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“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Reguengos de Monsaraz”

 

Câmara Municipal de Reguengos de MonsarazJOSÉ ROSA SERETO, Advogado e Político, natural de Reguengos de Monsaraz, nasceu a 28-01-1913 e faleceu a 07-02-1983. Obteve o bacharelato em Direito na Universidade de Lisboa, foi Presidente da Comissão Instaladora da Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz entre 1974 e 1976 e um dos fundadores do Partido Socialista em Reguengos de Monsaraz, tendo desempenhado também as funções de Chefe da Secretaria Judicial.

Na biblioteca de José Rosa Sereto, agora doada à autarquia, encontram-se periódicos adquiridos durante o período do Estado Novo que estavam proibidos pela censura, como por exemplo as 610 revistas da Seara Nova e os cadernos D. Quixote. Ambos tratavam e exploravam assuntos que não eram aceitáveis pelo Antigo Regime e, por isso, todos os subscritores destas publicações arriscavam-se a ser presos pela PIDE.

O espólio integra também a quase totalidade dos livros do médico e historiador José Pires Gonçalves, responsável por uma vasta obra publicada sobre o património histórico do concelho de Reguengos de Monsaraz.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Reguengos de Monsaraz.

Fonte: “Rostos – Diário Digital”

Recordamos hoje, o grande Militar e Republicano, Adalberto de Sousa Dias, no dia em que passa mais um aniversário do seu nascimento.

 

Adalberto Sousa DiasADALBERTRO Gastão de SOUSA DIAS, Militar e Republicano, nasceu em Chaves, a 31-12-1865, e faleceu exilado no Mindelo (Cabo Verde), a 27-06-1934. Era filho de José Maria de Sousa Dias, Oficial do Exército, natural de Lisboa e de Ana Albina Sampaio de Sousa Dias. Casou, em 30 de Abril de 1891, com D. Ana Augusta Abrantes, natural de Manteigas, de quem teve três filhas e um filho, o Oficial-Médico Adalberto de Sousa Dias, que foi Director do Hospital Militar Regional nº 1, do Porto e Director dos Serviços de Saúde da G.N.R.

Entre 1875 e 1880 estudou no Liceu de Vila Real, onde concluiu o Ensino Secundário, após o que se matriculou na Universidade de Coimbra, frequentando os Preparatórios para Admissão à Escola do Exército de 1881 a 1883. Simultaneamente, assentou praça como voluntário em 13 de Janeiro de 1881. Em 1888 concluiu o Curso de Infantaria da Escola do Exército, com a melhor classificação, sendo promovido a Aspirante‑a‑Oficial em Janeiro do ano seguinte e colocado no Regimento de Infantaria n º 12, na Guarda, onde prestava serviço o seu pai.

Foi Oficial General da Arma de Infantaria, Deputado e, sobretudo notável figura da República.

Fez o curso liceal em Vila Real, entre 1875 e 1880. Entre 1881 e 1883 fez a Escola do Exército. Assentou praça, como voluntário, em 13-01-1881 no Regimento de Infantaria nº 13. De 1883 a 1885 tirou o Curso da Arma da Escola do Exército. Serviu, como 1º Sargento Aspirante-a-Oficial, no Regimento de Infantaria nº 24 (Pinhel). Entre 1883 e 1885, frequentou os Cursos das Armas de Cavalaria e Infantaria, da Escola do Exército.

Como subalterno esteve ainda colocado nos Regimentos de Infantaria n º 21, na Covilhã, e no Regimento de Infantaria n º 34, em Pinhel, tendo sido promovido a Capitão em 1902.

Em 1887 foi promovido a Alferes, em 05 de Junho de 1889; a Tenente, em 23 de Dezembro de 1895; a Capitão, em 23 de Agosto do mesmo ano; a Major, em 27 de Abril de 1912; a Tenente-Coronel, em 25 de Setembro de 1915; a Coronel, em 13 de Agosto de 1918; a General, em 18 de Abril de 1925.

A juventude, a adolescência e os primeiros anos de carreira Militar de Sousa Dias coincidiram, pois, com a crise final da monarquia e com o período de maior fervor revolucionário do republicanismo. Vivia‑se então na Europa um período de crise do liberalismo.

A livre concorrência individualista cedia terreno perante a ofensiva do proteccionismo imperialista, que levaria à corrida pela disputa dos territórios coloniais africanos, à partilha da África, à constituição dos grandes impérios coloniais e ao acentuar das rivalidades entre as principais potências europeias.

Neste contexto internacional e numa situação de crise interna agravada, pela concorrência da crise final do essencial do antigo regime económico com a crise da monarquia, Portugal sofreria afrontas diplomáticas em série que culminariam no ultimato inglês de 1890 e no projecto de partilha das colónias portuguesas pelas potências europeias. A fraqueza revelada pela monarquia perante as humilhantes afrontas externas apressaria o seu fim e, por outro lado, impulsionaria o Movimento Republicano que, desde então, assumiria o carácter de uma tomada de consciência nacional da necessidade de modernizar o ideário liberal.

