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“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Idanha-a-Nova”

FIRMINO de Deus CRESPO, Professor e Escritor, nasceu em Idanha-a-Nova, a 29-05-1907, e faleceu na Freguesia de Carcavelos (Cascais), a 22-05-1995. Fez a Instrução Primária em Idanha-a-Nova, frequentou os Preparatórios no Seminário Diocesano de Gavião, a que se seguiram os seus Estudos Liceais (até ao 5º Ano em Castelo Branco, e 7º Ano de Letras, em Santarém. Matriculou-se seguidamente na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (Secção de Filologia Clássica) de 1929 a 1933. Após o Exame de Licenciatura, entrou como estagiário no Liceu Normal de Pedro Nunes (Lisboa) de 1933 a 1935. Após feito exame de Estado, ingressou no Ensino Liceal como Professor do 1.º grupo (Português – Latim) iniciando-se no Liceu de Camões (Lisboa) de 1935 a 1937.

Nomeado Professor efectivo do seu grupo para o Liceu de Ponta Delgada (S. Miguel – Açores) onde leccionou de 1937 a 1939, concorreu aos Liceus de Portalegre (1939-1953), de Setúbal (1953-1963), Padre António Vieira (1963-1965) e de Gil Vicente (Lisboa) de 1967 a 1976, ano em que se aposentou.

Em comissão de serviço: 1940, Professor Contratado na Faculdade de Letras (Lisboa); 1954 a 1962, Leitor de Português na Universidade de Liverpool; 1963 a 1967 Director de Serviço de Escolha de Livros – Ministério da Educação (Direcção-Geral de Ensino Primário).

Publicou as seguintes obras: – André de Resende, Humanista e Poeta Latino (conferência na aula de Literatura Portuguesa) Separata da Revista da Faculdade de Letras (Lisboa), 1934; Em torno de uma Fábula – num texto Latino (Horácio) e Português (Sá de Miranda), Separata da Revista Humanitas, Coimbra MCMXLVII; Cristóvão Falcão e a Écloga Crisfal (IV Centenário da cidade de Portalegre), Coimbra, 1950; O Inconformismo Espiritual na Obra de José Régio, Separata do Bulletim of Hispanic Studies, vol. 33, Liverpool University, 1956; Senhora do Almortão – Cancioneiro coligido com estudo histórico – literário, Oficina Gráfica, 2.ª edição corrigida 1963; O Livro das Aves – anotações e comentários, em colaboração com o Prof. Fernando Frade, Separata da revista Geographica, ano III, n.º 9, Lisboa, 1967; Três Momentos na Lírica Portuguesa, Atlântica Editora, Coimbra; Tradição de uma lírica popular portuguesa antes e depois dos trovadores, Cristóvão Falcão e a Ecloga Crisfal (revista); três pequenos ensaios sobre José Régio, 1970; Sete Centúrias de Curas Medicinais de Amato Lusitano – tradução do Latim – Edição integral em 4 volumes, Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências Médicas, 1983; A Vila de Idanha-a-Nova – Monografia descritiva e histórica, Lisboa, Oficina Gráfica 1985; Algumas Considerações sobre teatro de José Régio «A Salvação do Mundo», Separata da revista Ocidente, Lisboa, 1985. Tem colaboração dispersa em: Ocidente, Euphrosine, Colóquio, Estudos de Castelo Branco, O Distrito de Portalegre, A Rabeca, Linhas de EIvas, Beira Baixa, Reconquista, A Cidade (I Série) e Flores do Santuário (1926).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Idanha-a-Nova (Rua Doutor Firmino Crespo).

Fonte: “Publicações Periódicas de Portalegre” (de António Ventura)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município da Horta”

ERNESTO de Lacerda Lavallière REBELO, Jornalista e Escritor, nasceu em Lisboa, em 1842, e faleceu na Horta, em 1890. Escritor açoriano, casualmente nascido no continente e de origem francesa por linha materna. Filho do jornalista faialense Costa Rebelo e viveu desde os 2 anos de idade na Horta, onde também se dedicou ao jornalismo. Fundou e dirigiu alguns periódicos e foi redactor principal do Grémio Literário, em que colaboraram os melhores escritores açorianos da época. Autor, ele mesmo, fecundo e multifacetado, escreveu, no estilo romântico mais convencional, poesia, ficção em prosa, teatro e ainda ensaios históricos e etnográficos, biografias, etc. sem grande apuro de forma, mas, ainda assim, com algum mérito. É recordado, principalmente, pelas suas Notas Açorianas, em que se misturam páginas de história e de costumes, biografias, episódios do anedótico faialaense, etc, que, embora enfermem de pouco rigor, ainda hoje se podem consultar com proveito.

