“FAMILIARES NA TOPONÍMIA NACIONAL”

 

Maria do Carmo CarmonaMARIA DO CARMO Ferreira da Silva Fragoso CARMONA, Primeira Dama, nasceu na Freguesia de Serapicos (Valpaços), a 28-10-1879, e faleceu em Lisboa, a 13-03-1956. Era filha de Germano da Silva, e de Engrácia de Jesus. Casou com Óscar Carmona, que foi o 11º Presidente da República Portuguesa. Foi mãe de três filhos: Cesaltina Amélia Carmona da Silva; António Adérito Fragoso Carmona e, Maria Inês Carmona e Silva.

Quando o então Alferes de Cavalaria, António Óscar Fragoso Carmona prestou Serviço Militar no Regimento de Cavalaria nº 6, aquartelado em Chaves, conheceram-se, apaixonaram-se e casaram. Este Alferes veio a ser o Marechal Óscar Carmona que formou Governo em 09 de Julho de 1926 e que foi eleito Presidente da República em 1928.

Para além de ser a Primeira Dama Portuguesa da época, foi sempre muito amiga de Trás-os-Montes, sua Província natal. Sempre procurou colocar a sua influência que resultava do facto de ser mulher do mais alto Magistrado da Nação para ajudar a Terra e as Gentes.

Foi, por exemplo, o Marechal Carmona que, por Decreto nº 16.621, de 12-03-1928, elevou a Vila de Chaves à categoria de Chaves. Este é um exemplo claro de que tal distinção terá muito a ver com o facto de ser casado com uma Transmontana

A Câmara Municipal de Chaves reconheceu esse facto e ainda outros, como por exemplo a Creche ou Lactário, construído em 1936, no Jardim Maria Rita desde logo teve o nome de Maria do Carmo Fragoso Carmona. Também houve um Bairro Habitacional com o nome do General Carmona.

O seu nome faz parte da Toponímia de: Cascais (Praceta e Rua Dona Maria do Carmo Fragoso Carmona); Chaves (Beco, Canto, Ruela e Rua Dona Maria do Carmo Carmona); Valpaços (Avenida Dona Maria do Carmo Carmona)

Fonte: “Dicionário dos Mais Ilustres Transmontanos e Alto Durienses”, (Volume I, de Barroso da Fonte, Editora Cidade Berço, Guimarães, 1998, Pág. 124)

Óscar CarmonaAntónio ÓSCAR de Fragoso CARMONA Militar e Político, natural de Lisboa, nasceu a 24-11-1869 e faleceu a 18-04-1951. Era filho do General Inácio de Morais Carmona e de D. Maria Inês de Melo Fragoso Corte Real. Casou com D. Maria do Carmo e Silva, de quem teve três filhos. Fez o curso de Cavalaria e foi promovido sucessivamente até chegar a Marechal em 1947. Foi o Presidente da República que mais tempo esteve no poder, ocupando ininterruptamente a presidência entre 1926 e 1951, ano de sua morte.

Assentou praça no Regimento de Cavalaria nº 6, em 10 de Agosto de 1888, onde serviu como Aspirante-a-Oficial, até 28 de Agosto de 1894, data em que foi promovido a Alferes. De 14 de Dezembro do mesmo ano, até 11 de Outubro de 1897, foi Professor do 2º Curso das Escolas Regimentais da sua Unidade.

Em 12 de Outubro de 1897 obteve licença para estudos, por três anos, para a frequência do Curso Superior Preparatório da Academia Politécnica do Porto, com vista à frequência do Curso do Estado-Maior. Em 09 de Março de 1899, ascendeu a Tenente, para servir no Regimento de Cavalaria nº 7 e, a 04 de Novembro seguinte, no Estado-Maior da Arma, data em que ficou Adjunto à Escola Prática de Cavalaria. Em 27 de Outubro de 1900, passou ao Regimento de Cavalaria  nº 6, no qual, a partir de 01 de Novembro, desempenhou, de novo, as funções de Professor do 2º Curso das Escolas Regimentais.

Retornou ao Estado-Maior da Arma e à Escola Prática de Cavalaria, em 10 de Maio de 1907. Nesta mesma data, ficou Adjunto àquela Escola, passando a comandar o 1º Esquadrão, desde 30 de Outubro de 1909.

Em 17 de Outubro de 1910, foi nomeado Vogal da Comissão destinada a estudar a reorganização do Exército. A 14 de Janeiro do ano seguinte, passou ao Regimento de Cavalaria nº 9, e, a 17 de Fevereiro, participou na reorganização dos serviços de remonta do Exército e na remodelação das coudelarias nacionais. Ainda em 1911, terminados os trabalhos da Comissão acima referida, serviu no Regimento de Cavalaria nº 2, no qual, em 24 de Junho seguinte, passou a exercer as funções de Director da Escola Regimental e, cinco dias depois, integrou uma Comissão destinada a proceder à revisão do regulamento da mesma, em vigor desde Abril de 1908.

