“O Centenário do Padre João Pires de Campos”

JOÃO PIRES DE CAMPOS. Padre, natural de Penha Garcia (Idanha-a-Nova), nasceu a 08-11-1922, e faleceu a 13-06-2009. Em 2 de Outubro de 1940, iniciou os estudos no Seminário de Vila Viçosa da Arquidiocese de Évora. Em Outubro de 1943, transitara para o Seminário Maior de Évora, onde prosseguiu os Estudos de Humanidades e começou o Curso Superior de Teologia. Foi ordenado Presbítero, na Sé de Évora, em 29 Junho de 1951, pelo então Arcebispo, D. Manuel Mendes da Conceição Santos. Celebrou a sua Missa Nova, na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Penha Garcia, a 8 de Julho do mesmo ano. E foi também neste templo que se celebraram as Bodas de Ouro do seu sacerdócio, um “dia, que lhe encheu a alma e que ficou memorável no seu coração, porque sempre que se referia à homenagem do povo da sua terra nas suas Bodas de Ouro sacerdotais os seus olhos brilhavam e a sua voz espelhava emoção. Depois da sua ordenação, foi Pároco interino, em Portel, Torrão e São Romão do Sado. De 1952 a 1969, foi Pároco de Samora Correia e Presidente da Fundação Padre Pedro Tobias, onde fundou a Escola Infantil, Escola de Dactilografia e a Casa do Trabalho. Construiu um novo edifício para a Creche e outro para Cinema e um Bairro de 50 moradias. Foi ainda Arcipreste em Benavente e Coruche, membro do Conselho Prebiteral e Coordenador da Pastoral da Vigararia de Benavente-Coruche. Mais tarde, para além de Arquivista da Cúria Diocesana de Évora, foi Vice-Presidente da Comissão de Arte Sacra e Vogal da Secção de História, Vice-Presidente da Comissão de História da Arquidiocese e Bibliotecário do Instituto Superior de Teologia da mesma cidade. O Padre João Pires de Campos foi, igualmente, um prestigiado homem de cultura e um dedicado Professor. Ao longo da sua carreira docente, desempenhada, em Vila Franca de Xira, Benavente, Penamacor e Évora, participou em mais de uma centena de congressos, semirários, exposições, debates e reflexões, maioritariamente em Portugal, mas também no estrangeiro, nomeadamente em Espanha, Malta e Alemanha. Proferiu, também, inúmeras conferências e orientou vários cursos no domínio da Arte, História, Defesa do Património Cultural, Mariologia e Iconografia Sacra. Foi também membro da Assembleia Geral do Grupo Pró-Évora e da Comissão de Arte e Arqueologia da Câmara Municipal de Évora e Vogal da Junta Nacional de Educação para as Belas Artes. Elaborou as “Normas para a exposição e conservação da Arte Sacra na Arquidiocese de Évora”. Colaborou na Organização de Museus e organizou inúmeras Exposições de índole cultural, de entre as quais se destaca a Exposição Iconográfica e Bibliográfica Mariana, realizada, em 1976, em Monsanto. Com o pseudónimo de Vasco Fernandes de Guadalupe, o Padre João Pires de Campos escreveu: um trabalho monográfico, sobre a sua terra natal que intitulou: “Recolhas etnográficas em Penha Garcia – Crenças devocionais – Origens de Penha Garcia” que foi publicado em Separata da “Revista de Portugal – Série A: Língua Portuguesa” – Volume XXX – Lisboa, 1965. Foi colaborador assíduo, em vários jornais nacionais e regionais, aflorando a temática da Arqueologia, da História e da Arte Sacra. Todo o seu espólio foi doado, em vida, à Câmara Municipal de Idanha-a-Nova, na c ondição de em Penha Garcia, na sua residência, se organizar e fundar um Núcleo Museológico denominado Museu de S. Pedro de Alcântara e uma Biblioteca que deverá ser denominada, Pires de Campos, em honra de seus pais e avós.

Fonte: “Jornal Reconquista, Edição de 18-06-2009”

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