Obras principais: poesia e ficção em prosa: Contos e Poesias Açorianas, (Horta, 1873); Flores do Mato, (versos, inédito); Cenas dos Açores, Aves de Arribação, Urzes e Silvados, Matilde, (romances, publicados em folhetins na imprensa periódica); teatro: Noites de El-Rei, (sobre D. Afonso VI, Angra do Heroísmo, 1879); Um Padre, (Rio de Janeiro, 1881); Dálias do Convento, (Ponta Delgada, 1885); Amor Filial, Margarida e O Sr. Eleutério, (inéditos); história, biografia, etc. Notas Açorianas, (3 volumes, separata do Arquivo dos Açores, Ponta Delgada, 1885-1887), além de vária obra dispersa.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Horta (Rua Comendador Ernesto Rebelo).

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. II, Publicações Europa América)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Guimarães”

Ana Joaquim de Magalhães Aguiar, conhecida por “Senhora Aninhas”, Comerciante, nasce no lugar da Pica, Freguesia de Quinchães (Fafe), a 14-10-1860, e faleceu em Guimarães, a 02-08-1948. Era filha de gente humilde, um ferrador e uma doméstica, cedo abalando para a Cidade de Guimarães, onde se notabilizou como grande amiga dos estudantes do Liceu – os “Nicolinos”. Casou, teve quatro filhos e, à morte do marido, em 1927, tomou conta do modesto negócio familiar de comércio de farinhas, pelo que também teve a alcunha de “Aninhas Farinheira”.

Começou a trabalhar como criada de servir em tenra idade, experiência que a levou a contactar com os estudantes, por altura das Festas Nicolinas, de arreigadas tradições na Cidade-Berço.

Mulher simples, de coração bondoso, sensibilidade apurada e de grande humildade, acarinhou durante décadas os estudantes de Guimarães, ao serviço dos quais pôs uma parte importante da sua vida e muito do seu desvelo e dedicação. Em pouco tempo – como escreve o professor universitário e escritor Lino Moreira da Silva, autor de obras sobre as Festas Nicolinas – a boa senhora obteve as mais altas qualificações concedidas pelos estudantes a quem quer que seja. “Vozes anónimas de académicos” juntaram-se as do povo que reconhecia na senhora Aninhas as virtudes de uma verdadeira “mãe dos estudantes nicolinos”.

A Senhora Aninhas, mais que comerciante, era a mãe que dava bons conselhos e aconchego aos jovens estudantes, muitos dos quais de fora de Guimarães. Fornecia pequenas refeições aos estudantes, como omeletas, bolinhos de bacalhau, bolo caseiro com sardinhas e carne de porco, rabanadas, nalguns casos pagas anos mais tarde, quando os outrora nicolinos regressavam, já “doutores”, para agradecer e matar saudades da “mãe”, trazendo-lhe flores e muitos presentes.

Chegava a meter “cunhas” aos Professores a favor dos alunos menos dotados e, por isso, não admira que frequentemente a sua casa na Rua de Santa Maria, 57, fosse alvo de serenatas dos estudantes em seu louvor. Os próprios professores, alguns que haviam sido antigos “meninos” da senhora Aninhas, tinham uma verdadeira consideração por aquela mulher de roupas escuras e saias até aos pés.

Adorada por tantas gerações de estudantes, a senhora Aninhas foi alvo de uma significativa homenagem em 1945, por altura da comemoração das bodas de ouro do ressurgimento das Festas Nicolinas.

