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“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Mesão Frio”

DOMINGOS MONTEIRO Pereira Júnior, Advogado, Escritor e Político, nasceu em Barqueiros (Mesão Frio), a 06-11-1903, e faleceu em Lisboa, a 18-08-1980. Era filho de Domingos Monteiro Pereira e de Elvira da Assunção Coelho Monteiro.

Licenciado em Direito, exerceu a Advocacia, mas foi como Escritor, assinando com o nome Domingos Monteiro, que foi designado pelo Conselho Corporativo para a XI Legislatura da Câmara Corporativa, na qualidade de «homem de letras». Assim assumiu as funções na II Secção (Interesses de Ordem Cultural), 1ª Subsecção (Ciências e Letras).

Estreou-se nas letras aos 15 anos de idade com um livro de poemas prefaciado por Teixeira de Pascoaes, que saudou nele um Poeta “encantador” a quem a “lira de Frei Agostinho e Camões” não seria estranha. Dois anos depois, novo livro de poemas, A Nau Errante, confirmava as qualidades do jovem. Licenciado em Direito, exerceu a advocacia durante um longo período, dando à estampa dois pequenos volumes de doutrina e crítica social, um deles, Bases da Organização Política dos Regimes Democráticos, 1931, imediatamente colocado fora do mercado pelo regime de censura fascista, e o outro, Crise de Idealismo na Arte e na Vida Social, 1932, motivo de repercussão na vida mental portuguesa de então. Em 1944, um novo livro Paisagem Social Portuguesa, vê abater-se sobre si a censura, sendo posto fora do mercado. Fundador, em 1948, da Editora Sociedade de Expansão Cultural e, posteriormente, Director das Bibliotecas Itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian. Iniciado no saudosismo, tendência literária de Pascoaes, viria a afirmar-se como novelista excepcional e a situar-se literariamente próximo do grupo da revista Presença, embora na sua obra literária os elementos psicológicos, que o fazem feliz seguidor da novela camiliana, se combinem com elementos sociais que, para o diário O Século (05-02-1948), por exemplo, mereceu esta acentuação: “O diálogo permite entrever no autor a sua agilidade em dividir as cenas e em movimentar as personagens, numa bela vocação para o cinema, pois o leitor não apenas “lê”, mas “vê”, a cada instante, e de modo directo, a própria vida das pessoas evocadas”. Tentou também o Teatro, para o qual escreveu a peça em três actos A Traição Inverosímil, dada à estampa em 1958 e levada à cena no Teatro da Trindade em 1964.

Obras principais: Orações do Crepúsculo, (poesia, 1920): Enfermaria, Prisão e Casa Mortuária, (1943);  O Mal e o Bem, (1945); O Caminho Para Lá, (1947); O Livro de Todos os Tempos: História da Civilização, (3 volumes, 1951); Contos do Dia e da Noite, (1952); Histórias Castelhanas, (1955); Histórias Deste Mundo e do Outro, (1961); O Primeiro Crime de Simão Bolandas, (1965); Histórias das Horas Vagas, (1966); O Sobreiro dos Enforcados e Outras Narrativas Extraordinárias, (1978).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Charneca de Caparica (Almada; de Lisboa (Freguesia de Nossa Senhora de Fátima, Edital de 04-12-1981); de Matosinhos; Mesão Frio (Avenida Doutor Domingos Monteiro); de Barcarena (Oeiras); de Palmela; de Fernão Ferro (Seixal), e de Vila Nova de Gaia.

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. IV, Publicações Europa América)

Fonte: “Dicionário Biográfico Parlamentar, 1935-1974, (Volume II de M-Z), Direcção de Manuel Braga da Cruz e António Costa Pinto, Colecção Parlamento, Pág., 330).

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 369).

Fonte: “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 17, Pág. 723)

“O Centenário”

