Archive for Setembro, 2019|Monthly archive page

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Paredes”

 

Câmara Municipal de ParedesJOSE BARBOSA LEÃO, Médico e Político, nasceu na Freguesia de Parada de Todeia (Paredes), a 15-10-1818, e faleceu no Porto, a 13-11-1888. Era filho de modestos lavradores “sou filho do povo e sempre mostrei que me prezava disso”, e irmão de Manuel Barbosa Leão, que foi conhecido Cónego da Colegiada de Cedofeita.

Diplomado pela Escola Médido-Cirúrgica do Porto (1841), foi admitido como Cirurgião do Exército, servindo em diferentes regimentos.

Em 1846, envolveu-se na Patuleia, aderindo à Junta do Porto e participando na marcha das forças rebeldes sobre Lisboa, que foi travada pelo Marechal Saldanha em Torres Vedras (22-12-1846). Feito aí prisioneiro, Barbosa Leão seria restituído à liberdade após a Convenção de Gramido (30-06-1847), tendo seguido para o Brasil, onde permaneceu ano e meio, exercendo clínica. De volta à Europa, esteve primeiro na Bélgica, onde obteve o grau de Doutor na Faculdade de Medicina de Bruxelas (1850).

Em Portugal foi reintegrado no Exército como Cirurgião-Mor (1851), prestando serviço em Leiria e Penamacor, e algum tempo depois depois promovido a Cirurgião de Divisão (1855).

Em 1856-1857 exerceu as funções de Secretário do Governador de Moçambique, Vasco Guedes de Carvalho e Meneses. Propôs ao ministro da Marinha e Ultramar, o Visconde de Sá da Bandeira, a formação de uma Companhia de Navegação Colonial que estabelecesse carreiras regulares para ligar Moçambique à costa ocidental de África, a Portugal e ao Brasil. As Companhias Portuguesas de Colonização, 1902.

Foi colaborador de vários periódicos (Leiriense, Brás Tisana, Jornal do Comércio), em 1859 fundou o Jornal do Porto, em cujo corpo de redactores figurou inicialmente José Luciano de Castro.

Foi um homem de convicções e espírito reformador, perfilhou algumas ideias arrojadas e polémicas. Assumindo-se como “iberista”, não advogou a união política entre Portugal e Espanha, mas sim uma aliança económica, materializada numa “liga de alfândegas, um tratado de propriedade literária e industrial, harmonia em legislação comercial e marítima, e igualdade de condições para os navios dos dois países tanto nos portos da Península como nos do Ultramar”. Cidadão empenhado, Barbosa Leão teve, no entanto, uma carreira política breve e confinada ao desempenho de funções parlamentares.

Foi eleito Deputado uma única vez, em 1879, com o patrocínio do governo progressista e praticamente sem ter opositores. Representou o círculo uninominal de Luanda. Pertenceu à Comissão Parlamentar do Ultramar.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Paredes (Freguesias de Baltar, Parada de Todeia e Paredes – Rua Doutor José Barbosa Leão).

Fonte: “Dicionário Biográfico Parlamentar, 1834-1910”, (Vol II, de D-M, Coordenação de Maria Filomena Mónica, Colecção Parlamento” (Pág. 515, 516 e 517).

“UM ALBICASTRENSE NA TOPONÍMIA DE SERPA”

 

Albérico FigueiredoALBÉRICO Alexandre Nunes de FIGUEIREDO, Médico, nasceu no Bairro Leonardo, em Castelo Branco, a 06-05-1911, e faleceu em Lisboa a 17-09-1982 1982, mas foi sepultado no cemitério de Aldeia Nova de São Bento (Serpa). Passou a infância em Santarém e aí fez o Liceu. Em 1930 vai estudar Medicina para Lisboa, formando-se em 1935.

A sua ideia era ir para África e por isso tirou o Curso de Medicina Tropical. No entanto, o regime não o autorizou a partir, por ser pessoa de esquerda.

Como Médico Municipal, exerceu por curtos períodos em Barrancos, Amoreira de Óbidos (Concelho das Caldas da Rainha) e Peniche, altura em que casou. Por sugestão de um colega, acabou por se fixar na Aldeia Nova de São Bento, hoje Vila (Concelho de Serpa), onde montou consultório privado em sistema de avenças e aí viveu mais de 50 anos. Também trabalhou para a Casa do Povo, onde exerceu funções até ao fim da vida.

Antifascista convicto, foi perseguido pela polícia política do regime de Salazar. Em meados dos anos 40, a PIDE saiu-lhe ao caminho à entrada da Aldeia, ao regressar de Beja. Quando a população se apercebeu do que se passava, acorreram a casa dele, a protestar por lhe levarem o seu Médico. Esteve preso três meses na cadeia do Forte de Caxias. (PIDE, Serviços Centrais, Registo Geral de Presos, liv. 95, registo nº18944).

Quando voltou, afirmou que nunca exercera qualquer actividade política, por achar que isso prejudicaria a sua função de Médico. Só queria olhar pela saúde dos pobres da freguesia, que passavam mal, e confrangia-se com a miséria reinante. Fazia a visita aos doentes acamados duas vezes ao dia. Dava remédios aos mais carenciados, e pagava-lhes a conta do talho e da loja dos tecidos.