No plano militar as reformas no sentido da criação de um exército nacional que traduzisse o conceito de «nação em armas», em voga desde a Revolução Francesa, baseado no recrutamento obrigatório de todos os cidadãos em igualdade de deveres, esbarrava com a oposição da nobreza, receosa de perder as prerrogativas que gozava, perante a oposição dos militares profissionais. Sem rumo certo em matéria de reformas, envolvido, desde a Revolução Liberal, em guerras civis, revoltas e conflitos entre liberais e absolutistas, constitucionalistas e cartistas, o Exército encontrava‑se em acelerada decadência, remetido para funções desprestigiantes de polícia e ordem pública e com os soldados e sargentos vivendo miseravelmente da caridade pública.

Foi neste ambiente de crise geral do regime monárquico, da sociedade e do Exército, de constante instabilidade política e militar, que Sousa Dias viveu os seus primeiros anos de carreira militar, como subalterno e Capitão. Neste posto assistiria ao fim da monarquia.

Na esteira de seu pai, Sousa Dias era já um apoiante da causa republicana desde a revolta militar de 31 de Janeiro de 1891 e, após a proclamação da República, filiou‑se no Partido Democrático, a cujo ideário se manteria fiel até à morte.

O carácter nacional da aspiração republicana fizera convergir nela, a partir de 1890, elementos de todas as classes da sociedade – Grandes Proprietários Agrícolas, Professores Universitários, Advogados, Médicos, Professores de todos os graus do Ensino, altas patentes do Exército e da Marinha, funcionários públicos, operários e outros.

A proclamação da República e a consequente mudança política acelerou a viragem nas estruturas económicas, sociais e culturais para a plena contemporaneidade, coincidindo, por outro lado com um momento culminante da expansão ultramarina africana; no âmbito do Exército institucionalizou‑se, de imediato, o serviço militar obrigatório, geral e pessoal. Contudo, o optimismo inicial depressa deu lugar à desilusão, perante as divisões no Partido Republicano, as divergências e a falta de realizações em domínios fundamentais, o radicalismo ideológico e religioso e a agitação social. As tentativas de incursão monárquica, as campanhas africanas e a iminência da deflagração da Primeira Guerra Mundial agravaram a situação, atrasando a implementação das reformas militares aprovadas e favorecendo a manutenção de um corpo militar permanente onde pontificavam numerosos Oficiais ideologicamente monárquicos. O resultado foi um ambiente de constante instabilidade política, de conflitualidade social e de revoltas militares.

Em 1912 Sousa Dias foi promovido a Major, participando em Julho desse ano, com o seu Batalhão, no combate aos monárquicos em Chaves, durante a segunda incursão de Paiva Couceiro. Colocado, posteriormente, no Regimento de Infantaria 35, em Coimbra, durante uma grave insubordinação ocorrida naquela Unidade, defendeu o Comandante, que os soldados pretendiam alvejar, cobrindo‑o com o seu próprio corpo. Encontrava‑se a prestar serviço ainda nesta unidade quando, em 21 de Janeiro de 1915, ocorreu o chamado «movimento das espadas», que deu origem ao primeiro Governo em ditadura durante a República, chefiado pelo Major de Pimenta de Castro, movimento a que recusou colaboração. Foi promovido a Tenente‑Coronel em 1 de Dezembro de 1915.

Entretanto, as potências europeias haviam‑se envolvido na I Grande Guerra, e Portugal acabaria também por nela participar, a partir de Janeiro de 1917. A guerra fez agravar as divisões políticas internas e a agitação social que desde o 5 de Outubro minavam a estabilidade da República, tornando irreconciliáveis os vários sectores da sociedade e impedindo que ela funcionasse como um factor de reforço da coesão nacional e de recomposição do sistema político, ao contrário do que sucedeu com os outros países belige­rantes. Uma ampla frente reaccionária – monárquicos, nacionalistas, integralistas, católicos, militaristas e outros desencantados da República – aproveitaram a situação para conspirarem contra o regime constitucional, o que culminaria no golpe militar de Sidónio Pais, em 5 de Dezembro desse ano. Tendo‑se oposto a este pronunciamento, Sousa Dias foi preso e deixado sem colocação durante algum tempo.

Promovido a Coronel em 1918, Sousa Dias comandava o Regimento de Infantaria de Reserva n º 18, no Porto, quando da proclamação da «Monarquia do Norte», em 19 Janeiro de 1919. Intimado a aderir ao movimento revoltoso e a jurar fidelidade ao Rei pela então constituída «Junta Governativa do Reino de Portugal», recusou‑se categoricamente a fazê‑lo, declarando não lhe reconhecer poderes legítimos. Com o seu Regimento colaborou activamente com as forças republicanas nos combates que levariam à derrota daquela nova tentativa de restauração do regime monárquico, em 13 de Fevereiro seguinte, assumindo, depois, o comando do Regimento de Infantaria n º 6, no Porto. Em 1920 foi condecorado com o grau de Grande Oficial da Ordem Militar de Avis, seguramente devido à sua lealdade à República naquele e nos anteriores momentos em que ela esteve em perigo.

