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Benjamim Franklin, um Americano, na Toponímia de: Lisboa

 

Rua FranklinBenjamim Franklin, Cientista e Político, nasceu em Boston (EUA), a 17-01-1706, e faleceu em Filadélfia (EUA), a 17-04-1790. Político, Escritor e Cientista norte americano. De origem humilde, aprendeu a ler sozinho, mas aos dez anos foi obrigado a deixar os estudos para trabalhar com o pai. Empregou-se depois na oficina gráfica do irmão e, aos 17 anos, mudou-se para Filadélfia, onde trabalhou como impressor, dedicando as horas de folga ao estudo das letras e das ciências. Em 1729 tornou-se proprietário de uma oficina gráfica e iniciou logo depois a publicação do jornal The Pennsylvania Gazette, que seria mais tarde o Saturday Evening Post.

Com o pseudónimo Richard Saunders, publicou no Poor Richard’s Almanac, coletânea de anedotas e provérbios populares. Ambos tiveram grande êxito e deram renome ao editor. Vendiam-se tão bem que Franklin pode montar tipografias em outras das 13 colónias americanas. Aos 47 anos acumulara tamanha fortuna que retirou-se dos negócios. Criou em Filadélfia o corpo de Bombeiros, fundou a primeira Biblioteca circulante dos Estados Unidos e uma Academia que mais tarde se transformou na Universidade da Pensilvânia.

Organizou um Clube de leituras e debates, que deu origem à Sociedade Americana de Filosofia, e ajudou a fundar o Hospital do Estado.

Lutou contra a escravatura e fez mesmo o Memorial para a sua abolição enquanto Presidente da Sociedade Pensilvaniana para além do seu papel preponderante na independência dos Estados Unidos da América.

Franklin foi o porta-voz dos colonos junto dos ingleses; integrou a Comissão redatorial da Declaração da Independência; foi membro da Convenção para redigir a Constituição Nacional (1787); e assinou com a Grã-Bretanha o Tratado de Versalhes que reconhecia a independência das 13 colónias norte-americanas.

Embaixador em Paris (1776-1785), celebrou (1783) com a Grã-Bretanha o Tratado de Versalhes, que reconhecia a independência das 13 colónias norte-americanas.

Como cientista, foram notáveis as descobertas sobre a electricidade, tendo inventado o pára-raios. Como escritor, é considerado o primeiro representante do realismo norte-americano.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Amadora; Lisboa (Freguesia de São Vicente, ex-Freguesia de Santa Engrácia, Edital de 17-10-1924).

Fonte: “Grande Enciclopédia do Conhecimento”, (Volume 7, Pág. 1109 e 1111)

Fonte: “Câmara Municipal de Lisboa – Toponímia de Lisboa”

No dia em que passam 79 anos sobre a morte de Amélia Cardia, uma das primeiras Senhoras a Licenciar-se em Medicina, deixamos aqui esta pequena homenagem.

 

Amélia CardiaAMÉLIA dos Santos Costa CARDIA, Médica, natural de Lisboa, nasceu a 01-11-1855 e faleceu a 30-04-1938. Era filha de Francisco António da Costa e de Justa Matilde de Carvalho e Costa, Parteira Diplomada pela Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa e irmã da Parteira Alice Cardia que assistiu ao nascimento dos Príncipes D. Luís Filipe e D. Manuel.

Amélia Cardia viveu num internato até aos 14 anos de idade, em que saiu para casar, conciliando os afazeres do lar com a escrita.  Teve dois filhos: Manuel Cardia (1883-1903), Jornalista, que se suicidou, e Pedro Cardia, que era Gerente da Sociedade de Pneus e Lubrificantes em 1938.

Em 1903, era casada, em segundas núpcias, com Francisco de Azevedo Coutinho e usava o nome de Amélia Cardia de Azevedo Coutinho. Fez o Ccurso Secundário já depois do primeiro casamento. Matriculou-se na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa em 15 de Outubro de 1886. A sua entrada na Escola mereceu algumas críticas de Jornalistas na imprensa nacional e regional, a que Amélia Cardia respondia com argumentos imbatíveis.

Quando frequentava o 4º ano de Medicina, foi criado o internato nos Hospitais onde foram trabalhar os quintanistas Câmara Pestana e Moreira Júnior. No ano seguinte, juntou-se-lhes Amélia Cardia que mereceu, pelo seu desempenho, uma portaria de Louvor da Direcção Hospitalar no fim do curso que concluiu, com alta classificação, em 1891.

Foi das primeiras senhoras que se formaram em Medicina em Portugal e ficou célebre a sua tese de Doutoramento Febre Amarela.

Dedicou-se ao estudo das doenças nervosas, o que a levou a interessar-se pelo hipnotismo e histeria. Visitou Hospitais no estrangeiro e adquiriu conhecimentos e material para o consultório modelo que montou na Praça Luís de Camões, em Lisboa, onde as consultas eram gratuitas aos Sábados.

Em 1908, construiu um prédio para a Casa de Saúde no Bairro da Estrela, onde operavam os cirurgiões mais ilustres de Lisboa e continuaram as consultas gratuitas. Dedicou muito do seu tempo à clínica de senhoras. Dirigiu a Casa de Saúde durante oito anos, até que deixou de exercer clínica.

Estava, então, disponível para se dedicar aos estudos espíritas e filosóficos que a vinha interessando desde há muito tempo. Pertenceu à Associação das Ciências Médicas e à Federação Espírita Portuguesa.

Colaborou assiduamente em diversos jornais e revistas, nomeadamente, Almanaque das Senhoras, Ilustração Portuguesa, O Século, Revista de Espiritismo, Diário de Notícias, etc. , tendo dirigido O Mensageiro Espírita.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Loures (Freguesia de Bobadela).

Fonte: “Dicionário no Feminino, Séculos XIX-XX”, (Direcção de Zília Osório de Castro e João Esteves, Livros Horizonte)

Ângela Tamagnini, uma estrangeira na Toponímia de: Tomar.

