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“Pessoas Vinculadas aos CTT”

AMÁLIA AUGUSTA da Anunciação Marques Ferreira das Neves, Funcionária dos CTT, nasceu em Portalegre, a 18-02-1939, e faleceu em Lisboa, a 09-09-2011. Chefe da Estação dos CTT, em Portalegre. Era filha de Maria da Anunciação Marques e de José Marques. Casou a 3 de Janeiro de 1953 com João Ferreira das Neves, tendo tido duas filhas – Maria Filomena Fernandes Ferreira das Neves e Maria Fernanda da Anunciação Marques Ferreira das Neves. Fez o seu percurso escolar na Cidade que a viu nascer tendo ingressado na Escola Industrial e Comercial de Portalegre onde fez a sua formação no âmbito do curso de Técnicos Administrativos.

Ainda criança, o seu fascínio pelo mundo das telecomunicações, inspirava as suas brincadeiras determinando pois, a sua escolha profissional. Aos dezoito anos, integrou o primeiro concurso dos vários que, ao longo da sua carreira, foi fazendo, promovido pelos então Correios de Portugal, sendo admitida e iniciando assim funções, as quais desempenhou nas Estações de Nisa, Crato e Portalegre.

Inteligente, determinada e muito dinâmica, cedo se impôs, num ambiente predominantemente masculino, tendo exercido primeiro as funções de Exactora e, posteriormente, de Chefe da Estação, função que desempenhou até ter obtido a aposentação em 1986.

Inaugurou em 1974, a nova Estação dos CTT. Reta, obstinada, mulher de consensos e de uma grande generosidade, sempre soube ouvir, aconselhar, ajudar, gerir conflitos, liderar funcionários independentemente do seu género. Muito querida e estimada quer por colegas, quer por subalternos, era carinhosamente tratada por “Madrinha”, revelando-se aberta ao diálogo, disponível e atenta às necessidades e a opiniões diferentes das suas. Sociável e naturalmente bem-disposta, procurava uma proximidade com o público em geral a quem ouvia e prestava esclarecimentos.

Fonte: “Caras de Portalegre”

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Marvão”

MANUEL MAGRO MACHADO, Médico, nasceu na Freguesia de Santa Margarida (Marvão), a 02-04-1913, e faleceu em Santo António das Areias (Marvão), a 23-12-2005. Formou-se em Medicina na Universidade de Coimbra em 1941. No ano de 1942 fixou residência em Santo António das Areias. Ao longo da sua vida ocupou vários cargos políticos, entre os quais o de Presidente da Câmara Municipal de Marvão, Delegado de Saúde, Presidente da Casa do Povo e Grémio da Lavoura locais, Provedor e Vice-Presidente da Santa Casa da Misericórdia de Marvão durante 40 anos. Foi o fundador e director ca Caixa Agrícola do Concelho. Foi um homem sempre atento aos problemas e às necessidades do seu concelho. Durante muitas décdas o Doutor Manuel Machado foi o único médico de toda a gente das vilas e muitas aldeias e dos lugares do Concelho de Marvão. Sempre sem horários, sem feriados, um João Semana no verdadeiro sentido da palavra. Foi Médico da Misericórdia e dava consultas em Santo António, nos Galegos, nos Barretos e na Beirã.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Marvão (Freguesia de Santo António das Areias – Avenida Doutor Manuel Magro Machado).

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município da Marinha Grande”

FLANKLIN HENRIQUES DA CUNHA, Padre, nasceu no Sobra, Freguesia da Barreira (Leiria), a 13-03-1922, e faleceu em Vieira de Leiria (Marinha Grande), a 20-08-1974. Era filho de Acácio da Cunha e de Maria da Purificação Henriques. Entrou para o Seminário Diocesano de Leiria no ano de 1933 e foi ordenado padre em 1944.

Começou na sua terra natal e depois foi pároco de Pataias, para onde foi no dia 19 de Janeiro de 1945 e onde se manteve durante dezoito anos, até ao ano de 1963. Antes de ir para Vieira de Leiria, foi nomeado Capelão das Forças Armadas em África. Por todos os lugares por onde passou deixou obra feita. A comprová-lo estão as homenagens que ps paroquianos lhe foram prestando, como aconteceu na Freguesia de Pataias, onde lhe fizeram uma estátua de corpo inteiro e na de Vieira de Leiria, onde lhe deram o nome à Escola Preparatória e lhe ergueram um busto que está no adro da Igreja.