Estava sempre disponível para todos, de dia ou de noite. Tinha aparelho de radioscopia, de ondas curtas e de electrocardiograma, fazia autópsias, análises, pequena cirurgia, tirava dentes, era obstetra, etc. Interessado nas mezinhas caseiras, colhia ervas do campo, usadas tradicionalmente, e mandava-as para laboratórios para fazer análises e identificar os princípios activos.

A certa altura decidiu fazer-se lavrador, sem no entanto abandonar o exercício da Medicina. Queria mostrar aos alentejano como se fazia agricultura: abriu poços e criou sistemas de rega e de escoamento de águas das terras alagadas, introduziu o porco branco e plantou milho, o que era invulgar naquela região. Achava que tinha de haver estruturas agro-industriais que racionalizassem o processo produtivo do produtor ao consumidor (em particular no que se referia à carne de porco), sem no entanto ter conseguido pôr este plano em prática, dado o atraso da região.

Era colecionador de selos e gastava grande parte do seu tempo livre a organizar a colecção. Lia muito, em especial Aquilino Ribeiro. Ia sempre aos Congressos Médicos a Lisboa para se actualizar.

Teve sete filhos, quatro dos quais vivos. Duas das filhas são Fisioterapeutas.

Uma das Ruas de Vila Nova de São Bento tomou o seu nome e existe também um busto na Praça da República com os dizeres: «Dr. Albérico A. N. de Figueiredo, 1912-1982. Homenagem desta freguesia ao seu Médico de 1936 a 1982».

O seu nome faz parte da Toponímia de: Serpa (Freguesia de Vila Nova de São Bento – Rua Doutor Albérico Alexandre Nunes Figueiredo)

Fonte: “Médicos Nossos Conhecidos, de Ana Barradas e Manuela Soares, Editor: Mendifar, 2001, Pág. 148”

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Pampilhosa da Serra”

 

Câmara Municipal de Pampilhosa da SerraANTÓNIO AFONSO, Médico, nasceu na Freguesia de São Sebastião da Feira (Oliveira do Hospital), a 13-08-1914, e faleceu em Pampilhosa da Serra, a 30-05-1972. Terminados os seus estudos de Medicina na Universidade de Coimbra, e após alguns anos a exercer profissão no Norte do país, o Dr. António Afonso chegou à Pampilhosa da Serra no início da década de 40 do século XX (1946/47) para ocupar a vaga de Médico no Posto do Cabril. Anos mais tarde, veio a ocupar o cargo de Médico Municipal, na vila da Pampilhosa da Serra, sucedendo nestas funções o Dr. Luís Tomás Barateiro.

Conheceu a D. Helena Rama Barateiro, natural de Janeiro de Baixo, com quem casou e teve três filhos: Luís Fernando, Isabel Maria e António Eduardo. Em 1962, constrói no centro da vila aquela que ainda hoje é conhecida pela Casa do Dr. Afonso ou Casa Branca, onde viveu até à sua morte.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Pampilhosa da Serra (Rua António Afonso).

Fonte: “Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra”

“DUAS IRMÃS NA TOPONÍMIA”

Maria da Graça Freire e Natércia Freire, duas irmãs na Toponímia Nacional.

 

Maria da Graça FreireMARIA DA GRAÇA FREIRE é o pseudónimo de Maria Ribeiro de Oliveira Freire, Escritora, nasceu em Porto de Muge, Freguesia de Valada (Cartaxo), a 01-10-1916, e faleceu em Lisboa, a 15-05-1993. Nascida Maria Ribeiro de Oliveira Freire, filha de João Ribeiro de Oliveira Freire (Chefe de Conservação da Hidráulica Agrícola do Ribatejo e republicano ligado a grupos socialistas) e de Maria Emília da Cunha Freire, contista infantil e artesã; irmã da poeta e jornalista cultural Natércia Freire . A sua família tem raiz no Cartaxo, e descende do Médico e herói da Restauração João Pinto Ribeiro.

Tal como o pai, também Maria da Graça herdou na sua personalidade uma inquietude e denúncia que se refletem na sua obra. Depois de uma tuberculose óssea que a deixou à morte, entre 1927 e 1929, habitou em Lisboa (Campo de Ourique) com a mãe e irmãs, após a morte do pai, preparando- -se para ingressar na Faculdade de Letras em Clássicas (ingresso que nunca chegou a concretizar-se). Em 1936, após casamento com Cláudio Azambuja Martins, partiu para Angola, onde ficou a residir até 1943-1944; testemunho (romance autobiográfico) deste período é o seu livro A Primeira Viagem (1952, Prémio Ricardo Malheiros da Academia das Ciências).

Maria da Graça Freire fez parte de uma geração de escritoras revelada após a Segunda Guerra Mundial e em que António José Saraiva e Óscar Lopes integram nomes como Patrícia Joyce, Celeste de Andrade, Ilse Losa, Agustina Bessa-Luís ou Fernanda Botelho.