 

Ângela TamagniniÂNGELA Caetana Maria TAMAGNINI, Benemérita e Filantropa, nasceu em Milão (Itália), a 26-10-1770, e faleceu em Tomar, a 02-07-1827. Filantropa, italiana pelo nascimento e portuguesa pelo casamento. Mulher do Morgado António Florêncio de Abreu e Andrada.

Veio para Portugal em 1783, com o Médico Inácio Francisco Tamagnini, seu tio. Casou em 1795 e enviuvou em 1806.

Vivia na então na Vila de Tomar, quando ocorreu a revolta dos Portugueses contra os exércitos de Junot, que ocupavam Portugal, em nome de Napoleão I, Imperador dos Franceses.

Para reprimir a referida rebelião, avançava contra Tomar um corpo de tropas, comandado por Margaron, contra as quais seriam inúteis os esforços dos heroicos portugueses que defendiam Tomar. Foi nessa emergência, e para evitar o saque e outras atrocidades do impiedosso inimigo, que foi escolhida, como medianeira, esta bonsosa viúva, que falava correctamente o francês. Serviu de penhor dos Portugueses, intercedendo no sentido de salvar a vida de alguns patriotas, que os franceses pretendiam matar.

Alguns anos depois, Ângela interessou-se pela vacina antivariólica, inventada pelo Dr. Jenner, mandando vir o necessário para a sua preparação e aplicação em Portugal, o que tudo ofereceu à Academia Real das Ciências, encarregada do assunto.

Não contente com isso, criou, em Tomar, um posto para vacinação dos pobres, cuja vacina ela própria aplicava.

Teve de vencer muitas incompreensões; mas esta filantropa nunca desistiu dos seus benemerentes propósitos. Por isso, a Academia das Ciências nomeou-a, em 1812, correspondente da referida instituição.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Tomar.

Fonte: “Dicionário de Mulheres Célebres”, (de Américo Lopes de Oliveira, Lello & Irmão Editores, Edição de 1981, Pág. 1268).

No dia em que passam 133 anos sobre o seu nascimento , deixamos aqui uma pequena biografia deste grande político, que foi Jaime Cortesão.

 

Jaime CortesãoJAIME Zuzarte CORTESÃO, Escritor, Político e Médico, nasceu na Freguesia de Ançã (Cantanhede), a 29-04-1884, e faleceu em Lisboa, a 14-08-1960. Filho de António Augusto da Silva Cortesão, Médico e Professor da Escola Normal de Coimbra, natural de Coimbra,  e de Norberta Cândida Zuzarte de Abreu, natural do Porto.

Estudou Medicina, que veio a exercer como voluntário durante a primeira Guerra Mundial, na Frandres (França). Foi Deputado, entre 1915 e 1917, e dirigiu a Biblioteca Nacional, entre 1919 e 1927.

Os seus ideais políticos levaram-no ao exílio, após a instauração do Estado Novo, de 1927 a 1957. Durante esse período, viveu em vários países da Europa e no Brasil.

Em 1957 regressou a Portugal e, um ano depois, foi nomeado Presidente da Sociedade Portuguesa de Escritores. Esteve ligado, juntamente com Leonardo Coimbra e outros, ao Movimento da Renascença Portuguesa e à revista “A Águia”, de que se afastaria algum tempo depois.

Foi ainda co-fundador e Director da revista “Seara Nova”. A partir dos anos 20, a sua actividade como historiador, precisamente aquela em que mais se destacou, intensificou-se.

Escreveu “A Expedição de Pedro Álvares Cabral e o Descobrimento do Brasil” (1922), “Alexandre de Gusmão e o Tratado de Madrid” (1950), “O Sentido da Cultura em Portugal no Século XIV” (1956) e “Os Descobrimentos Portugueses” (1960), obra incompleta, deixando ainda “A Política do Sígilo na Época dos Descobrimentos” (1997). Colaborou em diversas obras colectivas (História de Portugal de Damião Peres, ou História da Expansão Portuguesa no Mundo. Dedicou-se ainda à poesia escrevendo “A Morte da Águia” (1910), “Esta História é para os Anjos” (1912), “Glória Humilde” (1914), “Divina Voluptuosidade” (1923), “Missa da Meia-Noite” 81940) e “Poesias Escolhidas” (1960); ao drama com “O Infante de Sagres” (1916) e “Egas Moniz” (1918); ao conto com “Daquém e Dalém Morte” (1913); e ainda á literatura infantil com as obras “Romance das Ilhas Encantadas” (1925) e “Contos para Crianças” (1964). Jaime Cortesão foi também autor de obras ensaísticas, como “Memórias da Grande Guerra” (1919) e “Eça de Queirós e a Questão Social” (1949). Considerado uma das figuras cimeiras da cultura e da historiografia portuguesas deste século, foi capaz de associar, nas suas obras, uma grande capacidade de exposição e de comunicação ao rigor científico.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Albufeira; Almada (Freguesia de Sobreda da Caparica); Amadora; Aveiro; Barreiro; Beja; Benavente (Freguesia de Samora Correia); Bragança; Cantanhede (Freguesias de Ançã e Cantanhede); Cascais (Freguesias de Parede e São Domingos de Rana); Coimbra; Évora; Fafe (Freguesias de Fafe e Regadas); Gondomar (Freguesias de Gondomar e Valbom); Lisboa (Freguesia de Marvila); Loures (Freguesia de Bobadela); Maia; Matosinhos (Freguesia de Leça do Balio); Moita (Frfeguesias de Baixa da Banheira e Moita); Montemor-o-Novo; Odivelas (Freguesias de Famões e Póvoa de Santo Adrião); Oeiras (Freguesias de Algés, Barcarena e Oeiras); Ovar; Palmela; Pinhel; Pombal; Porto; Santa Maria da Feira (Freguesia de Arrifana); Santarém; Seixal (Freguesias de Arrentela e Amora), Sesimbra (Freguesias de Quinta do Conde e Sesimbra); Setúbal; Sintra (Freguesias de Agualva-Cacém, Algueirão-Mem Martins e Monte Abraão); Trofa (Freguesias de São Mamede do Coronado e Trofa); Valongo (Freguesias de Ermesinde e Valongo); Vila Franca de Xira (Freguesias de Póvoa de Santa Iria e Vila Franca de Xira).