O Padre Franklin foi o grande responsável pela criação das boas condições para os vários níveis de ensino em Vieira de Leiria. A ele se deve a origem do primeiro Jardim de Infância, em 1968, assim como a criação do ensino Preparatório e Secundário. Para isso apoiou o Ciclo Preparatório TV (Telescola) e criou as condições para o Cliclo Preparatório directo e o então ensino Secundário até ao 5º Ano dos Liceus.

A ele se deve, também, a restauração da Igreja Paroquial de Vieira de Leiria, no ano de 1967. Também foi o responsável pela construção da Capela da Praia de Vieira de Leiria, que tem a particularidade de ser toda construída com madeira do Pinhal de Leiria.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Alcobaça (Freguesia de Pataias – Avenida Padre Franklin Henriques da Cunha); Marinha Grande (Freguesia de Vieira de Leiria – Rua e Travessa Padre Franklin).

Fonte: “Câmara Municipal da Marinha Grande”

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Marco de Canaveses”

AVELINO VIEIRA ALVES, Padre, nasceu na Freguesia de Lufrei (Amarante), a 20-08-1923, e faleceu na Casa Sacerdotal do Porto, a 25-06-2020. O Padre Avelino ingressou na Congregação dos Missionários do Espírito Santo em Viana do Castelo, tendo passado por vários seminários até concluir a sua formação na Universidade Gregoriana de Roma, que frequentou durante dois anos; ordenado Sacerdote em 19 de Maio de 1951, começou por lhe ser confiada a formação dos futuros espiritanos em Viana do Castelo, leccionando na área da Filosofia; mais tarde, partiu para Cabo Verde; a seu tempo, pediu a incardinação na Diocese do Porto.

Uma vez aceite no presbitério diocesano, trabalhou em Anta (Espinho) e em Lomba (Gondomar). Na década de 70, veio trabalhar para a agora extinta Vigararia da Livração, onde foi Pároco de Ataíde (1975-2014), Oliveira (1975-2014), Banho (1979-2002) e Real (1994-1995). Deixou a paroquialidade em 2014, tendo-lhe sido concedida a possibilidade de continuar a residir na casa paroquial de Ataíde durante algum tempo.

Finalmente, nos últimos dias de 2019, depois de algumas crises assinaláveis de saúde, o Padre Avelino ingressou na comunidade da Casa Sacerdotal, onde foi devidamente acompanhado, o que lhe permitiu alguma recuperação e paliou algum do seu sofrimento. A segunda característica do Padre Avelino – um «homem popular» – tem que ver com o seu estilo de pastor, próximo das pessoas e envolvido nos movimentos e instituições das terras por onde passou. A presença de muitos amigos das paróquias onde serviu foi um sinal «bonito» desta sua «popularidade».

O seu nome faz parte da Toponímia de: Marco de Canaveses (Freguesia de Banho e Carvalhosa – Rua Padre Avelino Vieira Alves)

Fonte: “Paróquias do Vale do Odres”

“Pessoas Vinculadas aos CTT”

JOSÉ DIAS FERREIRA, Funcionário dos CTT, e Escritor, natural de Lisboa, nasceu a 14-03-1887 e faleceu em data que não consegui apurar. Chefe de Divisão e de Repartição da Administração Geral dos Correios, Telégrafos e Telefones, e Comandante Honorário dos Bombeiros Voluntários de Lisboa. Admitido nos CTT, em 1904, como Praticante, aposentou-se em 1944, como Chefe de Repartição. Foi Comandante dos Bombeiros Voluntários de Lisboa; Oficial da Ordem Militar de Cristo; e tinha as Medalhas de Prata de Bons Serviços no Exército, com Palma; Medalha Comemorativa das Campanhas do Exército Português, em França, 1916-1918; Medalha de D. Maria II, do Mérito, Filantropia e Generosidade.

Habilitado com o Curso da Escola Rodrigues Sampaio, com o 3º ano do Curso dos Liceus e com o Curso da Escola dos Correios e Telégrafos, entrou ao serviço, como praticante dos Correios e Telégrafos em 12-08-1904; foi promovido, por distinção, a 2º Oficial, por Decreto de 09-12-1910.

Recebeu vários louvores, em Portarias e Ordens de Serviço pela sua actuação como Chefe dos Serviços do Distrito de Vila Real, onde esteve de 23-09-1918 a Março de 1927.

Foi Tenente equiparado do CEP (Corpo Expedicionário Português), em França, na Guerra de 1914-1918, e foi Inspector dos Incêndios de Vila Real, desde 28-08-1920 até 21-03-1927.

