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“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Loures”

 

Câmara Municipal de Loures1ANA MARIA de Castelo Branco Gago da Câmara BOTELHO de Medeiros, Pintora e Escritora, natural de Lisboa, nasceu a 27-01-1936 e faleceu a 14-07-2016. Era filha dos Viscondes de Botelho, Engenheiro José Honorato Gago da Câmara de Medeiros (1906-1979) e de D. Maria da Piedade Castelo Branco Gago da Câmara de Medeiros.

Após os primeiros conhecimentos de Desenho livre e geométrico sob a direcção do Professor Castilho, no Colégio das Dominicanas do Ramalhão, em Sintra (1949) continua os seus estudos em Paris (1950) no Instituto de Mortefontaine, onde sofre a atracção dos modernistas e sobretudo dos surrealistas.

Em 1952 regressa a Lisboa e frequenta os estúdios dos Pintores João Reis e Eduardo Malta, aperfeiçoando o Desenho e a técnica do retrato.

Em 1957 vai para Itália, onde participa em exposições colectivas de jovens artistas. Em 1958 participa numa exposição colectiva em Lisboa. Viajou e fez pesquisas nos Estados Unidos da América e no Brasil, tendo colaborado como cronista e poetisa em diversos jornais brasileiros.

A 14-05-1973 inaugura a Galeria Centro com uma exposição sua a que deu a designação genérica O Vermelho, O Real e o Poético. A sua pintura é neofigurativa, por vezes abstractizante ou mesmo abstracta.

Está representada no Museu do Vaticano, Museu da Marinha, Fundação Cupertino de Miranda, em Vila Nova de Gaia e de Famalicão, nos Açores.

Tem colaboração dispersa nos jornais: Diário de Notícias, Diário Popular, Capital, O Século, Época, Folha de São Paulo (Brasil), Açores, Correio dos Açores, Diário de Lisboa, Diário da Manhã, etc.

Como escritora, além de colaboração dispersa por vários jornais, publicou os volumes de poesia Varanda Sem Casa, (1968), e Céu de Linho, (1972).

A Câmara Municipal de Loures deu o seu nome a uma das suas artérias, onde ela reside e tem também o seus Estúdio.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Loures (Rua Ana Maria Botelho).

Fonte: “Dicionário de Mulheres Célebres”, (de Américo Lopes de Oliveira, Lello & Irmão Editores, Edição de 1981, Pág. 161)

Fonte: “Quem É Quem”, (Portugueses Célebres, Círculo de Leitores, Edição de 2008, Pág. 98).

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Loulé”

 

Câmara Municipal de LouléMARIA JOSÉ Guerreiro PINHEIRO, Professora e Escritora, nasceu na Freguesia de São Clemente (Loulé), a 09-09-1939, e faleceu em Tavira, em 1998. Professora do ensino primário e poetisa. Estudou em Loulé e em Faro, no Liceu Nacional e no Magistério Primário, onde se formou aos dezoito anos de idade.

Exerceu a docência durante trinta e quatro anos, ao longo dos quais organizou festas escolares, escreveu peças de teatro, canções infantis e livros de poesia para os seus alunos.

Participou em vários encontros de poesia, em tertúlias literárias e Jogos Florais, nos quais foi largamente premiada. Em 1991, fez uma mostra de poesia na Galeria Municipal de Tavira que coincidiu com o lançamento do seu primeiro livro, Verdade e Fantasia. Em 1992, publicou a colectânea de poemas Para Ti, Criança, dedicada aos seus alunos. Tavira Cidade de Mil Tesouros, em prosa e verso, destaca os factos mais relevantes da história daquela cidade. Loulé Cidade de Mil Encantos, refere-se à história e à etnografia do velho burgo algarvio. Em 1996, publicou o seu último livro, Poemas de Corpo Inteiro, que foi bem acolhido pela crítica. Em 1998 a sua obra foi objecto de homenagem pública em Santa Catarina da Fonte do Bispo e na Cidade de Tavira. Pertencia à Associação dos Jornalistas e Escritores do Algarve, ao Instituto de Cultura de Portimão e à Associação Almargem para a Defesa do Património Cultural e Ambiental. A Câmara de Tavira atribuiu o seu nome a uma das ruas da Cidade.

Obras principais: Verdade e Fantasia, 1991, Para Ti, Criança, 1992, No Jardim do Pensamento, 1993; Tavira Cidade de Mil Tesouros, 1993; Loulé Cidade de Mil Encantos, 1995; e Poemas de Corpo Inteiro, 1996.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Loulé (Rua Maria José Pinheiro); Tavira (Praceta Professora Maria José Pinheiro).

Fonte: “Quem Foi Quem? 200 Algarvios do Século XX”, (de Glória Maria Marreiros, Edições Colibri, 1ª Edição, Dezembro de 2000,Pág. 407 e 408)

Recordamos hoje o Médico e Investigador Traveira Franco, no dia em que faria 100 anos.

 

Traveira FrancoVítor Hugo TRAVEIRA FRANCO, Médico e Investigador, natural de Lisboa, nasceu a 30-07-1919 e faleceu em 2010. Licenciou-se em Medicina na Universidade de Lisboa e tinha os cursos de Isótopos Radioactivos do Comissariado de Energia Atómica do “Centre National de Recherches Scientifique” e do Instituto Radium de Paris.

Fez os internatos geral e complementar dos Hospitais Civis de Lisboa e foi Médico-Chefe do Serviço de Radioisótopos do Instituto Português de Oncologia. Foi bolseiro do Instituto de Alta Cultura e delegado Nacional aos Congressos de Radiosótopos de Oxónia e de Genebra, e ainda à Conferência Internaciona Sobre Aplicação Pacífica da Energia Atómica. Obteve uma menção honrosa no 2º Ciclo de Estudos Clínicos da Sociedade Médica dos Hospitais Civis de Lisboa.

Em 1950, a convite do Prof. Francisco Gentil participa, juntamente com o Prof. Júlio Palácios, na concepção, instalação e colocação em serviço do Serviço de Rádio-Isótopos do Instituto Português de Oncologia. Entre 1952 e 1958 exerceu o cargo de Director daquele Serviço.

Em 2000, e homenageando a sua esposa, promove a criação da Fundação Maria Inês de Menezes Vaz de Sampaio a qual inicia actividades em 2005. Para além de fundador e único benemérito, desempenhou até à sua morte, em 2010, o cargo de Presidente do Conselho de Administração.

Publicou: Pneumo-Thiroid. A new Procedeure for Determining the Mass of the Thyroid Gland for the Radioidine Treatment of Hiperthyroidism, (in Brit. Journ. Of Radiol, 1956); A Excreção Urinária de Radioiodo nas Tiropatias; Diagnóstico das Disfunções Tiroideias; Sobre uma Possível Polasidade do Folícolo Tiroideu; e A Hipersenbilidade como Factor Biólisco com Radioiodo, todos na Acta Ibérica de Endoencrinologia; Considerações Sobre o Tratamento do Hipertiroidismo, no Jornal do Médico, etc.