NUNO TEOTÓNIO PEREIRA, Arquitecto, natural de Lisboa, nasceu a 30-01-1922 e faleceu a 20-01-2016. Arquitecto, formado pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa em 1949, teve papel determinante na história recente da arquitectura portuguesa, pelo sério profissionalismo, pela exigência ética, pela coerência política que sempre demonstrou. Participou, ainda estudante, no I Congresso dos Arquitectos Portugueses, onde, em co-autoria, apresentou um trabalho, «Habitação Económica e Reajustamento Social», que já definia um dos seus vectores de interesse profisisonal futuro. Pertenceu ao grupo que em 1956-1958 realizou o inquérito à arquitectura regional, tendo coordenado a equipa da Estremadura. A sua competência, empenhamento e riogor profissionais e deontológicos conferiram ao seu Atelier o sentido de uma verdadeira escola alternativa. Foi um interessadíssimo promotor de novas ideias em relação ao problema da habitação económica, tendo obtido em 1968 o Prémio Valmor com um projecto de torre para os Olivais. Foi Presidente do Movimento para a Renovação da Arte Religiosa (MRAR), da Cooperativa Cultural Pragma, do Centro Nacional de Cultura, da Associação dos Arquitectos Portugueses e do Conselho de Arquitectos da Europa. Autor de edifícios vários de significado justamente reconhecido, o que lhe valeu ainda os Prémios Valmor de 1971 e 1975, tem desenvolvido, mais recentemente, com idêntido relevo, os aspectos teóricos da profissão. Neste campo tem-se particularmente notabilizado como defensor coerente da ideia, bastante divulgada entre profissionais, de que teria havido uma, aliás funesta, linguagem de arquitectura imposta pelo fascismo, ideia fulcral, largamente determinante para toda uma leitura possível do processo de desenvolvimento de uma arquitectura moderna portuguesa. Entre as suas obras construídas mais importantes, conta-se, para além da já citada torre dos Olivais, a Igreja de Águas, em Penamacor, (1949-1953) entre nós verdadeiramente inovadora pelo cuidado tratamento espacial, a do Sagrado Coração, qualificada resposta a um complexo desafio de época urbana, o correctíssimo e avançado para a época Edifício das Águas Livres e o chamado Edifício Franginhas, em que pela primeira vez se defrontou em Lisboa um programa deliberadamente terciário. Detém ainda outros prémios pela reconhecida qualidade da sua produção, como em 1961 o 2º Prémio Nacional de Arquitectura da Fundação Gulbenkian, menções honrosas do Prémio Valmor em 1987 e 1988, Prémio Aica 1985, Prémio Instituto Nacional de Habitação 1992, Prémio Espiga de Ouro da Câmara Municipal de Beja, 1993. Em 1995 foi ainda distinguido com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade. Tem colaboração dispersa em jornais e revistas. Foi autor ou co-autor de Arquitectura Popular em Portugal, (1961); Prédios e Vilas de Lisboa, (1995); Escritos, (Faculdade de Arquitectura do Porto, 1996); Tempos, Temas, Pessoas, (1996).

Outras obras: Conjunto de habitação social de Braga, Castelo Branco,Póvoa de Santa Iria, Barcelos e Vila Nova de Famalicão, (1950-1960); Fábrica doConsórcio Laneiro de Portugal Nuno Teotónio Pereira, A. Pinto de Freitas,(Lisboa, 1951-1957); Ante-Plano de Urbanizaçãodo Crato Nuno Teotónio Pereira, J. P. Martins Barata (Crato, 1955);  Ante-Plano de Urbanização de Fronteira, (em parceria com Nuno Portas, 1958-1967); Mosteiro de Sassoeiros, (em parceria com Pedro Vieira de Almeida e Nuno Portas, 1958-1960); Igreja Paroquial de Almada, (de parceria com L. Almeida Moreira, 1965-1967); Grupo de Teatro 1º Acto, em Algés, (de parceria com L. Almeida Moreira, 1968); Igreja Paroquial da Boidobra (Covilhã), (de parceria com João Correia Rebelo, 1975-1980); Recuperação e ampliação do Teatro Taborda, (Menção Honrosa do Prémio Eugénio dos Santos, 1997, de parceria com Bartolomeu Costa Cabral, 1979-1989); Conjunto habitacional de Laveiras/Caxias, (1º Prémio do Concurso Prémio INH, de parceria com Pedro Viana Botelho, Oeiras, 1987-1992); Conjunto Habitacional do Alto da Loba, (1º Prémio do Concurso; Menção Honrosa do Júri INH 1994, de parceria com Pedro Viana Botelho, Oeiras, 1989);

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Volume V, Publicações Europa América”.

Fonte: “Dicionário do 25 de Abril”; (Verde Fauna, Rubra Flor, de John Andrade, Editora Nova Arrancada, Sociedade Editora, S.A.. 1ª Edição, Setembro de 2002, Pág. 404).