Tendo partido para Angola após estudos feitos em Lisboa, em 1937, e tendo aí vivido durante vários anos, a presença de África na sua produção literária é marcante, nomeadamente nos romances A Primeira Viagem, (Prémio Ricardo Malheiros, 4ª edição, 1952) E a Terra Foi-lhe Negada, (Prémio Eça de Queirós, 2ª edição, 1958). Em ambos os livros é patente o tratamento realista na distância que separa raças e culturas. Em A Primeira Viagem, o encanto da terra africana não consegue sobrepor-se à luta dos pequenos funcionários das colónias pela sobrevivência, à discriminação que se instala, para além da raça, nas próprias relações de classe entre colonos. Esta capacidade de observação crítica, ainda que sempre do ponto de vista do colonizador, estende-se a A Terra Foi-lhe Negada, onde um negro «branco», crescido e educado na metrópole, se descobre subitamente repelido por ambas as pátrias, por ambas as culturas, na sequência de um casamento misto.

A principal vertente na obra da autora, que marca toda a sua produção, prende-se no entanto com uma análise da situação e do papel da mulher na sociedade burguesa da época. A obra de Maria da Graça Freire reflecte uma condição existencial feminina que se pode resumir numa irredutível solidão, produto de códigos comportamentais de um mundo masculino e cuja única saída relativa, a única esperança, reside numa maternidade ardentemente desejada. Assim, as heroínas das suas histórias, desde Quando as Vozes se Calam (o seu primeiro romance, datado de 1945), são em geral mulheres mal amadas de corpo e alma, repudiadas, trocadas por «outra» ou por «outras». Presas de uma moral católica e de um amor não correspondido que lhes impõem uma inevitável aceitação de todas as dores e dificuldades, têm na maternidade a única forma de resistência passiva, o consolo cuja negação (como na Mónica de A Primeira Viagem) se transforma, mais do que num martírio, na condenação a uma solidão sem apelo. Tem colaboração nas revistas Bandarra e Panorama. Usou o pseudónimo Maria da Graça Azambuja até à 4ª edição de A Primeira Viagem.

Obras principais: Quando as Vozes se Calam, (1945); A Primeira Viagem, (s/d); A Terra Foi-lhe Negada, (s/d); As Estrelas Moram Longe, (contos, 1947); Joana Moledo, (romance, 1949); Bárbara Casanova, (romance, 1954); Quinta Estação, (1955); O Regresso de Bruno Santiago, (narrativa, 1956); Os Deuses Não Respondem, (contos, 1959); Nós Descemos à Cidade, (novelas, 1960); Talvez Sejam Vagabundos, (romance, 1962); As Noites de Salomão Fortunato, (contos, 1964); O Rio Era Vermelho, (romance, 1967); O Inferno Está Mais Perto, (novelas, 1970, Prémio Nacional de Novelística, 1971); O Amante, (romance, 1976); Inventário, (poemas, 1982). Ensaio: Evocações de Rosalia de Castro, (conferência, 1954); Mariana Alcoforado, (1959); Portugueses e Negritude, (1970); Mouzinho de Albuquerque: O Homem e o Mito, (1980).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Seixal (Freguesia de Amora – Rua Maria da Graça Freire).

Fonte: “Dicionário de Mulheres Célebres”, (de Américo Lopes de Oliveira, Lello & Irmão Editores, Edição de 1981, Pág. 95).

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. IV, Publicações Europa América)

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág.  234 e 235).

Fonte: “FEMINAE – Dicionário Contemporâneo”, (Direcção de João Esteves e de Zília Osório deCastro; Coordenação de Ilda Soares de Abreu e de Maria Emília Stone, Editado pela Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género, Edição de 2013, Pág. 569, 570 e 571)

 

 

 

Natércia FreireNATÉRCIA Ribeiro de Oliveira FREIRE dos Santos, Escritora e Professora, nasceu em Benavente, 28-10-1919, e faleceu em Lisboa, a 17-12-2005. Oriunda de uma família de raízes republicanas (o seu pai, João Ribeiro de Oliveira Freire, chefe de conservação da Hidráulica Agrícola, foi um dos mais ativos entusiastas da República na região do Ribatejo), a última de quatro filhas (uma das suas irmãs, Maria da Graça Freire* , distinguiu-se no romance).

