“Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Santa Comba Dão”

MÁRIO PAIS DE SOUSA. Político, natural de Santa Comba Dão, nasceu a 22-02-1891, e faleceu a 19-04-1949. Era filho de Maria Carlota Pais de Sousa e de José Pais de Sousa, funcionário ferriviário, e irmão de Abel Pais de Sousa, Inspector da Direcção-Geral dos Caminhos-de-Ferro, casado com Laura de Oliveira Salazar, irmã de António de Oliveira Salazar.

Iniciou os seus estudos no Colégio do Cónego Barreiros, em viseu, e frequentou durante algum tempo o Seminário dessa Diocese.

Licenciou-se em Direito pela Universidade de Coimbra, em 1911, cidade onde militou no CADC, e estabeleceu-se como Advogado em Cantanhede.

Oriundo de uma família da direita republicana, da União Liberal Republicana de Francisco Pinto da Cunha Leal, apoiou o 28 de Maio de 1926.

Em 1929 fez parte do «partido católico» com que aglutinava não só Oliveira Salazar e Luís Maria Lopes da Fonseca, integrantes do governo, como muitos civis, como Mário de Figueiredo, Joaquim Dinis da Fonseca e Quirino Avelino de Jesus, entre outros.

Ascendeu ao cargo de Governador Civil de Coimbra, ao serviço da ditadura militar, e desempenhou também as funções de Inspector dos Serviços Prisionais do Ministério da Justiça.

Quando assumiu a pasta do Interior no Ministério presidido pelo General Domingos Augusto Alves da Costa Oliveira (21-10-1931-05-07-1932), era praticamente um desconhecido na política.

Foi eleito Deputado à Assembleia Nacional em 1934. Dessa participação na I Legislatura resultaram apenas quatro intervenções

É também neste período complexo e conturbado que acede, pela primeira vez, à sensível pasta do Interior, no governo do general Domingos de Oliveira, entre Outubro de 1931 e Julho de 1932. Ganha, então, uma reputação de «liberal» junto do sector mais à direita do regime que impõe a sua substituição no primeiro de Salazar. É, porém, compensado com o cargo de Deputado, nas eleições de 1934.

A confiança que merece a Salazar, determina o seu regresso ao Ministério do Interior em 1936 (e até 1944), num contexto difícil para o Estado Novo, em que, sob os efeitos da guerra civil de Espanha e da Segunda Guerra Mundial, os mecanismos repressivos se aperfeiçoam e as prisões políticas se avolumam.Após a sua exoneração como Ministro do Interior, Mário Pais de Sousa foi nomeado Provedor da Misericórdia de Lisboa em 02 de Outubro de 1944, cargo que desempenhou até falecer.

Por serviços prestados, foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Cantanhede (Freguesia de Vilamar – Rua Doutor Mário Pais de Sousa); Santa Comba Dão (Largo Doutor Mário Pais de Sousa).

Fonte: “Dicionário Biográfico Parlamentar, 1935-1974, (Volume II de M-Z), Direcção de Manuel Braga da Cruz e António Costa Pinto, Colecção Parlamento, Pág., 656, 657 e 658).

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