Fonte: “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira”

O Filósofo Pinharanda Gomes, que faleceu no passado Sábado, deixou-nos uma obra digna de registo, aqui fica um pouco do muito que nos legou.

 

 

Pinharanda GomesJesué PINHARANDA GOMES, Escritor e Filósofo, nasceu na Freguesia de Quadrazais (Sabugal), a 16-07-1939, e faleceu em Lisboa, a 27-07-2019. Embora oficialmente a sua data de nascimento esteja registada como 7 de Outubro do mesmo ano. Estudou na Guarda, na Escola dos Gaiatos e no Colégio de S. José. Desde muito jovem que o gosto pelas matérias culturais invadiu a sua vida. Apesar de ter cursado estudos de índole diversa, considera-se um auto didacta.

A sua carreira começou aos dezasseis anos, na imprensa regional. Começou no modesto semanário “Correio da Beira” (1959), de que foi Redactor. Depois disso, colaborou na maior parte dos mais importantes jornais portugueses, ultramarinos e brasileiros bem como em revistas de especialidade: Gil Vicente, Colóquio, Revista de Portugal, Ocidente, etc.

Pinharanda Gomes é Ensaísta, Pensador, Escritor, Filósofo, Historiador e Investigador. É um autodidata por opção, e autor de valiosos trabalhos sobre Filosofia, Teologia, Pensamento Português, Etnografia, Filosofia Hebraico-Portuguesa e História.

Publicou, além de numerosas separatas, sobre temas filosóficos e de história da filosofia, ainda numerosos livros. Traduziu Platão e Descartes e a sua obra encontra-se referida nas principais publicações portuguesas. É co-fundador do Instituto de Filosofia Luso-Brasileira e foi eleito Sócio correspondente da Academia Internacional de Cultura Portuguesa bem como da Academia Portuguesa de História.

Ao longo de meio século, Pinharanda Gomes produziu uma obra ímpar, pela sua extensão e qualidade, no domínio da historiografia do pensamento português, como é reconhecido por todos aqueles que se dedicam ao estudo da nossa reflexão filosófica multissecular.

Da sua obra destaca-se a “Introdução à História da Filosofia Portuguesa” (1967), os sete volumes da série “Pensamento Português” (1969-1993), “A Teodiceia Portuguesa Contemporânea” (1974), “A Filosofia Tomista em Portugal” (1978) os três volumes da pioneira “História da Filosofia Portuguesa” (1981, 1983 e 1991) – em que, pela primeira vez, a contribuição hebraica e árabe para a constituição de uma tradição especulativa autónoma foram consideradas global e sistematicamente – o volume sobre “Os Conimbricenses” (1992 e 2005), os estudos dedicados à “Escola Portuense” (2005), ou à sua valiosa colaboração em diversos volumes da “História do Pensamento Filosófico Português” (1999-2004), dirigida pelo Professor Doutor Pedro Calafate.

A obra historiográfica de Pinharanda Gomes tem-se caracterizado pela seriedade intelectual, pelo rigor hermenêutico, pela lúcida compreensão reflexiva de obras, autores e correntes, pela clareza expositiva e qualidade literária, que fazem dela um marco essencial nos estudos contemporâneos da nossa história filosófica. Ao mesmo tempo, não deixou Pinharanda Gomes de realizar significativa obra especulativa própria, em livros e ensaios como “Exercício da Morte” (1964), “Peregrinação do Absoluto” (1965), “Teoria do pão e da palavra” (1973), “Pensamento e Movimento” (1974) ou “Saudade ou do mesmo e do outro” (1976).

Pinharanda Gomes, tinha a Medalha de Ouro do Município do Sabugal, Pinharanda Gomes teve o reconhecimento da Academia que lhe conferiu o Doutoramento Honoris Causa pela Universidade da beira interior (UBI), em 2018.

Obras principais: Raul Leal – Iniciação no seu Conhecimento, (1962); Nuno Montemor, Testemunhos dos Seus Contemporâneos, (1964); Francisco Costa: Poesia, Verdade e Vida, (1964); O Cancioneiro de Quadrazais, (1964); Exercício de Morte, (1964); Peregrinação do Absoluto, (1965); Filologia e Filosofia: Domingos Tarroso, Teórico da Língua Portuguesa, (1965); Filologia e Filosofia, (1966); Filologia e Filosofia: Temas de Filologia e Filosofia Portuguesa, (1966); Introdução à História da Filosofia Portuguesa, (1967); Da Quaresma à Festa das Flores em Quadrazais, (1967); Práticas de Etnografia, (1968); Pensamento Português, (7 volumes, 1969-1993); Dicionário de Escritores do Distrito da Guarda, (1969); Subsídios para a Bibliografia do Distrito da Guarda, (1970); Liberdade de Pensamento e Autonomia de Portugal: a Controvérsia da Filosofia Portuguesa, (1971); O Discurso de Fedro n’”O Banquete” de Platão, (1972); O Pensamento Filosófico de Silvestre de Morais (1869-1936), (1972); Temas de Reflexão, (2 volumes, 1973); Pensamento e Movimento: prolegómenos a uma ascese filosófica, (1974); Teodiceia Portuguesa Contemporânea: Estudo e Antologia, (1974); Cunha Seixas, (1975); Gnose e Liberdade: Notas à Obra do Visconde de Figaniére: O Novelista Luso-Brasileiro: O Erudito; O Filósofo; O Personalista, (1976); Memória de Riba Côa e de Beira Serra I, II e III, (1977, 1978, 1979); Pensamento Português, (4 Volumes, 1979); O Carmo em Loures: Camarate: Frielas: Santo António dos Cavaleiros, (1979); Piedade Eclesia, Piedade Popular, (1980); História da Diocese da Guarda, (1981);  História da Filosofia Portuguesa, (2 Volumes, 1981);  O Povo e a Religião no Termo de Loures, (1982); Caminhos Portugueses de Tereda de Ávila, (1983); João Lourenço Insuelas (1884-1950): Patrologista Bracarense, (1984); Dicionário de Filosofia Portuguesa, (1987); Hipólito Raposo: Seminarista na Guarda, (1988); Os Tojais e a Casa do Gaiato: Monografia Histórica, (1990); Leonardo Coimbra na Póvoa de Varzim: Elementos de Biografia e de Cronologia, (1990); D. Manuel Martins Manso: Bispo do Funchal e da Guarda, (1996); Caminhos Portugueses de Santa Teresinha do Menino Jesus, (1997); A Casa do Gaiato de Lisboa e o Palácio dos Arcebispos em Santo Antão do Tojal, (1998); Imagens do Carmelo Lusitano: Estudos Sobre História e Espiritualidade Carmelitas, (2000); Memórias da Guarda, (2001); Criptónimos e Pseudónimos de Escritores, (2002; A Livraria da Cartuxa de Laveiras, (2002).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Sabugal (Rua e Travessa Pinharanda Gomes)

Fonte: “Dicionário de Escritores do Distrito da Guarda”

Fonte: “Correio da Guarda”

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Lisboa”

 

Câmara Municipal de Lisboa1MARIA DO CARMO Alves TORRES, Fadista, nasceu na Fuzeta (Olhão), a 08-01-1894, e faleceu na Freguesia de Leça do Balio (Matosinhos), em 1964. Ainda bebé veio residir para Setúbal com seus pais. Cresceu em Setúbal e nela começou a trabalhar numa fábrica de conservas de peixe, período durante o qual começou também a cantar fado, como amadora.