Fonte: “Candidatos da Oposição à Assembleia Nacional do Estado Novo (1945-1973). Um Dicionário”, (de Mário Matos e Lemos, Luís Reis Torgal, Coordenador, Colecção Parlamento, Edição da Assembleia da República, 1ª Edição, Lisboa, Outubro de 2009, Pág. 225, 226 e 227).

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 415 e 416).

“O Centenário”

ALBERTINO Alves PARDINHAS, Professor, natural de Cortegaça (Ovar), nasceu a 30-01-1922 e faleceu a 01-09-2008. Licenciado em Filologia Românica pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, além duma longa actividade de docente, desempenhou, entre outros cargos de importante relevo; os de Professor da Escola Comercial de Ovar; Director da Escola Industrial e Comercial de Oliveira de Azeméis; Instalador e Director da Escola Industrial e Comercial de Albergaria-a-Velha e Escola Industrial e Comercial de Vale de Cambra. Autor de vasta bibliografia no campo pedagógico (Selectos Escolares) e no campo da investigação regionalista (Monografia de Cortegaça), que teve três edições.

Responsável e colaborador na Imprensa Regional. Director e Editor do Jornal de Cortegaça; Director, Editor e Proprietário de O Povo de Cortegaça até Dezembro de 1989, cedendo, gratuitamente, a propriedade e administração à CREDOR, com Director do mesmo, e até à data, do Dr. José Maria Monteiro de Oliveira. Colaborador assíduo da imprensa regional, foi articulista, nomeadamente, no Jornal de Albergaria, Notícias de Ovar, A Voz de Azeméis e Correio de Oliveira de Azeméis.

Foi Vereador da Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha; Presidente da Casa-Museu de Oliveira de Azeméis e Presidente da Associação de Reformados, Pensionistas e Idosos de Cortegaça. Publicou um pequeno livro de poesias “Fogos-Fátuos”, poemas em poesia menor, (1994). Recebeu a Medalha de Prata de Mérito Municipal da Câmara Municipal de Ovar, em 1996, e a Medalha de Ouro da Vila de Cortegaça, em 1997.

Obras principais: Monografia de Cortegaça, (1980); Achegas para a Etnografia de Cortegaça, (1992); Fogos-Fátuos, (poesia, 1994); Monografia de Cortegaça: Suplemento, (1995)

Fonte: “jornal regional.com”

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Volume V, Publicações Europa América”.

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Mértola”

José Maria LATINO COELHO, Engenheiro, Político e Professor, nasceu em Lisboa, a 29-11-1825, e faleceu em Sintra, a 29-09-1891. Seus pais. João Alberto Coelho, também Militar que chegou a Tenente-Coronel de Artilharia, um liberal que emigrou para Espanha e só regressou depois da vitória de D. Pedro em 1834, e D. Maria Henriqueta Latino Martins de Faria Coelho, deram muita atenção à sua formação humanística e, desde tenra idade, dedicou-se ao estudo das línguas francesa e inglesa, da Matemática e da Física, da Lógica, do Latim e do Grego.

Era de tal forma dotado que, aos 13 anos de idade, estava matriculado no primeiro ano da Escola Politécnica, da qual transitou para a Escola do Exército onde curso Engenharia Militar. Assentou praça no Regimento de Infantaria nº 16, em 14 de Novembro de 1843, onde, pouco tempo depois foi nomeado Alferes Aluno.

Alcançou a efectividade deste posto em 12 de Dezembro de 1848, seguindo-se as promoções a 1º Tenente, para a Arma de Engenharia, em 14 de Julho de 1851; a Capitão, em 10 de Agosto de 1864; a Major, em 31 de Janeiro de 1872; a Tenente-Coronel, em 06 de Maio de 1874; e a Coronel, em 29 de Maio de 1878. A promoção a General de Brigada viria dez anos depois, por decreto de 19 de Setembro de 1888. Mas Latino Coelho, como ficou conhecido, não viria a alcançar notoriedade como Militar, mas sim como Académico, Político e Jornalista.

Logo em 1851, apenas com 26 anos, vence, com brilhantismo, todas as provas e é nomeado Lente Substituto da cadeira de Minerologia e Geologia da Escola Politécnica. Pouco depois, é eleito Deputado por Lisboa pelo Partido Regenerador, nas eleições suplementares de 1854. Voltou a ser eleito Deputado, agora pelos Açores, nas eleições gerais de 1856 e 1860. Entretanto, o jornal Revolução de Setembro viria a publicar os seus primeiros artigos sobre questões que então agitavam a Europa e sobre a evolução da doutrina democrática.