Recebeu as Medalhas: de Prata de Bons Serviços, com Palma; do Exército Português, por Serviços Distintos, prestados no CEP, em França; a Medalha de Prata Comemorativa das Campanhas do Exército Português (França); a Medalha da Vitória; a Medalha de Prata de D. Maria II, concedida ao Mérito, Filantropia e Generosidade, por Serviços prestados com risco de vida na Revolução de 14-05-1915; Oficialato da Ordem Militar de Cristo, por serviços prestados à Nação; Medalha de Ouro dos Bombeiros Voluntários de Lisboa, por mais de 25 anos de serviço e por serviços distintos e actos de abnegação e a do Reconhecimento.

Recebeu uma Medalha, também de reconhecimento, da Câmara Municipal de Tomar; e a Medalha de Honra, da Fédération Nationale des Sapeurs Pompiers de França, da qual foi membro de honra.

Fundou em 1914, e dirigiu até 1917 o trissemanário O Incêndio, órgão defensor dos interesses dos Bombeiros de Portugal.

Publicou uma Monografia, com o título Os Bombeiros Voluntários de Lisboa, no 57º aniversário da sua fundação, em 1943; colaborou no Boletim da Liga dos Bombeiros Portugueses, que fundou em 1930; na Defesa Nacional e no Primeiro de Janeiro, do Porto, e em vária imprensa regionalista e profissional.

Foi sócio fundador da Liga dos Bombeiros Portugueses e seu Secretário-Geral até 1938; sócio da Associação dos Bombeiros Voluntários de Lisboa, desde 04-12-1909, Comandando a referida corporação desde 29-04-1936, e sendo seu Comandante Honorário em 1944.

Por Portaria do Ministério do Interior de 15-11-1935 foi nomeado para fazer parte da Comissão encarregada de estudar e propor ao Governo as bases para a regulamentação do serviço de incêndios no País.

Tomou parte nos Congressos da Liga dos Bombeiros Portugueses, no Estoril, em 1930; Setúbal, em 1931; Covilhã, em 1932; Tomar, em 1932; Espinho, em 1936; Santarém, em 1938 e Portalegre, em 1940; e no Congresso Internacional do Comité Consultatif Internazionale de Radiodifusion, no Estoril.

Foi Chefe do Gabinete e Secretário do Engenheiro António Maria da Silva, quando este exerceu os cargos de Administrador Geral dos Correios, Telégrafos e Telefones e de Ministro do Fomento, do Comércio e Comunicações e do Trabalho e Previdência Social (1911 a 1917).

Escreveu para o Teatro as seguintes peças: Pressurrexit, em 1 acto, com música de Lindorfe Navarro, representada no Teatro Taborda, de Lisboa, em 1908; Pra Cá do Marão, revista de costumes locais, representada pela primeira vez no Teatro-Circo de Vila Real, em 16-05-1925, em colaboração com o Tenente-Coronel José Maria Cabral de Sampaio, com música de A. Saldanha.

Obras principais: O Incêndio (órgão defensor dos interesses dos Bombeiros do País, de que foi Director e Colaborador. Publicou-se de 1914 a 1917); Cópias da Revista “P’ra Cá do Marão”, (Vila Real, 1925); Apontamentos para a Elaboração e Conferência de olhas de Vencimento (Lisboa, 1939); Os Bombeiros de Lisboa no 75º Aniversário da Sua Fundação (18 de Outubro de 1943, Monografia comemorativa, Lisboa, 1943); Resurexit (Peça em 1 acto, com música de Lindolfo Navarro, também Funcionário dos CTT, levada à cena no Teatro Taborda, em 1908); P’ra Cá do Marão (Revista de costumes locais em prólogo, 3 actos e um quadro apoteose, em colaboração com Cabral Sampaio, representada pela primeira vez no Teatro-Circo, de Vila Real, em 16 de Maio de 1925, em benefício do cofre da Liga dos Combatentes da Grande Guerra).

Fonte. “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 11, Pág. 172)

Fonte: “Catálogo Do Que Escreveram Funcionários dos Correios, Telégrafos e Telefones” (Notas Bio-Bibliográficas Coligidas por Godofredo Ferreira; Chefe de Repartição da Administração-Geral dos C.T.T.; Edição dos Serviços Culturais dos C.T.T, Editado em 1955, Pág. 61 e 62)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Manteigas”

ANTÓNIO TARRINHA, Padre, nasceu em Meimoa (Penamacor), a 05-01-1913, e faleceu em Manteigas, a 02-06-2004. Era filho de José Tarrinha e de Aurora de Jesus Soares. Entrou no Seminário em 8 de Outubro de 1927, com 14 anos. Recebeu a ordenação sacerdotal em 19 de Fevereiro de 1937, terminando o curso teológico em 28 de Junho de 1937.