Aos 19 anos (sopõe-se ser por volta de 1926) surge a oportunidade de se estrear nos palcos. O empresário Piteira convida-a para uma revista de amadores, de Manuel Envia, levada à cena no Salão Recreio do Povo, em Setúbal, para interpretar o papel de um garoto. Mais tarde, no casino da cidade sadina, também numa revista, Maria do Carmo Torres fez a imitação do conhecido marítimo António Gouga, sendo obrigada a cantar 7 vezes seguidas, sempre aplaudida com vibrante entusiasmo.

Depois, o suicídio do seu filho, com 16 anos, altera o rumo da sua vida, com o desgosto e com as queixas da própria família, que a acusava de não levar a vida a sério, Maria do Carmo Torres fugiu para Lisboa.

Em Lisboa, passou a residir na Travessa dos Fiéis de Deus, 119-2º, na freguesia de Santa Catarina e, dedicou-se exclusivamente a cantar o fado, com um repertório predominante de fado castiço e, onde pontuaram como grandes sucessos Não Me Persigas, Maria da Esperança, Carta em Verso, o Que é de Mais Faz Mal e Fado da Amora. Cantou o fado em todos os retiros da capital, nas esperas de touros, nomeadamente, nas co Campo Pequeno, em festas de caridade e casas particulares, como a Condessa de Ficalho. Ainda na década de trinta, Maria do Carmo Torres integrou a «Embaixada do Fado», dirigida por Alberto Reis, que partiu em Agosto de 1934, para percorrer o Brasil, na companhia de nomes como o viola Santos Moreira, o Guitarrista Armandinho e os fadistas Maria do Carmo, Branca Saldanha, Filipe Pinto e Joaquim Pimentel. Em rigor sabe-se que actuou no Salão Jansen, depois Retiro da Severa, em 07 de Fevereiro de 1931, numa Grandiosa Festa do Fado, em homenagem ao Poeta popular João Mata assim como, por exemplo, em 1945, actuou no Retiro dos Marialvas acompanhada à guitarra por José Nunes e à viola por Miguel Ramos e, a 05 de Junho desse mesmo ano, actuou no Cine-Esplanada de Fronteira, acompanhada pelos guitarristas Casimiro Ramos e Castro Mota.

No ano seguinte, conforme refere o jornal A Guitarra de Portugal de 01 de Agosto de 1946, Maria do Carmo Torres foi repousar para o norte do País e, segundo o estudioso do fado Eduardo Sucena, retirou-se para casa de uma irmã, em Leça do Bailio, na década de 50 do século XX, acabando por aí falecer. A Câmara Municipal de Lisboa deu o seu nome a uma artéria da cidade, no Bairro da Cruz Vermelha, também conhecido por Bairro das Marias, na freguesia do Lumiar.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Lisboa (Freguesia do Lumiar, Edital de 05-07-2000 – Rua Maria do Carmo Torres).

Fonte: “Museu do Fado”

Fonte: “Câmara Municipal de Lisboa – Toponímia de Lisboa”

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Leiria”

 

Câmara Municipal de LeiriaAMÉLIA Pinto PAIS, Professora e Escritora, nasceu em Fornos de Algodres, a 05-10-1943, e faleceu em Leiria, a 26-05-2012. Licenciada em Filologia Românica, pela Universidade de Coimbra, estava aposentada da profissão de Professora do Ensino Secundário.

Desempenhou cargos de formação inicial de professores e de formação contínua no âmbito da Língua Portuguesa e da sua didáctica. Participou activamente muitas vezes com comunicações em diversos encontros e congressos sobre literatura, seu ensino, nomeadamente camonianos e pessoanos, organizados pelas universidades e outras associações ou escolas.

em Leiria, foi Professora e autora dos manuais escolares “Ler por Gosto”, “Ser em Português” e “Saber Português”. A língua portuguesa mereceu-lhe sempre muito do seu esforço e dedicação, tendo sido autora de diversas obras de caráter ensaístico sobre Camões, Fernando Pessoa, Gil Vicente e Padre António Vieira. Escreveu ainda a “História da Literatura em Portugal”, obra repartida em três volumes.

Escreveu obras de carácter ensaístico e de incidência didáctica, sobre Camões (PARA COMPREENDER OS LUSÍADAS – 1982; OS LUSÍADAS – edição escolar – texto, introdução e notas- 1987; EU CANTAREI DE AMOR—- POESIA LÍRICA DE LUÍS DE CAMÕES – 1988; OS LUSÍADAS EM PROSA -1995 ( adaptação juvenil), ENSINAR OS LUSÍADAS -1997; sobre Fernando Pessoa (PARA COMPREENDER FERNANDO PESSOA -1996) e Gil Vicente (AUTO DA BARCA DO INFERNO – ed. escolar). Foi autora ou co-autora dos manuais escolares LER POR GOSTO (antologias para os 10º,11º e 12ºanos e respectivo livro auxiliar) SER EM PORTUGUÊS (10º,11º e 12ºanos) e autora de SABER PORTUGUÊS .Em 2004 – 2005 publicou ainda uma HISTÓRIA DA LITERATURA EM PORTUGAL –UMA PERSPECTIVA DIDÁCTICA – EM 3 VOLUMES. Todos esses livros foram e continuam a ser editados pela Areal Editores, Porto.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Leiria (Jardim Amélia Pais).

Fonte: “Portal Entre Textos”

A Toponímia, um dos meus passatempos, é um assunto que sempre me interessou e preocupou e, continua a interessar e a preocupar, por isso no início deste deste Século resolvi escrever umas pequenas Normas Toponímicas”, que, em minha opinião ainda estão actuais.

 

Introdução

 

Este texto é o trabalho resultante da compilação de normas sobre Toponímia e Numeração Policial de diversas autarquias, foram adaptadas tanto quanto possível à realidade dos Correios. Pretendeu-se, sem haver um grande desvio das normas consultadas, encontrar um conjunto de normas coerentes e adaptadas aos interesses da distribuição de correio.

O presente normativo não pretende, de maneira alguma, impor limitações às autarquias na atribuição toponímica, a finalidade é apenas dar um pequeno contributo de forma a que o endereçamento postal seja mais eficaz e com menos erros e, por outro lado, visto a Toponímia também ter uma vertente cultural muito significativa, alargar a divulgação cultural de forma a que um maior número de individualidades passem a ser conhecidas do grande público.

