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“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Albergaria-a-Velha”

FALUSINO Fernandes CORREIA, Médico, nasceu em Cambra (Vouzela), em 1906, e faleceu em Albergaria-a-Velha, em 1983. Fez o Liceu em Viseu e tirou o Curso de Medicina em Coimbra. Em 1933, veio para Albergaria como Médico substituir o primo, o Dr. Cláudio Torres, morto em trágico acidente de viação na Rua Mártires da Liberdade. O Dr. Flausino, como era genérica e amigavelmente tratado, aqui se fixou definitivamente depois do seu casamento com a Dra. Maria Celeste Monteiro que fundou a Farmácia Monteiro e a dirigiu durante meio século, o mesmo tempo que o marido exerceu abnegadamente a Medicina.

Além do Médico prestigiado pelo seu saber e dedicação aos doentes, o Dr. Flausino era também um colaborador atento e interessadíssimo da vida albergariense. Escreveu com frequência nos periódicos locais, focando temas de interesse geral ou batendo-se pelos melhoramentos constantes da vida municipal.

Foi isso que, com sacrifício, o levou a aceitar a Presidência da Câmara Municipal (…) ao longo de cinco anos (…). Durante o seu mandato conseguiu que, finalmente, o ensino secundário oficial chegasse à nossa terra, o que representou notável avanço na preparação da juventude da região. Fez construir o Mercado Municipal, inaugurou a Biblioteca Municipal, iniciou os trabalhos para a Casa da Justiça e para a construção de casas de renda económica, além de ter contribuído para a conclusão ou continuidade de numerosas outras obras. Foi um albergariense insigne na terra que considerava sua e onde quis ficar para sempre. Faleceu em Julho de 1983.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Albergaria-a-Velha (Rua Doutor Flausino Correia).

Fonte: António Homem de Albuquerque Pinho, “Gente Ilustre em Albergaria-a-Velha”

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município do Alandroal”

DIOGO LOPES DE SEQUEIRA, Militar e Governador da Índia, nasceu no Alandroal, em 1466, e faleceu a 14-10-1530. Fidalgo da Casa Real e Almotacé da Corte, foi enviado à Índia em 1509, para atingir Malaca, falhando a sua missão de assentar amizade com o soberano local devido a intrigas dos muçulmanos, vendo-se obrigado a ali deixar como reféns 27 homens, que viriam a ser libertados por Afonso de Albuquerque.

Regressado ao Reino, em 1510, serviu na Armada do Norte de áfrica. Socorreu Arzila e tomou parte nas expedições contra Targa e Araiana.

Governador da Índia de 1518 a 1521, organizou uma embaixada ao Imperador da Etiópia e fundou a Fortaleza de Chaul para manter em respeito o poderoso reino de Cambaia.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Alandroal (Rua Diogo Lopes de Sequeira); Alenquer (Freguesia do Carregado – Praceta Diogo Lopes Sequeira); Almada (Rua Diogo Lopes de Sequeira); Lisboa (Freguesia de Marvila – Rua Capitão-Mor Lopes Sequeira); Moita (Freguesia de Alhos Vedros – Rua Lopes de Sequeira); Oeiras (Freguesia de Porto Salvo – Avenida Diogo Lopes de Sequeira).

Fonte: “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 15, Pág. 445 e 446)

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 479)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Aguiar da Beira”

José de Matos SOBRAL CID, Médico, Político e Professor, nasceu na Freguesia de Cambres (Lamego), a 29-06-1877, e faleceu em Lisboa, a 28-04-1941. Era filho de Augusto de Matos Cid e de Maria Henriqueta da Costa Sobral Cid. Os seus irmãos foram igualmente figuras de destaque: João Cid, Médico, António Cid, Advogado e Augusto Cid, Oficial do Exército.

Formou-se em Medicina na Universidade de Coimbra (1900), onde foi Professor aos 25 anos, regendo várias cadeiras. Transitou para a Faculdade de Medicina de Lisboa em 1911, encarregado da cadeira de Psiquiatria Forense, criada nessa altura.