Presidiu a várias Paróquias, antes de vir para Manteigas. Foram-lhe passadas, cartas de Pároco para: Torroselo, Folhadosa e Várzea em 16-06-1937; Torroselo, Várzea e Vila Cova em Outubro de 1938; Vale de Azares e Cadafaz em 24-10-1941 e para São Pedro de Manteigas em 22-12-1952.

Criou a “SOPA DOS POBRES” com que na década de 50 (período de grave crise económica em Manteigas) matou a fome, diariamente, a muitas dezenas de crianças; Fundou em 1953, o Externato de Nossa Senhora de Fátima de Manteigas, de que foi Director e proprietário até 1994, onde fizeram exame do 5º ano (hoje 9º ano) cerca de 1500 alunos, alguns dos quais, depois enveredaram para cursos superiores e que hoje servem o país como Magistrados, Professores Catedráticos, Médicos, Engenheiros, Professores Liceais, Professores Primários, Oficiais das Forças Armadas, Enfermeiros, etc.; Outros, menos vocacionados para o estudo, são dignos bancários, gerentes comerciais ou funcionários públicos; Instituiu um lar para estudantes de filhos de emigrantes e outros proporcionando, assim, aos Pais dos mesmos, descanso e tranquilidade, pois sabiam que aos filhos nada faltava e que eram acompanhados na sua conduta estudantil, ética, moral e cívica; Fundou a Escola – Oficina de São José Operário, com a finalidade dupla de formar carpinteiros e marceneiros e de angariar fundos para as obras atrás referidas.

Criou, anexada à serração, uma carpintaria mecânica; Instalou, no Centro Paroquial, um sector de confecção de malhas, onde se preparavam jovens para ingresso futuro na Sotave e de onde provinham alguns fundos; Contribuiu, decisivamente, para que fossem edificadas pelos Manteiguenses Senhores: Comendador Francisco Esteves Gaspar de Carvalho, Comendador Joaquim Rabaça da Mota Veiga, Manuel Paiva Rabaça, José Paiva Rabaça e Eduardo Nunes Rabaça mais de uma dezena de casas, hoje designadas pelo Bairro do “Património dos Pobres” e cuja direcção o Senhor Padre Tarrinha assumiu; Adquiriu, transformou e ampliou a Casa da Colónia das Penhas Douradas, hoje denominada de Casa da Colónia de Nossa Senhora da Graça; Construiu a Capela de Nossa Senhora de Lourdes nas Termas de Manteigas; Empenhou-se, com todo o interesse, na construção das Capelas de Nossa Senhora dos Verdes, de Santo António e de São Sebastião, Contribuiu para o arranjo do largo Padre José Bailão Pinheiro e para a abertura da Avenida Comendador Francisco Esteves, não criando quaisquer dificuldades à Câmara de então, para que a antiga Residência Paroquial e a Capela de Santo Amaro fossem demolidas, etc.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Manteigas (Rua Padre António Tarrinha)

Fonte: “Câmara Municipal de Manteigas, Acta nº 25 de 2002”

“ARTÉRIAS QUE JÁ TIVERAM OUTROS NOMES”

Sabia que a actual Rua General João de Almeida, nas Freguesias da Ajuda e de Belém, em Lisboa, já teve outro nomes?

Esta Artéria, Rua General João de Almeida, é constituída pela antiga Rua Projectada à Calçada do Galvão; pelo antigo Largo do Museu Agrícola Colonial e pela Travessa do Pátio das Vacas.

Em 1960, um ano antes de eclodir a guerra colonial, ou guerra do ultramar, a Câmara quis homenagear alguns Heróis dos Dembos. Assim, através do Edital Municipal de 28 de Outubro de 1960, a Rua Projectada à Calçada do Galvão, passou a designar-se Rua General João de Almeida, para dez anos mais tarde, em 1970, por Edital Municipal de 07 de Novembro de 1970, serem integrados neste arruamento o Largo do Museu Agrícola Colonial e a Travessa do Pátio das Vacas.

Fonte: “Câmara Municipal de Lisboa – Toponímia de Lisboa”

JOÃO DE ALMEIDA Fernandes Pereira, Engenheiro e Militar, nasceu no lugar de Cairrão, Freguesia de Vila Garcia (Guarda), a 05-10-1873, e faleceu em Lisboa, a 05-05-1953. Era filho de Alexandre Fernandes de Almeida e de D. Cara Pereira. Casou com D. Laura Mendes Leite, de quem teve três filhos.

Assentou praça no Regimento de Caçadores nº 5, em 18 de Novembro de 1891, concluindo o Curso da Arma de Infantaria, em 28 de Outubro de 1893, tendo sido promovido a Alferes, em 27 de Fevereiro de 1896.