Seguiu-se colaboração regular na Emancipação e, em 1851, fundou o jornal literário A Semana em que colaboraram os principais Escritores da época. Ainda na política foi Par do Reino e Ministro da Marinha e do Ultramar, de Julho de 1868 a Agosto de 1869. Desencantado com a linha de rumo que o País estava a levar, acabou por abandonar o Partido Regenerador e filiar-se no Republicano, por lhe parecerem os ideais republicanos darem mais seguras garantias aos direitos dos cidadãos, nas suas múltiplas manifestações. A sua produção literária não se ficou apenas pela actividade plumitiva nos jornais.

Deixou-nos um enorme espólio de obras de grande fôlego, de que referimos as principais: História Política e Militar de Portugal Desde os Fins do Século XVIII Até 1814, (Lisboa, 1874, tomo I, 1885, tomo II, 1891, tomo III); Curso de Introdução à História Natural dos Três Reinos, (Lisboa, 1850); A Oração da Coroa Por Demóstenes, Versão do Original Grego, (Coimbra, 1879); Luís de Camões, (Lisboa, 1880); Vasco da Gama, (Lisboa, 1882); Solteirões, (tradução do francês da comédia Les Vieux Garçons, de Sardou, representadas nos teatros D. Maria II e do Príncipe Real, Lisboa, s/d). Deixou ainda muita colaboração dispersa, especialmente artigos de carácter biográfico das principais figuras literárias nacionais e estrangeiras, nos periódicos Revista Peninsular, Portugal Artístico, Panorama, Época, Pharol, Civilização Popular, Discussão, Política Liberal, Jornal do Comércio, Democracia, Diário de Lisboa, de que foi director, O Século, etc. Foi sócio efectivo da Academia Real das Ciências, de cuja instituição foi nomeado Secretário-Geral em 1856, produzindo nesta função várias comunicações publicadas por aquela Academia que também o incumbiu de presidir à Comissão encarregada de elaborar o Dicionário da Língua Portuguesa. Pertenceu ainda à Comissão da reforma da Academia das Belas Artes de Lisboa e foi encarregado de escrever a história oficial do Cerco do Porto em 1832. O General Latino Coelho pertenceu ao Conselho de S. Majestade, foi Ministro de Estado Honorário e possuía as seguintes condecorações: Comendador da Ordem de Cristo, Grã-Cruz da Ordem de Leopoldo, da Bélgica e Grã-Cruz da Ordem da Rosa, do Brasil. No dia 11 de Dezembro de 1898 Latino Coelho foi alvo da primeira homenagem pública, póstuma, na Academia das Ciências, onde numa sessão solene se fez o elogio do Militar e Escritor e a que assistiram o Rei D. Carlos, a Rainha D. Amélia e o Infante D. Afonso. Também no 20º aniversário da sua morte, foi colocada uma lápide na casa onde faleceu.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Albufeira, Aljustrel, Almada (Freguesias de Almada e Charneca de Caparica), Alvito, (Vila Nova de Baronia), Amadora, Avis (Freguesias de Benavila e Ervedal), Cascais (Freguesias de Cascais e Parede), Entroncamento, Fafe (Freguesia de Regadas), Funchal, Golegã, Gondomar (Freguesia de Rio Tinto), Leiria, Lisboa (Freguesia de São Sebastião da Pedreira, Edital de 27-11-1902), Mértola (Rua Latino Coelho); Moimenta da Beira, Odivelas (Famões), Oeiras (Freguesia de Algés), Ovar, Peniche, Porto, Póvoa de Varzim, Rio Maior, Salvaterra de Magos (Freguesia de Muge), Santa Maria da Feira (Freguesia de Arrifana), Seixal (Freguesias de Corroios e Fernão Ferro), Sesimbra (Freguesias do Castelo e Quinta do Conde), Setúbal, Silves, Sintra, Trofa, Vendas Novas, Viana do Alentejo, Vila Nova de Gaia, Vizela

Fonte: “Os Generais do Exército Português”, (II Volume, II Tomo, Coordenação do Coronel António José Pereira da Costa)

Fonte: “Dicionário Biográfico Parlamentar, 1834-1910”, (Vol I, de A-C), Coordenação de Maria Filomena Mónica, Colecção Parlamento, (Pág. 802, 803, 804 e 805)”.

Fonte. “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 14, Pág. 736)

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 154).