Também neste caso se pode aplicar a famosa frase de Henry Ford sobre a cor dos carros que fabricava “as pessoas podem escolher a cor que quiserem desde que comprem preto”, neste caso podemos adaptar o mesmo princípio “as autarquias podem atribuir o nome que quiserem desde que não os repitam”.

Refira-se a título de curiosidade que, pelo menos na capital, e até 1801, a colocação de letreiros (placas) no início e no fim das Ruas, corria por conta da Administração Geral dos Correios, que despendia com a pintura «um conto de réis». A numeração das Ruas data da mesma altura, princípios do Século XIX, com pares e ímpares, esquerda e direita das Ruas a começar a Sul, este princípio partiu da iniciativa de José Diogo Mascarenhas Neto, que entre 1805 e 1810 desempenhou, com muito brilhantismo, o cargo de Superintendente das Calçadas e Correios. Mas este esforço dos Correios não foi suficiente, existindo muitas ruas em Lisboa sem letreiro e sem numeração, ou com a numeração e o nome que os moradores lhe queriam dar. Em 1807 os Correios editaram a «Regulamentação para o estabelecimento de pequena posta, caixas e portadores de Cartas De Lisboa», datado de 07 de Março. Esta regulamentação, embora insuficiente, vinha ajudar a clarificar a organização das moradas lisboetas. Só em meados do Século XIX é que a Câmara de Lisboa chamou a si, de forma sistemática, estes serviços, passando a numeração e identificação das ruas a ser da sua alçada.

Existindo ainda autarquias que não tendo um documento orientador para a atribuição de Toponímia e Numeração Policial este documento poderá servir-lhes de sugestão para a criação das suas próprias regras de trabalho.

 

Preâmbulo

 

Definindo-se etimologicamente como o estudo histórico ou linguístico da origem dos nomes próprios dos lugares, a Toponímia, para além do seu significado e importância como elemento de identificação, orientação, comunicação e localização dos imóveis urbanos e rústicos, é também, enquanto área de intervenção tradicional do Poder Local, reveladora da forma como os Municípios encaram o património cultural.

Os nomes das freguesias, localidades, lugares de morada e outros, reflectem-se, e deverão continuar a reflectir, os sentimentos e as personalidades das pessoas e memoriam valores, factos, figuras de relevo, épocas, usos e costumes, pelo que, traduzindo a memória das populações, deverão a escolha, atribuição e alteração dos topónimos rodear-se de particular cuidado e pautar-se por critérios de rigor, coerência e isenção.

A Toponímia, como ciência auxiliar da História, foi criada por dois eruditos franceses, d’Arbois de Jubainville e Longnon, que se dedica ao estudo da origem e etimologia dos nomes dos locais. É um dos ramos principais da onomástica, ciência que também abrange a antroponímia, ou estudo dos nomes das pessoas.

As origens dos Topónimos são variados, e levam à divisão convencional da Toponímia em sub-grupos, , sendo os mais importantes e conhecidos os seguintes:

  • Antrotoponímia, que trata dos topónimos derivados de nomes de pessoas;
  • Arqueotoponímia, que trata dos topónimos derivados de nomes de sentido      arqueológico;
  • Fitotoponímia, que trata dos topónimos derivados de nomes de plantas;
  • Geotoponímia, que trata dos topónimos derivados da orografia e da geologia;
  • Hagiotoponímia, que trata dos topónimos derivados do culto da Virgem e dos Santos;
  • Hidrotoponímia, que trata dos topónimos derivados de nomes de rios, lagos e fontes;
  • Zootoponímia, que trata dos topónimos de nomes de animais;

As designações toponímicas devem ser estáveis e pouco sensíveis às simples modificações de conjuntura, não devendo ser influenciada por critérios subjectivos ou factores de circunstância, embora possam reflectir alterações sociais importantes.

Nos tempos modernos que, basta pensar nos custos (em tempo e dinheiro) que advém da, aparentemente, simples actualização da morada de cada munícipe, para perceber que toda a problemática da toponímia deveria ser encarada com outras preocupações pelos responsáveis autárquicos.

Comissões de Toponímia Municipais

 

Todos os Municípios devem ter uma comissão de toponímia, composta por: um representante da Câmara Municipal, que presidirá, os presidentes das Juntas de Freguesia, um representante dos Bombeiros, um representante dos CTT e, um representante das forças vivas do Município, pessoa reconhecidamente idónea e respeitada no Município, que poderá ser coopectado pelos restantes elementos da Comissão, ou convidada pela Câmara, ouvida a Comissão.

Comissões de Toponímia Inter-Municipais ou Regionais

 

Além das Comissões de Toponímia Municipais, deveriam, também, ser criadas Comissões de âmbito inter-municipal (ou Regionais), mais restritas e que, poderiam pronunciar-se, nomeadamente, sobre as artérias pertencentes a um ou mais Municípios.

 

CAPÍTULO  I

Denominação de Vias Públicas

Atribuição e Alteração dos Topónimos

Delegação de Competências

Compete aos Municípios, ou em quem for delegada essa competência, por iniciativa própria, ou sob proposta de outras entidades, deliberar sobre toponímia.

Consulta às Juntas de Freguesia

A Câmara Municipal, previamente à discussão das propostas toponímicas, deverá  remetê-las às Juntas de Freguesia da respectiva área geográfica para efeito de parecer não vinculativo.

A consulta às Juntas de Freguesia será dispensada quando a origem da proposta seja de sua iniciativa.

As Juntas de Freguesia deverão pronunciar-se num prazo de 30 dias, findo o qual será considerada como aceite a proposta inicialmente formulada.

Atribuição de Topónimos

Não devem, sempre que possível, ser atribuídas iguais designações a vias, mesmo que estas se situem em diferentes freguesias do Município.

Embora sejam designações diferentes, deve evitar-se, sempre que possível, a atribuição a vias comunicantes, por exemplo: Avenida, Rua, e Travessa, todas com o mesmo nome.

Podem ser adoptados nomes de países, cidades ou outros locais nacionais ou estrangeiros, que por razões importantes se encontrem ligados à vida do Município.

Os estrangeirismos e (ou) palavras estrangeiras só serão admitidas quando a sua utilização se revelar absolutamente indispensável.

De cada deliberação deverá constar uma curta biografia ou descrição que justifique a atribuição do topónimo.

Designação Antroponímica

As designações antroponímicas serão atribuídas pela seguinte ordem de preferência:

a)- Individualidades de relevo local;

b)- Individualidades de relevo municipal;

c)- Individualidades de relevo regional;

d)- Individualidades de relevo nacional;

e)- Individualidades de relevo internacional ou universal.