Os acontecimentos relativos à fracassada tentativa de proclamação da monarquia no Porto e em Lisboa, a 19 de Janeiro de 1919, haviam mostrado existir um grupo militar representante da herança sidonista que, embora minoritário, estava organizado para combater a República. A situação acabou por ser controlada mas, a partir dos anos vinte, as sequelas do desastre do Corpo Expedicionário Português na Flandres, a revolta contra os partidos intervencionistas, o agravamento da crise social, económica e financeira, o aumento da agitação social e a instabilidade governativa, conduziram à decomposição partidária, à dissolução do poder e ao reforço das tendências conservadoras, nacionalistas e integralistas, com apoios crescentes no sector militar. O primeiro sinal do perigo que começava a espreitar a República foi dado com a revolta abortada de 19 de Outubro de 1921, o primeiro levantamento “radical” que se saldou pelo assassinato de vários políticos e militares republicanos, entre os quais o próprio Presidente do Ministério, António Granjo, durante a designada «noite sangrenta».

Em 1924 era General. Em 1920 foi nomeado Inspector da 3ª divisão do Exército e, logo a seguir, comandante interino da 3ª Divisão do Exército, no Porto, cargo que passou a exercer com efectividade em 1925. Por várias vezes fez parte do júri de exames para general. Em 1927 foi Vogal do Conselho Superior de Promoções.

Foi um republicano convicto e um democrata seguro. Por diversas vezes foi convidado para Ministro da Guerra. Chefiou o movimento revolucionário de 03 de Fevereiro de 1927. Foi preso e desvinculado do Exército, em 14-07-1927. Foi aprisionado em São Tomé, com outros militares. Em 1929 foi mandado de regresso à Metrópole. Foi julgado em Elvas e condenado a dois anos de prisão. Em 1930 chefiou a revolução militar da Madeira. Perdeu e foi-lhe fiada residência em Cabo Verde. Aí morreu deportado.

Da sua folha de serviços constam diversas distinções, sendo de relevante importância dois louvores que lhe foram atribuídos, o primeiro pelo seu comportamento contra a insurreição monárquica de 1919, e o segundo pelos seus trabalhos de investigação militar.

Foi agraciado com os graus de Grande Oficial, Grã-Cruz, Comendador e Cavaleiro da Ordem Militar de São Bento de Avis; Comendador da Ordem Militar de Cristo e Comendador da Ordem Militar de Santiago da Espada e condecorado com as Medalhas Militares de Ouro e de Prata, da Classe de Comportamento Exemplar; Medalha da Cruz Vermelha e Medalha de Ouro da Classe de Bons Serviços.

Por decreto do Conselho da Revolução, (Decreto-Lei nº 232/77, de 02 de Junho), foi reintegrado no Exército e no posto de General, sendo considrado um “vulto destacado da história da época” e “exemplo das mais altas virtudes morais que a nobre profissão de militar exige, com toda a abnegação da alma, verticalidade, aprumo e absoluta intransigência no cumprimento dos princípios que jurara defender, sem olhar a sacrifícios ou perigos”.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Chaves; Torres Novas.

Fonte. “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 29, Pág. 866 e 867)

Fonte: “Os Generais do Exército Português”, (III Volume, I Tomo, Coordenação do Coronel António José Pereira da Costa, Biblioteca do Exército, Lisboa, 2008, Pág. 272, 273, 274 e 275).

Fonte: “Parlamentares e Ministros da 1ª República (1910-1926)”; (Coordenação de A. H. Oliveira Marques, Edições Afrontamento, Colecção Parlamento, Pág. 195).

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Redondo”

 

Câmara Municipal de RedondoDINIS Fernandes MIRANDA, Político, natural da Freguesia de Montoito (Redondo), nasceu a 21-04-1929 e faleceu a 15-02-1900. Militante do PCP desde 1946, dedicou toda a sua vida à causa dos trabalhadores, do povo, da liberdade e da democracia. Foi um destacado resistente antifascista, que lutou durante décadas, sem tréguas, contra o fascismo, pela Liberdade e pela Democracia. Militante e dirigente comunista, homem de grande modéstia e de uma enorme bonomia. Foi preso cinco vezes, tendo passado doze anos nas cadeias fascistas. A imagem de alegria na sua libertação do Forte de Peniche, em 26 de Abril de 1974, ficou marcada na memória de muitos. (fotografias em comentários desta biografia). Para os companheiros de luta é uma referência e, no Alentejo da Resistência, os seus camaradas e jovens comunistas recordam-no como um símbolo de força moral e coragem, exemplar na sua simplicidade.

Conheceu as duras condições do trabalho rural quando não havia horário, era de sol a sol (anterior à conquista das 8 horas de trabalho). Recebia jornas de miséria e soube bem o que era a exploração dos agrários. Foi preso em 1949 e em 1952 voltou a ser, tendo sido submetido, durante 30 hora, à tortura de “estátua”.