Fonte: “Médicos Nossos Conhecidos, de Ana Barradas e Manuela Soares, Editor: Mendifar, 2001, Pág. 85”

Fonte: “Parlamentares e Ministros da 1ª República, (1910-1926)”. (Coordenação de A. H. Oliveira Marques, Edições Afrontamento, Colecção Parlamento, Pág. 172, 173 e 174).

Fonte: “O Grande Livro dos Portugueses, Círculo de Leitores, 1990, Pág. 165 e 166”

Fonte: “Dicionário do 25 de Abril”; (Verde Fauna, Rubra Flor, de John Andrade, Editora Nova Arrancada, Sociedade Editora, S.A.. 1ª Edição, Setembro de 2002, Pág. 97).

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 164).

Os CTT, com este ou com outros nomes que foram tendo ao longo dos anos, tiveram, para o seu prestígio e engrandecimento, a contribuição de muitas pessoas. São essas pessoas que, dentro da medida do possível, pretendo dar a conhecer.

cavalo-dos-ctt-antigoANTÓNIO MARIA DA SILVA, 5º Director-Geral e 1º Administrador-Geral dos Correios e Telégrafos, exerceu o cargo de 1910 a 1917. Nasceu em Lisboa, a 26 de Maio de 1872, e faleceu na mesma cidade, a 14 de Outubro de 1950. Era filho de António Maria da Silva e de D. Maria da Luz Marques da Silva.

Depois de estudar preparatórios com grande aproveitamento, matriculou-se na Escola do Exército em 1892, e dpois anos depois obtinha o Diploma de Engenheiro de Minas, com a 1ª classificação do seu curso. Entrou para o serviço da sua especialidade como Engenheiro-Aspirante, em 14 de Junho de 1845, indo prestar serviço na Circunscrição Mineira do Norte, donde pouco depois transitou para a do Sul. Em Dezembro de 1901 teve a promoção a Engenheiro Subalterno de 2ª Classe, e em Agosto de 1910 a de 1ª Classe.

Consagrando-se desde muito novo à política, ainda no antigo regime, militou no Partido Regenerador até ao ano de 1905, em que aderiu ao Partido Republicano Português, entregando-se desde então à propaganda dos seus novos ideais.

Com o advento da República, o prestígio resultante da anterior acção revolucionária do Sr. António Maria da Silva, aliado à sua muita inteligência e especial disposição para a vida política, colocaram-no na primeira linha das figuras de destaque do novo regime.

Eleito por aclamação para as Constituintes, pelo Círculo de Silves, em 1911, daí em diante, exceptuando a curta Legislatura de 1918, não mais deixou de representar a Câmara dos Deputados o Círculo Oriental de Lisboa; e quando, extremados os campos políticos da República, se organizou o primeiro Mibnistério partidário, sob a Presidência do Dr. Afonso Costa, nele entrou como representante do grupo de Deputados independentes que então acaudilhava no Parlamento, incumbindo-se da pasta do Fomento até à queda do Gabinete, em 09 de Fevereiro de 1914.

Já filiado no Partido Democrático, voltou a gerir a mesma pasta, no Gabinete organizado pelo Dr. Afonso Costa em 29 de Novembro de 1915. A 15 de Março do ano seguinte cedia este Governo o lugar ao Ministério chamado da União Sagrada, constotuindo após a declaração de guerra da Alemanha, no qualo Engenheiro António Maria da Silva sobraçou a pasta do Trabalho, recém-criada. O Gabinete abandonou o poder em 25 de Abril de 1917.

Numa reconstituição do Governo da Presidência do General Sá Cardoso, em 03 de Janeiro de 1920, encarregou-se da pasta das Finanças, substituindo o Sr. Rego Chaves; pouco tempo, porém, ocupou esta situação, porque, dias depois, o Ministério demitia-se. De 26 de Junho a 19 de Julho de 1920 presidiu a um efémero Ministério de 24 dias.

Voltou a encarregar-se da pasta das Finanças no Gabinete da Presidência do Dr. Bernardino Machado, de 02 de Março a 23 de Maio de 1921.

Presidente do Ministério e Ministro do Interior em 06 de Fevereiro de 1922, demite-se, para voltar a organziar um Ministério, que se não sustenta mais de 8 dias; de 30 de Novembro a 07 de Dezembro do mesmo ano.

Novamente encarregado de formar Gabinete, governou de 07 de Dezembro de 1922 a 14 de Novembro de 1923, como Presidente, Ministro do Interior, e interino da Guerra, nos dois últimos meses. No Ministéio a que presidiu de 01 de Julho a 01 de Agosto de 1925, sobraçou também a pasta da Guerra.

Novamente Presidente do Ministério e Ministro do Interior, em 17 de Dezembro de 1925, abandonou o poder em 30 de Maio de 1926, em consequência do triunfo da revolução, que implantou a ditadura.

O Engenheiro António Maria da Silva pertenceu à Junta Consultiva do Partido Republicano Português e foi membro do Directório do mesmo Partido desde 1917.

Colaborou no livro Notas de Portugal, destinado à Exposição do Rio de Janeiro de 1908, com a memória Nascentes thermo-mineares de Portugal.

Pouco tempo após a proclamação da República, a 06 de Dezembro de 1920, depois de uma curta passagem pela Direcção-Geral de Estatística e Próprios Nacionais, primeiro cargo que ocupou no novo regime, foi nomeado Director-Geral dos Correios e Telégrafos.

O interesse que desde logo votou ao desempenho das novas funções, traduziu-se na Organização dos Serviços de Correios, Telégrafos, Telefones e Fiscalização das Indústrias Eléctricas, decretada em 24 de Maio de 1911. Criando uma Administração-Geral sob  aautoridade directa do Ministro, este notável diploma, elaborado sob a base de autonomia administrativa dos serviços, alterou profundamente o molde das organziações anteriores e permitiu um grande desenvolvimento da técnica postal e telegráfica; instituiu a Caixa Económica Postal, os Transportes Terrestres e Marítimos na cidade e Porto de Lisboa, o Laboratório Electrónico, criou as Secretarias de Serviço de Encomendas Postais em Lisboa e no Porto, modificou ensino profissional, melhorou a situação dos funcionários, etc. Por este mesmo diploma foi o Engenheiro António Maria da Silva elevado consequentemente à categoria de Administrador-Geral.