A senhora Aninhas – mulher de Fafe que se notabilizou na vizinha cidade de Guimarães – morreu de cirrose no fígado em 2 de Agosto de 1948, com 88 anos de idade. O seu funeral foi um momento histórico para a cidade, entristecendo e movimentando a população vimaranense, mormente os estudantes de várias gerações.

Três anos após o seu falecimento, em 1951, a Câmara vimaranense deliberou consagrar Ana Joaquina de Magalhães Aguiar na toponímia da cidade, atribuindo à antiga viela das Doroteias (também conhecida por “Viela dos Laranjais”) a designação “Travessa da Senhora Aninhas – Madrinha dos Estudantes de Guimarães”. Em 1 de Dezembro daquele ano, a placa foi descerrada pelos antigos estudantes, ao som ruidoso de zés-pereiras e após um sentido minuto de silêncio.

Em 29 de Novembro de 1971, os Velhos Nicolinos descerraram uma lápide na casa onde morou a bondosa senhora e que diz bem da profundidade dos laços que esta fafense de nascimento estabeleceu com sucessivas levas de estudantes. Reza assim: “Aqui nos abriste o peito/ Aqui te quisemos bem/ Aqui foste dos estudantes/ Conselheira e Santa Mãe”.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Guimarães (Travessa e Viela Senhora Aninhas).

Fonte: “Dicionário dos Fafenses”, (De Artur Ferreira Coimbra, Editado pelo Núcleo de Artes e Letras de Fafe, 2ª Edição, Junho de 2010, Pág. 17, 18 e 19)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município da Guarda”

Maria das Dores Sampaio, Benemérita, nasceu na Figueira da Foz, em 1891, e faleceu na Guarda, em 1983. Foi muito cedo para a Guarda. Com deformações nos dedos, foi uma Senhora empenhada e voluntariosa que se dedicou de alma e coração às obras sociais da Cidade.

O Bispo D. João de Oliveira Matos pediu-lhe para ir para a Liga das Servas de Jesus (Rochoso) e auxiliando no CAS a Maria Luísa Godinho.

Maria das Dores Sampaio, ocupou-se como Tutora dos rapazes da Obra dos Gaiatos – Escola dos Gaiatos e, posteriormente, a partir de 1947, das raparigas transviadas na Obra das Florinhas pertencente ao CAS.

Foi uma autêntica trabalhadora sociai (educadora social), pelas suas capacidades de intervenção e aconselhamento educativo e na forma como retirava da rua e acolhia muitos jovens vadios, abandonados e desprotegidos moralmente levando-os para aquelas instituições.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Guarda (Rua Dona Maria das Dores Sampaio)

Fonte: “A Educação na Escola dos Gaiatos do Centro de Assistência Social da Guarda”, (Período entre 1944 e 1978, por Ernesto Candeias Martins)

“O Centenário”

DOMINGOS LOPES PIRES, Pintor, natural da Freguesia de Pampilhosa (Mealhada), nasceu a 27-11-1921 e faleceu a 09-12-1993. Foi um auto-didacta, iniciando-se na pintura por acaso. A sua primeira exposição individual teve lugar na Pampilhosa, em 1978, participando, nesse ano, na colectiva jornada de Arte – Artistas de Coimbra, realizada no Museu Nacional Machado de Castro.

Em 1979, integrou uma exposição colectiva. A partir daí, a sua obra esteve exposta em muitas mostras, colectivas ou individuais. Foi sócio fundador do MAC – Movimento Artístico de Coimbra, participou em quase todas as expsições colectivas. Domingos Pires, foi muito mais do que um pintor, foi um amante das artes, praticou Música, Teatro, fez Fotografia e Folclore. Integrou o GEDEPA – Grupo Etnográfico e de Defesa do Património e Ambiente da Região da Pampilhosa, participou em várias realizações e cursos.

Em 1988, frequentou um estágio de pintura a óleo, técnica que sempre apreciou, em França, a convite da tertúlia “Les Amis de S Marc”. A sua obra está representada na Câmara Municipal da Mealhada, na Sociedade Águas do Luso e em diversas colecções particulares.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Mealhada (Freguesia da Pampilhosa – Rua Domingos Lopes Pires).