Pertenceu ao MUD Juvenil. Em 1955, no decurso de uma acção repressiva sobre este movimento, a PIDE prendeu 22 dos seus elementos. Desse grupo fazia parte Dinis Miranda, então um jovem trabalhador agrícola (com 25 anos) e grande agitador no Alentejo rural. Foi selvaticamente espancado durante três dias e três noites, mas resistiu e não “falou”, ele que pertencia ao Comité Central do MUD/J e ao seu executivo, sem que a PIDE o soubesse. A organização desses processos foi demasiado lenta, o que veio a contribuir para, que cinco meses após as prisões, à maioria dos detidos fosse fixada uma caução e pudessem aguardar em liberdade o julgamento. Dinis Miranda estava entre eles.

Em 1957 deixou a sua terra para ir trabalhar para o Porto. No Concelho de Évora, predominantemente urbano, a população conheceu durante a década de 50 um grande aumento. A implantação das fábricas de automóveis (Venda Novas) e as necessidades de mão de obra para a construção civil, decorrentes do crescimento acelerado de Évora, contribuíram muito para o êxodo dos campos. [A grande sangria migratória fez-se em direcção à cintura industrial de Lisboa que recebeu milhares de alentejanos, por oferecer melhores condições, salários e horários de trabalho]. Este fenómeno abrangeu alguns dirigentes do PCP, como Dinis Miranda, que foi um dos que se viu obrigado a partir do Alentejo para o Porto, ainda que continuasse ao serviço do partido. Empregando-se no sector têxtil passou a integrar e a liderar a comissão partidária do sector na Organização do Porto.

Entrou para “funcionário” do PCP em 1959, e não tardou a ser preso. Preso em 1959, Dinis Miranda acabou por evadir-se da Cadeia Central do Norte, em Paços de Ferreira, mas foi recapturado mais tarde. Foi novamente preso em 1967 – pela 5ª vez – e, então, sofreu estoicamente 15 dias e 15 noites de tortura de sono. Voltou a ser preso em 1970, julgado em Tribunal Plenário e sentenciado a uma pena de 9 meses e meio de prisão, acrescida das famigeradas «medidas de segurança», que o mantiveram em Peniche até 26 de Abril de 1974.

Dinis Miranda distinguiu-se pela sua acção nas primeiras Convenções de Trabalho para os Assalariados Agrícolas e na formação dos Sindicatos Agrícolas no Alentejo. Foi um destacado dirigente do PCP, da Direcção da Organização Regional do Alentejo, do Comité Central e da sua Comissão Política (de 1976 a 1988).

Foi eleito para a Assembleia Constituinte (1975) e para a Assembleia da República (1979). Desempenhou o cargo de Presidente da Assembleia Municipal de Redondo, durante vários mandatos, até 1990.

Teve um papel de grande relevo, quer no desenvolvimento e apoio à Reforma Agrária, quer na sua defesa, enquanto Deputado na Assembleia da República.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Évora; Redondo (Freguesia de Montoito).

Fonte: “Jornal Avante”

Fonte: “Antifascistas da Resistência”, (por Helena Pato)

Recordamos hoje, a Engenheira Geógrafa Ilda Aurora, que foi a primeira Mulher Meteorologista em Portugal, no dia do centenário do seu nascimento.

 

Ilda AuroraILDA AURORA Pinheiro de Moura Machado, Engenheira Geógrafa, nasceu no Porto, a 30-12-1918, e faleceu em Lisboa, a 11-05-2000. Filha de Belmira Cardoso Pinheiro e de António dos Santos Moura, ambos Professores Primários. Depois de cursar a Escola Primária com os pais, frequentou o Liceu Carolina Michaelis, no Porto, que naquela altura apenas admitia meninas. No final do curso liceal recebeu o prémio anualmente atribuído aos melhores alunos. Ao mesmo tempo frequentava o Conservatório de Música que, por sua vez, aceitava meninos e meninas, vindo a completar os cursos de Canto, Piano e Composição com elevadas composições. Ao terminar o liceu, inscreveu-se na Faculdade, na Universidade do Porto, onde fez os primeiros três anos de Matemática. Transferiu-se, depois, para a Universidade de Coimbra, onde concluiu as licenciaturas em Matemática e Engenharia Geográfica. Entretanto, formou-se também em Ciências Pedagógicas.

Aos 22 anos de idade, após a conclusão do Curso de Música, obteve uma bolsa de estudo para prosseguir a carreira musical como cantora em Itália. Todavia, as guerras que alastravam a Europa impediram-na de concretizar esse sonho.

O início da sua vida profissional foi muito dificultado. Viu a admissão ser-lhe recusada em varias instituições, alegando os motivos mais diversos, desde o facto de possuir habilitações a mais, ou simplesmente por não serem admitidas mulheres. Após várias diligências consegiu um lugar para dar aulas de Matemática no Colégio de Nossa Senhora de Lurdes, no Porto.