Não devem ser atribuídas designações antroponímicas com o nome de pessoas vivas, salvo em casos extraordinários em que se reconheça que, por motivos excepcionais, esse tipo de homenagem e reconhecimento deva ser prestado durante a vida da pessoa e seja aceite pela própria.

Sem prejuízo do número anterior, os antropónimos não devem ser atribuídos antes de um ano a contar da data do falecimento, salvo em casos considerados excepcionais e aceites pela família.

CAPÍTULO  II

Atribuição de topónimos

Competência para Atribuição de Topónimos

Compete à  Câmara Municipal, por iniciativa própria ou sob proposta de outras entidades, ou pessoas, deliberar sobre a toponímia.

Audição das Juntas de Freguesia

A Câmara Municipal previamente à discussão das propostas toponímicas, deverá  remetê-las ás Juntas de Freguesia da respectiva área geográfica para efeito de parecer não vinculativo.

A consulta às Juntas de Freguesia será dispensada quando a origem da proposta seja da sua iniciativa.

As Juntas de Freguesia deverão pronunciar-se num prazo de 30 dias, findo o qual será considerada como aceite a proposta inicialmente formulada.

Sem Prejuízo do que atrás ficou dito, as Juntas de Freguesia deverão fornecer ao Serviço de Toponímia da Câmara Municipal, sempre que solicitada, uma lista de topónimos, por localidade, com a respectiva biografia ou descrição.

Critérios na Atribuição de Topónimos

A atribuição de topónimos deverá obedecer, em regra, aos seguintes critérios:

a)- os nomes das Avenidas e das Ruas, bem como dos restantes tipos de artérias, deverão evocar figuras ou realidades com expressão concelhia, nacional ou de dimensão internacional.

Temática Local

As novas urbanizações ou aglomerados urbanos devem, sempre que possível, obedecer à mesma temática toponímica.

Atribuição de Topónimos

No mesmo Município, mesmo em Freguesias diferentes, devem evitar-se, tanto quanto possível, a atribuição de nomes iguais.

Podem ser adoptados nomes de países, cidades ou outros locais nacionais ou estrangeiros, que por razões importantes se encontrem ligados à vida do Município.

Os estrangeirismos e (ou) palavras estrangeiras só serão admitidos quando a sua utilização se revelar absolutamente indispensável.

De cada deliberação deverá constar uma curta biografia ou descrição que justifique a atribuição do topónimo.

Nome de Placa

 

Nas placas toponímicas, por uma questão de facilitar a leitura e a escrita nunca devem

constar mais de três nomes, não contando com os artigos e (ou) as preposições. Quando os nomes das placas toponímicas são muito extensos a tendência natural é para a sua simplificação (abreviatura) ou omissão de algum dos nomes, tornando, por vezes, o endereço postal ainda mais confuso.

Exemplos:

Rua Vasconcelos Correia em vez de Rua António César Vasconcelos Correia

Avenida Salgueiro Maia em vez de Avenida Fernando Salgueiro Maia.

Rua Santana Lopes (quando muito Pedro Santana Lopes), em vez de Rua Pedro Miguel Santa Lopes.

Quando no mesmo Município, se pretenda homenagear duas ou mais figuras públicas que, embora diferentes, tenham nomes iguais, a primeira opção será sempre a não utilização destas personalidades, devido aos erros futuros no endereçamento postal, mas, se a situação já existir ou se a autarquia considerar a questão como um imperativo então, para minimizar os erros deve-se atender a outros atributos dos homenageados como, o título, a profissão ou outro que na altura for julgado útil.

Exemplo:

Rua César Oliveira

(Autor Teatral)

 

Rua Prof. César Oliveira

(Historiador)

 

Rua António Peixoto

(Empresário)

 

Rua Padre António Peixoto

 

Rua António de Andrade

(Cantor Lírico)

 

Rua Padre António Andrade

Alteração de Topónimos

As designações toponímicas actuais devem manter-se, salvo razões atendíveis.

A Câmara Municipal poderá proceder à alteração dos topónimos existentes, nos termos e condições do presente Regulamento e nos seguintes casos especiais:

a)-   Motivo de reconversão urbanística;

b)-  Existência de topónimos considerados inoportunos, iguais ou semelhantes, com reflexos negativos nos serviços públicos e nos interesses dos munícipes.

Sempre que se proceda à alteração dos topónimos poderá na respectiva placa toponímica manter-se uma referência, pelo menos durante um ano após a colocação da nova placa, à anterior designação.

Identificações Provisórias

 

Nos casos de novas denominações toponímicas, as artérias devem ser imediatamente identificadas, ainda que com estruturas provisórias, enquanto a identificação definitiva não puder ser colocada.

A aprovação de uma urbanização ou loteamento deve implicar a aprovação de topónimos e colocação de placas toponímicas

Placas Toponímicas

As placas toponímicas, devem conter, além do topónimo, uma legenda sucinta sobre o significado da mesma.

As placas toponímicas devem ser colocadas, sempre que possível, antes da via ter moradores, de forma a que os serviços públicos e os munícipes, não tenham que usar e divulgar moradas com topónimos provisórios.

As placas devem ser afixadas, pelo menos, nas esquinas dos arruamentos respectivos do lado esquerdo de quem nele entre pelos arruamentos de acesso e nos entroncamentos, na parede fronteira ao arruamento que entronca.

As placas suportadas por postes ou peanhas só deverão ser colocadas em passeios com largura igual ou superior a 1,5m.

Local de Afixação

Compete às Câmaras Municipais, ou às Juntas de Freguesia, se essa competência lhes for delegada, a execução e afixação das placas de toponímia, sendo expressamente vedado aos particulares, inquilinos ou outros, a sua afixação, deslocação, alteração os substituição.

As placas eventualmente afixadas em contravenção ao disposto no número anterior serão removidas sem mais formalidades pela entidade, com competência para tal, Câmara Municipal ou Junta de Freguesia.

Os proprietários dos imóveis em que devem ser colocadas as placas ficam obrigados a autorizar a sua afixação.

Conservação das Placas Toponímicas

As Juntas de Freguesia são responsáveis pelo bom estado de conservação e limpeza das placas toponímicas.

Responsabilidade por Danos

Os danos verificados nas placas são reparados pelas Juntas de Freguesia , por conta de quem os tiver causado, devendo o custo ser liquidado no prazo de 8 dias a contar da data da respectiva notificação.

Sempre que haja demolição de prédios ou alteração das fachadas dos mesmos, que implique retirada das placas, devem os titulares das respectivas licenças entregar aquelas para depósito na Junta de Freguesia respectiva, ficando, caso não o façam, responsáveis pelo seu desaparecimento ou deterioração.

É condição indispensável para autorização de quaisquer obras ou tapume a manutenção das indicações toponímicas existentes, ainda quando as respectivas placas tenham de ser retiradas.