Fonte: “Arquivo Distrital de Aveiro”

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Grândola”

Joaquim Coutinho de OLIVEIRA MOTA, Farmacêutico e Republicano, nasceu em Trás-os-Montes e Faleceu em Grândola, ignora-se as datas de nascimento e de falecimento. Instalou-se em Grândola, em 1888, , onde foi proprietário da Farmácia Mota, situada onde, posteriormente, funcionou a Farmácia Baptista Limpo, na Rua Jacinto Nunes.

Homem de causas, dedicou grande parte da sua vida ao serviço público na terra que o acolheu, tendo ocupado diversos cargos e funções no período compreendido entre o final do Século XIX e o primeiro quartel do Século XX, nomeadamente, como: Administrador do Concelho; Provedor da Santa Casa da Misericórdia; Presidente da Comissão Administrativa; Tesoureiro Municipal e Presidente da Comissão de Melhoramentos Locais

O seu nome faz parte da Toponímia de: Grândola (Rua Oliveira Mota)

Fonte: “Roteiro Republicano da Vila de Grândola”m (Comemorações do Centenário da República, 2010, Edição da Câmara Municipal de Grândola)

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Gouveia”

Eduardo de BARROS LOBO, Jornalista e Escritor, nasceu em Gouveia, a 17-12-1857, e faleceu em Lisboa, a 17-12-1893. Jornalista, actividade em que cultivou, sobretudo, o folhetim e a crítica teatral, memorialista, panfletário e tradutor. Depois de ter frequentado o Seminário de Coimbra, foi para o Porto, onde se dedicou ao Jornalismo, trabalhando sucessivamente na Luta, no Dez de Março e em O Primeiro de Janeiro.

Mas foi no Jornal de Notícias, de curta duração e de cuja redacção fez parte, que, sob o pseudónimo de Beldemónio, se haveria de revelar como o crítico cáustico e inteligente que não mais deixaria de ser. Ainda no Porto, publicou Vespas, uma revista crítica e humorística editada pela Chardron. Veio depois para Lisboa, onde continuou a sua actividade de folhetinista e crítico no Diário Ilustrado e noutros jornais. Paralelamente à sua actividade de Jornalista, editou panfletos que mais aumentaram a sua popularidade, granjeando-lhe igualmente alguns ódios e, até, uma certa lenda, quer pela “admirável prosa” (Silva Pinto), quer pela qualidade de “polemista temível” (Mayer Garção). Esses panfletos eram por ele redigidos, compostos e impressos, pelo que “tinham assim, em todos os seus aspectos, uma perfeita harmonia artística” (Mayer Garção): A Cega Rega, (1881); O Mandarim, (1ª série, 1881, 2ª série, 1883); e O Arauto, (1886). Publicou ainda a revista semanal A Má Língua (1889). E foi o editor da “Biblioteca Elzeviriana – Estudos e Contos”, na qual publicou os seus livros A Musa Loira e Contos Imorais.

A partir de 1887 começou a reunir em livro os seus folhetins e crónicas, algumas das quais de carácter memorialista, e em 1890 publicou dois pequenos livros de contos, num dos quais, o já citado e muito belo A Musa Loira, pretende retratar as várias facetas do comportamento de uma mesma criança. Admirador quase fanático de Zola, traduziu para português grande parte da sua obra, bem como as de Balzac e de Maupassant. Apesar do trabalho intenso a que se violentava por necessidade, experimentou agruras materiais, morrendo praticamente na miséria. A violência das suas críticas sociais e de teatro, a extrema susceptibilidade e consequente aspereza de trato não lhe facilitariam, também, a vida, que foi, no período final, dramática.

Obras principais: Viagens ao Chiado. Apontamentos de Jornada de Um Lisboeta através de Lisboa (crónicas, 1887); A Volta do Chaido (crónicas, Porto, 1887); Do Chiado a São Bento (crónicas, 1890); A Musa Loira (contos, 1890); Contos Imorais (1890). Estes dois últimos volumes foram reeditados, em 1917), num único, com prefácio de Albino Forjaz de Sampaio.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Gouveia (Rua Barros Lobo).

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. II, Publicações Europa América)

Fonte: “Dicionário de Autores da Beira-Serra”, (de João Alves das Neves, Editora Dinalivro, 1ª Edição, Novembro de 2008, Pág. 160).

