Recordamos hoje a Actriz Emília de Oliveira.

 

Emília de OliveiraEMÍLIA DE OLIVEIRA, Actriz, natural de Lisboa, nasceu a 25-11-1875 e faleceu a 20-07-1968. Estreou-se no teatro, ao lado de Adelina Abranches, em 08-12-1899, no Teatro do Príncipe Real, na comédia A Dama de Ouros, que Faustino da Fonseca traduzira. O Empresário Luís Ruas acertara com a escolha dessa Artista que desde logo cativou o público por uma maneira absoluta.

Sendo posta em cena a depois célebre revista `”À Procura do Badalo”, de Baptista Dinis, foi confiada a Emília de Oliveira uma rábula em que figurava uma Actriz acabada de chegar do Brasil. Era uma caricatura de Ângela Pinto, recentemente chgada da pátria irmã. Entrando em cena, com malas,, embrulhos e o inevitável papagaio, Emília de Oliveira, que tinha grandes parecenças com a floriosa Ângela Pinto, chegamdo a imitar-lhe a voz e até o estrabismo, começou a falar com o sotaque brasileiro. De um dos camarotes rebenta uma gargalhada frana e jovial que deixou a intérprete da rábula sem pinta de sangue, pois calculava ter feito fiasco. Por sua vez, a plateia, ao aperceber-se do motivo da intempestiva gargalhada, desatou a rir a bandeiras despregadas.

Quem parecia vendida no meio daquilo tudo era a pobre Emília de Oliveira que, na sua atrapalhação, não atinava com o motivo de tão esfusiante hilaridade. Afinal quem dera a gargalhada fora a própria Ângela Pinto, que, ao ver-se tão magistralmente caricaturada, expandira assim o seu aplauso. Seguidamente, foi ao palco e, abraçando a colega, manifestou-lhe o seu apreço. E, então, a manifestação da plateia transformou-se numa verdadeira apoteose.

Fez parte, em 1901, da Companhia organziada por Eduardo Vitorino, que foi ao Brasil, em digressão. Como falecesse a primeira figura feminina, Georgina Pinto, Emília substituiu-a, interpretando, entre outras, as seguintes peças: A Lagartixa; A Severa; Mancha Que Limpa; Robe Rouge; À Estrangeira; e Lição Cruel.

Regressada do Brasil, entrou no elenco da Companhia Taveira, no Trindade, onde se distinguiu nas mágicas musicadas: Tangerinas Mágicas; O Trevo das Quatro Folhas; As Duas Princesas; O Bico de Papagaio, etc. Seguidamente, pertenceu às Companhias Rosas e Brasão, onde, com inexcedível êxito, interpretou as peças: A Castelã; D. César de Bazan; O Encontro; Os Postiços; A Cruz da Escola; Envelhercer; Leonor Teles; O Homem Fatal; O Ladrão; A Emboscada; A Rajada; A Bela Aventura; A Caixeirinha, etc.

No Teatro da Tridade, contracenou com Ângela Pinto e Ferreira da Silva, no Thermidor; A Exilada; O Emigrado, etc. Em 1923, entrou para o Teatro Nacional, para a Companhia de Amélia Rey Colaço-Robles Monteiro, onde representou as peças: Cristalina; O Caso do Dia; Uma Noite de Agosto; Amanhecer; A Mulher Nua; O Ai-Jesus; Entre Giestas; A Greve Geral; Afonso VI; Os Velhos; Chá das Cinco; Rosas de Todo o Ano; Amadis de Gaula; Auto da Barca do Inferno; Auto Pastoril; S. João Subiu ao Trono; O Auto da Visitação; D. Francisco Manuel; A Freira de Beja; O Primeiro Beijo de Sóror Mariana.

Contracenando com Alves da Cunha, no Teatro Avenida, desempenhou: Duas Causas; A Taberna; O Paralítico; Cobardias; O Pai; O Saltimbanco; Blanchette; Ternura; O Grande Advogado e A Raça. Fez parte do Teatro do Povo, do SNI (1944-1949).

Emília de Oliveira entrou para a famosa Companhia Rosas & Brasão, patenteando o seu talento nas peças: A Castelã; D. César de Bazan; O Encontro; Os Postiços; A Cruz da Esmola; Envelhecer; Leonor Teles; O Homem Fatal; O Ladrão; A Emboscada; A Rajada; A Bela Aventura; A Caixieirinha, e várias outras, confirmando a boa escolha que o Visconde de São Luís de Braga fizera, contratando-a.

Durante três épocas trabalhou no Teatro da Trindade, junto de Ângela Pinto e de Ferreira da Silva, nas peças Thermidor; A Exilada; O Emigrado, etc.

Em 1923, passou ao Teatro Nacional e novamente brilhou nas peças: Cristalina; O Caso do Dia; Uma Noite de Agosto; Amanhecer; Uma Mulher Nua; O Ai Jesus!; A Fascinação; Os Degredados; A Volta; Entre Giestas; A Greve Geral; Afonso VI; Os Velhos; Chá das Cinco; Rosas de Todo-o-Ano; Amadis de Gaula; Auto da Barca do Inferno; Auto Patoril; S. João Subiu ao Trono; O Auto da Visitação; D. Francisco Manuel; A Freira de Beja; O Primeirto Beijo e Soror Mariana.

Fonte: “Dicionário de Mulheres Célebres, de Américo Lopes de Oliveira, Lello & Irmão Editores, Edição de 1981, Pág. 986 e 987”

Fonte: “Quem É Quem, Portugueses Célebres”, (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, Pág. 392).

Fonte: “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 19, Pág. 361 e 362)

No comments yet

Deixe um comentário