Tornou-se membro do Sindicato dos Engenheiros Geógrafos e, posteriormente, foi contactada para chefiar uma equipa na Empresa Nacional de Estudos Técnicos, com sede em Lisboa, que se ocupava do levantamento topográfico das vilas e cidades portuguesas. Os quadros dessa empresa eram constituídos só por homens, e incluía aviadores que fotografavam os locais e desenhadores especializados que, com base nos dados recolhidos, faziam a concepção dos mapas. Devido à guerra a empresa fechou e, Ilda Aurora que vivia no Colégio das Doroteias, em Lisboa, passou a viver só de algumas explicações que dava no seu alojamento das Doroteias.

Ilda Aurora deslocou-se à Direcção Geral da Aeronáutica Civil onde lhe foi permitido frequentar um estágio dirigido a Meteorologistas a decorrer na Faculdade de Ciências de Lisboa. Assim iniciou a carreira profissional como Meteorologista, tendo permanecido como primeira e única Meteorologista em Portugal durante 17 anos. Em 1946, ao ser criado o Serviço Metereológico Nacional, foi transferida para a cidade do Porto, com a finalidade de organizar a Estação Metereológica de Pedras Rubras, na qual se manteve até 1951.

De novo em Lisboa, continuou o seu percurso profissional, tendo assumido, a partir de Janeiro de 1983, o cargo de Chefe de Divisão de Meteorologia Marítima no Instituto de Meteorologia e Geofísica. Aposentou-se em 1997, quando contava 70 anos de idade.

Ilda Aurora integrava o Grupo Coral “O Tempo Canta”, do Instituto, para cuja fundação, em Maio de 1986, dera um importante contributo. Ilda Aurora é autora das seguintes obras: Estudo das Probabilidades de Poluição do Estuário do Sado pelos esgotos da Fábrica da Socel (2 volumes, 1961); O Clima em Portugal – Características do Clima da Costa de Portugal de Interesse para a Navegação Marítima (co-autoria), Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica, Lisboa, 1988

Fonte: “Dicionário no Feminino, Séculos XIX-XX”, (Direcção de Zília Osório de Castro e João Esteves; Coordenação de António Ferreira de Sousa, Ilda Soares de Abreu e Maria Emília Stone, Editado por Livros Horizonte, Edição de Março de 2005, Pág. 401 e 402)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Proença-a-Nova”

 

Câmara Municipal de Proença-a-NovaJOÃO MARTINS, Empresário e Benemérito, nasceu no Lugar Bairrada (Proença-a-Nova), nasceu a 08-12-1908. João Martins era o mais novo de 8 irmãos. Frequentou a Escola Primária do Vale d’Água e ainda jovem foi para Sobreira Formosa trabalhar no Comércio, preparação que levou para o Brasil quando emigrou, aos 21 anos, fixando residência em São José do Rio Preto (São Paulo). Em 1940 a família mudou-se para São Paulo e ganhou projeção crescente no sector empresarial.

Mesmo emigrado, João Martins não esqueceu a terra de origem e foi com o objectivo de desenvolver a região que fundou a fábrica Celulose do Tejo, em Vila Velha de Ródão. A construção do antigo Colégio Diocesano de Proença-a-Nova, decisivo no acesso à educação no final dos anos 60, foi outro dos seus contributos para o Concelho que o viu nascer. O seu nome fica ainda ligado à aquisição de viaturas para os Bombeiros, apoios diversos a esta Associação Humanitária e outros contributos para Instituições Sociais de Proença-a-Nova.

O seu nome faz parte da Toponímia de Proença-a-Nova (Parque Urbano e Rua Comendador João Martins).

Fonte: “Município de Proença-a-Nova”

Recordamos hoje o Arquitecto e Político Perez Fernandez, no dia em que passa mais um aniversário do seu nascimento.

Rua Perez FernandezInácio Ramon Tomás PEREZ FERNANDEZ, Arquitecto e Político, nasceu em Barcelona (Espanha), a 29-12-1910, e faleceu em Lisboa, a 02-11-1989. Era filho de Inácio Perez Martin e de Felisa Fernandes Perez. Veio para Portugal com apenas três anos de idade. Licenciado em Arquitectura pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, conciliou a profissão liberal com diversos cargos em várias instituições.

Após concluir o curso de Arquitectura Civil na Escola de Belas Artes de Lisboa em 1934, assim como o estágio obrigatório de dois anos que fez com o Arquitecto Cristino da Silva, tornou-se a partir de 1938 Arquitecto da Câmara Municipal de Lisboa, sob orientação do Engº Duarte Pacheco que depois o fez entrar na Junta Autónoma das Estradas (JAE), onde participou nos estudos para a construção da Marginal do Estoril. Trinta anos mais tarde, no cargo de chefe de gabinete da JAE, transitou para o Concelho Superior de Obras Públicas, onde foi Inspector de Obras Públicas até atingir a idade da reforma, 12 anos mais tarde.