Em 27 de Junho de 1900, terminou, na Universidade de Coimbra, o Curso Preparatório para poder efectuar a matrícula na Escola do Exército, nas Armas de Engenharia e Artilharia. Na mesma Universidade, formou-se em Filosofia, a 06 de Julho de 1901, obtendo a Carta de Curso do Estado-Maior da Escola do Exército em 1903. Em 1904, concluiu, de igual modo, o Curso de Engenharia Civil, na École du Génie Civil de Paris.

Ascendeu ao posto de Tenente, em 07 de Fevereiro de 1901, para o Regimento de Infantaria nº 23; e de Capitão, em 26 de Dezembro de 1905, altura em que foi colocado na Província de Angola, em 31 de Janeiro de 1906, sendo integrado, como Comandante, na 8ª Companhia Indígena de Infantaria, como Sub-Chefe do Estado-Maior e, por acumulação, Chefe interino do Estado-Maior. Nesta primeira fase e após tomar conhecimento da realidade no terreno, decidiu, em Abril do mesmo ano, apresentar ao Governador-Geral, um plano de ocupação, que se estendia de norte, do Enclave de Cabinda, a sul, à região de Huíla. O seu plano foi aprovado e a sua acção acabou por ter início a sul, em virtude de ser a região mais problemática, onde tomou parte numa expedição, organizada de imediato e apenas com os recursos locais, sob o comando do Governador de Huíla, General Alves Roçadas.

À primeira fase, de planificação e recolha de informação, seguiu-se uma outra, de intervenção prática de maior acção. Continuou integrado na coluna comandada pelo Governador Roçadas, que, em direcção a Moçâmedes, foi efectuando um reconhecimento das diversas regiões, como Lubango e Humbe que ficava na margem esquerda do rio Cunene, zona onde foi criada a primeira base de operações, mais tarde chamado o Forte de Roçadas. O objectivo desta segunda expedição, atingir a região interior de Cuamato, foi plenamente alcançado.

Regressou a Luanda, após ter efectuado um reconhecimento que durara vários meses, durante o qual, se viu confrontado com inúmeras situações  de perigo. Paiva Couceiro, que acabara de ser nomeado Governador de Angola, não só reconheceu a sua acção, como apoiou o seu plano de ocupação, que acabou por dar origem a uma “política de ocupação”, que reunia em torno de si todos os dirigentes locais, políticos e militares.

Comandou, como Chefe do Estado-Maior, a coluna dos Dembos, que saiu de Luanda, em 19 de Setembro de 1907, em direcção à região com o mesmo nome, já anteriormente reconhecida como um meio geográfico difícil. Dirigiu-se para Cabiri e daí para Casal, onde foi construído um Forte, que seria a base de operações e o ponto de partida para outras regiões, submentendo as populações e prosseguindo através das serras de Cazoangongo, onde tomou parte nas acções que ocorreram nos vales do rio Colume e Quiulo. Ao cabo de mais alguns dias de combates, de domínio dos povos que ainda resistiam e de deixar abastecidos os postos com as respectivas guarnições, regressou a Luanda, em 08 de Novembro de 1907. A sua importante acção ficou anotada na História do Ultramar, pelo que lhe foi atribuído o título de Herói dos Dembos.

Numa terceira fase do seu percurso de vida efectuado no Ultramar, e por se encontrar debilitado em termos de saúde, decidiu regressar à Metrópole. Recebeu, entretanto, por parte do Governador Paiva Couceiro, o convite para substituir o Governador de Huíla, Alves Roçadas, retirado por motivos de saúde, cargo que acabou por aceitar, em 07 de Janeiro de 1908. No Distrito de Huíla a ocupação portuguesa era, então, muito reduzida, havendo nessa região sul de Angola, uma forte presença alemã, que através das revoltas locais se ia alastrando aos territórios portugueses.

Após ter assumido o cargo de Governador, fez novo reconhecimento de toda a região, de Moçâmedes ao Cuamato e, perante a situação que se oferecia, traçou três objectivos para a sua resolução: pacificação, organização e colonização. Os dois primeiros, diziam respeito à autoridade, que exercida de uma forma mais activa, neutralizaria a presença alemã. No âmbito destes dois objectivos, foram construídas trinta e seis fortalezas, que funcionavam como centros de influência militar, política e económica.