Trabalhou no Manicómio Miguel Bombarda com o seu Mestre Júlio de Matos, a quem sucedeu na Cátedra de Psiquiatria e na Direcção do Hospital.

Já em 1903-1904 Sobral Cid construíra ligações com grupos republicanos e fora governador civil do Distrito de Coimbra mas será como professor nas Universidades de Coimbra e de Lisboa, contemporâneo de Egas Moniz e Elísio de Moura, que deixa mais memórias, particularmente por ter criado a escola portuguesa de psicologia clínica, fundamentada na semiologia psiquiátrica e assente numa prática clínica humanizada que valoriza a relação entre médico e doente. Também a sua «Oração de Sapiência», de 1907, é considerada por muitos um elemento essencial na definição da política republicana de autonomia universitária.

Sobral Cid foi fundador e catedrático da Faculdade de Medicina de Lisboa (1911), onde leccionou Psiquiatria Forense para além de ter sido médico-adjunto do Hospital de Rilhafoles (depois, Miguel Bombarda) e após a morte de Júlio de Matos, seu director. Aliás, Sobral Cid faz parte de uma tradição de intervenção de psiquiatras no campo educativo, iniciada por Júlio de Matos, continuada por Barahona Fernandes e, actualmente, por especialistas como Daniel Sampaio.

Foi, por duas vezes, Director da Faculdade de Medicina de Lisboa. Preconizou a autonomia das instituições universitárias e foi Ministro da Instrução Pública em 1914. Introduziu na medicina em Portugal as correntes alemãs da herança constitucional, da tipologia e da psicoterapia. Deixou uma importante obra, principalmente no ensino da patologia mental e também sobre reorganização da assistência psiquiátrica.

Interveio na vida política ligado ao Partido Regenerador e foi Governador Civil de Coimbra (28-05-1903 a 18-10-1904). Eleito Deputado para uma única Legislatura, pelo círculo plurinominal de Viseu em 1901, fez parte das Comissões Parlamentares de Instrução Pública Superior e Especial (1902 e 1903); de Saúde Pública (1902); de Marinha (1903); e de Administração Pública (1903).

Depois do 05 de Outubro aderiu à República e chegou a Ministro da Instrução em dois curtos governos de Bernardino Machado (09-02 a 12-12-1914), de cujo desempenho fez publicar um interessante relatório.

Da sua obra publicada destacamos «Clínica das Perturbações da Memória», «A Vida psíquica dos esquizofrénicos», «Classificações e sistemática geral das psicoses» (1924), «O professor Miguel Bombarda: a sua carreira e a sua obra de alienista» (1925), «Aspirações universitárias: a universidade ao serviço da Nação» (1926), «O caso Franz Picckowoski, perseguido e magnicida» (1930), «Processo histórico e moderna orientação da assistência psiquiátrica» (1932), «Psicopatologia Criminal» (1935), «Assistance sociale: la formation du personnel auxiliaire des organisations d’hygiéne mentale» (1943).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Aguiar da Beira (Rua Doutor Sobral Cid); Lamego (Rua Sobral Cid); Lisboa (Freguesia do Beato, Edital de 16-11-1982, ex-Impasse A à Estrada da Circunvalação ou à Rua Nelson de Barros – Rua José Sobral Cid).

Fonte. “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 29, Pág. 388 e 389)

Fonte: “Dicionário Biográfico Parlamentar, 1834-1910”, (Vol I, de A-C), Coordenação de Maria Filomena Mónica, Colecção Parlamento, (Pág. 788 e 789)”.

Fonte: “Parlamentares e Ministros da 1ª República; (1910-1926)”. (Coordenção de A. H. Oliveira Marques, Edições Afrontamento, Colecção Parlamento, Pág. 164 e 165).

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Águeda”

Francisco FERRAZ DE MACEDO, Médico e Antropólogo, nasceu em Paradela, Freguesia de Espinhel (Águeda), a 11-10-1845, e faleceu em Lisboa, a 18-10-1907. Ainda criança viajou para o Brasil (Rio de Janeiro) com seus pais e cedo começou a trabalhar na alfaiataria do pai revelando-se bastante habilidoso na arte, pelo que chegou a ocupar o cargo de mestre deste ofício. Mais tarde, depois de enveredar por outras artes, serve-se destes seus dotes para confeccionar o seu vestuário, evitando assim desentendimentos com alfaiates que poderiam não estar à altura de um mestre.