Para execução desta organização se publicaram sucessivamente diversos regulamentos: Da Contabilidade e Tesouraria (Decreto de 26 de Junho de 1911); Serviço de Encomendas Postais Nacionais e Estrangeiras (Decreto de 22 de Agosto de 1911); Serviço da Caixa Económica Postal (Decreto de 15 de Dezembro de 1911); Escola de Correios e Telégrafos (Decreto de 13 de Janeiro de 1912); Promoções (Decreto de 09 de Novembro de 1912); Das concessões de licença para o estabelecimento e exploração de instalações eléctricas (Decreto de 30 de Novembro de 1912); Do serviço de permutação de fundos (Decreto de 16 de Novembro de 1912); Da segurança para a montagem de instalações eléctricas com correntes fortes (Decreto de 23 de Junho de 1913).

Afastado do serviço pelo Governo do General Pimenta de Castro, em 01 de Março de 1915, a fim de ser sindicado, foi substituído primeiramente pelo Director de Serviços João Maria Pinheiro da Silva, e depois, quando este se aposentou, pelo Capitão de Engenharia Henrique Jacinto Ferreira de Carvalho.

Ainda  neste ano de 1915 se publicou o novo regulamento de permutação de fundos entre a Metrópole e as Províncias Ultramarinas portuguesas e se criou a Divisão de Material e Biblioteca. Satisfazendo as sucessivas reclamações do pessoal, por decreto de 02 de Abril de 1917 sofreram modificações as designações de algumas categorias.

A 01 de Setembro de 1917 rebentou em Lisboa a primeira greve Telégrafo-Postal, que rapidamente alastrou pelo País fora, o que levou o Governo a mobilizar os serviços e a incorporá-los no Ministério da Guerra, onde se conservaram até à revolução triunfante de 05 de Dezembro daquele ano. Um dos primeiros actos da Junta Directiva do Movimento Revolucionário, logo no dia 08, foi a demissão do Engenheiro António Maria da Silva e a sua substituição pelo Capitão de Engenharia Tamagnini Barbosa, nomeado a 10 e exonerado a 11.

Era condecorado com a Grã-Cruz da Torre e Espada, cujas insígnias lhe foram impostas pelo Presidente da República Dr. António José de Almeida, numa sessão solene realziada no Teatro de São Carlos, em 04 de Outubro de 1923. Possuía ainda as condecorações seguintes: Grã-Cruz da Ordem do Império Britânico, com direito ao tratamento de Sir; Grão-Cruz da Ordem de Isabel, a Católica, de Espanha; Grã-Cruz da Ordem da Estrela Polar, da Suécia; Grã-Cruz da Ordem da Coroa, de Itália; Grã-Cruz da Ordem da Espiga de Ouro, ds China; Medalha do Quinquagenário da União Postal, da Suécia; Medalha da Cruz Vermelha Portuguesa.

Fonte: “Dos Correios-Mores do Reino aos Administradores Gerais dos Correios e Telégrafos”, (De Godofredo Ferreira, 2ª Edição, revista e aumentada, Lisboa, 1963)

Fonte: “Velhos Papéis do Correio”, (de Godofredo Ferreira, Editado pelos CTT, Edição de 1949)

Arlindo de Carvalho, autor de “Chapéu Preto” ou “Fadinho Serrano”, entre muitos outros êxitos, se fosse vivo, faria hoje 87 anos de idade.

 

Arlindo deARLINDO Duarte DE CARVALHO, Músico, Professor e Compositor, nasceu na Freguesia da Soalheira (Fundão), a 27-04-1930, e faleceu no Hospital de Amadora-Sintra, a 26-11-2016. Frequentou a Escola Primária na sua terra natal. Estudou, depois, na Guarda, Castelo Branco e Coimbra. Nesta cidade completou o Magistério Primário, no ano de 1950.

Destacou-se no âmbito da Música Popular Portuguesa pelo estilo composicional que desenvolveu nas suas canções inspiradas no Folclore sobretudo da Beira Baixa.

Desde a sua infância mostrou uma grande vocação para a música. No convívio com os camponeses e trabalhadores rurais da Soalheira, da Campina da Idanha, da Serra da Estrela, desde criança aprendeu os seus cantares tradicionais que mais tarde iriam influenciar toda a sua obra musical, que é única no panorama musical português, pelas suas raízes profundamente beirãs.

A sua obra abrange estilos de música popular que vão desde o minhoto ao açoriano, com predominância da Beira, incluindo ainda canções para crianças, fados de Coimbra e outras de intervenção política.

Decidido a encontrar intérpretes para divulgar as suas canções, apresentou-as na Emissora Nacional. Seriam porém os Cantores Luís Piçarra e Gina Maria a integrar algumas delas no seu repertório. Foi na voz de Gina Maria que, ainda na década de 50, as canções Retaxo, Chapéu Preto e Castelo Branco, interpretadas na Rádio e em diversos espectáculos de variedades (como Serões para Trabalhadores), atingiram significativa popularidade, o que viabilizou a dedicação exclusiva à actividade de composição.

Em 1955 fixou-se em Lisboa, onde estudou Solfejo e Harmonia na Academia de Amadores de Música. Nesta mesma altura conheceu Amália Rodrigues, que viria a interpretar várias das suas composições, entre as quais Hortelã Mourisca, Fadinho Serrano; As Moças da Soalheira; As Meninas da Terceira e Longe Daqui.

De entre os autores deletra com que colaborou contams-e Nuno Gomes dos Santos, Hernâni Correia, Avelino Beirão, Eduardo Olímpio e José Vicente.

A sua postura contra a política do Estado Novo levou-o ao exílio. Entre 1965 e 1973 viveu na Bélgica, na França, em Inglaterra e na Alemanha. Continuou, no entanto, a compor para vários intérpretes com quem colaborara em Portugal.