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 307).

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Gondomar”

ANTÓNIO FERREIRA GOMES, Bispo do Porto, nasceu em Milhundos (Penafiel), a 10-05-1906, e faleceu em Ermesinde (Valongo), a 13-04-1989. Concluiu os estudos preparatórios no Seminário do Porto, em 1916, e aí completaria em 1925 o Curso de Teologia. Doutorado em Filosofia pela Universidade Gregoriana de Roma, em 1928, recebeu ordens sacras em Setembro desse mesmo ano e, um ano depois, foi nomeado Professor do Seminário de Vilar, Porto, onde chegaria a Reitor. Cónego capitular da Sé do Porto desde 1936, foi em 1948 nomeado Bispo titular de Rando e coadjutor do Bispo de Portalegre, a quem sucederia em 1949. Em 1952, foi transferido para o Porto, como Bispo daquela Diocese. Em 1959, foi privado do governo da sua diocese e forçado a exilar-se, por ter assumido numa carta ou «pró-memória», dirigida a Salazar e logo tornada pública, a discordância com a política e o Governo do ditador. Esteve exilado, na Alemanha e em França e, durante esse período, foi nomeado pelo Papa João XXIII membro da Comissão Pontifícia de Estudos Ecuménicos, para preparação do Concílio Ecuménico. No Concílio Vaticano II (1963), teve importantes intervenções nas Congregações Gerais dedicadas à nomeação dos bispos e ao ecumenismo. Após a morte de Salazar, foi autorizado a regressar a Portugal e ao governo da sua Diocese, o que fez em 1969. Pensador de grande cultura teológica, filosófica e literária, bom conhecedor do grego, do latim, do inglês e do francês, interessava-se também pelos problemas históricos e sociais. Quer em Portalegre quer no Porto, dedicou muito do seu interesse e do seu esforço à preservação dos arquivos e do património artístico das igrejas daquelas dioceses. Foi grande defensor do desenvolvimento da cultura do clero e de uma assistência mais eficaz aos pobres e à classe operária. Deve-se-lhe a implantação em Portugal de uma Secção da Comissão Pontifícia «Justiça e Paz» e a instituição na sua Diocese de um Gabinete de Opinião Pública. Foi o fundador do semanário Voz Portucalense e do boletim Igreja Portucalense. Escreveu teatro sob o pseudónimo de G. Penafiel. No seu testamento, aberto um mês depois da sua morte, deixou as bases para a criação da Fundação Spes (Esperança), uma «instituição particular perpétua de utilidade pública» destinada a criar uma biblioteca e a «ministrar lições públicas, conferências e cursos, designadamente os de especialização em Filosofia, Sociologia e Teologia cristãs, destinados a pessoas formadas e dirigidas por mestres eminentes de nível europeu». Uma comissão então nomeada para executar o testamento ainda não conseguiu ultrapassar os trâmites jurídicos respectivos. Obras principais: Herói e Santo, (teatro); Orando com a Igreja Mártir, (1956); A Igreja e o Corporativismo; A Miséria Imerecida do Nosso Mundo Rural, (1957); A Igreja e os Problemas da Instrução e Cultura em Portugal; O Espírito de Roma ou o Espírito de Genebra; Ministério Sacerdotal e a Sua Renovação, (1973); Paz da Vitória ou Paz da Justiça?, (1973); Ecumenismo e os Direitos do Homem na Tradição Portuguesa Antiga, (1974); A Paz Depende de Ti, (1974); Bater a Penitência no Peito dos Outros?!, (1975); Paz em Portugal para a Reconciliação entre os Portugueses, (1975); Memória de Paulo VI e Homenagem a João Paulo I, (1978); A Perenidade da Igreja na Sucessão de Pedro, (1978); Rearmamento Moral e Desmilitarização; A Sociedade e o Trabalho: Democracia, Sindicalismo, Justiça e Paz, (1980).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Braga (Freguesia de Palmeira), de Felgueiras (Freguesia da Lixa), de Gondomar (Freguesias de Baguim  do Monte, Gondomar, Rio Tinto e Valbom – Rua Dom António Ferreira Gomes), Lisboa (Freguesia de Nossa Senhora de Fátima, Edital 72/2011, de 23 de Fevereiro de 2011, ex-Impasse A à Rua dos Soeiros); da Maia, de Matosinhos (Freguesia da Senhora da Hora), da Moita (Freguesia da Baixa da Banheira), de Odivelas (Freguesia da Ramada), de Ovar, de Paços de Ferreira (Freguesia de Seroa), de Penafiel (Freguesias de Milhundos, Novelas e Penafiel), de Portalegre (Freguesia de Ribeira de Nisa), do Porto, de Santa Maria da Feira (Freguesia de Arrifana), de Santo Tirso (Freguesias de Reguenga e Santo Tirso), de Sesimbra (Freguesia da Quinta do Conde), de Sintra (Freguesia de Algueirão-Mem Martins), de Trofa (Freguesia de Guidões), de Valongo (Freguesia de Ermesinde), de Vila do Conde, de Vila Franca de Xira (Freguesia de Alverca do Ribatejo), e de Vila Nova de Gaia.

