Archive for Setembro, 2022|Monthly archive page

“O Centenário de Isaías Cardoso”

José ISAÍAS de Oliveira CARDOSO, Arquitecto, nasceu na Freguesia de Alhadas (Figueira da Foz), a 30-09-1922, e faleceu no Hospital Distrital da Figueira da Foz, a13-02-2017. Formou-se em Arquitectura pela Escola Superior de Belas Artes do Porto, em 1954 e, em 1950, ainda estudante, recebeu do empresário figueirense Augusto Silva o convite para projectar, na artéria mais importante da Figueira da Foz, uma piscina de mar.

Projectada segundo uma lógica verdadeiramente moderna e multifuncional, criada com absoluta liberdade conceptual e estrutural, esta sua obra – a Piscina-Praia – tornar-se-ia referência urbana incontornável e, a par com o contíguo Grande Hotel da Figueira, passou a ser “cartaz turístico” por excelência, quase invariavelmente adoptado para projectar essa nova Figueira turística, desportiva e balnear, verdadeiramente cosmopolita.

Isaías Cardoso introduzia assim o Movimento Moderno no espaço arquitectónico da Figueira da Foz. Durante as décadas de 1950/1960 o seu estilo arquitectónico enraíza fortemente nas influências do Estilo Internacional e da Arquitectura Brasileira.

Em finais da década de 60 do século XX volta a projectar para a cidade uma obra notável, grande complexidade arquitectónica e funcional, co-financiada pela Fundação Calouste Gulbenkian, pelo Ministério das Obras Públicas e pela Autarquia Figueirense: o edifício integrado do Museu, Biblioteca e Auditório Municipais.

Entre as suas mais diversas edificações, de carácter público e privado, ressalvam-se no Concelho equipamentos urbanos destinados a servir o Parque de Campismo e espaços públicos, a sede da Junta de Freguesia de Alhadas (sua freguesia natal), um grande número de moradias particulares, a Caixa de Previdência, e Blocos Habitacionais que hão-de acompanhar o rasgar de novas artérias da cidade que, desde os anos 60 do século XX iniciavam a crescer para novas direcções.

Nos anos 80 do século XX assina o projecto hoteleiro “Aparthotel Sotto Mayor”. A sua obra pontilha profusamente os distritos de Coimbra, Aveiro e Leiria.

Em 2006, a Ordem dos Arquitectos inventaria cerca de uma dezena de projectos seus como obras de referência da Arquitectura Portuguesa do século XX e o IPPAR e a DGEMN classificaram a Piscina-Estalagem e a Esplanada Silva Guimarães como imóveis de interesse público.

Em 2001, Isaías Cardoso cede ao convite da Faculdade de Arquitectura do Porto e faz doação de todo o seu arquivo de obras àquela que foi a sua escola formadora.

Isaías Cardoso, além das suas funções profissionais era um apaixonado do teatro e bom músico no seu tempo de juventude.

Foi homenageado como profissional de excelência, de mérito e referência, em 2004, pelo Rotary Club da Figueira da Foz.

Em reunião de ordinária de 17 de Março de 2008, foi-lhe atribuída, por unanimidade, a Medalha de Ouro da Cidade da Figueira da Foz, como forma de o distinguir e prestar público apreço pelo valor das suas realizações e pelo contributo notável que deu para o bom nome da cidade da Figueira da Foz e do seu Concelho.

Recentemente (24 de Setembro de 2016) foi homenageado pelo Núcleo de Arquitectos da Região de Coimbra, cerimónia que se realizou do auditório do Museu Municipal da Figueira da Foz.

Fonte: “O Campeão das Províncias”

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município do Gavião”

José Maria de FREITAS MARTINS, Médico, nasceu na Freguesia de S. Clemente (Loulé), em 1924, e faleceu num Hospital, em Lisboa, onde se encontrava internado, a 04-03-1995. Formou-se em Medicina pela Universidade de Coimbra. Dedicou-se de alma e coração à Medicina no interior do País. Foi Médico na Comenda (Gavião), terra onde há uma rua com o seu nome, testemunhando o carinho que soube granjear – em Cabeço de Vide, em Fronteira, mas a sua verdadeira terra foi Alter do Chão, onde foi Médico de Clínica Geral por mais de 30 anos, tendo dirigido o seu Centro de Saúde.