Em França, estudou no Conservatório de Poitiers e foi Leitor da Língua Portuguesa no Liceu Henry IV, onde fuindou um pequno coro amador com os seus alunos, em que era solista.

Acompanhado por dois Guitarristas, chegou a actuar para a Televoisão rgional francesa. A sua estreia como Cantor surgii de modo inesperado. O que inicialmente se tratava de uma reunião com a Editora President (Paris) no sentido de convidar artistas portugueses que interpretavam as suas composições, acabou por se transformar numa audição bem-sucedida. Agradado com o que ouviu, o Director da Editora preferiu contratar um Artista português radicado em França a ter de convidar vários de Portugal.

A sua primeira actuação ocorreu em 1966 na Salle Wagram (Paris). Gravou também três fonogramas com canções originaus e outros êxitos portugueses. Na Alemanha participou, em vários espectáculos, actuando igualmente na Rádio e na Televisão.

Depois da Revolução de 25 de Abril de 1974, já em Portugal, actuou por todo o País em manifestaçõe se comícios do Partido Socialista que patrocinou a edição do LP Canções Para a Liberdade (1974). O seu empenho político levou-o a integrar as campanhas eleitorais do Partido Social-Democrata sueco para a eleição de Olof Palme (1969 e 1976) e a compor a canção Hino a Timor: A Vida Não é Uma Prisão 1999), que interpretou numa transmissão directa para Timor no primeiro dia de campanha eleitoral deste País.

Interpretadas por cantores portugueses e estrangeiros, muitas das suas canções foram interpretadas noutros países em várias línguas (inglês, japonês, sueco, húngaro, entre outras, para além do português). Pela sua popularidade, destacam-se as canções: Castelo Branco; Chapéu Preto; Trova da Guarda; Penamacor; O Comboio da Beira Baixa; Que Fazes Aí Lisboa; e Lisboa Cidade Sol.

Foi várias vezes galardoado com prémios por diversas entidades e na última vez que isso aconteceu foi agraciado com a medalha de honra da Sociedade Portuguesa de Autores, como reconhecimento pela sua valiosa obra de música de raiz popular e mais recentemente, em 7 de Novembro de 2011, também pela mesma sociedade, num grande espectáculo realizado na Aula Magna, em Lisboa, pelo seu contributo para o enriquecimento do fado em Lisboa.

O evento foi gravado pela RTP e foi transmitido em finais de Novembro, coincidindo com a data em que foi conhecido o resultado da candidatura do Fado a património imaterial da humanidade. Diamantina e José Carlos Malato apresentaram a “Homenagem ao Fado” cujo elenco fez subir ao palco os artistas mais representativos da criação e da interpretação do Fado em Portugal ao longo de décadas. Durante o espectáculo foram entregues troféus aos autores homenageados, entre eles Arlindo de Carvalho, e evocados os nomes dos autores e intérpretes já desaparecidos.

Fonte: “Junta de Freguesia de Vale da Senhora da Póvoa”

Fonte: “Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX” (Direcção de Salwa Castelo-Branco, 1º Volume, A-C, Temas e Debates, Círculo de Leitores, 1ª Edição, Janeiro de 2010, Pág. 255 e 256)

“Maria Olguim, a Actriz, que por amor se fez Enfermeira, nasceu faz hoje 123 anos”.

 

Maria OlguimMARIA Cipriano Lobato OLGUIM, Actriz, nasceu em Castelo Branco, a 26-04-1894, e faleceu na Figueira da Foz, a 01-01-1984. Era filha de pais espanhóis, João Olguim Rodrigues e de Encarnação Lobato Santano. Partiu ainda criança para a Figueira da Foz, cidade onde cresceu e estudou. Iniciou a sua vida artística, como amadora, na Associação 1º de Maio.

Com o início da Primeira Grande Guerra torna-se Enfermeira de Guerra, com o objectivo de ir para o local onde o seu noivo se encontrava a combater. Porém, nunca chegaria a partir. Depois de uma dedicada aprendizagem, concluiu o Curso, o Grupo de Enfermeiras de guerra onde estava incluída partia dentro de dias. Mas inesperadamente declarou-se peste no barco e ficou adiada a partida. E, Maria Olguim acabou por não embarcar, entretanto, foi suspenso o envio de Enfermeiras portuguesas para o campo de batalha.

Começou a actuar nos palcos das colectividades de amadores, na Figueira da Foz, tendo-se estreado como profissional em 1928 no Porto, no teatro musicado (Tiro ao Alvo), então ainda costureira.

Trabalhou para o cinema durante quase 40 anos, tendo participado em cerca de 40 filmes, entre os quais: Tinoco em Bolandas, (1924); Ala Arriba, (1942); O Costa do Castelo, (1943), A Menina da Rádio, (1944); Um Homem do Ribatejo, (1946); O Hóspede do Quarto nº 13, (1947); Rua Sem Sol, (1947); Viela, (1947); O Leão da estrela, (1947); Não Há Rapazes Maus, (1948); Uma Vida Para Dois, (1949); Sol e Toiros, (1949); Heróis do Mar, (1949); Frei Luís de Sousa, (1950); O Grande Elias, (1950); Sonhar é Fácil, (1951); O Grande Circo (Saltimbancos), (1951); Madragoa, (1952); Nazaré, (1952); Parabéns, Senhor Vicente, (1955); Vidas Sem Rumo, (1956); O Noivo das Caldas, (1956); Realizadade da Fantasia, (1957); O Tarzan do 5º Esquerdo, (1958); A Costureirinha da Sé, (1959); Lisboa em Camisa, (1960); Retalhos da Vida de Um Médico, (1962); A Sentença, (1963); O Crime da Aldeia Velha, (1964); O Trigo e o Joio, (1965); Zé Bravo, O Bandoleiro, (1967); A Sapateira Prodigiosa, (1968); Lotação Esgotada, (1972); Recompensa, (1977); Manhã Submersa, (1980).

Em 12-01-1973, foi homenageada. Em 1952, obteve o Prémio da Crítica pela interpretação que teve em «Saltimbancos», de Manuel Guimarães.