“O Centenário”

HERMÍNIO DA PALMA INÁCIO, nasceu na Freguesia de Ferragudo (Lagoa), a 29-01-1922, e faleceu em Lisboa, a 14-07-2009. Era filho de José Inácio e de Custódia da Palma, ambos Ferroviários. Passou a sua juventude em Tunes (Silves). Aos 18 anos de idade, abandonou Tunes para se alistar voluntariamente na Aeronáutica Militar, sendo colocado na Base Aérea nº 1, em Sintra, onde tirou o curso de Mecânico de Aeronaves e o de Piloto Civil para a Aviação Comercial.

Nesta altura estabelece relações com o General Humberto Delgado e com os círculos contestatários a Salazar. Mecânico da aeronáutica civil, destacado militante e fundador da LUAR, protagonizou algumas arrojadas operações de sabotagem contra o regime salazarista.

Em 1947, participou numa tentativa de golpe de Estado, onde o seu papel consistia em sabotar aviões, mas acabou por ser preso e encarcerado no Aljube, onde foi torturado durante doze dias sem nunca revelar o nome do chefe da operação.

Protagonizou também o primeiro desvio político de um avião, que haveria de fazer as manchetes internacionais, no dia 10 de Novembro de 1961, assaltando o avião da TAP que fazia o percurso de Casablanca para Lisboa, obrigando o piloto a sobrevoar Lisboa a baixa altitude para poder lançar panfletos antifascistas sobre a capital.

Foi um dos principais intervenientes no assalto ao Banco de Portugal na Figueira da Foz, que acabou por ser considerado o maior golpe de que há memória nas finanças da ditadura. Para financiar a luta antifascista, o grupo de operacionais que acompanharam Palma Inácio, e que viriam a formar, mais tarde, a LUAR (Liga de Unidade e Acção Revolucionária), levaram cerca de trinta mil contos, tendo fugido de avião até Vila do Bispo, de onde continuaram a fuga de carro, primeiro para Espanha e depois para França. Foi libertado da prisão de Caxias em 25-04-1974.

Militante do PS no pós 25 de Abril e foi indicado pelo Presidente da República Mário Soares, em 1995, para receber a Ordem da Liberdade, ordem que não viria a receber por alegadas pressões exercidas  por sectores conservadores da sociedade portuguesa.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Lagoa (Freguesia de Ferrragudo – Largo Palma Inácio); Lisboa (Freguesia do Lumiar, Rua Hermínio da Palma Inácio; Edital nº 58/2016, ex-Rua 9 do Projecto de Urbanização do Alto do Lumiar).

Fonte: “Jornal Diário de Notícias”

Fonte: “Dicionário do 25 de Abril”; (Verde Fauna, Rubra Flor, de John Andrade, Editora Nova Arrancada, Sociedade Editora, S.A.. 1ª Edição, Setembro de 2002, Pág. 281 e 282).

Fonte: “Algarvios pelo Coração; Algarvios por Nascimento”, (de Glória Maria Marreiros, Edição de Outubro de 2015, Editado por Colibri, Pág. 139, 140, 141 e 142).

“O Centenário”

JOAQUIM GUILHERME Martins CORREIA DE CARVALHO, Médico, natural de Seia, nasceu a 28-01-1922 e faleceu a 01-03-1988. Era filho de Joaquim Augusto Correia de Carvalho, Tesoureiro da Fazenda Pública, e de D. Deolinda Augusta Correia de Carvalho. Casou com D. Teresa da Rocha Silveira, de Coimbra, daquela houve dois filhos. Fez os estudos da Instrução Primária na sua terra natal e o Liceu em Oliveira do Hospital. Frequentou a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra onde concluiu o Curso de Medicina em 1949. Em 1950, foi Assistente da cadeira Propedêutica Médica e serviu na clínica Obstétrica da Cidade de Coimbra. Em 1957, ainda como Assistente voluntário, frequentou os Serviços de Pediatria do Instituto Maternal, da orientação do Doutor Santos Bessa. Possuía também o Curso de Tisiologia Social, que fez sob a orientação do Professor Bruno da Costa.

Após o concurso público passou a fazer parte do Corpo Clínico do Hospital Sub-Regional de Seia (1960). Foi nomeado Adjunto do Director Clínico do Hospital (1969), director (1979) e, em 1980, Presidente da Comissão Instaladora. Exerceu as funções de Médico e de Presidente da Direcção da Associação dos Bombeiros Voluntários de Seia. Exerceu sempre clínica em Seia, onde ficou conhecido como “pai dos pobres ou o médico milagreiro”. Militou sempre na oposição democrática, tendo presidido a comissões concelhias em épocas de eleições legislativas.