Tinha também a especialidade de Dentista e foi nessa qualidade que exerceu em Portalegre durante muitos anos, num consultório situado em frente da antiga Pérola Comercial.

Durante a sua vida intensa foi membro da direcção dos Bombeiros de Alter e Provedor da Santa Casa da Misericórdia. Alter deve-lhe muito, mas não só Alter. Toda a região porque muitas das localidades onde, para além de médico foi dentista, ainda hoje não possuem um especialista nessa área de saúde.

A todos tratou, com preocupação, desvelo e carinho, sem nunca perguntar se tinham dinheiro para pagar, Tratou por igual o mais rico e o mais pobre. Foi um médico bom e um Bom Homem.

Faleceu em Lisboa num estabelecimento hospitalar onde se encontrava internado mercê da doença que o vitimou, no dia 4 de Março de 1995, contava 71 anos de idade e mais de 40 dedicados à medicina. Está sepultado no cemitério de Alter do Chão.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Gavião (Freguesia da Comenda – Rua Doutor Freitas Martins)

Fonte: “Caras de Portalegre”

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município do Fundão”

JOÃO da Fonseca NABINHO Amaral, Médico, nasceu no Fundão, a 12-09-1897, e faleceu em Lisboa, a 19-07-1973. Era filho de António dos Santos Amaral, natural da Freguesia do Telhado (Fundão), e de D. Virgínia das Dores Dias da Cunha da Fonseca Nabinho, natural do Fundão. Fez os primeiros estudos na terra natal e na Aldeia de Joanes, entrando depois no Colégio de S. Fiel, a 09-10-1908, onde fez, com aprovação, os exames de passagem (1909-1910).

Com a expulsão dos Jesuítas e o fecho do Colégio de S. Fiel, passou ao Liceu Central de Nun’Álvares (Castelo Branco), onde em Julho de 1916 concluiu o Ensino Secundário (7ª classe de Ciências com Inglês), com boa classificação (14 valores). Seguir-se-ía a Universidade e a Faculdade de Medicina, a de Coimbra era então (ainda) a de maior prestígio, para lá rumando em 1918, na peugada de outro fundanense, o Dr. Alfredo Mendes Gil.

Os primeiros resultados obtidos são de 03 de Abril de 1919, data em que foi aprovado a Histologia, Fisiologia e Química Biológica, com 15 valores. Outros advieram, positivos, em cadeiras sucessivas, até ao final do ano lectivo de 1921-1922.

Porém, e tal como já acontecera ao referido colega fundanense e a outros, alguns problemas graves devem ter surgido no interior da escola coimbrã (de natureza académica ou política), pelo que, a 12 de Outubro de 1922, requereu também a transferência da Lusa Atenas para a Capital. Em breve o candidato requereria as provas em falta, os 5º 6º e 7º exames (especialdiades médicas, cirúrgicas, obstétricas, psiquiátricas, etc), que sem especial dificuldade foi levando de vencida. O Acto Grande teve lugar a 24 de Julho de 1924, saindo aprovado com 17 valores e com a média final de 14 valores. A sua tese de final de curso, em Medicina e Cirurgia, encontra-se nos arquivos da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, em volume dactilografafo, de 77 páginas, tendo por título «Contribuição para o estudo do Prognóstico da Eclâmpsia», trabalho que resultou de um levantamento exaustivo, por um período de 25 anos (1899-1923), dos registos de Clínica Obstétrica da Maternidade de Lisboa, Enfermaria de Santa Bárbara.

Dos seus Professores, vêm citados nomes ilustres como João Alberto de Azevedo Neves (director e relator da tese), Henrique Vilhena, Ricardo Jorge, Francisco Pulido Valente, os irmãos Francisco Gentil (presidente do júri) e José Maria Gentil (o orientador de Ginecologia), Gama Pinto, Sobral Cid, Egas Moniz (mais tarde Prémio Nobel) e Pedro Raposo (secretário). Especializou-se em Estomatologia,Otorrinolaringologia e Oftalmologia, que fez na Sorbonne, em Paris. Contrariando as suas origens, era republicano.

