Recordamos hoje o Professor Joaquim Fontes, Médico, Professor e Arqueólogo que, com seu irmão Vítor Hugo, fundaram o Museu Arqueológico de Odrinhas, em Sintra.
JOAQUIM Moreira FONTES, Médico e Professor, natural de Lisboa, nasceu a 23-02-1892 e faleceu a 10-09-1960. Era filho de António Ferreira Fontes e de Elisa da Conceição Moreira Fontes. Estudou na Faculdade de Medicina de Lisboa, onde se Licenciou em 1916. Em 1913/1914 foi Assistente Livre da Histologia, em 1915/1916, foi Interno dos Hospitais Civis de Lisboa; em 1919, 2º Assistente do Instituto de Fisiologia; em 1924, Professor Livre de Fisiologia e, em 1925, passou a reger a cadeira de Fisiologia em substituição do Professor Marck Athias.
Em 1925 foi Bolseiro na Sorbonne (França) – Trabalhos sobre Cronaxia (Prof. Lapicque). Entre 1928 e 1940, regeu o curso semestral de Endocrinologia e Funções da Reprodução Endocrinologia e Funções da Reprodução. Em 1931 foi o Representante dos Professores Auxiliares e Livres à Assembleia Geral Universitária, em 1936 Professor Agregado em Obstetrícia, da Faculdade de Medicina de Lisboa, em 1942 1º Assistente de Obstetrícia, em 1942 Director da Maternidade de Santa Bárbara (Hospital de São José), em 1943 teve a regência do Curso de Obstetrícia e, em 1954, Director do Serviço de Obstetrícia. Foi catedrático de Fisiologia, sucedendo a Marck Athias, com quem se iniciou no Instituto de Histologia com Mark Athias. Cultivou a especialidade de Obstetrícia. Mark Athias. Cultivou a especialidade de Obstetrícia. Dedicou-se intensamente à Arqueologia, tendo descoberto em 1909 a importante estação do Paleolítico português na Póvoa de Santo Adrião e outras estações no total de 15.
Fundou com seu irmão Vítor Hugo Moreira Fontes, também Catedrático, o Museu Arqueológico de Odrinhas (Sintra). Participou entre 1911 e 1916 em diversos congressos na área da Antropologia e Arqueologia Pré-Históricas. Em 1917 fez escavações nas Astúrias e descobriu a primeira estação paleolítica daquela província espanhola. Faleceu aos 68 anos, não atingindo assim a jubilação.
Ao longo da sua carreira ganhou os seguintes prémios: Prémio João Abel (1916); Prémio Sousa Martins (1916); Prémios da Faculdade de Medicina de Lisboa para galardoar os 3 melhores trabalhos científicos publicados nos anos anteriores (1922 e 1925); 1º Prémio do Instituto de Investigação Científica de Bento da Rocha Cabral (1929) e foi louvado em 1914, pelos serviços prestados no ensino da Histologia e, em 1919, um Louvor Militar por serviços prestados na Guarda Fiscal durante o serviço militar.
Foi sócio correspondente da Academia das Ciências e Vice-Presidente da Secção de Pré-História da Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnologia; Presidente da Secção de Pré-História da Associação dos Arqueólogos Portugueses; Secretário-geral da Associação dos Arqueólogos Portugueses; Tesoureiro da Comissão de Redacção do Jornal da Sociedade de Ciências Médicas; Presidente da Direcção da Associação dos Arqueólogos Portugueses; Sócio de Honra da Associação dos Arqueólogos Portugueses. Desempenhou, também, os seguintes cargos: 1918/19 Médico Militar (Serviço na Guarda Fiscal) onde criou um posto de socorros para militares e famílias; 1921 Médico substituto da Misericórdia de Lisboa; 1922/1923 dirigiu o curso Teórico de Fisiologia para alunos de Educação Física; em 1927 foi Investigador no Instituto de Investigação Científica de Bento da Rocha Cabral; em 1931 foi Sub-Director do Instituto Bento da Rocha Cabral Sub-Director do Instituto Bento da Rocha Cabral; em 1936/1940 foi Encarregado da Regência do curso de Parteiras; Médico adjunto da Legação e do Consulado Francês em Lisboa; Professor da Escola de Enfermagem dos HCL; Dirigente do Hospital Francês e Colaborador principal no Jornal de Ciências Naturais. De 1958 a 1960 foi Presidente da Câmara Municipal de Sintra. Publicou cerca de 43 trabalhos originais sobre Biologia em diversas revistas médicas, entre as quais: La Presse Médicale, Lisboa Médica, Jornal da Sociedade das Ciências Médicas e publicou cerca de 24 trabalhos originais sobre Arqueologia.
Publicou os seguintes trabalhos: “Contribuição para o estudo da tatuagem”, (Tese Inaugural) (in: Arq. Anatomia e Antropologia III, 1915); O papel da supra-renal e a questão da adrenalina (in: Lisboa Médica, 1924); “Guia de trabalhos práticos de fisiologia”, (com colaboração Marck Athias, 1931).
O seu nome faz parte da Toponímia de Sintra (Freguesias de Agualva-Cacém, Almargem do Bispo, Algueirão-Mem Martins, Pêro Pinheiro e Sintra).
Fonte: “Dicionário Biográfico Parlamentar, 1935-1974, (Volume I de A-L), Direcção de Manuel Braga da Cruz e António Costa Pinto, Colecção Parlamento, Pág. 664 e 665).
Fonte. “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 11, Pág. 596)
Ruas com história
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