Em 1969 foi também noeado Médico do trabalho, funções que passou a exercer nas Fábricas Fisel; Fercol e Vodratex e prestou também serviço nas Caixas de Previdência.

Foi colocado um busto da autoria do Escultor Domingos Soares Branco junto à sua residência, no Largo da Misericórdia em Seia, em 1989, com uma placa indicando tratar-se de homenagem dos seus doentes e amigos.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Seia (Avenida Doutor Joaquim Guilherme Correia de Carvalho)

Fonte: “Médicos Nossos Conhecidos, de Ana Barradas e Manuela Soares, Editor: Mendifar, 2001, Pág. 158”

Fonte: “Monografia da Cidade e Concelho de Seia”, (de Padre Doutor J. Quelhas Bigotte, 3ª Edição, corrigida e aumentada com o Brasonário do Concelho de Seia, Editado em 1992, Pág. 416 e 417)

“O Centenário”

ANALIDE Martins LOURENÇO, Autarca, natural da Freguesia de Alte (Loulé), nasceu a 28-01-1922 e faleceu a 31-01-1992. Alfaiate de profissão. Presidiu à Comissão Administrativa da Junta de Freguesia de Alte, em 1974. Foi Presidente da Junta eleito em 1975-1985 e em 1988-1989, período em que foram desenvolvidas diversas infraestuturas na Freguesia, nomeadamente ao nível do saneamento básico, electrificação, abertura de estradas, etc.

Foi sob a sua gestão que foi desenvolvido o projecto de criação de uma piscina de água natural na Fonte Grande.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Loulé (Freguesia de Alte – Rua Analide Lourenço).

Fonte: “Câmara Municipal de Loulé”

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Mêda”

JOSÉ MARIA DE LACERDA, Padre, nasceu na Freguesia de Chosendo (Sernancelhe), a 01-04-1917, e faleceu na Casa de São José, em Lamego, em 1999. José Maria de Lacerda que foi Pároco, Vigário e Arcipreste na região da Mêda. Era filho de Alfredo Elísio de Lacerda e de Maria Judite Gomes. Teve nove irmãos. Quando tinha ano e meio passou a viver em Castainço, Concelho de Penedono, onde deu os primeiros passos e aprendeu as primeiras letras ensinadas pela mãe de quem foi Professora, tendo feito o exame da Quarta Classe em 1927, em Penedono.

Em 1928 ingressar no Seminário Menor de Nossa Senhora de Lourdes, em Resende, que abria as suas portas pela primeira vez. Volvidos quatro anos passou para o Seminário Maior de Lamego, que funcionava num antigo edifício em frente da Sé, onde concluiu o seu curso para ser ordenado Sacerdote em 1 de Janeiro de 1940, na Sé de Lamego, o Sacramento da Ordem, ouvindo a frase da Escritura: “Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque”. Estava pronto para iniciar a sua importante obra.

Esperou até Outubro como Professor do Seminário Menor de Resende para que lhe fosse atribuída a Paróquia de Paredes da Beira, Freguesia do concelho de S. João da Pesqueira. É precisamente aqui que começa a dar indícios da sua boa vontade em ajudar os jovens com a sua generosidade e hospitalidade, pois acolheu na sua residência um jovem francês que lhe foi enviado pela Cáritas Portuguesa sequência do êxodo da Segunda Grande Guerra Mundial.

Já decorriam oito anos como Pároco desta Paróquia, quando D. João de Campos Neves, Bispo de Lamego, lhe diz que precisa dele como Pároco da Mêda e de Outeiro de Gatos onde chegou em 26 de Fevereiro de 1949. Com a evolução e as consequências da guerra e da emigração, os anos 50 são-lhe propícios, para ter a sua acção humanitária, desenvolvendo a sua meritória acção no Instituto D. Maria do Camo Lacerda Faria, o Patronato.

Com a criação do jornal “Luz da Beira”, durante vinte anos desde o dia 1 de Janeiro de 1954, cultivou e proporcionou, quer aos residentes e aos ausentes, um contacto permanente com a sua terra natal e um elo de ligação entre as gentes da Mêda.