iniciou-se na poesia aos 17 anos, com a publicação, em 1936, do primeiro livro, Castelos de Sonho, posteriormente rejeitado do conjunto da sua obra poética. Já nesse volume se revelava uma aguda mestria da forma e uma sensibilidade musical sugestiva, de cariz encantatório e raiz simbolista, que tiveram plena maturação em Horizonte Fechado (1942). Esse vetor formal e musical divide, em termos de construção poemática, as duas fases da sua obra: a primeira englobando Horizonte Fechado, Rio Infindável (1947) e Anel de Sete Pedras (1952), e a segunda iniciando-se com o livro seguinte, Poemas (1957), e prolongando-se até ao fim da sua obra poética. Se esse vetor apenas formalmente as divide, uma profunda coerência temática densamente une e vivifica a sua obra poética, de uma singularidade rara na poesia portuguesa, ou, como refere David Mourão-Ferreira, “uma das mais densas da nossa história literária”. Densidade que se manifesta não apenas no senso do misterioso, mas na precisão com que fenómenos interiores, psicológicos e sobrenaturais são sugeridos e delineados, em “momentos em que parece ver para dentro, contemplar o intramundo”, como aponta António Quadros. Se essa singularidade de realismo do sobrenatural, bem como a sugestão músico-formal, relega a poesia de Natércia Freire às fontes mais profundas da poesia portuguesa (Camilo Pessanha, Teixeira de Pascoaes), num pós- -Simbolismo perturbado e alquímico, a permanente tensão de fuga do espaço/tempo e a divisão interior do sujeito entre a vida terrena e a segunda imagem do seu eu antes e depois do corpo, densamente constitutiva da sua obra, tornam- -na, mais do que uma pergunta permanente sobre o homem e o seu destino, uma verdadeira aventura de pesquisa sobrenatural

Obra onde os contos [A Alma da Velha Casa, 1942 e Solidão sobre as Searas, 1963], não ocupando papel central, contribuem decisivamente para a definição de um feminino forte, recriador, na atmosfera da ficção feminina portuguesa [vide Ana Paula Ferreira, A Urgência de Contar]. Se, de uma forma mais textualmente explícita, podemos ler no volume inédito encontrado no seu acervo, O Eixo de Ouro (recolha e seleção pessoal da autora de textos periodísticos e outros, num registo diarístico espiritual), uma descrição de vários planos da condição feminina nos anos 1940-1960, nunca ocupa esta o primeiro plano, mas liga-se e relaciona-se com uma vivência cósmica do instante, ou uma aprendizagem espiritual. Aprendizagem espiritual que as recentes descobertas dos investigadores no seu espólio literário vieram verificar, conhecidas que foram as ligações a uma corrente rosa-cruz americana, a troca de correspondência com mães de santo brasileiras; ou ainda o auxílio que deu à fundação, nos anos 80, do Renovamento Carismático da Igreja Católica em Portugal. Mais do que cristianismo, é um vetor de inquieta pesquisa sobrenatural que liga a vida e a obra de Natércia Freire. Se um patamar de consciência (de si, do sujeito no mundo, da potência da palavra) se pode indicar no jogo claro de sombras que a poesia implica, talvez fosse possível desenhar, com estes versos, o programa iniciático da obra de Natércia Freire [“Crime de Música”, Intrusos, 1971]: “A palavra que falo, não se fala. / Se me escondo, me fujo, me sepulto / De garganta cortada, invisível ou parda, / Antes da sombra, é que matei o vulto.” A obra de Natércia Freire, assente no “vago, no fantasmático” (como refere Jorge de Sena), estranho caso na poesia portuguesa do século XX, para a qual qualquer baliza periodológica parece insuficiente, mas cuja dimensão feminina e modernista, aliada a um visionarismo, lhe deixa um lugar ímpar e extraordinário no friso de poetas femininos que a língua portuguesa pode recolher.

Embora se tenha destacado como poeta, Natércia Freire foi também jornalista e nessa área de atividade afirmou-se, sobretudo, com a direção da página de “Artes e Letras” do Diário de Notícias durante 20 anos, cumprindo essa função de 1954 a 1974, altura em que, por vontade própria, resignou funções. Posteriormente, ainda foi colaboradora assídua de publicações como O Tempo, O Século e O Dia, sobretudo na área da crónica e do ensaio. Ainda antes da colaboração com o Diário de Notícias, Natércia Freire colaborou assiduamente com o Diário Popular e o Diário de Lisboa, para além de assinar regularmente artigos de crítica em diversas outras publicações. No Diário de Notícias, para onde foi a convite do então diretor, Augusto de Castro, salientam- -se as suas colunas “Balança”, “Breves Notas”, “Calendário” e “Largos Dias Têm os Anos”. As primeiras rubricas encontram-se dentro de um género de crítica artística, com especial relevo para a crítica literária, ao passo que a última rubrica apresenta a jornalista num registo mais pessoal e intimista, quase ao jeito de um diário cultural. A “Página”, como era conhecido o suplemento semanal, foi, na realidade, um marco da vida de Natércia Freire e dela disse um dia que “deu vida à vida literária e dessa vida vivi”. Neste suplemento conviviam as mais variadas manifestações da arte portuguesa e internacional e Natércia Freire procurou sempre manter-se relativamente distante da problemática em torno da política e das escolas, aproximando-se de um contributo de “arte pela arte”. Como tal, a censura visou muito pouco este suplemento, mesmo quando publicava artistas opositores do regime do Estado Novo.