Iniciou esta prática, com a ocupação da região de Evale, onde foi levantada a primeira fortraleza, e seguidamente, as regiões de  Hinga, Ocuancua, Dombondola, Unda e Balando. A ocupação do Baixo Cobango até Mucusso, revestiu-se de grande importância, pelo completo desconhecimento destas regiões, onde foram construídas cinco fortalezas, que funcionaram como o centro das novas povoações. Ocupou ainda Pocolo, Otokero e Cafina, não atingindo a região de Cuanhama, como tinha previsto, devido à mudança do regime político central, que o obrigou a deixar o cargo de Governador.

O mérito e o sucesso da sua acção, passou, sobretudo, pela política de valorização e fixação das populações no seu próprio meio. Desta forma, desenvolveu a agricultura e a pecuária, deu início a uma prospecção mineira e construiu a primeira rede de comunicações. Toda esta evolução, teve assento na criação de Escolas, junto dos postos do Exército, onde era ministrada uma instrução profissional pelos militares colocados em cada um deles.

Em 27 de Fevereiro de 1915, foi promovido a Major, passando a fazer parte do Corpo do Estado-Maior, como supranumerário. Ascende aos posto de  Tenente-Coronel, em 17 de Setembro de 1917; e de Coronel, em 17 de Setembro de 1917, como Comandante do Regimento de Cavalaria nº 8. Em 15 de Fevereiro de 1919, passou ao Estado-Maior do Exército e, a seguir, saiu do Quadro do Exército por ter sido nomeado para o cargo de Governador da Província de Cabo Verde, em 29 de Fevereiro de 1925, onde desempenhou também as funções de Engenheiro-Director das Obras Públicas, sendo dele o projecto do Porto Grande de S. Vicente. Também nesta área, realizou na Metrópole, os estudos de aproveitamento hidroeléctrico do Vale do Sado e do Alto Mondego.

Em 06 de Dezembro de 1930 foi promovido ao posto de Brigadeiro e, em 25 de Novembro de 1933, atinge o posto de General. Em 31 de Dezembro de 1935, foi nomeado Vogal do Júri para avaliar as provas especiais de aptidão para a promoção a General, passando à situação de Reforma, em 12 de Maio de 1938.

Foi Ministro das Colónias de 06 a 09 de Julho de 1926 e, no mesmo ano, de 31 de Julho a 18 de Setembro. Foi depois nomeado para exercer as funções de Chefe da 5ª Repartição da 3ª Direcção-Geral do Ministério da Guerra, em 23 de Janeiro de 1927; de Subdirector dos Serviços do Exército, em 17 de Maio de 1928 e de Chefe da 4ª Repartição da 3ª Direcção-Geral do Ministério da Guerra, em 23 de Janeiro de 1929

Deixou publicadas várias obras, na maioria, alusivas ao seu percurso de vida, que foi passado grande parte em Angola, como forma de dar a conhecer, não só a sua acção naquela Província, como Militar, dirigente, político e Engenheiro, mas também transmitir um conhecimento mais profundo daquele meio e das populações autóctones.

Publicou, entre outras obras: Roteiro dos Monumentos Militares Portugueses, (1945), a sua principal obra contemplando onde Distritos do Continente; Estatística Militar da Província de Angola, (1906); Reconhecimentos nos Distritos de Benguela, Moçâmedes e Huíla, (com cartas, 1907); Companhia dos Dembos, (1907, com ilustrações, mapas e documentos); Irrigação e colonização do planalto de Huíla, (1909, com desenhos); Defesa Nacional – Reorganização do Exército Português; A Cooperação dos Nativos na Expansão e Defesa do Império, (1934); Visão do Crente, (1936); A Questão Ibérica – Nós, os Lusitanos; O Estado Novo e o Ressurgimento Ultramarino.

Foi agraciado com os graus de Comendador, Cavaleiro e Oficial da Ordem Militar de São Bento de Avis; Grande Oficial da Ordem Militar de Cristo; Grande Oficial da Ordem Militar da Torre e Espada e de Comendador da Legião de Honra.

Foi condecorado com a Medalha Militar de Prata da Rainha D. Amélia, com a legenda “Dembos 1907”; Medalha Militar de Ouro Comemorativa das Campanhas do Exército Português desde 01 de Agosto de 1928; Medalha Militar de Ouro dos Serviços Distintos no Ultramar; e Medalha Militar, de Prata e de Ouro, da Classe de Bons Serviços.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Amadora (Rua General João de Almeida); Guarda (Largo João de Almeida); Lisboa (Freguesias da Ajuda e de Belém – Rua General João de Almeida).

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. III, Publicações Europa América)

Fonte: “Os Generais do Exército Português”, (Coordenação do Coronel António José Pereira da Costa, III Volume, I Tomo, Biblioteca do Exército, Lisboa, 2008, Pág. 364, 365, 366 e 367).