Numeração de Polícia

Tipos de Numeração

Existem dois tipos de numeração com aceitação nacional:

O chamado método convencional, que corresponde ao processo de a numeração, nas artérias, ser iniciado em 1, 3, 5, etc., para os ímpares e de 2, 4, 6, etc., para os pares; e o método de numeração métrica, em que o número de cada prédio corresponderá ao número de metros a que a porta principal do prédio fica distanciada do princípio do cruzamento, mas mantendo-se o princípio dos números ímpares do lado esquerdo e os pares do lado direito.

A numeração de polícia dever ser da exclusiva competência da Câmara Municipal e deverá abranger apenas os vãos de portas confinantes com a via pública que dêem acesso a prédios urbanos ou respectivos logradouros.

Atribuição de Número

A cada prédio e por cada arruamento será atribuído um só número de polícia.

Quando o prédio tenha mais que uma porta para o arruamento, todos os demais, além do que tem a designação de número de polícia, são numerados com o mesmo número acrescido de letras, seguindo a ordem alfabética.

Nos arruamentos com construções e terrenos susceptíveis de construção ou reconstrução são reservados números aos respectivos lotes, prevendo-se um número por cada 15 metros da frente do terreno.

Regras para a Numeração

A numeração  dos prédios novos ou actuais arruamentos deverá obedecer às seguintes regras:

a)-  Nos arruamentos com direcção Norte-Sul ou aproximado, a numeração começará  de Sul para Norte.

b)-  Nos arruamentos com direcção Este-Oeste ou aproximado, a numeração começará  de Este para Oeste.

c)-  As portas ou portões dos edifícios serão numerados a partir do início de cada artéria, sendo atribuídos números pares aos que se situem à direita de quem segue para Norte ou Oeste e números ímpares aos que seguem à esquerda.

d)-  Nos Largos e Praças, a numeração será designada pela série de números inteiros sequenciais, contando no sentido dos ponteiros do relógio a partir da entrada no local.

e)-  Nas portas e portões de gaveto a numeração será a que lhes competir no arruamento mais importante ou, quando os arruamentos forem de igual importância, no que for designado pelos serviços municipais competentes para o efeito.

Quando no mesmo arruamento existam habitações legais e não legais, a atribuição da numeração deverá processar-se como se todas fossem legais.

A numeração poderá não obedecer aos critérios definidos nos números anteriores, em casos em que o cálculo dos lotes para construção ainda não seja possível.

Quando numa artéria, por razões de urbanização ou outras, já for conhecido o seu fim, mas ainda não se conheça o seu início, a numeração, mesmo assim, deve ser atribuída, considerando o seu início o lado que já estiver definido e, nestes casos, seguir os mesmos critérios para a atribuição de números de polícia que estiver definida na Câmara Municipal.

Atribuição de Números de Polícia a Construções

Logo que na construção de um prédio se encontrem definidas as portas confinantes com a via pública ou, em virtude de obras posteriores, se verifique a abertura de novos vãos de porta ou supressão dos existentes, a Câmara Municipal designará os respectivos números de polícia e intimará a sua aposição por notificação na folha de fiscalização da obra.

Quando não seja possível a atribuição imediata da numeração de polícia esta será dada posteriormente a requerimento dos interessados ou, oficiosamente pelos serviços competentes que intimarão a respectiva aposição.

A numeração de polícia dos prédios construídos por entidades não sujeitas a licenciamento municipal, será atribuída, a solicitação destas ou oficiosamente, pelos serviços municipais.

A numeração atribuída e a efectiva aposição devem ser expressamente mencionados no auto de vistoria final, constituindo condição indispensável para a concessão da licença de habitação ou ocupação do prédio.

No caso previsto no número dois deste artigo a licença pode ser concedida, devendo mencionar-se no auto de vistoria final a causa da impossibilidade de atribuição dos números de polícia.

Os proprietários dos prédios a que tenha sido atribuída ou alterada a numeração de polícia, devem colocar os respectivos números no prazo de 30 dias, contados da data da intimação.

É obrigatória a conservação da tabuleta com o número de obra até á colocação dos números de polícia atribuídos.

Características Gráficas dos Números de Polícia

As características gráficas dos números de polícia deverão obedecer a modelos previamente definidos e aprovados pela Câmara Municipal.

Os números da numeração predial, não poderão ter menos de 0,10 m, nem mais de 0,15 m, e serão de relevo sobre placas, ou de metal recortado, ou ainda pintados sobre as bandeiras das portas, quando estas sejam em vidro.

Colocação dos Números de Polícia

A colocação dos números de polícia é da responsabilidade do construtor/proprietário.

Os números de polícia deverão ser colocados no centro das vergas ou das bandeiras das portas ou, quando estes não existam, na primeira ombreira seguindo a ordem de numeração.

Conservação dos Números de Polícia

Os proprietários dos prédios são responsáveis pelo bom estado de conservação e limpeza dos números respectivos, não podendo colocar, retirar ou alterar a numeração de polícia sem prévia autorização.

Registos Toponímicos

Compete à  Câmara Municipal registar toda a informação toponímica existente e comunicá-la às entidades e serviços interessados.

Os serviços municipais competentes deverão constituir ficheiros e registos toponímicos referentes ao Município, onde constarão os antecedentes históricos, biográficos ou outros, relativos aos nomes atribuídos às vias públicas.

Plantas Toponímicas

A Câmara Municipal promoverá a elaboração e edição de plantas toponímicas respeitantes aos principais centros urbanos.

As lacunas, dúvidas interpretativas ou, omissões suscitadas na aplicação das normas em vigor, serão preenchidas ou resolvidas, em diálogo com os serviços competentes da Câmara Municipal.

CAPÍTULO III

Divulgação

 

A Câmara Municipal deverá publicar em Edital as suas deliberações relativas à  toponímia.

O Edital deverá  ser afixado nos locais habituais, no jornal local de maior expansão e (ou) em vários se os houver e, existirem dúvidas quanto ao de maior expressão e enviado aos organismos oficiais, tais como. Bombeiros, CTT- Correios de Portugal a nível local e a nível dos Serviços Centrais , empresas fornecedoras de electricidade, transportes públicos, água, telecomunicações, Repartição de Finanças, Conservatórias, PSP e ou GNR, e outras, às quais se demonstre ser do interesse público.

A Câmara Municipal efectuará os registos necessários para o bom funcionamento dos seus serviços, designadamente:

Um ficheiro toponímico onde deverão constar, dentro do possível, os seguintes elementos: situação, início e fim da via;

Antecedentes históricos, biográficos ou outros referentes aos topónimos;

Elaboração de plantas à escala convenientes com todas as designações toponímicas.

 

ANEXO I

 

Para efeitos das presentes normas a denominação das vias e espaços públicos do município deverão atender, sempre que possível, às seguintes classificações:

Alameda

Via de circulação animada, fazendo parte de uma estrutura verde de carácter público onde se localizam importantes funções de estar, recreio e lazer. É uma tipologia urbana que, devido ao seu traçado uniforme, à sua grande extensão e ao seu perfil franco, se destaca da malha urbana onde se insere, sendo muitas vezes um dos seus principais elementos estruturantes.