Depois de Arquitecto do Gabinete de Urbanização da Câmara Municipal de Lisboa e da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, surge, no início da sua actividade parlamentar, em 1951, como Arquitecto-Chefe dos Serviços de Arquitectura da Junta Autónoma de Estradas e Presidente do Sindicato Nacional dos Arquitectos. Foi Vereador da Câmara Municipal de Lisboa de 1977 a 1979 e Presidente da Associação Nacional dos Arquitectos Portugueses.

Em 1953, era Vice-Presidente da Sociedade Nacional de Belas Artes. Em 1957, era Vogal da Coimissão das Construções Prisionais.

Em 26 de Novembro de 1951, tomou posse como Procurador à Câmara Corporativa, integrando a Secção de Construção e Materiais de Construção e a Secção de Belas Artes, em reprfesentação do Sindicato Nacional dos Arquitectos, na qualidade de seu Presidente, e em substituição do anterior representante, o Procurador Porfírio Pardal Monteiro.

Em termos de actividade intelectual, é autor de inúmeras obras sobre Arquitectura e Urbanização. Foi alvo de vários louvores do Ministério das Obras Públicas.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Lisboa (Freguesia de Benfica – Rua Perez Fernandez, Edital de 29-12-1989, ex-Rua D do Estudo de Realojamento da Buraca).

Fonte: “Dicionário Biográfico Parlamentar, 1935-1974, (Volume I de A-L), Direcção de Manuel Braga da Cruz e António Costa Pinto, Colecção Parlamento, Pág. 587 e 588).

 

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município da Praia da Vitória”

 

Câmara Municipal de Praia da VitóriaGERVÁSIO da Silva LIMA, Escritor, nasceu na Praia da Vitória, a 26-03-1876, e faleceu em Angra do Heroísmo, a 24-02-1945. Perdeu o pai aos cinco meses de idade, em consequência viu-se forçado  a ingressar cedo no mundo do trabalho. Apenas com a instrução primária, trabalhou num Cartório Notarial, na Vila (hoje cidade) da Praia da Vitória, e mais tarde como ajudante de bibliotecário (1914-1917) e depois como bibliotecário (1917-1945) da Biblioteca Municipal de Angra do Heroísmo. Começou a colaborar na imprensa pelos 20 anos de idade (A União, Angra) e fundou vários periódicos na Praia da Vitória (A Geração Nova; A Primavera, O Cartão e O Imparcial) e em Angra do Heroísmo (O Democrata e o ABC). Autodidacta, dedicou-se especialmente ao estudo da história, e nos cronistas terceirenses, sobretudo, encontrou matéria para exaltar os factos históricos e a vida e obras de algumas figuras ilustres da sua pequena pátria insular, alcançando pelos seus trabalhos nesse âmbito certa notoriedade local e mesmo reconhecimento de algumas academias e institutos (na maior parte estrangeiros) de que foi membro. Faltou-lhe, porém, apuro formal e rigor histórico nas numerosas páginas que deixou, escritas à ligeira, com fervor patriótico, mas sem método. A mesma falta de apuro se observa na obra propriamente literária (poesia, conto, teatro), em que ainda bruxuleiam algumas fatuidades românticas. Deve-se-lhe também a recolha e comentário de “improvisos” dos cantadores populares terceirenses, cujos torneiros (desafios) frequentava e (alguns) ele mesmo promoveu. Em alguns escritos usou os pseudónimos de João Azúl, João das Ilhas, João do Outeiro e Tomé da Eira.

Obras principais: Poesia: “Folhas de Outono (verso e prosa, 6 opúsculos, 1916-1917); Os Órfaõs da Guerra, (1917); Folhas Caídas, (1926); O Funeral dum Grumete, (1926); A Festa da Salga, (1926); E o Avião! Virá ou Não, (1926); A Fugida para o Egipto (conto em versos, 1934); A Lenda do Bom Ladrão, (conto em verso, 1937; Deixem Passar a Caridade, (1937); Raids na Terceira, (1939)”. Conto: “Saudades (contos íntimos, 1901)”. Teatro: “A Merenda das Freiras, 1914; O Veterano da Liberdade, 1929”. História e Biografia: “Discurso sobre a Batalha de 11 de Agosto de 1829; na Vila da Praia; Esboço Histórico da Ilha Terceira, (1924); A Batalha da Salga na Ilha Terceira em 25 de Julho de 1851, (1925); Paulo da Gama, a Ilha Terceira e a Descoberta da Índia, (1925); Figuras do Século XVI; Terceirenses Ilustres, (1925); Frei Gonçalo Velho, o Descobridor dos Açores, (1926); A Ilha dos Amores: a Terceira no Canto IX dos Lusíadas, (com prefácio de Vitorino Nemésio, 1928); A Pátria Açoriana, (1928); A Vila da Praia Há 300 Anos. O Capitão Francisco de Ornelas, (1929); Terceira, a Ilha de Jesus, (1932); Serões Açorianos, (1933); Breviário Açoriano, (1934); A Ilha de Jesus no Coração dos Açores, (1938); D. Violante do Canto, (1941); Brianda Pereira, (1941); História dos Açores em Mil Palavras, (1944); História da Ilha Terceira em Mil Palavras, (1944)”. Tradições, poesia e poetas açorianos: “O Terra, (1916); Festas de S. João, (1926); Poetas e Cantadores, (1931); Festas do Espírito Santo, (1932); Cantadores, (1935); O Torneiro Açoriano (Literário e Artístico, 1937); Cantadorias, (1938); A Turlu na Califórnia, (1938)”.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Angra do Heroísmo e Praia da Vitória (Rua Gervásio Lima).