A sua dedicação aos outros era enorme e era conhecido para além das fronteiras da região do País. Tinha uma cultura vasta e abrangendo (Trigonometria, Astronomia, Agricultura, etc) e uma capacidade enorme de influenciar os outros, quer pela sua personalidade forte, quer pela maneira de ver a vida. Dedicava-se à fotografia, matéria em que foi diversas vezes premiado. Como Médico, era excepcional, e tanto do ponto de vista profissional como humano.

Foi Director do (antigo) Hospital da Covilhã, durante muitos anos, e nunca levantou o ordenado, assim como não cobrava honorários às pessoas que tinham dificuldades. Muitas foram as vezes que meteu dinheiro nos bolsos dos doentes mais desprotegidos, para de imediato poderem comprar os medicamentos de que tanto necessitavam. Nunca se negava a dar apoio a quem precisasse, encarava a Medicina como uma missão, que assumia e onde se revia, podendo dizer-se que se encarnava localmente o perfil de João Semana.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Fundão (Rua Doutor João Nabinho).

Fonte: “http://www.historiadamedicina.ubi.pt”

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município do Funchal”

João José Xavier do Carvalhal Esmeraldo Vasconcelos de Atouguia Bettencourt Sá Machado, 1º CONDE CARVALHAL. Político, natural do Funchal, nasceu a 07-03-1778 e faleceu a 11-11-1837. Recebeu o título 1º Conde de Carvalhal a 5 de Setembro de 1835, após regresso do exílio em Londres. Foi uma personalidade proeminente da sociedade madeirense, relevando-se como empreendedor, filantropo e defensor dos ideais liberais.

O 1º Conde de Carvalhal esteve ligado às ideias liberais e no conflito miguelista, teve de emigrar para Inglaterra, quando a Madeira foi ocupada pelas forças miguelistas.

Regressou à Madeira, quando foi estabelecido o Governo Constitucional, em 1834, sendo então concedido o título de Conde de Carvalhal da lombada em 05 de Setembro de 1834, tendo, posteriormente, assumido as funções de Governador Civil do Funchal em 13 de Setembro de 1835.

Era filho de João do Carvalhal Esmeraldo de Atouguia Albuquerque e Câmara (1733-1790) e de Isabel Maria de Sá Accioly da Câmara Leme (1741-c.1820), pertencendo às mais ricas e influentes famílias madeirenses.

Possuidor de uma das maiores fortunas de Portugal, com propriedades em território continental e nos Açores, foi senhor e administrador de vários morgados na ilha da Madeira, por herança familiar, destacando-se o do Espírito Santo (Lombada dos Esmeraldos, Ponta do Sol), do Carvalhal (Ponta Delgada), da Água de Mel (Machico), do Paul do Mar (Calheta), das Neves (Funchal).

O 1º Conde de Carvalhal foi um abastado proprietário da Madeira, mas viveu uma vida sem luxo, nem fausto, sobretudo sem ostentação e ao que consta ajudava os pobres.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Funchal (Rampa, Rua e Travessa Conde de Carvalhal).

Fonte: “Câmara Municipal do Funchal”

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Fronteira”

José FREDERICO LARANJO, Político e Professor, nasceu em Castelo de Vide, a 20-12-1846, e faleceu em Lisboa, a 02-01-1910. Era filho de Possidónio Mateus Laranjo e de Maria José Cruxana. De origens humildes, os pais destinaram-no à vida eclesiástica, inscrevendo-o como aluno interno no Seminário de Portalegre. As dissidências com um Professor levaram à sua transferência para o Seminário de Coimbra.

Terminou o Curso de Teologia, mas desistiu da vida eclesiástica e em 1870 matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Nesta Faculdade Licenciou-se em 1876 e Doutorou-se no ano seguinte.

Em 03 de Janeiro de 1878 foi nomeado Lente de Economia Política da Faculdade de Direito dessa mesma Universidade.

Ao longo da sua vida pública foi defensor do intervencionismo estatal, do proteccionismo industrial moderado, da difusão do ensino técnico e da importação de tecnologia.