Em 1867, com 22 anos, completou o curso de Farmácia. Cinco anos depois doutorou-se em Medicina, área a que de imediato se dedica e em que foi bem sucedido. Este sucesso levou-o a que ficasse “bem financeiramente”, o que lhe permitiu fazer viagens demoradas pela Europa. Assim teve oportunidade de se relacionar pessoalmente com os mais ilustres antropologistas.

Foi figura de relevo no Rio de Janeiro onde contava com numerosa clientela. Ocupou, por eleição o cargo de director geral da Associação Montepio Agrícola do Rio de Janeiro.

Com o objectivo de se dedicar aos estudos antropológicos, Ferraz de Macedo requereu à Câmara Municipal de Lisboa a concessão dos esqueletos das sepulturas rasas, ao serem exumados. Assim conseguiu uma valiosa colecção de perto de 1200 cabeças ósseas humanas, identificadas, e cerca de 150 esqueletos, também identificados quanto ao sexo. Esta valiosa colecção foi oferecida ao Museu Bocage da Faculdade de Ciências de Lisboa.

Preocupado com o problema do analfabetismo em Portugal, inventou o método luso destinado ao ensino da leitura aos portugueses. Quando participava em reuniões científicas, Ferraz de Macedo atraía atenções, porque frequentemente entrava nas discussões com vivacidade e pontos de vista diferentes.

Trabalhador infatigável, cujo valor se atesta pelos numerosos escritos, embora por vezes fosse considerado num plano inferior à categoria intelectual que na realidade merecia. Dirigiu, por pouco tempo, o importante jornal Mala da Europa, sucedendo a Tomás Ribeiro.

Colaborou assiduamente na Galeria de Criminosos Célebres, História da Criminologia Contemporânea, sob o ponto de vista descritivo e científico.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Águeda (Rua Ferraz de Macedo).

Fonte. “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 11, Pág. 152 e 153)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Abrantes”

Viriato Sertório da Rocha Portugal CORREIA DE LACERDA, Militar, nasceu em São Julião da Barra (Oeiras), a 02-01-1887, e faleceu, em combate, em Mkula (Moçambique), a 08-12-1917. Combateu, pela República, na Rotunda.

Oficial em Infantaria 35 desde 1912, a partir de 05-07-1913 prestou serviço na Guarda Nacional Republicana e nesse mesmo ano se distinguiu na Covilhã no surto de greves ali surgido, actuando com excepcional prudência e acerto na manutenção da ordem. Embarcou para Moçambique em 07-10-1915. Em luta contra os Alemães, bateu-se no Rovuma e em Nangadi (07-12-1916).

Morreu em combate. Pela valentia com que lutara, apesar da enorme desproporção de forças, ao seu funeral assistiu todo o Quartel-General da coluna alemã e o Governador Alemão daquela área. Tinha o posto de Tenente.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Abrantes (Rua Capitão Correia de Lacerda); Lisboa (Freguesia de Santa Engrácia – Rua Tenente Viriato Correia de Lacerda; Edital municipal de 24 de Outubro de 1924, ex-Rua C do Bairro da Ermida).

Fonte: “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 14, Pág. 512 e 513)

Fonte: “Parlamentares e Ministros da 1ª República (1910-1926)”, (Coordenação de A. H. Oliveira Marques, Edições Afrontamento, Colecção Parlamento, Pág. 268).

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Vouzela”

João CORREIA DE OLIVEIRA, Político, natural de Vouzela, nasceu em data que desconheço e faleceu a 14-10-1882. Era tio do consagrado Poeta António Correia de Oliveira e do Dramaturgo João Correia de Oliveira. Foi casado com D. Vitória Adelaide Seixas Loureiro de Barros. Era um proprietário bastante abastado e, na altura da sua morte, em 1882, era o dono da “Quinta e Casa da Cavalaria”.

