Recordamos hoje, Maria Rosa Colaço, Escritora e Professora, no dia em que faria 83 anos de idade

 

Maria Rosa ColaçoMARIA ROSA Parreira COLAÇO Malaquias de Lemos, Escritora e Professora, nasceu na Freguesia do Torrão (Alcácer do Sal), a 19-09-1935, e faleceu em Lisboa, a 13-10-2004. Fez o Curso de Enfermagem no Instituto Rockfeller e o Curso do Magistério  de Évora, tendo sido Professora em África e, mais tarde, em Almada, defendendo, sempre, a importância da leitura no desenvolvimento e educação da criança.

Ficcionista e poeta, Maria Rosa Colaço começou por afirmar-se profissionalmente como professora, nomeadamente na capital de Moçambique, tendo a sua prática de uma pedagogia da afectividade resultado no volume A Criança e a Vida (1963), colectânea de textos poéticos feitos por crianças socialmente desfavorecidas, alunos da autora.

Maria Rosa Colaço regressou a Portugal Continental quatro anos depois da independência de Moçambique. E foi, precisamente, em Moçambique que editou o livro que lhe marcou a carreira, feito com base nas redacções dos seus alunos de Cacilhas: “A Criança e a Vida”. Sobre este livro, o académico Urbano tavares Rodrigues disse tratar-se de um autêntico “milagre de pedagogia poética”. Ao deixar que as palavras das crianças falassem por si, a escritora tornou-se tamb´me numa das pioneiras das produções literárias infantis em língua portuguesa.

A sua obra tem-se desenvolvido em duas vertentes: a de autora de obras para a juventude, onde conta já mais de uma dezena de títulos e alguns prémios, e a de cronista do social e do quotidiano, que tem exercitado, não só em crónicas (a autora tem, aliás, uma coluna semanal no jornal A Capital), mas também em contos e romance, os temas da infância e da sua necessidade de afecto e apoio, das personagens que partem de um mundo rural alentejano para a cidade, à conquista de um conhecimento que se transforma numa mais valia social e humana mas também num factor de irreversível desenraizamento. O desenraizamento e a luta para poder criar raízes, florescer e frutificar numa sociedade muitas vezes adversa pode também servir de imagem às personagens femininas da autora, nomeadamente no seu livro de contos Há Muitas Mulheres Assim (1994). Ganhou o Prémio Soeiro Pereira Gomes pelo livro “Gaivota” (1982), o Prémio Revelação de Teatro, por “A Outra Margem” (1958).

Foi ainda, durante 12 anos, Assessora na RTP do Professor António Reis, sendo autora de programas infantis (“Eu Sou Capaz” e “Como É, Como Se Faz, Para Que Serve”). Tirou o Curso de Guionismo e escreveu vários guiões, muitos dos quais ainda não foram realizados.

Obras principais: A Criança e a Vida, Colectânea, 1963; É Preciso Uma Flor, contos, 1964; O Tempo e a Voz, crónicas, 1971; Estas Crianças Aqui (com Eduardo Gageiro e Tossan), textos, 1979; Não Só Quem Nos Odeia, romance, 1986; Há Outras Mulheres Assim, contos, 1994; A Palavra Iluminada, poesia, 1994; Maria Tonta Como Eu, novela, 1983; Aventuras de João-Flor e de Joana-Amor, conto, 1985; Os Amigos Voltam Sempre, novela, 1989; Aventura Com Asas, contos, 1989; O Pássaro Branco (Prémio Nacional de Educação pela Arte), teatro, 1989; Ela Ainda Mora Aqui?, crónicas, 1998.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Alcácer do Sal (Freguesia do Torrão); Évora; Oeiras (Freguesia de Oeiras); Seixal (Freguesia de Corroios).

Fonte: “Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, (Vol. VI, Organizado pelo Instituto Português do Livro e das Bibliotecas, Publicações Europa América, Pág. 325 e 326).

Fonte: “Homens e Mulheres Vinculados às Terras de Almada, Nas Artes, nas Letras e nas Ciências” (De Romeu Correia, Edição da Câmara Municipal de Almada, 1978, Pág. 107, 108, 109 e 110)

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 157).

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