“Quem Foi Quem na Toponímia de Borba”

 

Câmara Municipal de BorbaJoaquim AZINHAL ABELHO, Escritor, nasceu na Freguesia de Orada (Borba), a 13-04-1911, e faleceu em Lisboa, a 20-01-1979. Homem de Teatro, Poeta, Ficcionista e Investigador de Etnologia Rural, particularmente no que se refere à região do Alentejo. Os seus levantamentos etnológicos caíram por vezes no folclorismo tradicionalista e no pitoresco, sem substracto efectivamente científico, na esteira de muitos dos apologistas do Estado Novo, em busca de raízes históricas pretendidamente assépticas, sem ideologia. Licenciado pela Faculdade de Letras de Lisboa, dedicou grande atenção aos temas populares susceptíveis de serem teatralizados, tendo compilado e dado à estampa várias peças de teatro de todo o País.

Fundou um grupo experimental, Teatro de Arco-da-Velha, que levou à cena teatro grego e alguns clássicos portugueses em espectáculos para operários, e, em 1955, fundou e dirigiu, com Orlando Vitorino, o Teatro d’Arte de Lisboa, utilizando as instalações do Teatro da Trindade, para o qual traduziu obras de Graham Greene (A Casa dos Vivos), Lorca (Yerma) e Tchekov (As Três Irmãs). Realizou para o cinema os filmes O Alentejo Não Tem Sombra, Para onde Vais, Maria; Eu Fui ao Jardim da Celeste e Fábula de Leitura.

Como Poeta e Ficcionista, os seus temas predilectos incidiam sobre a paisagem e costumes da sua província natal, dentro de um regionalismo folclorista, afinal prolongamento das suas investigações etnológicas. Colaborou na revista Mensagem (1938), dirigida por Telmo Felgueiras, onde publicou, no nº 4, uma «Exortação à Guerra» ao estilo futurista, e na revista 57; e dirigiu o jornal de poesia popular A Voz de Portugal. Foi ainda organizador dos cortejos do traje e históricos, realizados então na cidade de Évora, integrados em programas da feira de São João, certame tradicional da cidade. Pertenceu à Direcção da Associação de Defesa dos Direitos de Autor. Nos últimos anos dedicou-se ao desenho, retratando as fainas agrícolas e motivos religiosos.

Obras principais: Poesia: Solidão, Ai Dão, Ai Dão, (1935); Confidências dum Rapaz Provinciano, (1936); Canto Chão, (1942); Domingo Ilustrado, (1945); AB Cedário de Lisboa, (1947); Eu Fui Guadiana Abaixo, (1949); Os Anjos Cantam o Fado, (1961); Cancioneiro do Natal Português, (antologia, 1964); Sete Loas aos Ciganos, (1974); Cancioneiro do Vinho Português, (1978). Prosa: Badanais: Paisagens e Mootonia, (contos, 1938); Arraianos, (1955); Comoção Rural na Vida e Obra de António Sardinha, (1958); Elogio da Província, (etnografia lírica, 1959); Barros de Estremoz, (1964); Os da Orada, (histórias, 1964); A História de uma Azinheira, (1966); A Aventura da Cortiça, (1967); Lisboa num Cravo de Papel, (1968). Teatro: Glória ao Deus Menino, (auto, 1965); Teatro Popular Português, (antologia, sete volumes, 1968-1973).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Almada (Freguesia da Charneca de Caparica), de Borba (Freguesia de Orada).

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. IV, Organizado pelo Instituto Português do Livro e das Bibliotecas, Coordenação de Ilídio Rocha, Publicado por Publicações Europa-América, Edição de Março de 1998, Pág. 446 e 447)

Fonte: “Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX” (Direcção de Salwa Castelo-Branco, 1º Volume, A-C, Temas e Debates, Círculo de Leitores, 1ª Edição, Janeiro de 2010, Pág. 5)

Fonte: “Quem É Quem – Portugueses Célebres”, (Coordenação de Leonel Oliveira, Círculo de Leitores, Lisboa, 2008, Pág. 008).

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