O nome de Maria Olguim faz parte da Toponímia de: Figueira da Foz; Sintra (Freguesia de Algueirão-Mem Martins*)

Fonte: “O Grande Livro dos Portugueses”, (Círculo de Leitores, 1990)

Fonte: “Dicionário de Mulheres Célebres, de Américo Lopes de Oliveira, Lello & Irmão Editores, Edição de 1981, Pág. 984”

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 390 e 391).

Os CTT, com este ou com outros nomes que foram tendo ao longo dos anos, tiveram, para o seu prestígio e engrandecimento, a contribuição de muitas pessoas. São essas pessoas que, dentro da medida do possível, pretendo dar a conhecer.

cavalo-dos-ctt-antigoAlfredo Pereira, foi o 4ª Director-Geral dos Correios e Telégrafos, exerceu o cargo de 1900 a 1910. Nasceu em Macau, a 08 de Outubro de 1853, e faleceu em Lisboa, a 29 de Março de 1925. Era filho de Manuel Pereira e de D. Guilhermina Pereira.

Veio ainda criança para Lisboa. Aqui estudou preparatórios; e em seguida matriculou-se no Curso de Agronomia e Silvicultura, que concluiu apenas com 20 anos de idade. Não encontrando situação condigna para o seu diploma de Agrónomo, ingressou em 1875 na Administração Central dos Correios de Lisboa, como praticante, o mais modesto lugar da classe, onde 25 anos depois ocuparia o primeiro posto, por direito de conquista, mercê das excepcionais faculdades de trabalho e inteligência, afirmadas brilhantemente no decorrer de toda a sua carreira burocrática.

Dedicando ao estudo o tempo que outros da mesma idade consagravam às diversões, logo dois anos após a admissão delineou o projecto de um belo edifício para os Serviços de Correios, ao tempo ainda instalados no Palácio do Calhariz. O projecto foi justamente apreciado pelo Sub-Inspector Geral, Dr. Guilhermino de Barros; mas a verba de 411 contos em que fora orçamentado, assustou as instâncias superiores e nada se fez.

Em 1879 foi nomeado para a Comissão encarregada de estudar a reorganização e fusão dos Serviços dos Correios e Telégrafos, que constituiam então dois organismos independentes. Dos trabalhos desta Comissão resultou a reforma de 07 de Julho de 1880, que reuniu os dois serviços numa só Direcção e lhes imprimiu um notável desenvolvimento.

Elevado por essa altura a 1º Oficial, começou Alfredo Pereira a sentir o peso das responsabilidades que as anteriores demonstrações das suas qualidades lhe acarretaram.

Criado o Curso Prático de Correios e Telégrafos, confiaram-lhe a regência de uma das cadeiras, ao mesmo tempo que o encarregavam de formar em moldes novos todos os Serviços de Estatística.

Tomou parte no 3º Congresso da União Postal Universal, reunido em Lisboa em 1885, e aí apresentou trabalhos, de que se destacam, pela importância que o Congresso lhes atribuiu, as propostas relativas à Estatística Postal e aos Vales Internacionais.

Pela organização dos Serviços Telégrafo-Postais decretada pelo  Ministro das Obras Públicas, Emídio Navarro, em 1886, foi promovido a Inspector Geral dos Correios, e seguidamente encarregado da elaboração do Regulamento dos Correios.

Em 1891 recebeu a Carta de Título de Conselho com que o Ministro Frederico Arouca quis premiar a sia infatigável actividade e profunda competência.

Em consequência da reforma de 1892, foi incumbido da elaboração de novos Regulamentos.

Diversas vezes desempenhou, interinamente, as funções de Director-Geral especialmente duarante a pertinaz doença do Conselheiro Guilhermino de Barros, por falecimento do qual foi definitivamente provido no lugar, por Decreto de 19 de Abril de 1900.

A sua elevação a este cargo, justo prémio dos serviços prestados, foi recebida com satisfação pelo pessoal, por ver guindado ao mais alto posto de classe um funcionário saído das suas fileiras.

Foram muitos e importantes os diplomas publicados durante o período da sua gerência, quer como Director-Geral interino, de Setembro de 1899 a 19 de Abril de 1900, quer como efectivo, desde esta data até 1910: Aqui ficam, apenas, alguns:

Regulamento para o Serviço de Encomendas (Decreto de 16 de Novembro de 1899), dispõe sobre os serviços existentes e cria outros novos.

Remessa de jornais em maços, pelas empresas jornalísticas (Decreto de 16 de Novembro de 1899).

Bases para a reorganização dos Serviços dos Correios e Telégrafos (Decreto de 21 de Junho de 1900).

Avenças de jornais (Decreto de 13 de Dezembro de 1900).

Todos os sistemas de Telegrafia sem fios são considerados monopólio do Estado (Decreto de 23 de Maio de 1901).

Regulamento para o estabelecimento e exploração de indústrias eléctricas (Decreto de 19 de Julho de 1901).

Regulamento para a permutação de encomendas postais entre a Província de Moçambqiue e o Continente, Ilhas e estrangeiro (Decreto de 14 de Novembro de 1901).

Organização dos Serviços dos Correios e Telégrafos e fiscalização das indústrias eléctricas (Decreto de 24 de Outubro de 1901), este documento desenvolve notavelmente a legislação relativa às indústrias eléctricas, introduzida na reforma de 1892.

Organização do pessoal de Telégrafos, Correios e Fiscalização das Indústrias Eléctricas (Decreto de 30 de Dezembro de 1901), codifica a legislação anterior, modificando-a em muitos pontos, e estabelece que o pessoal tenha participação nas receitas.

Organização dos Serviços de Contabilidade de Telégrafos e Correios (Decreto de 30 de Dezembro de 1901).

Regulamento para o Serviço de Correios (Decreto de 14 de Junho de 1902).

Regulamento do ensino profissional dos empregados dos Telégrafos e Correios (Decreto de 28 de Junho de 1902).

Regulamento das admissões e promoções (Decreto de 28 de Junho de 1902).

Regulamento para o estabelecimento e conservação das linhas e Estações Telefónicas do Estado (Decreto de 28 de Junho de 1902)

Regulamento das concessõesd de licenças para o estabelecimento e exploração de linhas e Estações Telegráficas e Telefónicas e Estações Semafóricas a cargo de particulares (Decreto de 28 de Junho de 1902).

