ABRAGÃO – Frederico de Quadros Abragão, de seu nome completo. Engenheiro, natural de Ovar, naseu em 1893, e faleceu a 17-06-1960. Ingressou na Universidade do Porto, onde se Diplomou em Engenharia Civil. Empregou-se, em 21 de Abril de 1921, na Divisão de Material e Tracção da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, na posição de Engenheiro praticante; logo em 05 de Maio do mesmo ano, no entanto, foi transferido para os Serviços de Via e Obras dos Caminhos de Ferro do Sul e Sueste, onde exerceu o cargo de Chefe interino da Divisão de Estudos e Obras Metálicas e Pontes.

Em Abril de 1924, foi nomeado como Engenheiro de Oficina e colocado em Ovar, onde permaneceu até ao ano de 1944, data em que foi promovido para Engenheiro Chefe do Serviço e transferido para os Serviços Centrais; em 1955, foi nomeado como Chefe do Serviço de Obras Metálicas, e, dois anos depois, tornou-se Subchefe da Divisão de Vias e Obras.

Autor de um interessante e valioso trabalho alusivo à comemoração, centenário e abertura pública do primeiro troço de caminho-de-ferro em Portugal; trabalho esse que contém inúmeras informações sobre a expansão e aperfeiçoamento do sistema ferroviário português e a que o Boletim da CP, nº 267, de Setembro de 1951 e do Diário de Notícias, da mesma data, fizeram elogiosas referências.

Alude, também, o referido trabalho, ao reflexo que o meio de transporte teve, depois, na literatura portuguesa e no estrangeiro, através de uma série de textos, em prosa e em verso, dos principais Escritores do Século XIX.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Ovar (Rua Engº Frederico Abragão).

Fonte: “Dicionário Histórico e Biográfico de Artistas e Técnicos Portugueses”, (de Arsénio Sampaio de Andrade, 1ª Edição, Lisboa, 1959, Pág. 09)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Ourém”

BARJONA DE FREITAS – Augusto Alexandre Barjona de Freitas, de seu nome completo. Médico e Político, nasceu na Freguesia da Sé Velha (Coimbra), a 13-07-1857, e faleceu em Ourém, em data que não consegui apurar. Era filho do famoso Deputado e Estadista Augusto César Barjona de Freitas e irmão de António Alfredo Barjona de Freitas, que também foi Deputado.

Pelo lato paterno era neto do Doutor Justino António de Freitas, natural da Ilha da Madeira, e de Maria Leocádia Barjona, natural de Coimbra. Pelo lado materno tinha por avós António Pedro Pimentel Couceiro e Josefa Coelho de Seabra, ambos naturais de Coimbra.

Augusto Alexandre Barjona de Freitas frequentou a Universidade de Coimbra, onde se matriculou na Faculdade de Matemática em 1873 e na de Medicina em 1875. Uma vez terminado o Curso, foi Médico em Vila Nova de Ourém.

Membro do Partido Regenerador, foi eleito Deputado uma única vez, em 1884, pelo círculo uninominal de Montemor-o-Velho. A sua actividade parlamentar foi quase inexistente, resumindo-se a uma intervenção feita na sessão do dia 17 de Abril de 1885, destinada a apresentar à Câmara o protesto dos proprietários de Alcácer do Sal contra o imposto do sal.

Anos mais tarde, em 18 de Abril de 1902, tomou posse, por direito de sucessão, na Câmara dos Pares, onde manteve o mesmo perfil discreto.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Ourém (Rua Doutor Barjona de Freitas).

Fonte: “Dicionário Biográfico Parlamentar, 1834-1910”, (Vol II, de D-M), Coordenação de Maria Filomena Mónica, Colecção Parlamento, Pág. 242”