Necessariamente elementos nobres do território, as Alamedas combinam equilibradamente duas funções distintas: são a ligação axial de centralidades, através de um espaço dinâmico mas autónomo, com importantes funções de estadia, recreio e lazer.

Avenida

Avenida, via, com extensão igual ou superior a 500 metros e, pelo menos, com 10 metros de largura, quando se revestirem de natureza mais rural, serão consideradas Estradas.

O mesmo que Alameda mas com menor destaque para a estrutura verde, ainda que a contenha. O traçado é uniforme, a sua extensão e perfil francos ainda que menores que os da Alameda).

Hierarquicamente imediatamente inferior à Alameda, a Avenida poderá reunir maior número e (ou) diversidade de funções urbanas que esta, tais como comércio e serviços, em detrimento de estadia recreio e lazer.

Poder-se-à  dizer que se trata de uma via de circulação mais urbana que a Alameda, em que até o nome remete para um espaço mais bucólico.

Azinhaga

Caminho de largura quando muito de um carro, aberto entre valados ou muros altos.

Tipologia urbana geralmente associada a meios urbanos consolidados, de estrutura orgânica e grande densidade de ocupação do solo.

Beco

Artéria estreita e curta geralmente sem saída.

Calçada

Caminho ou Rua empedrada geralmente muito inclinada.

Caminho

Faixa de terreno que conduz de uma a outro lado, geralmente não pavimentado, podendo o seu traçado ser sinuoso e o seu perfil exíguo.

Geralmente associado a meios rurais ou pouco urbanos poderá não ser ladeado nem dar acesso a ocupações urbanas.

Jardim

Espaço verde urbano, com funções de recreio e estar das populações residentes nas imediações, e cujo acesso é predominantemente pedonal. Integra geralmente uma estrutura verde mais vasta que enquadra a estrutura urbana.

Ladeira

Caminho ou Rua muito inclinada.

Largo

Terreiro ou Praça sem forma definida nem rigor de desenho urbano, ou que, apesar de possuir estas características, não constitui centralidade, não reunindo por vezes funções além da habitação.

Os Largos são muitas vezes espaços residuais resultantes do encontro de várias malhas urbanas diferentes, de forma irregular, e que não se assumem como elementos estruturantes do território.

Parque

Espaço verde público, de grande dimensão, destinado ao uso indiferenciado da população residente no núcleo urbano que serve. Espaço informal com funções de recreio e lazer, eventualmente vedado e preferencialmente fazendo uma estrutura verde mais vasta.

Praça

Espaço público largo e espaçoso de forma regular e desenho urbano estudado normalmente por edifícios.

Em regra as Praças constituem lugares centrais, reunindo funções de carácter público, comércio e serviços. Apresentam geralmente extensas áreas livres pavimentadas e ou arborizadas.

Praceta

Espaço público geralmente com origem num alargamento de via ou resultante de um impasse. Geralmente associado à função habitar, podendo também reunir funções de outra ordem.

Rotunda

Praça ou Largo de forma circular, geralmente devido à tipologia da sua estrutura viária – rotunda.

Espaço de articulação das várias estruturas viárias de um lugar, muitas vezes de valor hierárquico diferente, que não apresenta ocupação urbana na sua envolvente imediata.

Sempre que reúne funções urbanas e se assume como elemento estruturante do território, toma o nome de Praça ou Largo.

As vias ou espaços públicos não contemplados nos conceitos anteriores serão classificados, pela Câmara Municipal, de harmonia com a sua configuração ou área.

Rua

Rua, vias normalmente de sentido principal, com uma extensão inferior a 500 metros de comprimento.

Via de circulação pedonal e ou viária, ladeada por edifícios quando em meio urbano.

Poderá  ou não apresentar uma estrutura verde, o seu traçado poderá  não ser uniforme bem como o seu perfil e poderá incluir no seu percurso outros elementos urbanos de outra ordem- Praças, Largos, etc., sem que tal comprometa a sua identidade.

Hierarquicamente imediatamente inferior à Avenida, poderá reunir diversas funções ou apenas contemplar uma delas.

Travessa

Travessa, via, normalmente, de sentido transversal, com uma extensão inferior a 50 metros.

Artéria, geralmente, estreita que estabelece um elo de ligação entre duas ou mais vias urbanas.

Vereda

 

Espaço público, geralmente, muito estreito e só de acesso pedonal.

Viela

 

Artéria, geralmente, estreita e sinuosa, que estabelece a ligação entre duas ou mais vias urbanas.

 

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Lamego”

 

Câmara Municipal de LamegoLOURENÇO CHAVES DE ALMEIDA, Artesão e Militar, nasceu na Freguesia de Almacave (Lamego), a 27-04-1876, e faleceu em Coimbra, a 15-12-1952. Foi um dos mais célebres artistas do ferro forjado, tendo deixado excelentes obras em Coimbra, e por várias outras localidades.

Tendo sido militar de carreira, assentou praça em Vila Real, no Regimento de Infantaria 13, em 02 de Novembro de 1896, (Sargento Artífice) foi louvado pelo brio com que exerceu as suas funções, foi mobilizado para integrar o Corpo Expedicionário Português (C.E.P.), em 1917-1918.

Mesmo em campanha, em França, nunca se desligou da arte do ferro, pelo que produziu ali, utilizando metal das munições, peças que, pela sua sensibilidade artística do seu autor, surpreendiam superiores e colegas.

Foi estimado e contactou com parte da elite intelectual e política do seu tempo, desde, por exemplo, António Augusto Gonçalves, Quim Martins, Afonso Lopes Vieira e Veva de Lima, a Belisário Pimenta, Bissaia Barreto e Marechal Gomes da Costa. De entre as suas numerosas obras destacam-se o Lampadário/Chama da Pátria (Mosteiro da Batalha), o Lectus Pompeiano (Veva de Lima), o Relicário (Afonso Lopes Vieira) e o lustre da Câmara Municipal de Coimbra. Nas exposições dos seus trabalhos (Coimbra, Lisboa e outras cidades), obteve sempre grande sucesso, como provam os elogios então publicados pela imprensa. É ainda de relevar o seu gosto pela investigação e pela escrita.

Com efeito, além de outros estudos publicados (sobre João de Ruão e a biografia do Santo Heitorzinho do Loureiro), foi o que dedicou aos Túmulos de Alcobaça, de D. Pedro e D. Inês, que mais repercussão teve.

O seu nome faz parte da Toponímia da Cidade de: Coimbra (Rua Lourenço de Almeida Chaves); Lamego (Rua Lourenço de Almeida Chaves)

Fonte: “Site da Câmara Municipal de Coimbra”

Fonte: “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 02, Pág. 58)

Faleceu no passado dia 23, a Professora e Pianista Helena Matos. Aqui fica um pouco do muito que fez pela Música.

