Recordamos hoje, Ribeiro Santos, o Estudante que foi assassinado pela PIDE, em 1972, se fosse vivo faria hoje 72 anos de idade.

 

 

 

Estrela_0126.JPGJosé António Leitão RIBEIRO SANTOS, Estudante,natural de Lisboa, nasceu a 19-03-1946 e foi assassinado pela PIDE, a 12-10-1972. Era filho de Vasco Artur Ribeiro Santos, Médico, e de Maria Antónia Leitão Ribeiro Santos. Ribeiro Santos, era um estudante da Faculdade de Direito de Lisboa, membro da Associação de Estudantes e, do grupo de estudantes de Direito «Ousar Lutar, Ousar Vencer» dirigido pelo MRPP, partido cujo núcleo da Faculdade de Direito integrou, com João Isidro e Saldanha Sanches. Com este último e Palmira Bastos também era membro do Comité Estalinegrado, direcção partidária para a Cidade Universitária. Desde 1967 que tinha o seu nome na polícia, pela participação no movimento estudantil de apoio às vítimas das cheias desse ano.

Após se ter distinguido no Liceu Pedro Nunes, onde fez os Estudos Secundários, como activista do movimento associativo estudantil, ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa no início da segunda metade da década de sessenta. Aí prosseguiu a luta contra o regime, em plena crise académica, o que lhe chegou a valer um processo disciplinar que o afastou por bastantes meses da Faculdade. Desde cedo se ligou à Federação dos Estudantes Marxistas-Leninistas (FEML), a organização juvenil do MRPP.

No ano lectivo de 1970-1971 foi Vice-Presidente das relações internas da Associação de Estudantes e, no seio da FEML, pertenceu ao Comité Directivo da Cidade Universitária. No ano lectivo seguinte foi escolhido como Delegado do Curso, o primeiro eleito por unanimidade naquela Faculdade, e fez parte do Cineclube Universitário de Lisboa. Nesse ano seria ainda o representante de Direito na Livrelco, uma Cooperativa Universitária Livreira.

Em 12 de Outubro de 1972, num comício contra a repressão realizado num Anfiteatro do ISCEF, a confusão gerou-se com uma intervenção da PIDE-DGS cujos agentes abriram fogo atingindo dois estudantes, um dos quais Ribeiros dos Santos. Este viria a falecer a caminho do Hospital. Na mesma altura, foi ferido numa coxa o estudante José Lamego, que em 1995 veio a ser Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação no Executivo de António Guterres.

O primeiro registo de Ribeiro Santos na PIDE, é de 14 de Dezembro de 1967. Nesse ano ocorrem as inundações na Cidade de Lisboa e os estudamtes universitários organizaram uma campanha a favor das vítimas das inundações.

No decorrer de uma reunião de estudantes nas instalações do Instituto de Ciências Económicas e Financeiras de Lisboa (hoje Instituto Superior de Economia e Gestão – ISEG), designado «meeting contra a repressão»,a 12 de outubro de 1972, introduziram-se no local elementos da PIDE e Ribeiro Santos foi assassinado com dois tiros no peito por um agente dessa polícia política, acontecimento que marcou o movimento estudantil contra a ditadura até ao 25 de Abril. O seu funeral partiu da casa de Ribeiro Santos no Largo de Santos e contou com cerca de 5 mil pessoas no local e no Cemitério da Ajuda, somando também confrontos e prisões de 20 presentes por parte da polícia de choque. E na mesma data, no ano seguinte, houve manifestações em Lisboa e Porto.

Apesar das intimidações das autoridades e do aparato repressivo, o seu funeral, dias depois, constituiria uma enorme manifestação de repúdio ao regime.

Em 12 de Outubro de 1995 o Presidente da República, Mário Soares, condecorou-o postumamente com a Ordem da Liberdade.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Lisboa (Freguesia de Santos-o-Velho, Edital de 30-12-1974); Loures (Freguesia de Santo Antão do Tojal); Seixal (Freguesia de Corroios); Vila Franca de Xira (Freguesia da Póvoa de Santa Iria).

Fonte: “Dicionário do 25 de Abril”; (Verde Fauna, Rubra Flor, de John Andrade, Editora Nova Arrancada, Sociedade Editora, S.A.. 1ª Edição, Setembro de 2002, Pág. 338).

Fonte: “Câmara Municipal de Lisboa – Toponímia de Lisboa”

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