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. III, Publicações Europa América)

Fonte. “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 15, Pág. 85)

A Actriz e Cantora Lírica Manuela Cassola deixou-nos no passado dia 26 do corrente. Aqui fica este pequeno apontamento do muito que nos legou.

 

 

Manuela cassolaMaria MANUELA CASSOLA Ribeiro, Cantora Lírica e Actriz, natural de Portalegre, nasceu a 19-06-1925 e faleceu a 26-12-2018. A Actriz notabilizou-se no Teatro e, na recta final da sua carreira, com a participação na Série Televisiva Inspector Max, transmitida pela TVI, onde deu interpretou a personagem “Justina”.

Manuela Cassola frequentou o Curso de Teatro do Conservatório Nacional, tendo concluído a formação com a classificação final de 18 valores, o que lhe permitiu passar a integrar o elenco do Teatro Nacional.

Mais tarde, a Actriz ingressou no Teatro São Carlos, onde teve intervenções dramáticas nas óperas “Orfeu em Lisboa” e “Tá mar”, de Ruy Coelho, entre outras.

Manuela Cassola, que colaborou com frequência em programas de Rádio-Teatro da Emissora Nacional, passou ainda por várias Companhias, como a do Chiado, e participou em espectáculos dirigidos por Mário Viegas e Juvenal Garcês.

Nos Estados Unidos, interpretou a peça “Celestina”, de Fernando de Rojas, tendo conquistado o prémio de interpretação integrada no Festival El Ciglo de Ouro Teatro Clássico Espanhol com o Teatro Ibérico.

A estreia de Manuela Cassola nos palcos aconteceu em Fevereiro de 1961, quando contava 34 anos, numa revista de carnaval, levada a cena pela companhia Rey Colaço-Robles Monteiro, no Teatro Nacional D. Maria II, segundo a base de dados do Centro de Estudos de Teatro, da Faculdade de Letras, da Universidade de Lisboa.

Manuela Cassola somava anos de formação em Canto Lírico, com a Professora Maria Antónia Palhares, e em Teatro, no Conservatório Nacional, curso que a levou ao Nacional D. Maria II, onde contracenou com Actores como Amélia Rey Colaço e Mariana Rey Monteiro.

Seguir-se-iam quatro temporadas como Cantora do Teatro Nacional de São Carlos, primeiro no coro, depois com algumas intervenções dramáticas em Óóperas como “Orfeu em Lisboa” e “Tá mar”, de Ruy Coelho. Só depois a entrega ao teatro, numa base regular, primeiro na rádio, com Chambel Dinis e Assis Pacheco, na antiga Emissora Nacional e, depois, a partir de 1965, com o Teatro Estúdio de Lisboa.

Nesta companhia dirigida por Luzia Maria Martins, Mariana Cassola, ao longo de quase uma década, interpretou autores como Terence Rattigan (“Mesas separadas”), Jean Anouilh (“Pobre Bitô”), Thornton Wilder (“A nossa cidade”), Jean Giraudoux (“A Louca de Chaillot”), Fernando Luso Soares (“A Outra Morte de Inês”) e Václav Havel (“O Escritório”).

A presença nos palcos prosseguiria, numa base mais ou menos regular, até 2011, quando fez “O teatro cómico”, de Carlo Goldoni, com a Companhia de Teatro de Almada.

Trabalhou com o Teatro Popular, de Francisco Ribeiro, em “Leonor, rainha maravilhosamente”, de Alice Sampaio, com o Novo Grupo/Teatro Aberto, onde entrou em “A boa pessoa de Setzuan”, de Bertolt Brecht, e em “A Dama do Maxim”, de Georges Feydeau. No Teatro Ibérico interpretou García Lorca (“Bodas de Sangue”) e Calderón de la Barca (“A Vida é Sonho”), entre outros autores.

Regressou ao Nacional D. Maria II em 1987, para fazer “Romance de Lobos”, de Valle-Inclán, e em 1996, para entrar em “O crime da Aldeia Velha”, de Bernardo Santareno.

No seu percurso, surgiu ainda a Companhia de Teatro de Almada, com quem trabalhou ao longo dos anos de 1980/1990, em autores como Gil Vicente (“Velho da Horta”, “Quem Tem Farelos”), Garcia Lorca (“Dona Rosinha, a Solteira”), Fonseca Lobo (“As Suplicantes”), Jaroslav Hasek (“O Valente Soldado Schveik”), Almeida Garrett (“Viagens na Minha Terra”), Calderón de la Barca (“O príncipe constante”), antes da entrega à Companhia Teatral do Chiado, fundada por Mário Viegas, onde surgiu em produções, dirigidas pelo Actor e por Juvenal Garcês.