Desenvolvendo uma intensa actividade académica e científica, traduzida nos numerosos livros que escreveu, Frederico Laranjo foi sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa e colaborou activamente com o Instituto de Coimbra, onde publicou o seu estudo sobre os Economistas portugueses. Teve também uma colaboração activa em vários periódicos, como A Folha e o Panorama Photographico de Portugal, e fundou e dirigiu durante cerca de vinte anos o Distrito de Portalegre, órgão do Partido Progressista, cuja publicação se iniciou em 27 de Abril de 1884.

Defensor do associativismo, juntamente com José António Serrano e César Videira fundou em 1864 a Associação dos Amigos do Estudo e o Grémio Ilustração Popular, ambos em Castelo de Vide. Foi promotor da Associação de Socorros Mútuos Montepio dos Operários de Castelo de Vide, criada em 1881, e colaborou com o Montepio Operário e Artístico Portalegrense, fundado em 1888.

Filiado no Partido Progressista, foi eleito Deputado pelo círculo de Portalegre nas seguintes eleições gerais: 1878; 1879; 1884; 1887; 1889; 1892; 1894 e 1897. Na eleição de 1890 foi eleito pelo círculo de Braga.

Em 17 de Março de 1898 ascendeu ao Pariato. Em 1906, numa altura em que o Partido Progressista se encontrava coligado com os franquistas, José Frederico Laranjo foi designado Presidente da Câmara doa Pares.

Como Deputado, foi membro de várias Comissões Parlamentares: Orçamento (1880, 1883, 1897 e 1898); Instrução Primária e Secundária (1880, 1885, 1886, 1891 e 1892);Instrução Superior e Especial (1880, 1881, 1887, 1894 e 1897); Legislação Civil (1880 e 1893); Fazenda (1881, 1887 a 1889, 1897 e 1898); Inquérito *as Secretarias do Estado (1885);Inquérito sobre o Imposto do Sal (1885); Legislação Criminal (1887, 1897 e 1898); Ultramar (1887 e 1897); Negócios Eclesiásticos (1887 e 1897); Negócios Estrangeiros e Internacionais (1887, 1897 e 1898); Especial para dar o parecer sobre o Bill (1887); Inquérito à adjudicação das obras do porto de Lisboa (1887); Instrução Superior e Espacial do Comércio e Artes (1894); Obras Públicas (1897 e 1898); Agricultura (1897); Central do Centenário de Vasco da Gama (1898) e Resposta ao Discurso da Coroa (1898).

Na Câmara dos Pares fez parte das seguintes Comissões: Administração Pública (1898 a 1900 e 1905); Marinha (1898, 1900 e 1905); Fazenda (1898, 1900, 1901 e 1905); Legislação (1898 a 1900 e 1905); Ultramar (1898 e 1905); Negócios Eclesiásticos (1898, 1900 e 1905); Negócios Externos (1899, 1900 e 1905); Obras Públicas (1900); Especial para avaliar as medidas extraordinárias decretadas durante a epidemia de peste bubónica (1900); Agricultura (1905); Comércio e Indústria (1905) e Redacção do Diário da Câmara (1905)

José Frederico Laranjo era apreciador de intervenções bem estruturadas e fundamentadas. Assumindo-se sempre como representante do Distrito de Portalegre, foi porta-voz de numerosos requerimentos das Câmaras Municipais.

Obras principais; Princípios de Economia Política, (1891); Economistas Portugueses, (1892); e Princípios de Direito Político e Direito Constitucional Português, (1898).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Castelo de Vide, Évora, Fronteira (Rua Frederico Laranjo), Matosinhos (Freguesia de Senhora da Hora), Monforte (Rua José Frederico Laranjo), Oeiras (Freguesia de Paço de Arcos),  e Portalegre.

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. II, Publicações Europa América)

Fonte: “Dicionário Biográfico Parlamentar, 1834-1910”, (Vol II, de D-M), Coordenação de Maria Filomena Mónica, Colecção Parlamento, Pág. 493, 494, 495 e 496”

 Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 292)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Freixo de Espada-à-Cinta”

ABÍLIO LOBÃO SOEIRO, Político, natural de Freixo-de-Espada-à-Cinta, nasceu a 28-12-1860 e faleceu a 17-04-1924. Filho de Miguel António Lopes Soeiro e de Leopoldina Fortunato de Lobão Soeiro. Casou com Adelina Laura Antunes Lopes Navarro.