Obras principais: Poesia; Meu Caminho de Luz, (1939); Estátua, (1941); Horizonte Fechado, (1942); Rio Infindável, (1947, Prémio Antero de Quental); Anel das Sete Pedras, (1952, Prémio Antero de Quental); Poemas, (1957); Poesias Escolhidas, 1942-1952, (introdução de Jacinto do Prado Coelho, 1959); Liberta em Pedra, (1964); A Segunda Imagem, (1969); Os Intrusos, (1971, Prémio Nacional de Poesia ex-aequo com David Mourão-Ferreira); Liberdade Solar, (1978); Obra Poética (prefácio de David Mourão-Ferreira, 1º volume 1991). Prosa: A Alma da Velha, Casa, (contos, 1945); Infância de Que Nasci, (1955, Prémio Ricardo Malheiros da Academia das Ciências); Não Vás Minha Gazela, (novela, 1957); e Solidão sobre as Searas, (contos, 1961).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Benavente; Lisboa (Freguesia de São Domingos de Benfica, Edital 33/2014, de 30 de Abril de 2014, arruamento B à Rua José Maria Nicolau); Setúbal (Freguesia de São Lourenço, Azeitão); Vila Franca de Xira (Freguesia da Póvoa de Santa Iria).

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. V, Publicações Europa América)

Fonte: “Dicionário de Mulheres Célebres, de Américo Lopes de Oliveira, Lello & Irmão Editores, Edição de 1981, Pág. 437”

Fonte. “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 11, Pág. 829)

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág.  235).

Fonte: “FEMINAE – Dicionário Contemporâneo”, (Direcção de João Esteves e de Zília Osório deCastro; Coordenação de Ilda Soares de Abreu e de Maria Emília Stone, Editado pela Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género, Edição de 2013, Pág 762, 763 e 764))

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Palmela”

 

Câmara Municipal de PalmelaMANUEL MARIA DA SILVA, Médico e Militar, natural de Palmela, nasceu a 30-08-1782 e faleceu a 11-07-1851. Frequentou a Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa. Exercia a Clínica Civil, quando o País se levantou contra os invasores franceses, e foi iniciada a campanha de 1808, a primeira da longa série de campanhas da Guerra Peninsular, onde muito se distinguiu. A mobilização fizera-se em 1809, ofereceu-se ao então Físico-Mor do Exército, João Manuel Nunes do Vale, que logo aceitou os seus serviços, nomeando-o 1º Cirurgião do Hospital de Almeida, a 11-07-1809. Só no ano seguinte, porque nesse mesmo ano a Guerra deflagrara no Norte, teve que entrar em acção. Foi Almeida a primeira Praça portuguesa a sofrer, em 1810, a invasão de Massena e logo, apesar de ferido, debaixo de fogo, prestou altos serviços. A Praça rendeu-se e ficou prisioneiro com o resto da guarnição. Parece, porém, que nos exércitos de Napoleão havia falta de cirurgiões, porque Manuel Maria da Silva foi convidado, sob vantajosas propostas, a ir imediatamente para França, o que recusou, fugindo, com perigo de vida, para ir apresentar-se ao Quartel-General do Conde de Amarante. Mandou-o este para o Quartel General de Beresford, que o encarregou da Ambulância de Santarém, onde se conservou até que em 1811, Massena, vendo que não podia forçar as Linhas de Torres Vedras, se retirou. Acompanhou o Exército Anglo-Português na sua perseguição às tropas francesas até à fronteira, estabelecendo primeiro um Hospital Militar em Tomar e depois uma Ambulância que prestou grandes serviços na Batalha de Fuentes de Oñoro, e assim alcançou tal consideração perante os altos comandos, que foi encarregado de dirigir os Hospitais Portugueses na Batalha de Salamanca. Assistiu na Península e em França, a todas as batalhas das campanhas de 1813 e 1814 e em Santander foi escolhido para Chefe de Cirurgia, sendo em 02-02-1814, nomeado Cirurgião Geral do Exército. Esteve depois, em Mafra, encarregado da Direcção dos Hospitais Militares e também de um Hospital da Corte, bem como da inspecção de todo o recrutamento do Exército, indo também ao Algarve para exercer a direcção da Cirurgia Militar. Em 16-06-1816, foram criados os Hospitais Regimentais ocupados por 6 primeiros Cirurgiões, 4 ingleses e 2 portugueses, sendo um destes Manuel Maria da Silva, nomeado por decreto de 17-05-1817, ficando a direcção suprema de todos os Hospitais a cargo do Cirurgião Inglês Guilherme Winn, Chefe da Repartição Cirúrgica do Exército, de quem ficou auxiliar. Organizou, depois, os Hospitais do Algarve, da Beira e de Trás-os-Montes e tendo passado à Divisão da Corte, saiu dali para o Alentejo, onde estava quando se deu a revolução de 1820, que foi para ele uma fatalidade. Atingido pelas reduções no serviço de saúde, passou à inactividade, acrescendo o facto de, por não simpatizar com as ideias liberais, não ser bem visto pelo novo Governo, que aparentemente o deixou ficar esquecido em Sesimbra. Só em 1829, quando o Governo de D. Miguel tomou o poder, passou de novo a exercer as suas funções de Cirurgião, ainda em Sesimbra, mas já juntando ao seu vencimento, o de facultativo do Hospital Civil e o de Cirurgião das Freiras de Palmela. Com a extinção das Ordens Religiosas, perdeu em 1834, o seu lugar junto destes últimos, perdendo também o de Cirurgião Militar em Setúbal, ficando apenas com a Clínica que passou a exercer em Sesimbra e que lhe não garantia o suficiente para viver e sustentar a sua família, conservando-se, contudo, nessa Vila desde 1835 até 1842. Obteve então o Partido de Palmela onde passou o resto da existência, vindo a morrer com o posto de Tenente-Coronel Médico.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Palmela (Rua Manuel Maria da Silva).