Fonte: “Quem É Quem”, (Portugueses Célebres, Círculo de Leitores, Edição de 2008, Pág. 28).

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Mangualde”

ANTÓNIO Pinto LOBINHO, Padre, nasceu em Alva (Castro Daire), a 15-02-1944, e faleceu de acidente de viação, no IP5 (Viseu), a 02-11-2007. Era filho de Manuel de Almeida Lobinho e de D. Deolinda Pinto. Frequentou o Seminários de Fornos de Algodres e Viseu. Foi ordenado Padre na Sé de Viseu a 23 de Julho de 1966 e nomeado Coadjutor do Reverendo Cónego Monteiro a 28 de Outubro de 1966. Licenciou-se em Teologia Pastoral em Madrid.

Pároco de Mangualde, a sua morte causou grande consternação junto dos seus paroquianos e na Diocese de Viseu, onde era conhecido pelo seu dinamismo e experiência. Era também o Capelão dos Bombeiros Voluntários de Mangualde.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Mangualde (Rua Padre António Pinto Lobinho)

Fonte: “Jornal Correio da Manhã”

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município da Maia”

ABÍLIO JOSÉ SANTOS, Pintor, natural da Maia, nasceu em 1926 e faleceu em 1992. Decerto um dos artistas mais comprometidos e, simultaneamente, dos mais livres do seu tempo, o seu vastíssimo espólio de escritor, artista plástico e mail-artist encontra-se na posse dos seus familiares, na sua cidade. Este acervo traduz-se em centenas de manuscritos, pinturas, colagens, desenhos, gravuras e outras formas de expressão, pois trabalhava também aproveitando as possibilidades das fotocopiadoras  e de materiais pobres, mesmo desperdícios. Aliás, uma das suas peças-chave, de cunho dadaísta, é a escultura Guarda-Nada. A primeira exposição de Abílio José data de 1952, na Galeria Divulgação, no Porto, e o primeiro livro, O Voo do Morcego, de poemas, saiu em 1962 com a chancela Livros da Sereia, também  no Porto. Em 1968 interessou-se pela conjugação das possibilidades da palavra com a arte e, de algum  modo ligado ao movimento da Poesia Experimental, publicou o desdobrável Lidança, a que se seguiu Carta a Vinicius, lançando, a partir daí, uma série de publicações arredada dos meios convencionais da edição, em tiragens curtas, que distribuía pelos amigos. Os seus materiais fotocopiados tiveram momentos altos em O Bigode no Espelho, 1975-1976, os Manifestos Lixarte, bem como os poemas visuais Trabalho/Liberdade, 1987, e Corporis Christi, 1991, e, neste mesmo ano, sentindo em si a doença que o destruiria poucos anos mais tarde, lançou um novo apanhado de textos panfletários designando-os conjuntamente, e com bastante humor negro, O Futuro Defunto que se Parece Comigo. Porém, a vastíssima obra de Abílio José Santos, embora circulasse geralmente em círculos restritos, teve repercussão internacional e, assim, vemo-la representada na Antologia da Poesia Concreta em Portugal, organização de E. M. De Melo e Castro e José Alberto Marques (1973), na revista norte-americana Kaldron e na antologia Internacional Poetry, organização Teresinka Pereira, ainda neste mesmo país, na revista mexicana de poesia alternativa Postextual, na antologia de poesia experimental portuguesa Mappe dell Imaginario, organização de Giancarlo Cavvalo e publicada em Itália, na revista Claro-Escuro, de estudos sobre o Barroco, dirigida por Ana Hatherly, entre muitas outras representações. Obras suas saíram em dezenas de publicações marginais, ao mesmo tempo que objectos artísticos seus figuravam em exposições individuais e colectivas dentro e fora de fronteiras, nomeadamente nas Galerias Alvarez, Árvore e Abel Salazar, no Porto, e na Galeria Ulmeiro, em Lisboa, bem como nos salões de Arte Moderna e da Primavera, na SNBA de Lisboa e nas sete partidas do Mundo. Militante comunista, Abílio animou numerosas iniciativas do PCP. Participou e organizou exposições internacionais de Arte Postal (Mail Art), atingindo nesta área grande renome, exibindo obras suas em sites europeus e americanos na Internet. Abílio José foi membro dos corpos gerentes da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto e coordenador da revista Sempre. Depois de ganhar alguns prémios literários nos anos 60. Abílio passou a fazer ataques acerbos aos críticos de arte que quase sistematicamente lhe recusavam a participação nas exposições onde figuravam como júri. No âmbito da recuperação pública do seu espólio, está por fazer uma obra crítica da sua copiosa produção literária e artística.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Maia (Vereda Abílio José dos Santos)

Fonte: “Revista da Maia”

Recordamos hoje Rui Feijó, no dia em que faria 100 anos de vida.