Ocupou diversos cargos na administração pública e de confiança política durante o regime monárquico. Exerceu o cargo de Chefe de Repartição do Governo Civil de Bragança entre 1890 e 1903, de que também foi Secretário-Geral.

Desempenhou igualmente as funções de Governador Civil de Évora, Secretário e Chefe de Gabinete do Ministro da Marinha e da Fazenda (António Teixeira de Sousa), Secretário-Geral e Governador dos territórios da Companhia do Niassa (1920).

Membro do Partido Regenerador, foi eleito Deputado pelo círculo de Vila Real em Abril de 1906 e proclamado a 04 de Junho do mesmo ano, não chegando a prestar juramento uma vez que o encerramento das Cortes se deu no dia seguinte. Em 1910 terá sido eleito pelo círculo de Bragança, mas não chegou a tomar posse de vido à Revolução de 05 de Outubro.

Foi um dos «adesivos» ao regime republicano. Foi eleito Deputado entre 1906 e 1910 e Senador eleito pelo círculo de Bragança em 1919, 1921 e 1922.

Foi agraciado com o colar de Grande Oficial da Ordem de Cristo e as Comendas das Ordens de São Miguel e de São Jorge, de Inglaterra (1924).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Freixo de Espada-à-Cinta (Rua Abílio Lobão Soeiro)

Fonte: “Dicionário Biográfico Parlamentar, 1834-1910”, (Vol III, de N-Z), Coordenação de Maria Filomena Mónica, Colecção Parlamento” (Pág. 778).

Fonte: “Parlamentares e Ministros da 1ª República (1910-1926); (Coordenação de A. H. Oliveira Marques, Colecção Parlamento; Edições Afrontamento, Pág. 414)

“O Centenário de”

ACÁCIO Rodrigues DE AZEVEDO, Professor, natural de Oliveira do Bairro, nasceu a 25-09-1922 e faleceu a 18-03-1967. Era filho de José Maria Rodrigues Réu, e de Maria Georgina de Azevedo. Frequentou a Escola Primária em Oliveira do Bairro, no ano seguinte, mudou-se para Aveiro e frequentou o 5º Ano no Liceu José Estevão. Como não teve aproveitamento, a solução foi a sua transferência para o Colégio Externato de Oiã, que frequentou até 1937. Mudou-se novamente para Aveiro, para frequentar o actual 8º Ano no Liceu José Estevão até à entrada para a Universidade.

Em 1942, com 20 ano de idade, entrou para o Curs de Licenciatura em Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Já a pensar na sua vida profissional, matriculou-se no Curso de Ciências Pedagógicas, nessa mesma Universidade em 1947, vindo a terminá-lo em 1956.

Foi sócio-fundador do Externato de Oliveira do Bairro desde 1950 e, durante oito anos, como Professor e Director.

No Externato de Oliveira do Bairro eram admitidos alunos de ambos os sexos, ministrava-se o antigo Curso Geral do Liceu, o antigo Curso Comercial, como também se preparavam os alunos para os exames de admissão.

O Externato abria igualmente as suas portas aos alunos com dificuldades económicas, numa época em que o Ensino Secundário não estava generalizado, muito menos nas Vilas. Graças ao Dr. Acácio, o almoço passou a ser gratuito para os mais carenciados, como também conseguiu transporte para os alunos que viviam fora da Freguesia de Oliveira do Bairro.

Deu igualmente a actividades fora da Sala de Aula, o contacto com novas realidades sociais, históricas, culturais, nomeadamente passeios que organizava para os seus alunos.

Casou a 28 de Outubro de 1951 com uma Professora do Externato, Maria Luísa Seabra de Morais Marques Lincho, natural de Sangalhos (Anadia). Depois da sua filha Maria Luísa Seabra Marques de Azevedo nascer, decidem os dois deixar o Externato por não ganharem o dinheiro suficiente para sustentar a família, e vão dar aulas para a Escola Industrial e Comercial de Leiria durante dois anos.