Fonte: “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira”, (Volume 28, Pág. 825 e 826)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Paços de Ferreira”

 

Câmara Municipal de Paços de FerreiraALBERTO Carneiro Alves da CRUZ Médico e Político, natural da Freguesia de Freamunde (Paço de Ferreira), nasceu a 21-04-1884 e faleceu a 24-11-1956. Era filho de Manuel Alves da Cruz e de Amélia Carneiro da Silva Pardelhas e Cruz.

Inscreveu-se na Faculdade de Medicina, em Coimbra, no ano lectivo de 1900/1901. Formou-se em 1909 com 18 valores.

Ligado ao Partido Republicano Português (PRP), foi Presidente da Câmara Municipal de Paço de Ferreira (Julho de 1919) e eleito Deputado nas Legislaturas de 1921 e 1922, pelo círculo de Penafiel, nas listas do Partido Democrático.

Irradiado do Partido Republicano Português em Julho de 1925, voltaria a ser candidato pelo mesmo círculo (sem sucesso) nas eleições de 1925 nas listas da Esquerda Democrática 8ED).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Paços de Ferreira (Freguesia de Freamunde – Rua Doutor Alberto Cruz).

Fonte: “Parlamentares e Ministros da 1ª República; (1910-1926)”. (Coordenação de A. H. Oliveira Marques, Edições Afrontamento, Colecção Parlamento, Pág. 187).

Fonte: “A Esquerda Democrática e o Final da Primeira República”, (de António José Queirós, Livros Horizonte, Edição de Maio de 2008, Pág. 394)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Ovar”

 

Câmara Municipal de OvarMÁRIO Pereira de Carvalho e CUNHA, Médico e Desportista, natural de Ovar, nasceu a 04-03-1915 e faleceu a 06-01-1989. Neto e filho de Médicos. Era neto do Dr. António Pereira da Cunha e Costa e filho de do Dr. Salviano Pereira da Cunha. Formado na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra em 1941. Começou a exercer Medicina com seu pai, o Dr. Salviano Pereira da Cunha, no consultório deste, que mais tarde foi o seu, na casa da Rua Alexandre Herculano, onde hoje se encontra instalado o Centro Comunitário Espaço Aberto.

Com toda esta ascendência ligada ao ramo da saúde, o Dr. Mário Cunha estava predestinado a seguir a mesma profissão, que honrou de modo notável e exemplar.

Distinguiu-se ainda o Dr. Mário Cunha em várias áreas do desporto. Não sendo tão famoso como o seu irmão Rui, atingiu, alguma notoriedade no futebol, primeiro no Sporting Club de Ovar, mais tarde no Aliança Foot-Ball Club e, em 1932, no grupo de honra da Associação Académica de Coimbra. Praticou ainda a pesca desportiva e gostava muito dos desportos náuticos, passando algum do seu tempo na Ria.

Fez parte duma direcção do Fado Académico de Coimbra e presidiu à Junta de Turismo do Furadouro (de 1943 a 1945).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Ovar (Rua Doutor Mário Cunha).

Fonte: “Jornal João Semana”, (Edição de 01 de Julho de 2005)

“Carlos Zel e Alcino Frazão, dois irmãos (Músicos) na Toponímia do Município de Cascais”

 

 

Carlos ZelCARLOS ZEL, era o nome artístico de António Carlos Pereira Frazão, Fadista, nasceu na Parede (Cascais), a 29-09-1950, e faleceu na Parede (Cascais), a 14-02-2002. Era irmão do já falecido Guitarrista Alcino Frazão. O fadista considerado um dos melhores da sua geração. Foi um dos poucos Fadistas da sua geração a conseguirem relativo sucesso e um importante divulgador de talentos.

Com 17 anos profissionalizou-se, adoptou o nome artístico de Carlos Zel, e, no ano seguinte, 1968, apresentou-se pela primeira vez na Emissora Nacional.

Carlos Zel cantou em diversos espaços na linha de Cascais, como o bar Galito, ou em casas de fados como a Guitarra da Madragoa, e chegou mesmo a conciliar a actividade de fadista com a profissão de torneiro mecânico. Também o seu irmão, Alcino Frazão, foi um guitarrista de excelência, mas infelizmente viria a falecer muito prematuramente.

Na viragem para a década de 1970, Carlos Zel integrou um conjunto de fadistas que se revelaram nesta época, como é o caso de João Braga, António Melo Correia ou José Pracana, artistas “muito marcados pela procura de uma tradição interpretativa que vêem corporizada essencialmente na figura patriarcal de Marceneiro e na referência mais próxima de Maria Teresa de Noronha (…)”. São características do seu modo de interpretar “uma intensidade expressiva e uma riqueza de variação melódica incomparáveis na abordagem dos fados estróficos tradicionais” (cf. Nery, 2004:246, 264).