Aqui trabalhou em produções, que vão de 1991 a 2003, como “Napoli milionaria”, de Eduardo de Filippo, “Uma comédia às escuras”, de Peter Shaffer, “Hedda Gabler” e “A Casa da Boneca”, de Henrik Ibsen.

Em 2010, participou em “Amor com amor se paga (Um acto teatral para Mário Viegas)”, homenagem ao fundador da Companhia Teatral do Chiado, a partir de textos de Anton Tchekhov.

“Ligações Perigosas”, de Cristopher Hampton, sobre o original de Choderlos de Laclos, levou-a ao Teatro da Trindade, em 2003.

Nos Estados Unidos, interpretou a peça “Celestina”, de Fernando de Rojas, tendo conquistado o prémio de interpretação do Festival El Siglo de Oro, de Teatro Clássico Espanhol, com o Teatro Ibérico.

Na Televisão, a Actriz participou em séries e telenovelas, como “Passerelle” (1988, RTP), “A Banqueira do Povo” (1993, RTP), “Camilo & Filho” (1996, SIC), “Jardins Proibidos” (2000, TVI) e “Super Pai” (2001, TVI).

Desempenhou o papel de criada Justina, na série “Inspetor Max”, da TVI, de 2004 a 2006.

“Rainha das Flores” (2016, SIC) foi o seu último desempenho, antes de regressar a Portalegre, onde nasceu em 19 de junho de 1925.

Fonte: “Jornal Público”

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Povoação”

 

Câmara Municipal de PovoaçãoAURORA DE MORAIS, Escritora, natural de Povoação (Ilha de São Miguel – Açores), nasceu em 1871. Era mulher do Jornalista Rui de Morais.

Deixou colaboração poética dispersa por várias revistas e jornais da época.

Os seus principais livros sâo: Flores da Alma, (1896); Espinhos e Flores, (1897); Trovas Singelas, (1899); Cantares, (1901), etc.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Povoação (Freguesia de Nossa Senhora dos Remédios – Rua Aurora de Morais)-

Fonte: “Dicionário de Mulheres Célebres”, (de Américo Lopes de Oliveira, Lello & Irmão Editores, Edição de 1981, Pág. 928).

Recordamos hoje, o Cientista Louis Pasteur, inventor da pasteurização, no dia em que passa mais um aniversário do seu nascimento.

 

Portrait of Louis PasteurLOUIS PASTEUR, Químico. Biólogo e Cientista, nasceu em Dole (França), a 27-12-1822, e faleceu em Paris, a 28-09-1895. Louis Pasteur, o cientista francês que inventou a pasteurização em 1864, para responder a um pedido de vinicultores e cervejeiros franceses

Químico e Biólogo francês, famoso pela teoria dos germes e pelo desenvolvimento das vacinas. Depois de ter feito os Estudos Liceais, foi admitido na prestigiada Escola Normal Superior, em Paris, onde se doutorou com uma tese sobre uma ciência então obscura: a cristalografia, que iria revelar-se decisiva na sua carreira.

Depois de um curto Ensino no Liceu de Dijon, Louis Pasteur passou para a Universidade de Estrasburgo. Na capital da Alsácia ligou-se a uma filha do Reitor e, poucos meses depois, casava com Marie Laurent. Após uma licença sabática do Ministério da Educação, dedicou-se à investigação das propriedades ópticas dos cristais, efectuando descobertas neste domínio que lhe valeram, aos 26 anos, a atribuição da Legião de Honra.

Em 1852, aceitou uma cátedra de Química na Universidade de Estrasburgo, o que lhe permitiu desenvolver as suas experiências com cristais, tendo estudado os comportamentos de diferentes micro-organismos. Transferiu-se de Estrasburgo para Lille, onde para além de dar aulas colaborava com os industriais locais, que procuraram os seus serviços para que os ajudasse a perceber a razão porque as suas produções (nomeadamente vinagre) se deterioravam.

Pasteur concluiu, depois de análises microscópicas, que o vinagre se estragava por contágio com organismos vivos. Apesar da saúde fragilizada, Pasteur tentou tirar proveito das suas descobertas para benefício dos seres humanos. O seu objectivo era controlar, dentro do possível, as doenças, nomeadamente as infecções. Pasteur foi nomeado membro da Academia Francesa de Medicina, algo inédito para quem não tinha qualquer habilitação académica na área. Em 1881, desenvolveu com êxito uma vacina para combater uma epidemia que ameaçava dizimar o gado. Quatro anos depois, nova vacina criada por Pasteur passou a dar combate eficaz à raiva, uma doença então mortal. Em 1888, foi uma França agradecida que fundou o Instituto Pasteur.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Lisboa (Freguesia do Areeiro, ex-Freguesia de São João de Deus).

Fonte: “Grande Enciclopédia do Conhecimento”, (Volume 12, Pág. 2043)