Foi um homem de muita influência no Concelho de Vouzela e, durante muitos anos, foi Presidente da Câmara Municipal de Vouzela. Desempenhou ainda as funções de Procurador à Juta Geral do Distrito; Recebedor da Comarca, e Juiz de Direito Substituto.

Vouzela deveu-lhe sempre a maior dedicação pelo seu engrandecimento, e todos os bens que possuía foram, mais tarde, doados à Santa Casa da Misericórdia de Vouzela, pela viúva, D. Vitória Adelaide Seixas Loureiro de Barros.

Foi agraciado com a Comenda da Ordem de Cristo.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Vouzela (Rua Comendador Correia de Oliveira)

Fonte: “Câmara Municial de Vouzela).

“O Centenário de…”

Cândido PALMA Teixeira DE MELO, Arquitecto, natural de Setúbal, nasceu a 24-06-1922 e faleceu em 2003. Frequentou como bolseiro, o Curso Superior de Arquitectura da Escola Superior de Belas Artes de Lisboa (ESBAL), que completou em 1947, depois de ter entrado para a Casa Pia de Lisboa, em 11 de Novembro de 1931, com o nº 5822 e onde cursou, para além da Instrução Primária, o Curso Industrial e Liceal, este com o fim de poder ingressar no Curso de Arquitectura.

Estagiou com o Arquitecto Francisco Keil do Amaral, no seu Atelier, em Lisboa, tendo posteriormente exercido actividade em regime liberal com os Arquitectos, Artur Pires Martins, Jorge F. Chaves, F. Ferreira Torres e A. Matos Gomes, com os quais elaborou, em co-autoria, algumas obras de referência.

Trabalhou também em regime contratual, na Direcção da Aeronáutica Civil até 1960, onde teve oportunidade de projectar obras  de assinalável qualidade.

A partir da década de 1980 voltou a exercer a profissão em regime liberal, com Gabinete de Projectos próprio, onde teve oportunidade de elaborar vários projectos cuja incidência no meio português e estrangeiro se fez sentir.

Embora em algumas fases da sua actividade tenha  tido oportubidade de aprofundar os seus conhecimentos e a sua actividade em vários campos, tais como a Aeronáutica, Habitação Social, Educação e Cultura, Reabilitação e Desporto, procurou, no entanto, não se cristalizar em qualquer dessas funções, por ter orientado sempre a sua actividade adentro de uma única especialidade a Arquitectura.

Defendendo e praticando a sua actividade segundo um objectivo humanista aceitou que, acima de qualquer especialização, o Arquitecto deve ser à partida um Artista em que os conhecimentos técnicos e as relações humanas são o suporte principal de criatividade que lhe permite conceber e realizar as obras que servem e equipam o mundo emq ue nos movemos.

Entre os projectos que concebeu destacam-se os seguintes: Para a Aeronáutica Civil (1952-1964), segunda remodelação da Aerogare de Lisboa; primeira remodelação da Aerogare do Porto; Aerogare do Funchal; Aerogares para ex-colónias portuguesas, destacando-se as de Lourenço Marques (actual Maputo), Beira, Mormugão e Sal.

No campo da Habitação Social para as Câmaras Municipais de Lisboa, Silves, sendo de realçar os conjuntos no Bairro dos Olivais Norte e Sul, em Lisboa, e ainda um conjunto habitacional para Portimão, segundo contrato de desenvolvimento com o Fundo de Fomento de Habitação e a Firma Manuel Cristino Ferreira, Ldª. No campo da Educação: Escolas Primárias para a Câmara Municipal de Lisboa (São João de Deus e Telheiras Sul) e de Ensino Preparatório para o Ministério da Educação e Cultura (MEC), em Silves, Messines, Cascais e Paço de Arcos, estas com a Firma Ilídio Monteiro, Construções SARL. Centros de Reabilitação de Paralisia Cerebral para Lisboa (Calouste Gulbekian) e para o Porto, anotando-se que no projecto elaborado para Lisboa se introduziram para além de novos conceitos ambientais, novas técnicas de recuperação que tiveram repercussão no estrangeiro.