Regulamento do Serviço de Contabildade das Receitas e Despesas (Decreto de 28 de Junho de 1902).

Regulamento dos serviços de aquisição, distribuição e contabilidade do material de Correios e Telégrafos (Decreto de 28 de Junho de 1902).

Redução dos horários de trabalho e instituição de folgas aos Domingos (Decreto de 07 de Maio de 1903).

Regulamento do serviço de redes telefónicas do Estado (Decreto de 17 de Setembro de 1904).

Criação da Caixa de Reformas do Pessoal Jornaleiro (Decreto de 17 de Setembro de 1904).

Regulamento para a permutação de fundos por meio de ordens postais (Decreto de 06 de Maio de 1909).

Regulamento dos Serviços de Correspondências Telegráficas (Decreto de 22 de Junho de 1909).

Finalmente, pelo Decreto de 27 de Outubro de 1909, altera-se a organização do pessoal, de 1901, extinguindo a classe de Aspirantes Auxiliares, aumentando os vencimentos, etc.

Embora salientando que a Direcção Técnica dos Serviços Telegráficos e Telefónicos estava então especialmente a cargo do Engenheiro Inspector-Geral dos Telégrafos, Conselheiro Paulo Benjamim Cabral, não queremos deixar de registar os notáveis progressos realizados neste ramo de serviços durante a superior administração do Conselheiro Alfredo Pereira.

Em Maio e Junho de 1902 realizaram-se em Portugal os primeiros ensaios de T.S.F. entre uma Estação Costeira e um barco em navegação. As curiosas experiências a que se dignou assistir El-Rei D. Carlos I, foram levadas a cabo, com o melhor êxito, por funcionários dos Correios e Telégrafos encarregados das instalações establecidas na cidadela de Cascais e a bordo do cruzador D. Carlos.

Em 11 de Abril de 1904 iniciou-se a exploração da primeira linha telefónica do Estado que ligou as Cidades de Lisboa e do Porto, e no ano imediato inauguraram-se as redes telefónicas das cidades de Coimbra e de Braga, respectivamente em 30 de Julho e 13 de Novembro de 1905.

Durante os dez anos da sua Direcção os serviços subiram muito alto no cenceito do público e das administrações estrangeiras, pela proficiência, zelo e honestidade com que eram desempenhados de Norte a Sul do País.

Por ocasião das festas do 25º aniversário da fundação da União Postal Universal, realizadas em Berna, no ano de 1900, teve o encargo de representar Portugal nessas brilhantes comemorações; e em 1903 assistiu à Conferência Telegráfica de Londres, como Delegado da Administração Portuguesa.

Como representante de Portugal em Congressos Internacionals de Correios e Telégrafos, e em especial no de Telégrafos, reunidos em Lisboa em 1908, a que presidiu, foi alvo das mais eloquentes demonstrações de consideração e simpatia da parte de todos os Congressistas.

A Câmara dos Deputados, em sua sesão de 15 de Julho de 1908, votou por aclamação, e nos termos mais elogiosos, a proposta do Deputado Sérgio de Castro para que fosse lançado na Acta um Voto de Congratulação, em geral pelo êxito que obteve o Congresso Telegráfico, e em particular pela forma levantada por que a ele presidiu o Conselheiro Alfredo Pereira.

O Governo agraciou com a Comenda da Ordem Militar de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa os funcionários que levaram a efeito as experiências de T.S.F.; Oficiais José Tomás Ribeiro, Luís Campos Fragoso; A. A. Pedro dos Santos e Aspirante Bernardo Bartolomeu Moniz da Maia.

A construção da linha telefónica Lisboa-Porto, foi projectada e conduzida, pelo Chefe da Circunscrição Telegráfica de Lisboa, o 1º Oficial José Tomás Ribeiro, auxiliado nos trabalhos de construção os Oficiais Dr. Henrique Pedro Ribeiro de Sousa (mais tarde Inspector Geral dos Telégrafos) e Francisco de Paula Pereira.

Alfredo Pereira, como representante de Portugal em Congressos Internacionais de Correios e Telégrafos, e em especial no de Telégrafo, reunidos em Lisboa em 1908, a que presidiu, foi alvo das mais eloquentes demonstrações de consideração e simpatia da parte de todos os congressistas.

Colaborou em diferentes jornais e muito especialmente no Jornal do Comércio, de Lisboa, onde publicou artigos sobre Correios, Finanças, Agricultura, etc.

Militou no antigo Partido Progressista, representando na Câmara dos Deputados o Círculo de Penafiel, em Legislaturas sucessivas; e ocupou por vezes, na mesma Câmara, o lugar de Vice-Presidente.

Com o advento da República foi afastado do alto cargo; e por decreto de 17 de Novembro de 1910 aposentado com a pensão anual de 1.200&000 réis.

Alfredo Pereira, foi Secretário-Geral, do Ministério das Obras Públicas e possuía as seguintes condecorações: Comenda da Ordem de Santiago; Comenda de Santana, da Rússia; Cavaleiro e Comendador da Legião de Honra, de França; Leão e Sol, da Prússia; Sol Nascente, do Japão; Coroa de Carvalho, do Luxemburgo; Coroa da România; Medalha dos Correios e Telégrafos, etc.

Fonte: “Dos Correios-Mores do Reino aos Administradores Gerais dos Correios e Telégrafos”, (De Godofredo Ferreira, 2ª Edição, revista e aumentada, Lisboa, 1963)

Fonte: “Velhos Papéis do Correio”, (de Godofredo Ferreira, Editado pelos CTT, Edição de 1949)

No dia em que passam 100 anos da morte de Abel Botelho, Militar e Diplomata, que conseguiu que a Argentina fosse o primeiro País a reconhecer o novo regime Republicano, aqui ficam alguns dados biográficos.

 

Abel BotelhoABEL Acácio de Almeida BOTELHO, Militar,  Diplomata e Escritor, nasceu em Tabuaço, a 23-09-1855, e faleceu em Buenos Aires (Argentina), a 24-04-1917. Era filho de Luís Carlos de Almeida Botelho e de Maria Preciosa de Almeida Botelho. Oficial do Exército, Deputado Republicano e Diplomata.

