“A Actriz Mariana Vilar, se fosse viva, faria hoje 90 anos de idade”

 

Mariana VillarMARIANA VILAR, Actriz, nome artístico de Lucinda Costa Alves Figueira, nasceu em São Brás de Alportel, a 14-03-1927, e faleceu em Lisboa, a 29-04-1998. É  filha de mãe algarvia e de pai alentejano. Fez os seus estudos em Faro e, em 1960, passou a residir em Lisboa. Fez provas na Lisboa-Filmes, para o filme A Rosa de Alfama, a ser realizado por Henrique Campos, foi aceite, mas só iria entrar no filme Duas Causas, do mesmo realizador. O filme teve a sua estreia, em 25 de Novembro de 1952, no cinema Trindade, do Porto, e em Lisboa, no cinema São Jorge, em 01 de Janeiro de 1953, com grandes elogios da crítica. Mariana Villar, é saudada como a revelação do ano. Em seguida, interpreta a protagonista de A Rua de Alfama (1953). Quando o Mar Galgou a Terra, é a sua terceira interpretação cinematográfica, em que mais uma vez o seu talento, beleza e fotogenia, encantam plateias. O filme, inteiramente rodado na ilha de São Miguel, nos Açores, é estreado em Lisboa no dia 27 de Maio de 1954, no Capitólio, e em Ponta Delgada, no Teatro Micaelense, a 01 de Maio. Bom Dia Senhora Professora, o título de uma curta metragem dirigida por Fernando Garcia, que Mariana Villar protagoniza para a educação de adultos. Convidada por Vasco Morgado para interpretar, no teatro, o papel principal de A Rainha do Ferro-Velho, que viria a ser feito por Laura Alves, Mariana Villar, que possuía grande sentido de responsabilidade, bom senso e modéstia, recusa, e prefere começar por um pequeno papel na comédia Lua de Mel Para Três, ao lado de Irene Isidro, António Silva, Assis Pacheco e Barroso Lopes, no Teatro Monumental.

A partir daqui desenvolve uma intensa e profícua actividade teatral: interpreta a protagonista da comédia de Tristan Bernard Casado Sem Saber (Teatro Avenida), uma das lavadeiras da Yerma, de Garcia Lorca (Teatro d’Arte de Lisboa, Maio de 1955), Vera Cayton em Dez Convites Para a Morte, de Agatha Christie (Teatro Aevnida), «Agnés Sorel», na Joana d’Arc, de Jean Anouilh, no mesmo teatro, etc. Em 1957 faz a sua estreia em televisão em Querida Ruth, seguindo-se variadíssimos trabalhos, sempre de grande qualidade profissional. Integradas no programa «Panorama do Teatro Português» da responsabilidade de Luís Francisco Rebelo, com quem casou em 1959, representou Anfitrião ou Júpiter e Alcmena, de António José da Silva.

Em 1962, seu marido (Luís Francisco Rebelo) escreveu expressamente para ela a peça Condenados à Vida que a censura não permitiu que subisse à cena. Após o nascimento da filha, Catarina, a vida profissional de Mariana Villar sofreu algumas alterações, as suas aparições tornaram-se mais espaçadas, mas não menos valiosas. Numa encenação de Francisco Ribeiro, integra, no Monumental, em 1966, o elenco de A Cidade Não é Para Mim. Em 1970 reaparece no Teatro Villaret, no Processo de Kafka, encenado por Artur Ramos.

Fez ainda alguns trabalhos para a televisão e regressa ao cinema, em 1983, para interpretar, ao lado de Fernando Rey, uma das personagens principais do filme A Estrangeira, de João Mário Grilo. Em 1990 aparece pela última vez nos ecrãs da televisão, interpretando a personagem Eufrázia Carlota, na peça Todo o Amor é Amor de Perdição, escrita por seu marido. Foi a sua despedida do grande público, que tanto a admirava.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Cascais; Lisboa (Freguesia de Carnide); São Brás de Alportel; Seixal (Freguesia de Fernão Ferro).

Fonte: “Quem Foi Quem? 200 Algarvios do Século XX”, (de Glória Maria Marreiros, Edições Colibri, 1ª Edição Dezembro de 2000, Pág. 495, 496, 497 e 498)

No comments yet

Deixe um comentário