Iniciou o registo discográfico do seu repertório ainda na década de 1960. Entre os seus muitos discos, contam-se os seguintes títulos: “Rosa Camareira” (1967), “Poemas de Eduardo Damas” (1968), “Maria dos Olhos Verdes” (1969), “Minha Primeira Cantiga” (1971), O Seu Nome Era Manuel” (disco de homenagem ao toureiro Manuel dos Santos, editado em 1975), “Mestre Núncio” (disco de tributo ao toureiro João Núncio, editado em 1976), “Romeiro (1977), “Lusitano Vagabundo” e “Neste Rio Vou Morrer” (1978), “Cantigamente” (1980) e “À Volta do Fado” (1986).

Em formato CD, Carlos Zel editou o álbum “Fados”, pela BMG em 1993, lançou uma reedição do disco “A Minha Primeira Cantiga”, em 1996, e participou no disco “Harpejos e Gorgeios” de Celina Pereira, em 1998.

O seu último trabalho em disco, de título “Com Tradição” (Movieplay), foi apresentado com grande sucesso, num concerto do grande auditório do CCB, a 23 de Outubro de 2000. Nesta data é ainda bem notório que Carlos Zel “possui ligações maiores ao fado tradicional, com tudo o que ele possui de boémio e castiço”, embora apresente alguns temas provocatórios como o “Fado da Internet”; um poema de Daniel Gouveia, ou o “Retrato dum Alfacinha Sub-urbano”, um poema de José Niza que interpreta no Fado Corrido (cf. “Diário de Notícias”, 1 de Julho de 2000).

Carlos Zel fez digressões e espectáculos em Espanha, França, Holanda, Escócia, Dinamarca, Noruega, Brasil, Argentina, Chile, Venezuela, Canadá, Estados Unidos e Senegal. Em 1997 participa no espectáculo “Raízes Rurais, Paixões Urbanas”, de Ricardo Pais, levado a palco na Cité de la Musique de Paris, com a presença, também, de Argentina Santos.

Em 1984, numa parceria com Carlos Escobar, o fadista abriu na Madragoa a casa de fados O Ardinita (título de um poema de João Linhares Barbosa, interpretado por Fernando Maurício), mas esta tornou-se numa experiência que durou apenas alguns meses.

Para além das apresentações regulares em espectáculos de concerto, em Portugal e no estrangeiro, Carlos Zel integrou, também, o elenco de algumas peças de teatro de revista. A título de exemplo refiram-se a “Aldeia da roupa suja”, peça apresentada em 1978, no Teatro Variedades, “A Severa”, levada ao palco do Teatro Maria Matos, em 1990, e “Ai quem me acode”, estreada em 1994, no Teatro ABC.

São frequentes as apresentações do fadista na televisão. Carlos Zel participou em programas como o “Piano Bar”, de 1988, ou a série “Pisca Pisca”, de 1989”. Em 1994 o fadista interpretou temas na telenovela “Desencontros” e surgiu, ainda, como actor, em episódios da telenovela “Cinzas”, de 1992, e da série “Polícias”, de 1996.

Reconhecido como intérprete empenhado na divulgação do Fado, Carlos Zel foi um dos sócios fundadores da Academia da Guitarra Portuguesa e do Fado, em 1994. Por três vezes a Casa da Imprensa atribuiu a Carlos Zel prémios distintivos da sua actividade: em 1993 o “Prémio Prestígio”, em 1997 o “Prémio Neves de Sousa” e, em 2000, o “Prémio Consagração”.

No decorrer do ano de 2000, Carlos Zel foi um dos impulsionadores da programação “Quartas de Fado”, no Casino Estoril, onde actuava todas as semanas. Destaque-se que Carlos Zel foi o primeiro fadista masculino a fazer uma temporada de actuações no espaço do Casino Estoril.

Possuidor de um estilo onde a tradição interpretativa nunca deixou de marcar presença, Carlos Zel popularizou temas como o “Meu amor morre no mar”, “Sonho louco”, “Palavra à solta”, “Prece”, “Fado Pechincha”, “Tenho saudades da baixa”, “Amar outra vez”, “Quero tanto aos teus olhos” ou “Travessa do poço dos Negros”. E, apesar de ser uma referência nacional enquanto fadista, o seu percurso registou tentativas de abrir o fado a outras sonoridades, fazendo algumas experiências ao lado de Luís Represas, no projecto “Cantautores”, da Expo’98, com Maria João e Mário Laginha, num espectáculo do Anfiteatro da Doca, também na Expo’98, e com Carlos Zíngaro, Cesária Évora e Celina Pereira, em trabalhos discográficos.