Seguiu a carreira militar, frequentando o Colégio Militar entre 1867 e 1872, após a morte de seu pai. Entre 1872 e 1876 frequentou a Escola Politécnica e entre 1876 e 1878 fez o Curso do Estado-Maior da Escola do Exército.

Foi sucessivamente promovido a Alferes, em 1879; a Tenente, em 1881; a Capitão, em 1881; a Major, em 1893; a Tenente-Coronel, em 1898; a Coronel, em 1906; e a General, em 1916.

Ocupou diversos cargos na sua carreira militar, como Chefe da Repartição de Justiça no Quartel-General, Chefe do Estado-Maior da 1ª Divisão Militar e Chefe da 1ª Repartição da Secretaria do Ministério da Guerra.

Implantada a República, foi Deputado, Senador e Ministro de Portugal na Argentina. O Embaixador Abel Botelho que conseguiu que a Argentina fosse o primeiro país a reconhecer o Regime Republicano Português.

Jornalista, deu vasta colaboração a jornais como “O Dia”, “Ocidente”, e “Ilustração”. Publicou em 1885 o seu primeiro livro, com o nome “Lira Insubmissa”, e em 1888 o livro de contos “Mulheres da Beira”. Um dos seus melhores romances é “Amanhã”, de 1901, o primeiro na literatura portuguesa em que o proletariado surge como personagem colectiva. Este romance é o terceiro dos cinco que constituem a série “Patologia Social”, de 1898-1910, graças à qual se tornou, em Portugal, o mais característico representante do naturalismo ou realismo exagerado. O mesmo se verifica na sua obra teatral, por exemplo em “Jucunda”, em 1889, e “Claudina”, em 1890, em que ele se compraz no desenho de certas personagens mórbidas.

Foi membro da Academia de Belas-Artes e seu Inspector depois da implantação do regime republicano e da Comissão de Monumentos Nacionais.

Pertenceu à Maçonaria, tendo sido iniciado por comunicação (1910) e filiado na Loja Irradiação, nº 315, do RF, de Lisboa, com o nome simbólico de Spinosa. Irradiado em 22 de Junho de 1914 por falta de pagamento.

Obras principais: Lira Insubmissa, (versos, 1885); Claudina, (teatro, 1890); A Imaculável, (teatro, 1897); Os Lázaros, (figuras de hoje, romance, 1904); Sem Remédio, (etologia dum fraco, romance, 1900); Amor Crioulo, (vida Argentina, novela, 1919).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Arouca, Cascais (Freguesia de Alcabideche), Lisboa (Freguesia de São Domingos de Benfica, Edital de 12-03-1932), Seixal (Freguesia de Fernão Ferro), Tabuaço.

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. II, Publicações Europa América)

Fonte: “Parlamentares e Ministros da 1ª República” (1910-1926); (Coordenação de A. H. Oliveira Marques, Colecção Parlamento; Edições Afrontamento, Pág. 122 e 123)

Fonte: “Os Constituintes de 1911 e a Maçonaria”, (de António Ventura, Editora Temas e Debates e Círculo de Leitores, 2011, Pág. 65 e 66)

Fonte: “Quem É Quem”, (Portugueses Célebres, Círculo de Leitores, Edição de 2008, Pág. 97).

No dia em o Actor Henrique Canto e Castro, se fosse vivo, faria 84 anos de idade, aqui fica uma pequena biografia.

 

Canto e CastroHENRIQUE Baptista Vaz Pacheco do CANTO E CASTRO, Actor, nasceu em Lisboa, a 24-04-1930, e faleceu em Almada, a 01-02-2005. Actor de teatro, cinema e televisão. Estreou-se aos 12 anos no teatro amador, dirigido por Ribeirinho. Estudou no Liceu Camões, onde o aproveitamento não foi dos melhores (gostava de Letras, mas a Matemática nunca foi o seu forte) pois o que verdadeiramente lhe dava prazer era representar.

O pai, respeitando a sua vocação, perguntou a Ribeirinho se o rapaz tinha jeito, ao que este respondeu »jeito tem, mas isto de ser Actor é uma vida desgraçada«. O pai inscreveu-o no Conservatório Nacional e, três anos depois, com 17 anos de idade, Canto e Castro terminou o curso e recebeu o Prémio Eduardo Brazão para melhor Actor.

Com 53 anos de carreira, pode orgulhar-se de ter representado »todos« os papéis: comédia, tragédia, farsa e melodrama, ópera e revista em várias companhias. Nunca rejeitou um papel que lhe agradasse, por pequeno que fosse, preferindo o teatro. Canto e Castro pelo Teatro Nacional Popular, Teatro Apolo, Teatro Ginásio, Grupo de Campolide, Teatro Nacional D. Maria, Teatro da Trindade, Teatro Aberto e Teatro de Almada e contracenou com personalidades como António Silva, João Villaret, Laura Alves, Ribeirinho, Alves da Cunha, Eunice Muños, Cármen Dolores, Fernanda Montemor, Irene Cruz e Maria Barroso.

No cinema participou, participou nos filmes “Tráfico”, de João Botelho, “Cinco Dias, Cinco Noites”, de José Fonseca e Costa, “Manhã Submersa”, de Lauro António, “O Último Mergulho”, de João César Monteiro, “Capitães de Abril”, de Maria de Medeiros, e “A Costa dos Murmúrios”, de Margarida Cardoso, entre outros. Participou ainda em programas de televisão como “Duarte e Companhia”, “Esquadra de Polícia”, “Fura Vidas”, “Residencial Tejo”, e fez várias dobragens para séries de animação. Em telenovelas, participou em “Desencontros”, “Esquadra de Polícia”, “Ballet Rose”, “O Processo dos Távoras”, “A Ferreirinha”, e “João Semana”, de Francisco Moita Flores, “Anjo Selvagem” e “Mistura Fina”.

Canto e Castro era casado com a Actriz Ema Paul, e tinham três filhos.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Almada (Freguesia da Sobreda).

Fonte: “TSF – Rádio Notícias”