Depois disso, a 12 de Maio de 1960 toma posse do cargo de Conservador do Paço dos Duques de Bragança até ao ano da sua morte, a18 de Março de 1967.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Oliveira do Bairro (Rua Doutor Acácio de Azevedo).

Fonte: “Boletim Municipal da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro de Setenbro de 2013”

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Fornos de Algodres”

ANTÓNIO RODRIGUES, Advogado e Político, natural da Freguesia de Vila Ruiva (Fornos de Algodres), nasceu a 18-11-1904 e faleceu em data que não consegui apurar. Licenciado em Direito, era de profissão Notário, além de Vinicultor. Nesta última qualidade seria eleito Presidente da Federação de Vinicultores do Dão.

Exercendo sempre actividade e influência no Distrito da Guarda, foi sucessivamente Presidente das Câmaras Municipais de Fornos de Algodres e de Gouveia.

Eleito uma única vez pelo Distrito natal para a Assembleia Nacional na VI Legislatura, não teve uma participação de grande relevo no hemiciclo, para além de ter pertencido à Comissão de Obras Públicas e Comunicações.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Fornos de Algodres (Rua Doutor António Rodrigues).

Fonte: “Dicionário Biográfico Parlamentar, 1935-1974, (Volume II de M-Z), Direcção de Manuel Braga da Cruz e António Costa Pinto, Colecção Parlamento, Pág., 475 e 476).

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Figueiró dos Vinhos”

HENRIQUE VAZ DE LACERDA, Advogado e Político, nasceu em Figueiró dos Vinhos, a 21-02-1914, e faleceu em Lisboa, em 1995. Notário e Inspector da Direcção-Geral dos Registos e do Notariado, Licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa. Depois de fazer a Instrução Primária e os Estudos Secundários, matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, onde se veio a Licenciar

Após concluir o Curso de Direito desempenhou as funções de Conservador do Registo Civil na Va de Barrancos, Alentejo, e em Ferreira do Zêzere. De seguida foi Conservador do Registo Civil e Notário na Vila de Castanheira de Pêra.

Em Janeiro de 1956 instala-se na sua terra natal, onde passou a desempenhar as funções de Advogado e Notário da Comarca de Figueiró dos Vinhos. Decorrente da sua actividade é nomeado, em 1973, Inspector da Direcção-Geral dos Registos e Notariado.

Entre 1960 e 1972 foi Presidente da Câmara Municipal de Figueiró dos Vinhos e Vogal do primeiro Conselho de Administração da Federação dos Municípios de Leiria, da qual foi um dos fundadores.

Representou o Distrito de Leiria no II Colóquio Nacional dos Municípios, realizado em Lourenço Marques, em 1971, onde apresentou uma comunicação sobre «O Grave Problema Financeiro dos Municípios Pobres».

Desde 1958, integrou os corpos directivos dos Bombeiros de Figueiró dos Vinhos, tendo sido distinguido pela Liga dos Bombeiros Portugueses com duas Estrelas de Ouro. Foi ainda Provedor da Santa Casa da Misericórdia desta localidade e representante das Misericórdias do Distrito de Leiria no Conselho Distrital de Coordenação dos Serviços Médico-Sociais.

Foi Deputado à Assembleia Nacional na XI Legislatura (1973-1974), pelo círculo de Leiria, tendo integrado, como Vogal, a Comissão de Política e Administração Geral e Local.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Figueiró dos Vinhos (Avenida Doutor Henrique Vaz Lacerda)

Fonte: “Dicionário Biográfico Parlamentar, 1935-1974, (Volume I de A-L), Direcção de Manuel Braga da Cruz e António Costa Pinto, Colecção Parlamento, Pág. 794 e 795).