No campo do Turismo, destacam-se cronologicamente os seguintes empreendimentos: Hotel Globo, em Portimão; Conjunto para 1000 camas na zona dos 3 Castelos, na Praia da Rocha e ainda outros, principalmente, na zona de Portimão-Praia da Rocha, na maior parte  com a Firma Algarve Real/Proconstroi.

No campo do Desporto, são de destacar as seguintes obras: Estádios para o Vitória Futebol Clube (Bonfim – Setúbal); Casa Pia Atlético Clube (Pina Manique); Futebol Clube de Luanda; Pavilhões Gimnodesportivos para o Casa Pia Atlético Clube e Câmara Municipal de Silves.

Paralelamente à sua actividade de Projectista de Arquitectura foi sempre uma pessoa ligada aos movimentos sociais e da sua classe, tendo participado na criação da sociedade ICAT, na qual colaborou activamente na elaboração da Revista Arquitectura e em reuniões para defesa dos princípios deontológicos e sociais do exercício da profissão de Arquitecto, desenvolvendo simultaneamente grande actividade no Sindicato Nacional dos Arquitectos e da Associação dos Arquitectos Portugueses.

Tomou parte activa no combate à existência de barreiras  arquitectónicas e lutou pela elaboração de projectos que permitam a existência de edifícios onde os deficientes e as pessoas da terceira idade possam existir em felicidade.

Face ao nível social e artístico atingido nas suas obras, algumas delas têm sido publicadas em revistas nacionais e estrangeiras, designadamente: Arquietctura Portuguesa; Binário; L’architecture d’Aujourd’Hui e Danske Praktiserend Arkitekter e ainda em Boletins Oficiais nacionais.

Fonte: “Dicionário de Autores Casapianos”, (de António Bernardo e José dos Santos Pinto, Biblioteca-Museu Luz Soriano, Ateneu Casapiano, Lisboa, Edição de 1982, Pág. 149, 150 e 151)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Vzela”

ABÍLIO da Costa TORRES, Médico, natural de Barrosas, Freguesia de Santa Eulália (Vizela), nasceu a 13-05-1846 e faleceu em 1918. Era filho de Joaquim da Costa Torres e de Cândida Augusto Ferreira de Miranda. Depois de fazer os primeiros estudos em Braga, rumou a Coimbra, onde cursou Medicina, formando-se em 30 de Julho de 1876.

Médico Hidrologista, foi o impulsionador das Termas de Vizela, localidade onde se estabeleceu depois de se formar em Coimbra.

As condições precárias em que se faziam os tratamentos termais, com as pessoas aglomeradas em banhos colectivos, nem cómodos, nem higiénicos, tinham dado origem à criação da Companhia dos Banhos de Vizela, que construíra um edifício termal e canalizava as águas da Lameira (actual Praça da República) para o balneário. No entanto, verificara-se que no trajecto as águas perdiam a spropriedades terapêuticas, designadamente de temperatura e composição química. As termas estavam em crise e os aquistas diminuíam a olhos vistos.

O Dr. Abílio Torres foi então chamado a reformular o modo de captação e encanamento. Estudou a composição química das águas, melhorou as instalações já existentes e os métodos de tratamento e actualizou todo o sistema, substituindo canalizações e reservatórios. Acompanhou as obras a todo o instante e muitas vezes até de noite fechada.

Convenceu a Companhia dos Banhos a criar o Parque das Termas, cuja concepção se deve ao horticultor portuense José Marques Loureiro, e promoveu festas e passatempos para os aquistas. As corridas de touros, de garranos e de cavalos, da sua predilecção, e os torneios de cannotage e de ténis passaram a animar as termas, que assim readquiriram fama.

A sua acção inovadora levou-o a congressos da especialidade no estrangeiro, onde defendeu aqualidade das estâncias termais portuguesas.

Além de assumir a Direcção das Termas, Abílio Torres também exerceu influência social e cultural: foi um dos fundadores dos Bombeiros Voluntários e da Filarmónica Vizelense e membro da Comissão Recenseadora Eleitoral de Guimarães. Fez parte da Comissão que escolheu o terreno para o Hospital de Vizela.

Escreveu As Águas Sulfurosas de Vizela, estatística médica do estabelecimento termal e hydroterapia de Vizela, (1882).

