O Autor do projecto do Bairro da Encarnação, lembrado no dia em que passam 120 anos sobre o seu nascimento

 

Bairro da EncarnaçãoPAULINO António Pereira MONTEZ, Arquitecto, nasceu em Peniche, a 03-11-1897, e faleceu em Lisboa, a 16-06-1988. Era filho de Eduardo Plácido Montês, Comerciante, natural da Freguesia de Fráguas (Rio Maior), e de Maria de Jesus, doméstica, natural da Freguesia de S. Pedro da Vila (Torres Vedras).

Possuía os cursos complementares de Ciências do Liceu  Pedro Nunes, de Arquitectura Civil, da Escola de Belas-Artes, e da Escola Normal, para o Ensino Técnico. Foi Professor no Liceu Gil Vicente, do Ensino Técnico Profissional (nos Cursos de Mestres de Obras e Auxiliar de Obras Públicas, Metodólogo do mesmo Curso, foi Director da Escola Industrial Machado de Castro, Vogal do antigo Conselho Superior de Belas-Artes, Director dos Serviços de Educação Artística da Mocidade Portuguesa, Vogal da Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Lisboa (1935-1937), Deputado da Nação durante os dois primeiros períodos legislativos, de 1935-1936, pedindo renúncia para aceitar o cargo de Vogal do Gabinete do Plano de Urbanização da Costa do Sol.

Exerceu, em 1948, os lugares de Subdirector da Escola de Belas-Artes de Lisboa e foi ali Professor da cadeira de Urbanismo. Foi vogal da Junta Nacional de Educação, desde a sua criação (secção de Belas-Artes) e Vogal efectivo da Academia Nacional de Belas-Artes.

Arquitecto de muito valor, é autor de muitos projectos de moradias e edifícos públicos, por todo o País. Planos de Oeiras, (1943), da Parede (1943), São João do Estoril (1943), Zona envolvente de Mafra; Regularização e extensão da Cidade de Caldas da Rainha, de Peniche, da Figueira da Foz, Bairro do Alvito (Lisboa), Bairro da Encosta de Monsanto (Lisboa), Bairro de Moradias (entre Portela e Olivais) (Lisboa), Bairro da Encarnação (Lisboa). Projectou também a Feira Comercial das Caldas da Rainha (1927) e a Exposição do Ano X da Revolução do Parque Eduardo VII, em Lisboa (1938),  são alguns dos seus projectos.

Na Assembleia Nacional acompanhou, em Março de 1935, a discussão do Palno de Urbanização da Costa do Sol, tendo reclamdo a conveniência de o articular com a cidade de Lisboa; a proposta foi aceite e Paulino Montês acabou por integrar o Gabinete do Plano.

Conquistou muitos Prémios e Medalhas em Arquitectura e Urbanismo. Foi-lhe conferida a primeira medalha em aguarela, da SNBA. Publicou várias obras, sobre Belas-Artes e Arquitectura.

Condecorado com o Oficialato da Ordem de Santiago da Espada. Legou ao Município de Peniche uma colecção de obras de arte e uma verba para criar uma Casa-Museu.

Obras principais: As Belas-Artes nas Festas Públicas em Portugal, (1931); Estudos de Urbanismo em Portugal, (1933-1943); A Estética de Lisboa, (1935); A Arquitectura em Portugal nas Grandes Épocas Históricas, (1940); Da Educação Estética, (1941); História da Arquitectura Primitiva em Portugal, (1943); Das Belas-Artes ao Serviço do Estado.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Caldas da Rainha, Peniche.

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. III, Publicações Europa América)

Fonte: “Dicionário Biográfico Parlamentar, 1935-1974, (Volume II de M-Z), Direcção de Manuel Braga da Cruz e António Costa Pinto, Colecção Parlamento, Pág., 168 e 169).

Fonte: “Dicionário dos Autores do Distrito de Leiria”, (Coordenação de Acácio de Sousa, Ana Bela Vinagre e Cristina Nobre; Actualização ao Século XX; Edições Magno, Leiria, 2004, Pág. 678, 679 e 680)

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