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. IV, Publicações Europa América)

Fonte: “Dicionário do 25 de Abril”; (Verde Fauna, Rubra Flor, de John Andrade, Editora Nova Arrancada, Sociedade Editora, S.A.. 1ª Edição, Setembro de 2002, Pág. 146, 147, 148 e 149).

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 252).

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município da Golegã”

MANUEL JOSÉ DO SOUTO BARREIROS, Médico Veterinário, natural da Golegã, nasceu em 1904, ignoro a data do seu falecimento. Licenciado em Medicina Veterinária, granjeou fama em todos os lugares onde exerceu a sua actividade profissional.

Foi um grande conhecedor do toiro, sendo muito conceituado no mundo da tauromáquico, sendo muito solicitado para dar pareceres aos ganadeiros.

Participou na Festa Brava na qual demonstrou a sua paixão, como Forcado e até como Bandarilheiro.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Golegã (Rua Doutor Manuel José do Souto Barreiros)

Fonte: “Câmara Municipal da Golegã”

“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Góis”

HERMANO da Silva NEVES, Médico, Jornalista e Escritor, nasceu na Freguesia de Álvares (Góis), a 12-12-1884, e faleceu em Lisboa, a 02-05-1929. Era filho de António Joaquim Neves e de Emília Neves e Silva.

Licenciado pela Faculdade de Medicina de Berlim, foi depois Assistente de Anatomia da Faculdade de Medicina de Lisboa (fez um estudo sobre a vida de Bernardo Santuci, que descobriu ter sido um plagiador).

Dedicou-se às Ciências Sociais, de que é ainda hoje apreciado historiador e foi uma das figuras mais relevantes da primeira República.

Na sua intensa actividade jornalística, iniciou em Portugal a grande reportagem de características modernas. Apaixonado conhecedor dos problemas ultramarinos, foi para Angola quando Norton de Matos assumiu as funções de Alto Comissário, e ali prestou importante colaboração.

Foi o primeiro jornalista português que fez uma grande reportagem no interior de África. Trabalhou em vários jornais da época: “O Dia”, “Diário de Notícias”, “O Mundo”, e “A Capital”, tendo sido um dos fundadores do jornal “A Vitória”. Traduziu e adaptou do alemão várias peças para o teatro.

Publicou, entre outros trabalhos: “Como triunfou a República”, (1911); Fora da Lei, (de colaboração com Herculano Nunes); Guerra Civil, (1913); Três Dias em Olivença. Traduziu para o teatro: O Príncipe Herdeiro, Heróis do Mar, e Domador de Sogras.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Cascais (Freguesia do Estoril); Góis (Rua Doutor Hermano Neves); Lisboa (Freguesia do Lumiar, Edital de 1981, ex-Rua 24 de Telheiras).

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. III, Organizado pelo Instituto da Biblioteca Nacional e do Livro, Publicações Europa América, Coordenação de Eugénio Lisboa, 1990, Pág. 306 e 307).

Fonte: “Dicionário de Autores da Beira-Serra”, (de João Alves das Neves, Editora Dinalivro, 1ª Edição, Novembro de 2008, Pág. 222 e 223).