“CURIOSIDADES TOPONÍMICAS” Rua António Pedro, em Lisboa e Rua António Pedro em Almada (Freguesia da Charneca de Caparica); Amadora; Caminha (Freguesias de Moledo e de Vila Praia de Âncora); Gondomar (Freguesia de Fânzeres); Matosinhos (Freguesia de Senhora da Hora); Porto; Seixal; Sesimbra (**), o mesmo nome para homenagear duas personalidades distintas.

 

Arroios 0023AANTÓNIO PEDRO de Sousa, Actor, natural de Lisboa, nasceu a 15-05-1836 e faleceu a 23-07-1889. Órfão de pai aos 12 anos, começou a ganhar a vida na oficina de um fabricante de pentes. Atraído pela arte dramática, aos 17 anos começou por representar em pequenos teatros particulares.

Como profissional estreou-se em 13-12-1857, no antigo Teatro do Campo Grande, nas comédias O Magnetismo, Leite de Burras, Os Dois Papalvos e Os Abstractos.

Conheceu também grandes triunfos no Brasil, que percorreu de norte a sul nas suas quatros digressões ao país irmãos. Conseguiu assinaláveis êxitos como artista de variedades e como intérprete de figuras cómicas. Só no fim da vida se lhe descobriu a sua excepcional capacidade para o desempenho de papéis dramáticos.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Amadora,  Lisboa (Freguesia de São Jorge de Arroios, Edital de 18-12-1893), Lourinhã (Freguesia da Marteleira), Mafra (Frguesia da Azueira), Oeiras (Freguesia de Carnaxide). Existem outras Artérias com o nome de António Pedro, mas não foi possível saber se referem ao Actor António Pedro ou ao Artista Plástico do mesmo nome.

Fonte: “O Grande Livro dos Portugueses”, (Círculo de Leitores, 1990, Pág. 400)

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 409).

 

António PedroANTÓNIO PEDRO da Costa, Artista Plástico e Escritor português, nasceu na Cidade da Praia (Cabo Verde), a 09-12-1909, e faleceu em Moledo do Minho (Caminha), a 17-08-1966. Era filho de José Maria da Costa e de Isabel Saavage de Paula Rosa. Nasceu em Cabo Verde, onde seu pai era agricultor e negociante e onde sua mãe e seu avô materno haviam também nascido. Seu pai era originário do Alto Minho e sua avó materna era irlando-galesa (Theresa Savage). Muito criança ainda, vem para Moledo do Minho, para junto do avô paterno, tendo feito os seus estudos primários e secundários no Colégio dos Jesuítas de A Guarda (Galiza) e no Liceu de Viana do Castelo. Segue-se o 7º Ano do Liceu em Coimbra (1926), onde se estreia literariamente com o livro de poemas Os Meus 7 Pecados Capitais e funda, com Arlindo Vicente, o quinzenário Pena. Lápis e Veneno. Durante a sua formação universitária, frequentou as Faculdades de Direito e de Letras de Lisboa, tendo ainda ingressado no Instituto de Arte e Arqueologia da Sorbonne, em Paris. Revelando desde cedo a multiplicidade dos seus interesses, que o iriam levar, ao lono da vida, a ligar-se a diversas actividades na esfera cultural, António Pedro dedicou-se à pintura, nas décadas de 30 e 40, e à cerâmica, a partir de 1950, altura em que se retirou para Moledo do Minho, aí vivendo até ao final da sua vida. Em 1944-1945, trabalha na secção portuguesa da BBC de Londres e colabora em programas de teatro do London Transcription Service, passando a pertencer a The Surrealist Group of London, em cujas actividades participa, nomeadamente expondo pintura sua na Arcade Gallery juntamente com Arp, Chirico, Max Ernst, Miró, Klee, Giacometti, Picasso e alguns outros. A sua obra plástica e literária é marcada significativamente pelo Surrealismo. António Pedro participou activamente no Grupo Surrealista de Lisboa, a partir de 1947, dando origem a obras de feitura colectica (0 cadavre exquis, prática estabelecida pelos pintores surrealistas franceses). António Pedro expôs pela primeira vez, com o grupo surrealista, em 1949. Nesse mesmo ano passou a dirigir o Teatro Apolo. No ano seguinte, como director, figurinista e encenador do Teatro Experimental do Porto, actividades que desenvolveu entre 1953 e 1961. Paralelamente, dedicou-se a um trabalho teórico como ensaísta e crítico de arte. Tendo produzido regularmente crónicas para a BBC, em Londres, na década de 40 (actividade que o levaria a contactar com o grupo surrealsita inglês), fundou a revista Variante e colaborou com outras publicações periódicas, como Unicórnio, Mundo Literário e Aventura. A sua produção literária repartiu-se por diversos géneros. Como poeta, publicou: Os Meus Sete Pecados Capitais, (1926); Ledo Encanto, (1927); Distância, (1928); Devagar, (1929); Máquina de Vidro, (1931); A Cidade, (1932); Primeiro Volume de Canções e Outros Poemas, (1936); 15 Poèmes au Hasard, (1936); Onze Poemas Líricos de Exaltação e Folhetim, (1938); Casa do Campo, (1938). A sua produção literária mais marcada pela prática surrealista inclui textos como: Apenas Uma Narrativa, (1942); e Protopoema da Serra D’Arga, (1948). Participou ainda em produções colectivas, na altura em circulação através de edições impressas como: Contraponto e Antologia, (1958); Afixação Proibida, (1953); e Antologia Surrealistam do Cadáver Esquisito, (1961, organizada por Mário Cesariny de Vasconcelos). Como dramaturgo, António Pedro deixou publicadas: Desimaginação, (1937); Teatro, (1947); e Andam Ladrões Cá em Casa, (1950); O Teatro e os Seus Problemas, (1950); O Teatro e a Técnica do Actor, (1950); O Teatro e a Liberdade do Actor, (1951); Antígona: Glosa Nova da Tragédia de Sófocles, (1954); Pequeno Tratado de Encenação, (1962); Teatro Completo, (1981). Arte: Esboço para uma Revisão de Valores, (1932); Grandeza e Virtude da Arte Moderna, (1939); Introdução a uma História de Arte, (1948); Martírios de Fingimento, (1952); Sentido e Expressão do Nu no Renascimento do Barroco, (1965); O Nu na Arte Ocidental, (1975).

O seu nome faz parte da Toponímia dos Concelhos: Almada (Freguesia da Charneca de Caparica); Amadora;  Caminha (Freguesias de Moledo e de Vila Praia de Âncora); Gondomar (Freguesia de Fânzeres); Matosinhos (Freguesia de Senhora da Hora); Porto; Seixal; Sesimbra (**).

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. IV, Publicações Europa América, Organizado pelo Instituto Português do Livro e das Bibliotecas, Coordenação de Ilídio Rocha, Edição de Julho de 2000, Pág. 402, 403 e 404)

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 409).

No comments yet

Deixe um comentário