 

 

 

Helena Matos2Maria HELENA Leite de MATOS da Silva, Professora e Pianista, natural de Lisboa, nasceu em 1919 e faleceu a 23-07-2019. Distinguida com a Medalha de Mérito Cultural do Ministério da Cultura, em 2017, Helena Matos destacou-se em concerto, no País e no estrangeiro, tendo actuado com diferentes gerações de grandes intérpretes, como os violinistas Jack Glattzer, Christa Rupper e Leonor Prado, entre outros músicos.

Helena MatosMaria Helena Leite de Matos da Silva entrou no Conservatório Nacional, com 11 anos de idade, no início da década de 1930, quando a direcção musical da Escola se encontrava ainda em Vianna da Motta, e iniciou pouco depois uma carreira de concerto que somou mais de sete décadas e se estendeu por todo o País e pelo estrangeiro.

Na Escola de Música do Conservatório Nacional, em Lisboa, onde lecionou durante toda a carreira, manteve-se como referência de Músicos como os Pianistas Jorge Moyano e Adriano Jordão, e de Musicólogos como Manuela Toscano e Rui Vieira Nery, que se contam entre os seus muitos alunos.

Fez parte de Júris de Música e trabalhou com formações como a Orquestra Gulbenkian e as antigas Orquestras do Teatro Nacional de São Carlos e da Radiodifusão Portuguesa.

Actuou com intérpretes como os Violinistas Vasco Barbosa e Lídia de Carvalho, com a Violoncelista Madalena Sá e Costa, assim como com o Tenor Fernando Serafim, com quem gravou o seu derradeiro álbum, “Entrega”, publicado em 2017.

Helena Matos distinguiu-se em particular na interpretação dos repertórios romântico e do Século XX, a que deu atenção particular, incluindo obras de Compositores como Anton Webern e Sergei Profokiev nos seus recitais, e também na divulgação da música erudita portuguesa, com composições de criadores como Armando José Fernandes, Fernando Lopes-Graça e Filipe Pires, de quem estreou “Seis Epígrafes”, ciclo de canções sobre poemas de Natália Correia, que levou a várias salas do país, com a meio-soprano Dulce Cabrita.

Foi distinguida em 1948, com um Prémio Nacional de Interpretação, recebeu igualmente o Prémio da Juventude Musical do Porto, em 1954, e o Prémio Luiz Costa, de homenagem ao compositor, em 1962.

Em 2017, o Ministério da Cultura atribuiu-lhe a Medalha de Mérito Cultural, por reconhecimento da sua carreira como intérprete e pedagoga.

Fonte: “Jornal Observador”

Fonte: “Direcção Regional de Cultura do Algarve”

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município das Lajes do Pico”

 

Câmara Municipal de Lajes do PicoFrancisco Soares de LACERDA MACHADO, Militar, nasceu nas Lajes do Pico (Ilha do Pico, Açores), a 29-01-1870, e faleceu em Lisboa, a 26-08-1955. Era filho de Francisco Nuno de Lacerda e Melo e de D. Jacinta Machado Soares. Casou com D. Octávia Elvira de Sousa Soares, de quem teve um filho.

Assentou praça no Regimento de Caçadores nº 10, em 12 de Outubro de 1887, onde foi Aspirante-a-Oficial, até à sua promoção a Alferes para o Regimento de Infantaria nº 4, em 30 de Junho de 1893, após ter concluído o Curso desta Arma na Escola do Exército.

Ascendeu a Tenente, para o Regimento nº 11 da mesma Arma, em 03 de Janeiro de 1898 e, a 06 de Setembro foi transferido, para o Regimento de Infantaria nº 3, no qual, exerceu o lugar de Professor do 2º Curso da Escola Regimental, de 01 de Julho de 1903 a 30 de Março de 1905.

Subiu a Capitão e foi nomeado Director da mesma Escola, em 16 de Maio de 1907, tendo ocupado este cargo até 02 de Junho do ano seguinte. De 23 de Agosto de 1911 a 31 de Junho do ano seguinte, permaneceu, como Ajudante, transitando, em 31 de Dezembro, para o Estado-Maior de Infantaria, sendo, na mesma data, nomeado responsável pela Instrução Militar Preparatória do Distrito da Horta.

Em 1913, fez parte da Escola de Repetição no Regimento de Infantaria nº 25 e,  no ano seguinte, da Escola de Recrutas no mesmo Regimento.

Foi promovido a Major, para o 1º Batalhão do Regimento de Infantaria nº 22, em 10 de Outubro de 1914 e, a Tenente-Coronel. Para o Estado-Maior da Arma, em 27 de Agosto de 1917, colocado a seguir no Regimento de Infantaria nº 22. Em 28 de Fevereiro do ano seguinte, foi nomeado Comandante interino do mesmo Regimento, passando a 2º Comandante, em 30 de Abril e, de novo, a Comandante interino, em 29 de Março de 1919.

Permanecendo no Regimento de Infantaria nº 22, foi promovido a Coronel e nomeado Comandante do mesmo, em 18 de Setembro de 1920, assumindo o comando do Batalhão de Caçadores nº 1, em 23 de Outubro de 1926.

Em 30 de Maio de 1929, foi promovido a Brigadeiro e, em 06 de Janeiro de 1932, promovido a General e assumiu o comando da 3ª Região Militar.

A partir de 24 de Outubro de 1935, fez parte do Conselho Superior do Exército, passando à reserva, por limite de idade, em 15 de Fevereiro de 1937. Nesta situação, foi nomeado, no mês seguinte, Vogal do Conselho Superior de Disciplina Militar e, em 19 de Julho de 1939, do Conselho de Recursos, que deixou por ter sido colocado na situação de reforma, em 29 de Janeiro do ano seguinte.

Da sua folha de matrícula constam três louvores, que lhe foram atribuídos pelo seu contributo no 12º aniversário da proclamação da República, pela sua investigação e publicação no IX Volume da Colecção de Estudos Nacionais, de um estudo sobre a História Militar Portuguesa, de 1785 a 1845 e pela dedicação e zelo, manifestados no desempenho do cargo de Comandante da 3ª Região Militar.

Foi agraciado com os títulos de Correspondente e Vogal da Academia de Ciências de Portugal e com os graus de Comendador da Ordem Militar de Santiago da Espada, Grã-Cruz e Grande Oficial da Ordem Militar de São Bento de Avis, Grã-Cruz e Grande Oficial da Ordem Militar de Cristo e condecorado com as Medalhas Militares de Ouro e de Prata da Classe de Comportamento Exemplar, Cruz Vermelha de Mérito da Sociedade Portuguesa da Cruz Vermelha.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Lajes do Pico (Largo General Francisco Soares Lacerda Machado).

Fonte: “Os Generais do Exército Português”, (Coordenação do Coronel António José Pereira da Costa, III Volume, I Tomo, Biblioteca do Exército, Lisboa, 2008, Pág. 341 e 342).

Fonte: “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 14, Pág. 513