O seu busto, erguido sobre um alto pedestal, está colocado dentro das Termas, a poente, e tem uma placa: «Ao Dr. Abílio Torres, 31-05-1925».

O seu nome faz parte da Toponímia de: Vizela (Rua Doutor Abílio Torres).

Fonte: “Médicos Nossos Conhecidos, de Ana Barradas e Manuela Soares, Editor: Mendifar, 2001, Pág. 37”

“O Centenário de …”

LEÓNIA MENDES Arjona Aleixo, Actriz e Cantora, nasceu em Cuba (Alentejo), a 23-06-1922, e faleceu em Lisboa, a 02-02-2000. Era filha de Artur Arjona, natural de Santarém, e de Helena Mendes, natural de Burgau, Budens (Vila do Bispo). Apenas com 9 anos de idade, iniciou a sua carreira artística no Teatro Desmontável Rentini, no qual actuou até 1945. Em 1946, fez realmente a sua estreia, em Lisboa, no Teatro Maria Vitória, na revista “Travessa da Espera”. Além do teatro ligeiro, cultivou a comédia, na qual se distinguiu. Trabalhou ao lado de João Villaret, na revista “Não Faças Ondas”. Fez uma digressão artística às então províncias ultramarinas portuguesas, no elenco da Companhia organizada por Irene Isidro e António Silva e, em 1963, esteve em Angola, integrada na Companhia de Giuseppe Bastos, tendo ali alcançado assinalado êxito.

Participou nos filmes: O Tarzan do 5º Esquerdo, (de Augusto Fraga, 1958); O Cantor e a Bailarina, (de Armando Miranda, 1959); O Passarinho da Ribeira, (de Augusto Fraga, 1959); Raça, (de Augusto Fraga, 1960); A Ribeira da Saudade, (de João Mendes, 1961); Um Dia de Vida, (de Augusto Fraga, 1961); Retalhos da Vida de Um Médico, (de Jorge Brum do Canto, 1962); Pássaros de Asas Cortadas, (de Artur Ramos, 1962); O Miúdo da Bica, (de Constantino Esteves, 1963); Nove Rapazes e Um Cão, (de Constantino Esteves, 1963); Última Pega, (de Constantino Esteves, 1964) e Um Cão e Dois Destinos, (de Alain Bornet, 1965); Rapazes de Táxis, (de Constantino Esteves, 1965); Retalhos da Vida de Um Médico, (série de TV, de Artur Ramos e Jaime Silva, 1978-1979). Colaborou em programas da ex-Emissora Nacional e na RTP. Em Novembro de 1971, iniciou uma digressão aos Estados Unidos da América e Canadá, pretendendo fixar-se neste último país. A última revista em que entrou foi em “As 7 Colinas”, no Teatro ABC, em Lisboa.

Fonte: “Dicionário de Mulheres Célebres”, (de Américo Lopes de Oliveira, Lello & Irmão Editores, Edição de 1981, Pág. 888 e 889).

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Viseu”

BERNARDO PAIS DE ALMEIDA, Médico e Político, natural de Viseu, nasceu a 04-08-1872, e faleceu a 06-01-1958. Filho de José Pais de Almeida e Carlota de Jesus Paço. Frequentou a Academia Politécnica do Porto e formou-se em 1900 na Escola Médico-Cirúrgica do Porto.

Exerceu Clínica como Médico Municipal de Viseu e foi Director da Enfermaria do Hospital da Misericórdia de Viseu.

Aderiu ao Partido Republicano Português em 1908. Em 1911 foi eleito Deputado à Assembleia Nacional Constituinte pelo círculo de Viseu, passando depois a fazer parte do Senado. Sempre pelo mesmo círculo e pelo Partido Democrático foi eleito Senador nas Legislaturas de 1915, 1919 e 1922 e novamente Deputado em 1925. Foi ainda Governador Civil de Viseu.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Viseu (Rua Doutor Bernardo Pais de Almeida).

Fonte: “Parlamentares e Ministros da 1ª República (1910-1926), (Coordenação de A. H. Oliveira Marques, Edições Afrontamento, Colecção Parlamento, Pág. 83)