Em 22 de Julho de 1911, participou como Vogal na Comissão Técnica de Cavalaria e, em 20 de Janeiro de 1912, desempenhou idênticas funções na Comissão destinada a proceder à elaboração de um regulamento, que definia qual o material de aquartelamento a ser adoptado pelo Exército, e quais os serviços do Depósito Geral desse material e Depósitos Territoriais. Exonerado de todas as anteriores funções, tomou parte numa nova Comissão (desde 20 de Julho do mesmo ano), que elaborou o Regulamento Geral do Serviço do Exército. Ainda em 1912, participou na Escola de repetição e fez parte da Comissão, designada para efectuar o reajustamento dos vencimentos de Oficiais e Praças.

Em 28 de Junho de 1913, ascendeu ao posto de Major, sendo colocado no Estado-Maior de Cavalaria. Foi nomeado Instrutor do 1º e 2º graus da Escola Central de Oficiais, durante o ano lectivo de 1914 e, em Abril do mesmo ano, foram-lhe ainda atribuídas as funções de Chefe de Serviço de Recenseamento de Animais e Viaturas da 1ª Divisão, sendo nomeado, no ano seguinte, Júri do Campeonato do Cavalo de Guerra.

Em 05 de Janeiro de 1916, ascendeu ao posto de Tenente-Coronel, no qual serviu, de novo, no Estado-Maior da Arma e como Comandante do Regimento de Cavalaria nº 2. Retornou ao Estado-Maior, em 15 de Janeiro de 1918, assumindo também o Comando da Escola de Equitação.

A sua promoção a Coronel, ocorreu em 19 de Abril de 1919 e, a 22 de Abril do ano seguinte, foi nomeado Director dos Cursos Tácticos de Cavalaria.

Em 04 de Março de 1922, atingiu o posto de General e foi colocado, como Comandante, na 4ª Divisão do Exército, tendo, entre 15 de Novembro e 18 de Dezembro de 1923, ocupado o cargo de Ministro da Guerra, após o que, regressou às anteriores funções, que terminaram em 30 de Setembro de 1925. A partir de 29 de Maio de 1926, desempenhou as funções de Vogal do Júri do Exame de promoção ao posto de General e, em 03 de Junho do mesmo ano, passou a ocupar o lugar de Ministro dos Negócios Estrangeiros. Em 09 de Julho seguinte, foi nomeado Presidente do Ministério e Ministro da Guerra, passando, em 15 de Abril de 1928, à situação de adido, em virtude de ter sido proclamado Presidente da República, sendo reeleito em 17de Fevereiro de 1935, prolongando-se o seu mandato por mais sete anos.

Em 24 de Novembro de 1936, por ter atingido o limite de idade, foi colocado no quadro da Reserva, sendo-lhe atribuído o posto de Marechal, em 27 de Maio de 1947. Após esta data, regressou ao serviço activo, sendo chamado a ocupar a Presidência da República, pela quarta vez, em 13 de Fevereiro de 1949, cargo em que veio a falecer dois anos mais tarde.

Foi distinguido com os graus de Comendador e Cavaleiro da Ordem Militar de São Bento de Avis; Comendador da Ordem Militar de S. Tiago da Espada e Comendador da Ordem Militar de Cristo, tendo sido também condecorado com a Medalha Militar de Prata, da Classe de Bons Serviços e a Medalha de Ouro, da Classe de Comportamento Exemplar.

O seu nome já fez parte da Toponímia de: Ílhavo (Actual Avenida Mário Sacramento); Gondomar (Actual Rua Engº Duarte Pacheco); Lisboa (Actual Avenida General Norton de Matos); Moura (Freguesia de Póvoa de São Miguel; Actual Rua Doutor António Neves Bengala); Porto (Actual Avenida da Associação Empresarial de Portugal); Tavira (Actual Rua Mestre Henriques Pires).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Alcanena; Alcobaça (Freguesia de São Martinho do Porto); Almeirim (Freguesias de Benfica do Ribatejo e Fazendas de Almeirim); Armamar (Freguesia de Vila Seca); Barcelos (Freguesia de Tamel); Bragança; Cadaval (Freguesia da Vermelha); Carrazeda de Ansiães; Cartaxo (Freguesia de Vila Chã de Ourique); Cascais (Freguesias de Cascais e Estoril); Chaves; Covilhã (Freguesia de Teixoso); Entroncamento; Fronteira; Lagoa (Freguesia de Ferragudo); Leiria (Freguesia de Monte Real); Loures (Freguesias de Bucelas, Loures e Santo Antão do Tojal); Maia; Mirandela; Odivelas; Oliveira de Azeméis; Santa Comba Dão (Freguesia de Pinheiro de Ázere); Santarém (Freguesia de Amiais de Baixo); Sintra (Freguesia de Rio de Mouro); Tabuaço; Tavira (Freguesia de Santa Luzia); Valpaços; Vila Flor; Vila Nova da Barquinha; Vila Nova de Gaia (Freguesia de Pedroso).

Fonte: “Os Generais do Exército Português”, (III Volume, I Tomo, Coordenação do Coronel António José Pereira da Costa, Biblioteca do Exército, Lisboa, 2008, Pág. 247, 248 e 249).

Fonte: “Parlamentares e Ministros da 1ª República, (1910-1926)”, (Coordenação de A. H. Oliveira Marques, Edições Afrontamento, Colecção Parlamento, Pág. 146 e 147).

Fonte: “Quem É Quem”, (Portugueses Célebres, Círculo de Leitores, Edição de 2008, Pág. 126).

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