Na data em que se comemora o “Dia Mundial do Jazz”, recordamos Luiz Villas-Boas, o grande impulsionador do Hot Clube de Portugal

Hot Clube de PortugalLUIZ VILLAS-BOAS, Músico e Político, natural de Lisboa, nasceu a 26-03-19024 e faleceu a 10-03-1999. Filho de um republicano, oficial do exército e homem de letras. Começou a estudar música clássica aos 6 anos de idade, frequentando aulas do professor Tomás Borba, na Academia dos Amadores de Música. Na casa paterna existiam duas harpas, um piano (para ele) e a guitarra portuguesa do pai, que chegou a tocar com Carlos Paredes. Na sua juventude frequentava os concertos do São Carlos e, como aluno, conciliava o curso de Engenharia com o de Piano do Conservatório. Em 1942 começou a interessar-se profundamente pelo Jazz. Abandonou os dois cursos, tirou o de inglês do Instituto Britânico e trabalhou como tradutor para os CTT. Fazia a audição das rádios estrangeiras no tempo no tempo da guerra e no intervalo dos noticiários escutava Glenn Miller. Em 1945, editou o primeiro dos seus programas de Jazz na rádio que duraria 20 anos (com Artur Agostinho e Curado Ribeiro), entre outros. Em França, na década de cinquenta, Luís Villas-Boas conheceu Charles Delaunay e o seu Hot Club de França, nome com que baptizou o seu primeiro programa radiofónico na Emissora Nacional e um outro projecto concretizado em 1951 – O Hot Clube de Portugal. Grandes nomes do Jazz mundial, como Louis Armstrong, Sarah Vaughan e Frank Foster (director da orquestra de Count Basie), vieram a Portugal pela mão de Villas-Boas, onde conviviam e tocavam em animadas tertúlias noctívagas. Paralelamente à sua actividade musical, dedicava-se também às causas político-sindicais. Ligado ao PS (Partido Socialista), foi um dos fundadores do SITAVA (Sindicato dos Trabalhadores da Aviação Civil e Aeroportos). Esteve dois mandatos na Inter-Sindical. Foi membro do Conselho Geral do Inatel e presidente da Assembleia-Geral do Hot Clube. Luís Villas-Boas apresentou vários programas na rádio e na televisão, como por exemplo, “Disco e Daquilo”, que contava com a participação de Carlos Cruz e Mário Viegas, sempre se mostrou um crítico em relação à política mercantil adoptada pelas editoras perante a música Jazz. Já nos últimos anos da sua vida, manifestou vontade à Câmara Municipal de Lisboa, em doar o seu enorme espólio pessoal, para a constituição de um futuro Museu da Música em Portugal.

Foi condecorado com a Ordem do Infante pelo Presidente da República Mário Soares, em 10 de Junho de 1989.

Foi um impulsionador de programas televisivos, produtor discográfico, promotor de espectáculos e organizador do Cascais Jazz (1971-1988) e de outros festivais igualmente importantes, nomeadamente em Lisboa, Espinho, Figueira da Foz e Algarve.

Fonte: “Luís Villas-Boas. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011. [Consult. 2011-12-10]”.

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