Fonte: “Dicionário dos Autores do Distrito de Leiria”, (Coordenação de Acácio de Sousa, Ana Bela Vinagre e Cristina Nobre, Magno Edições, Leiria, 2004, Pág. 109, e 110)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Figueira de Castelo Rodrigo”

AGOSTINHO JOSÉ FREIRE, Militar e Político, nasceu em Évora, a 28-08-1780, e faleceu em Lisboa, a 04-11-1836. Filho de Agostinho José Freire e de Joana Rosa. Ainda criança foi para Leiria com o seu pai e ali frequentou os primeiros estudos, seguiu depois para Lisboa para estudar Humanidades, indo mais tarde para Coimbra onde cursou a Faculdade de Matemática, alcançando o grau de Bacharel em 1807.

Terminados os estudos recolheu-se a casa dos pais, situada no lugar de Vidais, do Distrito de Leiria. Alistou-se no Regimento de Infantaria nº 10, a 16 de Outubro de 1809, sendo logo promovido a Alferes. Com este posto tomou parte em algumas Batalhas da Guerra Peninsular, conquistando a promoção a Tenente em Junho de 1811.

Regressado a Portugal depois das Batalhas de Albuera, Vitória e Pirinéus, foi promovido a Capitão em 1815.

Com o fim da Guerra Peninsular, matriculou-se na Academia de Fortificação, onde estudou dois anos, não chegando a concluir o curso por haver sido nomeado Assistente do Quartel-Mestre General do Exército.

Em Dezembro de 1820 foi nomeado Major e eleito Deputado às Cortes Constituintes de 1821-1822, sendo um Deputado bastante activo e empenhado, e às Cortes Ordinárias de 1822-1823.

Depois da Vila-Francada viu-se obrigado a emigrar, embarcando a 15 de Junho de 1823 com destino a Jersey, de onde passou a Paris, percorrendo depois algumas províncias da França, Alemanha, Suíça e Inglaterra.

Regressou a Portugal quando foi jurada a Carta Constitucional (1826) e foi reitegrando no posto de Major de Engenheiros.

Com a «usurpação» de D. Miguel (1828) emigrou de novo, reunindo-se a D. Pedro IV em Belle-Île e partindo dali com o Imperador para os Açores, desembarcando em Angra do Heroísmo.

Ministro da Guerra no governo liberal instalado nos Açores (1832), foi um dos bravos do Mindelo. Sobraçou as pastas da Marinha e do Reino (1834-1836). Durante a Belenzada, a caminho de Belém, chamado por Dona Maria II, morreu assassinado.

Elaborou as instruções para a organização dos estatutos da Academia das Belas Artes, criou o conselho de Beneficência, introduziu melhoramentos na Biblioteca Publica, na Casa Pia, etc.

Quando se demitiu o ministério, foi recolher-se no Real Colégio Militar, do qual fora nomeado Director em 15 de Fevereiro de 1834. Também procedeu a grandes melhoramentos neste estabelecimento de educação militar. Sendo elevado ao pariato, tornou novamente a encarregar-se da pasta do reino em 20 de Abril de 1836. A revolução de Setembro desse ano o obrigou a pedir a demissão e a adoptar o propósito de se recolher à vida particular, abandonando completamente a política, mas na manhã de 4 de Novembro do referido ano de 1836, a rainha o mandou chamar ao Paço de Belém, e quando para ali se dirigia, alguns soldados da guarda nacional postados na calçada da PampuIha, o assassinaram. Assim terminou a existência, vítima da revolução que se denominou Belenzada, um dos homens mais notáveis nas campanhas da liberdade, um estadista que tantos serviços prestara.

Pertenceu à Maçonaria com o nome simbólico de Séneca alcançando o grau de Cavaleiro Rosa-Cruz em 1821 e o cargo de Venerável em 1832-1833 na Loja Audácia, no Porto.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Figueira de Castelo Rodrigo (Rua Agostinho José Freire); Porto (Rua Agostinho José Freire).

Fonte. “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 11, Pág. 823)

Fonte: “Dicionário Biográfico Parlamentar, 1834-1910”, (Vol II, de D-M), Coordenação de Maria Filomena Mónica, Colecção Parlamento, Pág. 226, 227 e 228”

Fonte: “História da Maçonaria em Portugal, Política e Maçonaria 1820-1869”, (A.H. De Oliveira Marques, Editorial Presença, 2ª parte, 1997, Pág. 329).

Fonte: Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 233).