RUI Maria Malheiro de Távora de Castro FEIJÓ, Político, nasceu na Freguesia de Santa Maria Maior (Viana do Castelo), a 25-03-1921, e faleceu em Lousada, a 14-05-2008. Foi o primeiro Presidente da Câmara Municipal de Lousada após o 25 de Abril de 1974. Notabilizou-se em várias vertentes. Uma das suas facetas mais relevadas foi a oposição que moveu ao Salazarismo. Foi condecorado com a Ordem da Liberdade, pelo Presidente da República Mário Soares, em 1986, e pela Câmara Municipal de Lousada em 2001.

Homem simples mas notável, afável mas acutilante, assim era o proprietário da senhorial Casa de Vilar, em Vilar do Torno e Alentem, no Concelho de Lousada, para onde abalou muito novo. Feitos os estudos Primários no Colégio de Jesuítas, em La Guardia, onde também estudou seu irmão, o Poeta Álvaro Feijó, Rui Feijó fez os Estudos Liceais no Porto onde contactou com revistas da oposição à ditadura: Sol Nascente e Seara Nova. Mais tarde foi um destacado Director da revista Vértice. Entrou na Universidade de Coimbra, para o curso Histórico-Filosófico, que não viria a concluir. Quando estudava, faleceu a sua primeira esposa e por essa altura começou a relacionar-se com um grupo neo-realista coimbrão de onde se destacam João José Cochofel, Egídio Namorado, Arquimedes da Silva Santos, José Ferreira Mota, Dr. Luís Albuquerque, Carlos de Oliveira e outros Escritores da época.

A Guerra de Espanha (1936/39) marcou Rui Feijó, para quem a interpretação dos acontecimentos era a de uma luta entre os que queriam conservar os privilégios contra aqueles que nada tinham. Desde logo o socialismo foi a sua paixão.  Para essa formação ideológica foi determinante a leitura das obras do Escritor francês Malraux, assim como “A consciência mistificada”, de Guthman e Lefévre, e “La crise du Prógres” de George Fridman.

Para ajudar ao esforço da democratização, Rui Feijó passou a vida em sessões de esclarecimento e comícios, pertenceu a várias comissões do Movimento das Forças Armadas. Mais tarde deixou o M.F.A. por este ser a favor da Unicidade Sindical. Discordou e ficou ao lado de Francisco Salgado Zenha que “mostrou a necessidade de haver mais que uma Central Sindical”. Participou nas campanhas de Norton de Matos e do General Humberto Delgado, embora “não muito activamente por circunstâncias pessoais, formação ideológica e interesses políticos”. Contudo, esteve preso um fim-de-semana nessa década.

Uma denúncia anónima para mostrar serviço e subserviência, como eram quase todas as denúncias, levou-o para os calabouços. A acusação, soube mais tarde, era de ter feito um transporte de pessoas e documentos de Braga para o Porto, o que, na circunstância, era falso. Durante esses tempos difíceis deu guarida, na sua Casa de Vilar, a perseguidos pelo regime, entre os quais, a João Namorado, Armando Bacelar e Manuel Alegre.

Oriundo de uma família com tradições vincadamente liberais e intervenientes na vida social e política portuguesa, já o seu tio-avô, tenente-coronel Júlio de Castro Feijó, deu guarida naquela casa a republicanos que fugiam da repressão monárquica e a monárquicos que depois foram perseguidos por republicanos.

Rui Feijó foi entre 08 de Agosto de 1974 e 27 de Fevereiro de 1975 Presidente da Câmara Municipal de Lousada. Presidiu à Comissão de Viticultura de Vinhos Verdes. Fundou e presidiu à Adega Cooperativa de Lousada, assim como à União das Adegas Cooperativas. Pertenceu à Assembleia Constituinte, formada no conturbado contexto sócio-político pós 25 de Abril de 1974. A partir de Dezembro de 1976, Rui Feijó desempenhou as funções de Delegado da Secretaria de Estado da Cultura no Porto, até 1988, ano em que se aposentou. Em 1986 foi condecorado com a Ordem da Liberdade, durante a Presidência Aberta de 1986, em Guimarães, tendo o Presidente da República, Mário Soares, visitado a Casa de Vilar.

O seu nome faz parte da Toponímia de Lousada (Freguesia de Vilar do Torno e Alentém – Rua Rui Feijó).

Fonte: “Jornal Terras do Vale do Sousa, edição de 22-05-2008”