Demonstrou sempre uma enorme generosidade para com a Casa do Fado, quer emprestando objectos para exposições temporárias, quer colaborando em várias iniciativas.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Cascais (Freguesias de Alcabideche, e Parede – Rotunda e Travessa Carlos Zel)

Fonte: “Museu do Fado”

Fonte: “Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX” (Direcção de Salwa Castelo-Branco, 1º Volume, A-C, Pág. 1353, Temas e Debates, Círculo de Leitores)

 

 

 

Alcino FrazãoALCINO FRAZÃO Borges, Guitarrista, nasceu na Freguesia da Parede (Cascais), a 08-02-1961, e faleceu num acidente de viação na Marginal, a 07-03-1988. Guitarrista, filho do Poeta e intérprete amador de Fado António Frazão e irmão do Fadista Carlos Zel.

Aos 12 anos, em casa dos pais, começou a tocar as músicas que ouvia na telefonia. Anos mais tarde, passou a ser frequentador assíduo das casas de Fado. Tornou-se profissional a acompanhar o irmão, o fadista Carlos Zel (também ele já falecido), gravando pela primeira vez aos 15 anos.

Como guitarrista de acompanhamento actuou regularmente em inúmeros locais de Lisboa, e também na Madeira, Suíça, Brasil e Canadá. Simultaneamente com o sentido de responsabilidade que o levou a não aceitar acompanhar Amália por «não se sentir preparado», foi dos primeiros guitarristas de uma nova geração cujo virtuosismo e espírito de inovação levou a guitarra ao acompanhamento de cantores como Paulo de Carvalho e Fernando Pereira, contribuindo decisivamente para um novo enquadramento da guitarra entre músicos e intérpretes mais jovens e de outras áreas que não exclusivamente o Fado.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Cascais (Freguesia de Alcabideche – Praceta Alcino Frazão).

Fonte: “Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX” (Direcção de Salwa Castelo-Branco, 2º Volume, C-L, Temas e Debates, Círculo de Leitores, 1ª Edição, Fevereiro de 2010, Pág. 519 e 520)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Ourique”

 

Câmara Municipal de OuriqueVIRGÍLIO SAQUE, Advogado e Político, nasceu na Freguesia de São Salvador (Ourique), a 08-02-1884, e faleceu em Lisboa, a 23-03-1972. Era filho de Caetano da Silva Saque e de Ana Carmina Jorge.

Inscreveu-se na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, no ano lectivo de 1905/1906, terminando o Curso em 1910 com 13 valores.

Ligado ao Partido Republicano Português (PRP). Exerceu a Advocacia em Lisboa (1914-1917), e desempenhou o cargo de Subdelegado do Procurador da República. Foi Vereador da Câmara Municipal de Lisboa e Governador Civil de Ponta Delgada (de 11 de Julho de 1919 a 11 de Setembro de 1920), Senador pelo círculo de Ponta Delgada em 1921 e Deputado, pelo mesmo círculo, em 1922.

No congresso da Esquerda Democrática (ED) apresentou uma tese sobre a Emigração. Foi Presidente da Comissão Municipal do Partido Republicano da Esquerda Democrática (PRED), em Lisboa.

A seguir ao 28 de Maio de 1926 exerceu as funções de Chefe de Repartição de Ouvidoria da Câmara Municipal de Lisboa.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Ourique (Rua Doutor Virgílio Saque)

Fonte: “A Esquerda Democrática e o Final da Primeira República”, (de António José Queirós, Livros Horizonte, Edição de Maio de 2008, Pág. 422)

Fonte: “Parlamentares e Ministros da 1ª República (1910-1926”, (Coordenação de A. H. Oliveira Marques, Edições Afrontamento, Colecção Parlamento, Pág. 392 e 393).

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Ourém”

 

Câmara Municipal de OurémARTUR VIEIRA DIAS, Associativista, nasceu em Alburitel (Ourém), a 26-12-1934, e faleceu no Hospital Distrital de Santarém, a 28-03-2011. Em 1960 entrou como Aspirante na Câmara Municipal das Caldas da Rainha, executando funções noutras Autarquias, nomeadamente, Vendas Novas, Alvaiázere, Ourém e, entre 1975 e 1992, Director do Departamento da Câmara Municipal de Santarém. Foi o fundador da Associação de Técnicos Administrativos Municipais (ATAM), com sede em Santarém. Dirigiu a Associação durante vinte anos até 2006. Foi técnico municipal de várias autarquias entre 1953 e 1992, tendo-se fixado nos últimos anos na Câmara de Santarém. Recebeu o grau de Oficial de Mérito, atribuído pelo Presidente da República, Mário Soares, em 20 de Fevereiro de 1991, e de Scalabitano Ilustre, atribuído pela autarquia, durante o mandato de José Miguel Noras, em 1999; Cidadão Honorário (Honorary Citizen), de San Antonio, Texas (EUA), atribuído pelo Maior Edward D. Garza, em 24 de Maio de 2002; e o Grau de Comendador da Ordem Internacional de Mérito do Descobridor do Brasil, Pedro Álvares Cabral, em 22 de Abril de 2006.

O seu nome faz parte da Toponímia de Ourém (Freguesia de Alburitel – Rua Artur Vieira Dias)

Fonte: “Jornal Correio do Ribatejo, Edição de 01 de Abril de 2011”