A criação do Externato de Santo António é um ponto central da sua prestigiada actividade que teve na Mêda e nos seus habitantes principalmente no aspecto cultural e educacional. É eleito para o cargo de Presidente da Direção da Adega Cooperativa da Mêda pelos seus associados porque sabiam as suas capacidades inequívocas de bom gestor e de incansável defensor dos direitos dos agricultores.

Entretanto, a falta de Párocos começava a acentuar-se, pela escassez de seminaristas, acontece que as Paróquias do Aveloso e da Prova ficaram sem Sacerdote, e o Padre José Maria de Lacerda é também nomeado Pároco daquelas localidades. Mas os anos não paravam, até que com o estado avançado da sua idade, sentiu que tinha chegado a altura de solicitar superiormente a sua substituição. Isso veio a acontecer e o Bispo de Lamego nomeou como Pároco da Paróquia de S. Bento da Mêda, o Rev. Padre Basílio Assunção Firmino, para o substituir.

Entregando-se à oração, ao pensamento de recordar todos os passos que deu em prol das gentes da Mêda, assim, recolheu-se na tranquilidade da Casa de São José, na cidade de Lamego, onde calmamente aguardou que um dia o Senhor lhe dissesse “José a tua hora chegou e agora vem receber a recompensa de tudo o que fizeste”, o que veio aconteceu em 1999.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Mêda (Rua Padre José Maria de Lacerda)

Fonte: “Terras da Mêda”

“O Centenário”

MARIA LUCÍLIA ESTANCO LOURO, Professora, nasceu em Beja, a 27-01-1922, e faleceu em São Brás de Alportel, a 27-12-2018. Era filha de Manuel Francisco Estanco Louro e de Albertina Emília Freire. Maria Lucília Estanco Louro pertenceu a uma geração única que em tempos sombrios soube corajosamente, conciliar a docência e a intervenção cívica com o combate militante à ditadura do Estado Novo.

Licenciada em Ciências Histórico-Filosóficas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em 1944, com a tese Paul Gauguin visto à luz da Caracterologia – Vida e Obra, suscitou polémica e combate para poder ser apresentada, visto ser então a primeira a versar sobre Arte, considerada então uma parente pobre da História. De seguida, fez Exame de Estado no Liceu Pedro Nunes, em Lisboa (1948), com a tese Filosofia – Valores Éticos e Estéticos

Maria Lucília Estanco Louro, lecionou nos Liceus de Faro, Beja, Évora, Oeiras, Lisboa (D. Leonor, D. João de Castro, Passos Manuel e Pedro Nunes) e na Escola do Magistério Primário de Évora; e foi Orientadora de Estágios Pedagógicos nos Liceus de Oeiras, Pedro Nunes e Passos Manuel, entre 1973 e 1976, quando este cargo era provido em função do currículo profissional e não como viria a ser, a partir de certa altura, por vontade e escolha dos próprios candidatos a orientadores. Participou nos colóquios de história e de filosofia realizados em 1959, no Liceu Pedro Nunes, sob a égide do Reitor Francisco Dias Agudo, que pela ousadia da sua promoção e pela categoria dos intervenientes (Professores Delfim Santos, Vieira de Almeida, Rui Grácio, Joel Serrão) representavam então uma luta pela actualização e dignificação dos conteúdos pedagógicos e informativos dos ramos abrangidos (veja-se a revista Palestra, de 1960).

Dentro do mesmo combate ao ensino orientado pelo Estado Novo e veiculado pelos compêndios fascizantes, participou nas reuniões de Professores progressistas, realizadas um tanto clandestinamente na Escola Francisco Arruda sob a direcção do Professor Calvet de Magalhães; frequentou os Cursos de Aperfeiçoamento profissional orientados pelo Professor Rui Grácio no Sindicato dos Professores; e cursou, em 1975, o 10.o Curso de Pós- -Graduação em História de Arte, instituído pelo Professor José-Augusto França na Universidade Nova de Lisboa.

Após a explosão de liberdade proporcionada pelo 25 de Abril, interveio activamente, com muitos outros docentes – José Magno, Maria de Lurdes Ribeiro, Hardisson Pereira, João Cruz, Maria Eugénia Bráulia Reis, Ana Leal de Faria, Margarida Matos, etc. –, numa comissão presidida por Maria Emília Diniz com o intuito de acabar com os velhos programas salazaristas e actualizá-los com tudo o que tinha ocorrido na investigação e na metodologia. Estes novos programas progressistas foram divulgados em cadernos de apoio editados pelo Ministério da Educação, substituindo os antigos compêndios do 6.° e 7.° anos. Coube a Maria Lucília Estanco Louro fazer o tema Humanismo e Experimentalismo na Cultura do Século XVI e, em coautoria com João Cruz, A Arte Portuguesa nos Séculos XIX e XX, não tendo este último fascículo chegado a ser publicado, porque, entretanto, estes programas, julgados demasiadamente revolucionários, foram abolidos.

Na qualidade de Delegada do Grupo de História, fez parte da secção cultural do Conselho Pedagógico do Liceu Pedro Nunes, tendo fundado uma galeria de arte – a Nónio – em corresponsabilidade com Maria Luísa Corte Real – e na qual se realizaram várias Exposições. Durante a sua vida de constante empenhamento profissional e cívico, realizou inúmeras palestras, participou em colóquios, escreveu artigos e colaborou em publicações. Entre as palestras, são de salientar: sessão solene de abertura do ano lcetivo de 1951/52, na Sala dos Actos do Liceu de Évora, então instalada na Universidade Henriquina, a pedido do Reitor Bartolomeu Gromicho, sobre o ousado tema As Alterações de Évora de 1637.

Na Radiodifusão Portuguesa (RDP), logo a seguir ao 25 de Abril, sobre o ensino da História, a convite da Professora Miriam Halpern Pereira e integrado num painel por esta orientado; na Biblioteca-Museu da República e Resistência, em Lisboa, nos anos 90, sobre O Ensino da História antes e depois do 25 de Abril, a convite do Director João Mário Mascarenhas, e em conjunto com Maria Cândida Proença. Redigiu várias entradas no Dicionário de História de Portugal, dirigido pelo Professor Joel Serrão, e a convite deste.

Colaborou nas revistas Palestra, editada pelo Liceu Pedro Nunes sob a direcção do Reitor Dias Agudo e a convite do Professor Rómulo de Carvalho, e Labor, ambas nos anos 60.

Dos muitos escritos dispersos, é de mencionar “O jovem Piteira” [Fernando Piteira Santos], publicado no Jornal de Letras, por se referir a “alguém cuja inteligência, sólida formação cultural (especialmente política) e fulgurante lucidez e poder de comunicação marcaram os jovens da minha geração, seus colegas na Faculdade de Letras de Lisboa nos anos 40” e que integrava “Barradas de Carvalho, Rute Arons, Olívia Cunha Leal, Rui Grácio, Joel Serrão, Joana Campina, Eunice Oliveira, Jorge Borges de Macedo, Francisco Morais Janeiro, Mário Faria, Nataniel Costa, Tony Nogueira Santos e eu própria, Maria Lucília”.

A competência, profissionalismo, dedicação e intervenção cívica, quer sob condições políticas adversas, quer após a Revolução de Abril, de Maria Lucília Estanco Louro podem ser testemunhados pelos seus antigos alunos, muitos dos quais tornados figuras públicas e entre os quais se contam: Ana Maria Magalhães; Antó- nio Damásio; António Torrado; Diogo Freitas do Amaral; Guilherme de Oliveira Martins; Joaquim Benite; Joaquim Letria; Joel Hasse Ferreira; Jorge Martins; José Meco; José Viana da Mota Brandão; Maria Beatriz Ruivo; Miriam Halpern Pereira; Maria Ângela de Sousa; Maria José Moura; Mário Vieira de Carvalho; Norberto Barroca; Rui Vieira Nery.

Fonte: “Feminae – Dicionário Contemporâneo”, (Direcção de João Esteves e Zília Osório de Castro; Coordenação de Ilda Soares de Abreu e Maria Emília Stone, Editado pela Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género, Edição de Dezembro de 2013, Pág. 662, 663 e 664)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município da Mealhada”

ADELINO José DE MELO, Jornalista, natural da Freguesia de Vacariça (Mealhada), nasceu a 29-01-1879 e faleceu a 13-07-1949. Foi Jornalista, Investigador Histórico, Publicista, Desenhador e Gravador. Fundador e Director dos primeiros e mais antigos periódicos da região. Apaixonado pela historiografia, passou grande parte da sua vida entre a poeira dos arquivos.

Criou e dirigiu a Revista do Luso, O Bussaco, A Bairrada, Bairrada Ilustrada, Bussaco e Bairrada Elegante.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Mealhada (Cidade da Mealhada – Rua Adelino Melo; Freguesia da Vacariça – Rua Adelino Melo)